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Este documento discute o conceito de preconceito e sua relação com os valores sociais, apresentando estudos sobre a influência dos valores na formação de relações intergrupais e a discriminação de grupos minoritários. O texto também aborda a teoria dos valores de schwartz e a importância de considerar as relações entre valores etnocêntricos e valores anti-democráticos. Além disso, são apresentados três teorias para explicar a relação entre valores e preconceito: privação intergrupal, conflito real e diferenciação grupal e identidade social.
O que você vai aprender
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Orientador
Banca Avaliadora:
___________________________________________________ Prof. Dr. Leoncio Camino Rodrigues Larrain , Orientador
___________________________________________________ Profª. Drª. Cleonice Camino
___________________________________________________ Profª. Drª. Elza Maria Techio
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"Nous ne tenons pas les animaux pour des êtres moraux. Mais croyez-vous donc que lesanimaux nous tiennent pour des êtres moraux? — Un animal qui savait parler disait: "l'humanité est un prejugé dont nous autres animaux, aux moins, nous ne souffrons pas."
Aos meus amigos
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vii
nestas linhas toda a atenção dada, sob pena de não conseguir.
ix
In modern societies, explicit acts of racial and ethnic discrimination are publicly condemned and prohibited by law. Racial prejudice can be compared to an iceberg whose visible part is the clear manifestations and submerged part corresponds to the prejudices not expressed, which is invisibly present in the subjects’ heads (Carone & Benedict, 2002). The classical psychological theories study prejudice as an universal attitude that exists naturally in individuals or groups and is expressed through derogatory feelings andbehaviors. Recent theories (Billig, 1985; Wetherell, 1996; Camino & Ismael, 2004) place these psychological concepts in actual conflicts of social exclusion/inclusion. Accordingly, prejudice turns into the subjective aspect of real conflicts of power between groups and takes place mainly inside dominant groups and may be defined as an "intergroup form ofrelationship where, in the specific context of asymmetric power relations, derogatory attitudes and hostile and discriminatory behaviors are developed within the dominant groups against members of minority groups for being members of such groups "(Camino & Pereira, 1999). So racism is not a universal phenomenon, but a form of social consciousness that is developed in specific historical situations. Researches show that the respondents from Paraíba seem to have clear awareness of the racial discrimination that ishappening in Brazil, but do not accept to take responsibility for this situation (Camino, Silva, Pereira & Machado, 2001; Camino, Silva & Machado, 2004). It was also observed that people praised black people more than white people, but think that Brazilians would do the opposite. This research involved 206 students from public and private universities,with ages ranging from 17 to 49 years, the majority of females (81%), where 52% identified themselves as white skinned, 44.3% of brown skin and 3 , 5% of black skin. Participants responded to the Value Systems Questionnaire as well as the Rejection to Intimacy scale , Perceived distances between different groups of color scale , Symbolic Racism scale and Belief in a Just World scale. Participants responded that 55.2% of Brazilians, 43.2% of students (the respondents themselves) and 60% of the same racialgroup indicated the system of economic values (profits, wealth and status) as being more important for the white population. As for the questionnaire on the thinking of the black population, 29% of Brazilians, 47% of the students (the respondents themselves) and 56% of black people replied that the social justice (equality, freedom, brotherhood) is the mostimportant. The results show that there is a differentiation between the two populations according to the values that identify themselves, by themselves as by the Brazilians and the participants themselves, indicating a tendency of discrimination through a hierarchy of social values. Keywords : Racism, Values, Prejudice.
Nos últimos anos, as discussões em torno do racismo ganharam um lugar de destaque nas pesquisas sociais, sobretudo nas questões políticas. De fato, esta preocupação política e as pesquisas sobre o tema já datam de décadas atrás. Contudo, não tinham a visibilidade e apelo assumidos recentemente (Hofbauer, 2006). O racismo, no século XIX e na primeira metade do século XX, possuia no mundo inteiro um aspecto flagrante e brutal. A partir da década de 1950, com o final da Segunda Guerra Mundial, com a declaração dos direitos humanos e com a luta pelos direitos civis nos EUA, desenvolveu-se progressivamente uma norma social contra comportamentos e crenças racistas tradicionais, que se traduziu em formas menos flagrantes de preconceito (Pettigrew & Meertens, 1995). Assim, embora a mudança de normas produzisse um número menor de casos flagrantes de discriminação, o preconceito não foi completamente erradicado. Em vez disso, tornou-se mais sutil. Pois a medida que a norma mudava em direção a tolerância com o exogrupo, muitos indivíduos assumiam um papel de cautela, comportando-se como se não tivessem preconceitos, mas por dentro, mantendo suas ideias estereotipadas. Esse fenômeno foi denominado de racismo moderno. Nesse caso, o preconceito transparece de maneira sutil, indireta, porque os indivíduos aprenderam a escondê-lo para evitar o rótulo de racistas (Aronson, Wilson, & Akert, 2002). No Brasil vive-se profundamente esta contradição. Afinal, o país parece celebrar o fato de ser considerado uma nação livre de preconceitos. Porém, o outro lado da moeda mostra que as práticas sociais e culturais insistem em reproduzir hierarquias raciais. Não se percebe, mas vem se difundindo cada vez mais a importância de identificar a maneira como as características físicas, organizadas em classificações raciais imaginadas, influenciam os padrões de relações sociais. Afinal, do ponto de vista político e moral, o
Nesta pesquisa, pretende-se aprofundar como estão se dando estas transformações na relação racial, ou seja, como se dá a percepção que o estudante universitário paraibano tem da população negra e branca a partir dos valores sociais, e como estas novas relações se dão na sua compreensão de sociedade, utilizando outra perspectiva que não seja apenas de uma medida exclusiva a partir do posicionamento do sujeito frente ao preconceito, mas de como ele percebe o preconceito nos outros. Isto implica na assimilação de valores da sociedade suprimindo assim a identidade grupal dos membros de grupos minoritários. Neste trabalho apresentaremos uma breve discussão acerca dos valores sociais a partir das teorias existentes. Sagiv e Schwartz (1998) chamam a atenção para o fato de que os vários estudos realizados a respeito têm considerado um único tipo de motivação para esse tipo de contato social: a procura do contato como meio de integrar-se à sociedade. E como observam estes autores (Sagiv & Schwartz, 1995), a influência dos valores para o contato com exogrupos depende, sobretudo, do indivíduo ser um membro de um grupo dominante ou minoritário. Neste sentido, parece clara a necessidade de considerar os valores neste estudo.
básica consiste em considerar os valores como sendo normas a priori da razão, porém não correspondem ao sujeito singular mais ao sujeito transcendental, em que o respeito à norma é o único que vale. Nesta corrente filosófica os valores transcendem a história e não são realidades nem física nem psicológica. Um dos representantes desta corrente filosófica é Rickert (1945). Este entende que a pessoa humana é relativa e os valores são eternos. Ele elabora uma estrutura teórica que distingue três tipos de valores: 1) bens do futuro – que define um todo que não se consegue jamais; 2) bens do presente – que se restringe a um espaço finito, representado pela beleza e felicidade; e 3) bens eternos – são os valores religiosos. Ademais, na escola Neokantiana são destacadas as ideias de Hugo Munsterberg, que divide os valores em duas áreas, uma compreendendo os valores vitais e a outra agrupando os valores culturais , em que ambos respondem a exigência de “identidade” que se alcança quando confluem quatro vertentes valorativas: os valores lógicos , estéticos , éticos e metafísicos. Para este autor o valor é atemporal, eternamente valioso e normativo, desta forma o sistema de valores reside na consciência moral e normativa. Por último, destaca-se a contribuição da escola Fenomenológica. Tal escola contrapõe-se ao empirismo das escolas Subjetivista e Neokantiana , no sentido de que o valor não se define como uma reação subjetivista em relação a estímulos externos; nem como uma forma apriorística. Por outro lado, igual à escola Neokantiana , designa um caráter ideal ao valor que se capta por meio de uma intuição emocional de ordem superior: “a estimativa”. Podem-se apontar duas contribuições principais desta escola, a de Marx Scheler (1980) e a de Ortega y Gasset (1987). Scheler contribui ao enumerar regras do preferir ou critérios da hierarquia dos valores. O primeiro critério de sua axiologia é a “duração”; uma coisa é mais estimada quanto mais duradoura é. Outro critério é a “satisfação” que produz os valores. O caráter
“absoluto ou relativo” do valor é outro ponto. A “indivisibilidade” e que sejam ou não “fundamentais” completam os cinco critérios gerais. No cerne destes critérios distingue uma tipologia dos valores, apontando que existem: 1) valores de pessoas e coisas, e 2) valores de disposição de ânimo, ação e êxito. Por outro lado, Ortega y Gasset elaborou uma teoria em que por meio dos valores tenta valorizar a vida. Este filósofo espanhol aponta que os valores são qualidades ideais independentes do sujeito. Além de ressaltar seu caráter hierárquico, adota uma concepção polar dos valores, ao afirmar que associado a cada valor positivo está seu correspondente negativo. Ademais, ele propôs uma axiologia que agrupa os valores em: 1) úteis ; 2) vitais ;