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Valores e Preconceito: Análise da Relação entre Valores e Discriminação Intergrupal, Manuais, Projetos, Pesquisas de Psicologia

Este documento discute o conceito de preconceito e sua relação com os valores sociais, apresentando estudos sobre a influência dos valores na formação de relações intergrupais e a discriminação de grupos minoritários. O texto também aborda a teoria dos valores de schwartz e a importância de considerar as relações entre valores etnocêntricos e valores anti-democráticos. Além disso, são apresentados três teorias para explicar a relação entre valores e preconceito: privação intergrupal, conflito real e diferenciação grupal e identidade social.

O que você vai aprender

  • Como Schwartz propôs especificar teoricamente os aspectos dos valores humanos?
  • Quais estudos foram realizados para esclarecer melhor as prioridades axiológicas que guiam a vida das pessoas?
  • Quais são os valores materialistas e pós-materialistas e como eles se relacionam com o preconceito racial?
  • Qual é a definição de preconceito segundo Camino & Pereira (1999)?
  • Quais são as três teorias para explicar a relação entre valores e preconceito?

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

EmiliaCuca
EmiliaCuca 🇧🇷

4.5

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL
AS NOVAS FORMAS DE RACISMO
E OS VALORES SOCIAIS
Dissertação de Mestrado
Giovani Amado Rivera
JOÃO PESSOA
JULHO DE 2009
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL

AS NOVAS FORMAS DE RACISMO

E OS VALORES SOCIAIS

Dissertação de Mestrado

Giovani Amado Rivera

JOÃO PESSOA

JULHO DE 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL

AS NOVAS FORMAS DE RACISMO E OS VALORES

SOCIAIS

Giovani Amado Rivera

Prof. Dr. Leoncio Camino Rodrigues Larrain

Orientador

Dissertação submetida como requisito parcial para a obtenção do grau

de Mestre em Psicologia Social

JOÃO PESSOA

JULHO DE 2009

Giovani Amado Rivera

AS NOVAS FORMAS DE RACISMO E OS VALORES

SOCIAIS

Dissertação aprovada em __ de ________ de 2009.

Banca Avaliadora:

___________________________________________________ Prof. Dr. Leoncio Camino Rodrigues Larrain , Orientador

___________________________________________________ Profª. Drª. Cleonice Camino

___________________________________________________ Profª. Drª. Elza Maria Techio

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"Nous ne tenons pas les animaux pour des êtres moraux. Mais croyez-vous donc que lesanimaux nous tiennent pour des êtres moraux? — Un animal qui savait parler disait: "l'humanité est un prejugé dont nous autres animaux, aux moins, nous ne souffrons pas."

Nietzsche

Aos meus amigos

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AGRADECIMENTOS

  • Ao Prof. Dr. Leoncio Camino Rodrigues Larrain, por ter me acolhido no GPCP e ter concordado em trabalhar comigo apesar de não ter feito parte de seu grupo de pesquisa anteriormente. Por toda amizade, confiança, carinho e pelos ensinamentos que levarei para toda vida.
  • À Profª. Drª. Cleonice Camino, pelas importantes intervenções durante a realização deste trabalho, pelo carinho e atenção que sempre me concedeu.
  • Aos professores da graduação que me ensinaram as várias faces que a psicologia possui. Em especial aos que me permitiram conhecer com mais profundidade a face da pesquisa, acreditando e depositando confiança e amizade.
  • Aos demais professores do mestrado: Ana Alayde Werba Saldanha, Anísio José S. Araújo, Francisco José Batista de Albuquerque, Joseli Bastos da Costa, Júlio Rique Neto, Maria da Penha de L. Coutinho, Maria de Fátima M. Catão, Maria de Fátima P. Alberto, Mary Yale R. Neves, Nádia Maria Ribeiro Salomão, Natanael Antonio dos Santos, Sarita Brazão Vieira e Valdiney Veloso Gouveia, por sua dedicação e contribuições durante o mestrado.
  • À Graça, secretária do mestrado, pela prestatividade e carinho.
  • À CAPES, órgão financiador desta pesquisa.
  • Aos colegas do mestrado: Ana Cristina, Ana Paula, Anne Gleide, Aurora Camboim, Carla Couto, Daniele Aparecida, Diógenes Medeiros, Flávio Lúcio, Haydêe Cassé, Josevânia Oliveira, Liliane Tubino, Lúcia Barreto, Miriane Santos, Osório Queiroga, Pollyanne Diniz, Sandra Freire, Sheyla Suzanday, Thais Augusta e Zulmira Carla, a todos vocês pois a amizade nesses dois anos foram essenciais.
  • À uma amiga especial Izayana Pereira Feitosa, por tudo. Pois eu não poderia enumerar

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nestas linhas toda a atenção dada, sob pena de não conseguir.

  • Aos colegas do GPCP – Grupo de Pesquisa sobre Comportamento Político, por toda ajuda e, principalmente pelos momentos de descontração, compreensão e amizade, essenciais para a realização desta etapa.
  • A todos os meus amigos. Em especial a Danielle Huebra pela amizade sincera e especialmente pelas correções de português deste trabalho e ao irmão e amigo Fernando por traduzir este resumo.
  • À Ticiana Lopes Melo que foi fundamental antes mesmo dessa caminhada iniciar. Apoiando de uma forma tão intensa e afetuosa já na seleção. Companheira que me aconselhou em momentos difíceis, e dividiu comigo dores do começo dessa longa caminhada. Eu te amo.
  • A meu pai pela educação dada ao longo da minha vida e que me moldou de forma definitiva minha personalidade. Obrigado por tudo.
  • À minha querida mãe, Maria Amélia Amado Rivera, pelo amor incondicional, pela paciência, pelo carinho, pela confiança, fé, apoio e energia com que me cercou desde que vim parar nesse mundo, nunca descansando na torcida pela superação dos momentos mais difíceis da minha vida.

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ABSTRACT

In modern societies, explicit acts of racial and ethnic discrimination are publicly condemned and prohibited by law. Racial prejudice can be compared to an iceberg whose visible part is the clear manifestations and submerged part corresponds to the prejudices not expressed, which is invisibly present in the subjects’ heads (Carone & Benedict, 2002). The classical psychological theories study prejudice as an universal attitude that exists naturally in individuals or groups and is expressed through derogatory feelings andbehaviors. Recent theories (Billig, 1985; Wetherell, 1996; Camino & Ismael, 2004) place these psychological concepts in actual conflicts of social exclusion/inclusion. Accordingly, prejudice turns into the subjective aspect of real conflicts of power between groups and takes place mainly inside dominant groups and may be defined as an "intergroup form ofrelationship where, in the specific context of asymmetric power relations, derogatory attitudes and hostile and discriminatory behaviors are developed within the dominant groups against members of minority groups for being members of such groups "(Camino & Pereira, 1999). So racism is not a universal phenomenon, but a form of social consciousness that is developed in specific historical situations. Researches show that the respondents from Paraíba seem to have clear awareness of the racial discrimination that ishappening in Brazil, but do not accept to take responsibility for this situation (Camino, Silva, Pereira & Machado, 2001; Camino, Silva & Machado, 2004). It was also observed that people praised black people more than white people, but think that Brazilians would do the opposite. This research involved 206 students from public and private universities,with ages ranging from 17 to 49 years, the majority of females (81%), where 52% identified themselves as white skinned, 44.3% of brown skin and 3 , 5% of black skin. Participants responded to the Value Systems Questionnaire as well as the Rejection to Intimacy scale , Perceived distances between different groups of color scale , Symbolic Racism scale and Belief in a Just World scale. Participants responded that 55.2% of Brazilians, 43.2% of students (the respondents themselves) and 60% of the same racialgroup indicated the system of economic values (profits, wealth and status) as being more important for the white population. As for the questionnaire on the thinking of the black population, 29% of Brazilians, 47% of the students (the respondents themselves) and 56% of black people replied that the social justice (equality, freedom, brotherhood) is the mostimportant. The results show that there is a differentiation between the two populations according to the values that identify themselves, by themselves as by the Brazilians and the participants themselves, indicating a tendency of discrimination through a hierarchy of social values. Keywords : Racism, Values, Prejudice.

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Introdução

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, as discussões em torno do racismo ganharam um lugar de destaque nas pesquisas sociais, sobretudo nas questões políticas. De fato, esta preocupação política e as pesquisas sobre o tema já datam de décadas atrás. Contudo, não tinham a visibilidade e apelo assumidos recentemente (Hofbauer, 2006). O racismo, no século XIX e na primeira metade do século XX, possuia no mundo inteiro um aspecto flagrante e brutal. A partir da década de 1950, com o final da Segunda Guerra Mundial, com a declaração dos direitos humanos e com a luta pelos direitos civis nos EUA, desenvolveu-se progressivamente uma norma social contra comportamentos e crenças racistas tradicionais, que se traduziu em formas menos flagrantes de preconceito (Pettigrew & Meertens, 1995). Assim, embora a mudança de normas produzisse um número menor de casos flagrantes de discriminação, o preconceito não foi completamente erradicado. Em vez disso, tornou-se mais sutil. Pois a medida que a norma mudava em direção a tolerância com o exogrupo, muitos indivíduos assumiam um papel de cautela, comportando-se como se não tivessem preconceitos, mas por dentro, mantendo suas ideias estereotipadas. Esse fenômeno foi denominado de racismo moderno. Nesse caso, o preconceito transparece de maneira sutil, indireta, porque os indivíduos aprenderam a escondê-lo para evitar o rótulo de racistas (Aronson, Wilson, & Akert, 2002). No Brasil vive-se profundamente esta contradição. Afinal, o país parece celebrar o fato de ser considerado uma nação livre de preconceitos. Porém, o outro lado da moeda mostra que as práticas sociais e culturais insistem em reproduzir hierarquias raciais. Não se percebe, mas vem se difundindo cada vez mais a importância de identificar a maneira como as características físicas, organizadas em classificações raciais imaginadas, influenciam os padrões de relações sociais. Afinal, do ponto de vista político e moral, o

Nesta pesquisa, pretende-se aprofundar como estão se dando estas transformações na relação racial, ou seja, como se dá a percepção que o estudante universitário paraibano tem da população negra e branca a partir dos valores sociais, e como estas novas relações se dão na sua compreensão de sociedade, utilizando outra perspectiva que não seja apenas de uma medida exclusiva a partir do posicionamento do sujeito frente ao preconceito, mas de como ele percebe o preconceito nos outros. Isto implica na assimilação de valores da sociedade suprimindo assim a identidade grupal dos membros de grupos minoritários. Neste trabalho apresentaremos uma breve discussão acerca dos valores sociais a partir das teorias existentes. Sagiv e Schwartz (1998) chamam a atenção para o fato de que os vários estudos realizados a respeito têm considerado um único tipo de motivação para esse tipo de contato social: a procura do contato como meio de integrar-se à sociedade. E como observam estes autores (Sagiv & Schwartz, 1995), a influência dos valores para o contato com exogrupos depende, sobretudo, do indivíduo ser um membro de um grupo dominante ou minoritário. Neste sentido, parece clara a necessidade de considerar os valores neste estudo.

  • INTRODUÇÃO...................................................................................................... ÍNDICE
    1. VALORES SOCIAIS.........................................................................................
    • 1.1. Posições Filosóficas e Sociológicas no Estudo dos Valores...............
    • 1.2. O Estudo dos Valores na Psicologia.......................................................
      • 1.2.1. Valores Instrumentais e Terminais.................................................
      • 1.2.2. Estrutura e Conteúdo dos Valores Humanos................................
      • 1.2.3. Valores Materialistas e Pós-Materialistas.......................................
      • 1.2.4. Os Valores humanos na Perspectiva Psicossociológica.............
    1. PRECONCEITO RACIAL.................................................................................
    • 2.1. O Preconceito……….................................................................................
    • 2.2. As Novas Formas de Preconceito…...............................................…….
    1. VALORES E RACISMO.........................................................................………
    • 3.1. Valores e Preconceito: Análise no nível Intra-Pessoal..........................
      • 3.1.1. Teoria da Personalidade Autoritária....................................……....
      • 3.1.2. Teoria do Conflito de Valores...............................................……....
    • 3.2. Valores e Preconceito: Análise no nível inter-individual......................
    • 3.3. Valores e Preconceito: Análise no Nível inter-grupal............................
    • 3.4. Valores e Preconceito: Análise no Nível Societal..................................
    1. ESTUDO EMPÍRICO........................................................................................
    • 4.1. Objetivos.............................................................................……................
      • 4.1.1. Objetivos Específicos...........................................................……....
    • 4.2. Método..........................................................................……......................
      • 4.2.1. Participantes..........................................................................……....
      • 4.2.2. Instrumentos..........................................................................……....
      • 4.2.3. Procedimento..........................................................................……...
      • 4.2.4. Análise dos dados............................................................................
    • 4.3. Resultados..........................................................................……................
      • 4.3.1. Resultados da Escala de Sistema de Valores.....................……....
      • 4.3.2. Parâmetros psicométricos das Escalas de Preconceito Racial...
      • crença no mundo justo, identificação com o 1 º e 3 º mundo.................. 4.3.3. Distância do eu em relação ao negro, inserção universitária,
    1. DISCUSSÃO................................................................…….............................. xi
    1. REFERÊNCIAS........................................................................................…….
  • ANEXOS..........................................................................……..............................
  • Anexo I – Questionário de Sistema de Valores (pop. negra)..........................
  • Anexo II – Questionário de Sistema de Valores (pop. Branca)......................
  • Anexo III – Escala de Rejeição à Intimidade.....................................................
  • Cor........................................................................................................................ Anexo IV – Escala de Distâncias Percebidas entre os Diversos Grupos de
  • Anexo V – Escala de Racismo Simbólico.........................................................
  • Anexo VI – Escalas de Inserção Universitária.................................................
  • Anexo VII – Escala de Crença no Mundo Justo...............................................
  • Anexo VIII – Escala de Atitudes Favoráveis ao 1º E 3º Mundo.......................
  • Capítulo

básica consiste em considerar os valores como sendo normas a priori da razão, porém não correspondem ao sujeito singular mais ao sujeito transcendental, em que o respeito à norma é o único que vale. Nesta corrente filosófica os valores transcendem a história e não são realidades nem física nem psicológica. Um dos representantes desta corrente filosófica é Rickert (1945). Este entende que a pessoa humana é relativa e os valores são eternos. Ele elabora uma estrutura teórica que distingue três tipos de valores: 1) bens do futuro – que define um todo que não se consegue jamais; 2) bens do presente – que se restringe a um espaço finito, representado pela beleza e felicidade; e 3) bens eternos – são os valores religiosos. Ademais, na escola Neokantiana são destacadas as ideias de Hugo Munsterberg, que divide os valores em duas áreas, uma compreendendo os valores vitais e a outra agrupando os valores culturais , em que ambos respondem a exigência de “identidade” que se alcança quando confluem quatro vertentes valorativas: os valores lógicos , estéticos , éticos e metafísicos. Para este autor o valor é atemporal, eternamente valioso e normativo, desta forma o sistema de valores reside na consciência moral e normativa. Por último, destaca-se a contribuição da escola Fenomenológica. Tal escola contrapõe-se ao empirismo das escolas Subjetivista e Neokantiana , no sentido de que o valor não se define como uma reação subjetivista em relação a estímulos externos; nem como uma forma apriorística. Por outro lado, igual à escola Neokantiana , designa um caráter ideal ao valor que se capta por meio de uma intuição emocional de ordem superior: “a estimativa”. Podem-se apontar duas contribuições principais desta escola, a de Marx Scheler (1980) e a de Ortega y Gasset (1987). Scheler contribui ao enumerar regras do preferir ou critérios da hierarquia dos valores. O primeiro critério de sua axiologia é a “duração”; uma coisa é mais estimada quanto mais duradoura é. Outro critério é a “satisfação” que produz os valores. O caráter

“absoluto ou relativo” do valor é outro ponto. A “indivisibilidade” e que sejam ou não “fundamentais” completam os cinco critérios gerais. No cerne destes critérios distingue uma tipologia dos valores, apontando que existem: 1) valores de pessoas e coisas, e 2) valores de disposição de ânimo, ação e êxito. Por outro lado, Ortega y Gasset elaborou uma teoria em que por meio dos valores tenta valorizar a vida. Este filósofo espanhol aponta que os valores são qualidades ideais independentes do sujeito. Além de ressaltar seu caráter hierárquico, adota uma concepção polar dos valores, ao afirmar que associado a cada valor positivo está seu correspondente negativo. Ademais, ele propôs uma axiologia que agrupa os valores em: 1) úteis ; 2) vitais ;

  1. religiosos ; e 4) espirituais (compostos por valores intelectuais , morais e estéticos ). Observa-se que estas diversas concepções procedentes da Filosofia acerca dos valores servem para compreender algumas das formulações teóricas desenvolvidas desde a Psicologia. Com este intuito, também são apresentadas aqui algumas contribuições importantes de sociólogos aos estudos dos valores. Na Sociologia, segundo Ros (2001), muitos foram os que se dedicaram ao estudo dos valores mas só apresentaremos duas contribuições que têm tido considerável impacto nas elaborações teóricas na Psicologia, descritas a seguir. De acordo com Ros (2006), o estudo dos valores dentro do conceito da psicologia social tem as suas raízes em 1918, na obra de William Thomas e Florian Znaniecki intitulada “The Polish Peasant”. A relevância desta obra se deve ao fato destes autores terem contribuído para o esclarecimento do conceito de atitude, bem como para os estudos acerca da relação entre atitudes e valores. Para eles o conceito de atitudes engloba as dimensões comportamental e emocional , como já haviam sido definidas anteriormente por outros autores; por outro lado, estes acrescentam o aspecto cognitivo à definição, no sentido de que as pessoas, através de um processo cognitivo, captam a situação e decidem como