
























Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Uma revisão da literatura sobre o processo de aplicação da toxina botulínica do tipo a, seus efeitos e complicações. Além disso, discute as contraindicações, intercorrências e precauções importantes para a aplicação segura e eficaz da toxina. O texto é baseado em fontes científicas publicadas em revistas acadêmicas.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
1 / 32
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Eliane Xavier da Rosa Bugni^1 Alex Giacomini^2
1 Graduada em biomedicina 2 Graduado em Biomedicina e Especialista em biomedicina esté- tica
Resumo: A Toxina Botulínica do tipo A se tornou uma grande alia- da em procedimentos estéticos por se tratar de um procedimento não cirúrgico, estético-terapêuti- co muito eficiente. Conhecida e muito procurada pelo resultado que proporciona na harmoniza- ção facial, ao suavizar linhas de expressão causadas por contra- ções repetidas realizadas ao longo dos anos, fez com que aumentas- se a procura pela técnica, e com isso, surgissem algumas compli- cações e intercorrências leves,
porém passageiras. Dessa forma o objetivo desse artigo é compre- ender o processo de aplicação da toxina botulínica do tipo A, seus efeitos e as complicações (inter- corrências) que possam surgir ao não executar a técnica da forma recomendada, além de revisar a literatura e o protocolo da aplica- ção da toxina botulínica do tipo A. O método de pesquisa biblio- gráfica, revisão de literatura em artigos a partir do ano 2000, em inglês e português, nas platafor- mas de busca da Scielo, Pubmed,
Google acadêmico, atlas, disser- tações e teses. Respeitar o tem- po de reaplicação é fundamental não somente às intercorrências, mas também a individualidade do paciente, traçando um cami- nho seguro e eficaz para evitar efeitos indesejados, garantindo assim, um procedimento bem-su- cedido e atraente tanto aos olhos do profissional quanto aos olhos dos clientes.
Palavras chave: Toxina Botu- línica do tipo A harmonização facial, intercorrências, profissio- nais, aperfeiçoamento da técnica.
Abstract: Botulinum Toxin type A has become a great ally in aesthetic procedures because it is a very efficient non-surgical, aesthetic-therapeutic procedure. Known and much sought after for the result it provides in facial harmonization, by smoothing ex-
pression lines caused by repeated contractions carried out over the years, it has increased the demand for the technique, and with that, some complications and light, but transient complications aro- se. Thus, the objective of this ar- ticle is to understand the process of application of botulinum toxin type A, its effects and complica- tions (intercurrences) that may arise when not performing the technique as recommended, in addition to reviewing the litera- ture and the protocol for applying the Botulinum toxin type A. The bibliographic research method, literature review of articles from the year 2000, in English and Portuguese, in search platforms of Scielo, Pubmed, Academic Google, atlas, dissertations and theses. Respecting the reappli- cation time is essential not only for complications, but also the patient’s individuality, outlining
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs O uso da TBA é um método efetivo e seguro no tra- tamento de rugas devido a hiper- cinesia da musculatura facial. As complicações que se tem conhe- cimento são: assimetrias, edemas, cefaleias de baixa intensidade, náuseas após a aplicação, ptose palpebral leve, náuseas após a aplicação, ptose das sobrance- lhas, dor no local da aplicação, acentuação das bolsas gordu- rosas em pálpebras inferiores e leve queda da pálpebra inferior e, as mais graves são: diplopia, paralisia do músculo reto lateral do olho, ptose palpebral grave, lagoftalmo, incompetência do músculo orbicular da boca, disfa- gia, alteração do timbre da voz, síndrome do olho seco, oftalmo- plegia e cefaleia intensa, muitas vezes relacionadas à técnica ina- dequada de aplicação (SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). Na sua maioria, as com-
plicações ocorrem por erro na dosagem e podem ser evitadas pela aplicação correta e pelo co- nhecimento minucioso da anato- mia muscular da face. Os locais da injeção e doses devem ser cui- dadosamente monitorados e as indicações precisam ser analisa- das cautelosamente. (SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). Dessa forma, o objeti- vo desse artigo é compreender o processo de aplicação da toxina botulínica do tipo A seus efeitos e complicações (intercorrências), que possam surgir ao executar a técnica, bem como revisar a lite- ratura e o protocolo da aplicação. Com isso, conscientizar os profis- sionais da importância da forma- ção e aplicação correta da toxina botulínica do tipo A e respeitar o período para nova aplicação.
METODOLOGIA
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs O artigo utiliza da me- todologia de pesquisa biblio- gráfica, revisão de literatura em artigos a partir do ano 2000, em inglês e português, nas platafor- mas de busca da Scielo, Pubmed, Google acadêmico, atlas, disser- tações e teses, livros específicos sobre a toxina botulínica do tipo A. A busca pelos artigos iniciou- -se a partir de novembro de 2020 e foram selecionados 19 artigos e 4 bibliografias entre livros, atlas e guias ilustrativos. Os filtros a serem utilizados para a pesquisa data foram a partir de trabalhos publicados nos últimos 20 anos, os artigos utilizados, fechado e público), em português selecio- nados a partir dos descritores adiante: aspectos da toxina botu- línica do tipo A, intercorrências, complicações, áreas de risco da aplicação da toxina botulínica. Foram identificados 31 artigos sendo utilizados 24 artigos. O
critério para a seleção dos arti- gos está relacionado ao conceito da Toxina Botulínica do Tipo A, mecanismo de ação, a impor- tância da prática profissional e o conhecimento sobre as inter- corrências. As pesquisas artigos científicos, teses de mestrado e periódicos foram iniciadas em outubro de 2020.
REVISÃO DE LITERATURA Contextualização Histórica da Toxina Botulínica
A toxina botulínica vem sendo mencionada e estudada na literatura científica desde o sécu- lo 19. Atualmente presente nas marcas Botox®, Dysport® e Pro- signe®, Xeomin®, Botulim®, Botulift®, Nabota®, TXB-A aprovadas pela ANVISA no Bra- sil para tratamentos estéticos.
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs tas pessoas à morte (COOPER, 2007 apud FUGITA, 2019). Van Emengen foi o primeiro estudio- so a ligar o botulismo à carne de porco crua e salgada e no tecido pós-morten das vítimas que con- sumiram essa carne. Emengen isolou a bactéria denominando-a Bacillus botulinus, a qual recebe o nome hoje de Clostridium Bo- tulinum (COOPER, 2007 apud FUGITA, 2019). Os estudos relacionados sobre sua utilização não pararam desde então. Foi utilizado para terapia no ano de 1960 por Alan B. Scott, oftalmologista do Insti- tuto Smith-Kettlewell Eye Reser- ch, em São Francisco, Califórnia, que buscava por uma substância que fosse injetada nos músculos, os quais provocam o estrabismo infantil e solucionasse assim o problema. Futuramente seus es- tudos serviram para o tratamen- to de doenças como as distonias
segmentares, tremores e outros movimentos anormais (DRESS- LER, 2012, apud FUGITA, 2019). Com a utilização da toxina botulínica em seres hu- manos, vários estudos foram conduzidos para a obtenção da toxina do tipo A totalmente pu- rificada, eliminando-se o ácido ribonucleico e outros materiais contaminantes, para evitar pos- síveis reações indesejadas em se- res humanos. O desenvolvimento da cepa, condições de cultura e purificação foram modificados o necessário para a obtenção da qualidade da toxina para o uso médico. (GIMENEZ, 2006, apud FUGITA, 2019). Diante de tantos resulta- dos positivos e estudos indicando para diversas áreas e aplicações em seres humanos, ao surgir mais estudos em relação a utilização da toxina botulínica do tipo A pura, elimina-se o ácido ribonucleico e
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs substâncias contaminantes o que se evita reações adversas em se- res humanos. (SILVA 2012, apud FUGITA, 2019). O uso da toxina para fins estéticos teve início na década de 90, quando Carruthers e Carru- thers verificaram a diminuição das rugas da glabela de pacien- tes tratados para blefaroespasmo (GIMENEZ,2010). A aplicação Toxina Bo- tulínica do tipo A se transformou em um dos procedimentos não cirúrgicos mais populares nos Estados Unidos e no Brasil sendo liberada em 1992 pelo Ministé- rio da Saúde, o que tornou pos- sível o surgimento de variedades de técnicas não invasivas para o envelhecimento como a era dos injetáveis – injeções intradérmi- cas ou subcutâneas para promo- ver o rejuvenescimento facial ou liquid-lift como os americanos as denominam (NETO, 2010, apud
Nos últimos anos os tra- tamentos estéticos que reduzem ou suavizam essas linhas de ex- pressão ganham popularidade por serem relativamente não in- vasivos e acessíveis comparados ao risco de uma intervenção ci- rúrgica para diminuir o envelhe- cimento (NETO, 2016). Atualmente a aplicação da toxina botulínica é empregada para tratamento estético facial: rugas periorbitais “pés de gali- nha”, assimetrias faciais ou mo- delação da sobrancelha, rugas de expressão na testa. (SILVA, 2009, apud NASCIMENTO, 2016). Por essa razão os pro- fissionais da área da saúde que pretendem trabalhar com a técni- ca, necessitam se capacitar atra- vés de especializações e não so- mente, mas adquirir experiência. (SOUZA e MENEZES, 2019).
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs na útil, clínica e terapeuticamen- te, em uma série de condições onde existe excesso de contração muscular (FUGITA, 2019). As TBAs mais utilizadas na prática clínica são o Botox® e o Dysport®. Segundo os fabri- cantes, ambos devem ser arma- zenados entre 2 e 8 °C, diluídos em 2,5 mL de solução fisiológica a 0,9%, na qual teremos 5U de Botox® e 20U de Dysport® por 0,1 mL da solução (ALLERGAN, 2014 & DYSPORT®, 2008). O Botox® pode ser congelado a -5°C e após a diluição deve ser utilizado no período de 24h (AL- LERGAN, 2014). Já o Dysport® não pode ser congelado e deve ser utilizado dentro de 8h (DYS- PORT, 2008). O armazenamento por períodos superiores a 24h no Botox® e 8h no Dysport® po- dem diminuir a eficácia e aumen- tar o risco de contaminação (AL- LERGAN, 2014 & DYSPORT®,
2008, apud SILVA,2009). Para a aplicação desta toxina a pele do paciente deve ser esterilizada e preparada antes da realização da técnica e o mesmo deve ser aco- modado fazendo com que sua cabeça fique abaixo do nível do aplicador (SILVA, 2009). Há diminuição das ru- gas faciais unilaterais em pa- cientes que foram tratados de espasmo hemifacial com toxina botulínica tipo A. O uso da toxi- na botulínica tipo A como méto- do efetivo e seguro no tratamento das rugas devido à hipercinesia da musculatura facial é de lon- ga data consagrado desde então (SANTOS, MATTOS e FUL- CO,2015).
Contraindicações
As contraindicações são relativas de acordo com as orientações, porém devem ser
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs informadas aos pacientes. Acre- dita-se que 10% dos pacientes desenvolvem anticorpos contra a substância. Esse fato explica as altas doses em um intervalo cur- to de tempo, o que se recomenda são doses menores a cada sessão e essas doses devem ser aumen- tadas gradativamente de acordo com a necessidade do paciente (CASACA, 2006, apud FUGITA, 2019). É importante advertir às precauções com gravidez e lac- tação, locais de aplicação com infecções bacterianas, fúngicas ou viral. Não se deve aplicar em pacientes com distúrbios como miastenia grave, a esclerose la- teral amiotrófica e a síndrome de Lambert-Eaton e em pacientes com sensibilidade reconhecida para qualquer dos componentes da formulação da TB ou à albu- mina humana. (KEDE 2009; SA- BATOVICH 2009 e SANTOS
2013, apud FUGITA). Contraindicações e complicações temporárias po- dem existir, como pequeno san- gramento e edema no local da aplicação, perda de expressão, assimetria, ptose palpebral e ce- faleia transitória. Os riscos são reduzidos se forem respeitadas as recomendações preconizadas, técnica correta, conhecimento da anatomia funcional (GUERRIS- SI; SARKISSIAN, 1997, apud ABRAFIDEFI, 2017). A aplicação da TBA apresenta riscos, mas os efeitos adversos são geralmente leves e passageiros, tendo a duração de alguns dias após a aplicação e podem ser evitados quando obe- decidos os protocolos técnicos, respeitando as normas e as indi- cações, realizados por um profis- sional experiente. Os efeitos ad- versos podem ocorrer no local da aplicação ou até mesmo em lo-
e linhas de expressão, as doses precisam sofrer alterações, ou seja, serem maiores para que possam continuar a apresentar resultados satisfatórios, porém há o surgimento de afecções adver- sas como atrofia muscular entre outras e os intervalos das aplica- ções devem ser levados em con- sideração. (GIMENEZ, 2010). O objetivo do proce- dimento da aplicação da toxina botulínica do tipo A é minimizar as linhas e não erradicar todos os movimentos. Os autores relatam que com a injeção da toxina botulínica podem aparecer he- matomas, contudo, essa conse- quência é temporária (LESSA e FONTENELLE ,2011). As intercorrências (complicações) em relação a apli- cação da toxina botulínica do tipo A pode resultar em afecções adversas decorrentes a aplicação da injeção ou ao produto, mesmo
sendo consideradas leves e tran- sitórias, causam preocupação e desconforto ao paciente (SPOSI- TO,2004 apud FUGITA 2019). As intercorrências mais frequentes são: edema, eritema e dor; cefaleia e náuseas, equimose e hematoma, assimetrias, ptose palpebral, na qual é considerada a mais temida das intercorrên- cias, a caracterizar a pálpebra caída, obscurecendo o arco supe- rior da íris (SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). O eritema é a verme- lhidão da pele, devido à vasodi- latação dos capilares cutâneos e o edema é o acumulo de líquido no tecido. Esses estão associados ao trauma da própria injeção e ao volume de líquido do injeta- do. Quando as diluições de TB são maiores, o edema tende a ser proporcionalmente maior. Essas complicações regridem de forma espontânea na primeira hora, não
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs
havendo necessidade de qualquer tratamento. Em pacientes com flacidez associada, um edema vespertino pode ocorrer, cedendo com o decorrer do dia (SPOSITO, 2004, apud SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). Equimoses decorrem de lesão a vasos sanguíneos por ocasião da injeção que por sua
vez provoca hematomas (Figura 2). Algumas áreas da face são ri- camente vascularizadas, favore- cendo esse tipo de complicação. São mais comuns em pacientes com distúrbio de coagulação ou que ingeriram anti-inflamatórios derivados de ácido acetilsalicíli- co ou vitamina E.
Figura 2– Demonstração do Hematoma periorbital. Hematoma grande na área periorbital em paciente usando ácido acetilsalicílico. Fonte: MAIO, 2011, apud SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015.
Cefaleia e náuseas po- dem ser relatadas após a aplica- ção, mas tendem ser muito leves. Além do trauma da injeção, está relacionado ao estado de ansie- dade antes e/ou durante o proce- dimento. Tem regressão espon- tânea, mas podem ser tratadas
caso tragam muito desconforto. Em casos raros são intensas e duram dias (MAIO, 2011, apud SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). A ptose palpebral é a complicação mais temida e mais importante. Caracteriza-se por
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs
ptose, disfagia, fraqueza da boca e pneumonia aspirativa), distonia cervical (disfagia, dor cervical e fraqueza no pescoço) e disto- nia da mão (fraqueza em dedos), (SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). A dificuldade de oclu- são das pálpebras (lagoftalmo), em tratamentos de rugas perior- bitárias, é causada quando se aplica doses muito altas sobre o músculo orbicular do olho, levan- do a uma difusão da TB. Outras alterações oculares também são relatadas como a diplopia, que se deve à paralisia dos músculos retos laterais caracterizando-se por visão dupla, síndrome do olho seco como consequente la- goftalmo e ação direta da TB na glândula lacrimal. Essas compli- cações podem ser evitadas com a aplicação da TB concentrada nos pontos marcados, respeitando a distância de segurança de 1cm da
borda orbital durante a aplicação (SANTOS, 2013). A ptose superciliar e a diminuição significativa da ex- pressividade do terço superior da face decorrem da aplicação da TB na região frontal e superci- liar. A movimentação e altura dos supercílios dependem de múscu- los depressores e levantadores localizados, respectivamente, na glabela e na região frontal. Em pacientes idosos, deve-se ter cau- tela no tratamento de rugas fron- tais pelo fato de que apresentam queda fisiológica da pálpebra superior e supercílio (MAIO, 2011, apud SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). A ptose lateral do su- percílio também deve ser men- cionada como efeito indesejável, sendo mais visível, quando o pa- ciente aciona a musculatura fron- tal para tentar levantá-lo. Para que esse efeito não aconteça, é
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs
importante aplicar a TB somente na região frontal de pacientes que tenham supercílio alto, também se sugere respeitar a área limite de 1cm acima do supercílio ou da ruga frontal mais inferior para as injeções (SPOSITO, 2004, apud SANTOS, MATTOS E FULCO, 2015). Realizaram uma revi- são sistemática com meta-aná- lise sobre os efeitos adversos associados à aplicação de toxina botulínica na face em que foram incluídos oito estudos randomi- zados e 13 relatos de casos. O efeito adverso mais frequente foi ptose palpebral (3,39%) ZAGUI
et al. (2008), apud (SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). A elevação excessiva da cauda do supercílio ocorre principalmente em pessoas com musculatura frontal potente e supercílios naturalmente altos (Figura 4). Trata-se de um efeito indesejável e esteticamente desa- gradável principalmente em ho- mens, pois atribui uma expressão afeminada. Ocorre por uma ação compensatória da porção lateral do músculo frontal quando toda a região central da testa e glabela estiver paralisada. A utilização da técnica adequadamente evita tal reação (SANTOS, 2013).
Figura 4 – Elevação da cauda do supercílio. Elevação excessiva da cauda do supercílio após aplicação da TB. Fonte: MAIO, 2011, apud, SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015.
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs
maior concentração das rugas, nas faces laterais da região na- sal. Não se deve superdosar a TB pelo risco de paresia do múscu- lo levantador do lábio superior que se insere nesse nível (maio, 2011, apud SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). A ptose do lábio supe- rior é decorrência da aplicação da TB na região infraorbitária ou malar para correção das ru- gas da pálpebra inferior, das ru- gas zigomáticas, da hipertrofia do músculo orbicular e também na região nasal para correção do “sinal da toxina botulínica”. Essa complicação é consequência de paresia ou paralisia do músculo levantador do lábio superior e/ou zigomático maior, principalmen- te quando se injeta grandes doses de TB nas áreas citadas (MAIO, 2011 apud SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). A superdosagem no
mento e nos depressores do ân- gulo da boca também pode oca- sionar dificuldade na movimen- tação do lábio inferior, além das alterações labiais inestéticas durante o sorriso. Essa compli- cação também pode causar pre- juízo das funções da boca como mordedura involuntária da lín- gua e a fala, além de parestesia dos lábios, perda do desenho do filtro, dificuldade de movimenta- ção da saliva na boca e perda de saliva durante a oratória (MAIO, 2011, apud SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015). Na sua maioria, as com- plicações ocorrem por erro na dosagem e podem ser evitadas pela aplicação correta e pelo co- nhecimento minucioso da anato- mia muscular da face, injeção e doses devem ser cuidadosamen- te monitorados e as indicações precisam ser analisadas cautelo- samente (SANTOS, MATTOS e
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs
Algumas orientações são úteis para prevenir a ocorrên- cia das complicações: — Exame físico com- pleto, observando toda a dispo- sição das estruturas da face em repouso e durante o movimento; — Fotografias prévias; — Marcação da região a ser tratada para evitar aplicações assimétricas; — Técnica precisa de diluição e conservação correta; — Injeção de volumes pequenos e concentrados; — Aplicação com mar- gem de 1cm da borda orbitária no tratamento das rugas próximas a essa região; — Respeito às doses recomendadas para cada área e músculo; — Técnica minuciosa de aplicação; — Orientação ao pa-
ciente para que permaneça em posição ortostática e não mani- pule a área tratada até 4h após a aplicação; — Explicação detalha- da e clara do procedimento e seus efeitos esperados (MAIO, 2011, apud SANTOS, MATTOS e FULCO, 2015).
O profissional, ao re- alizar a consulta deve explicar ao paciente sobre os passos que antecedem o procedimento. É importante fazer registro foto- gráfico do antes e depois para a posterior comparação dos resul- tados, assim como fazer uso cor- reto da técnica. Orientar ao pa- ciente quanto a manipulação nos locais onde a toxina botulínica foi aplicada, evitar abaixar a ca- beça por no mínimo 4 horas após a aplicação e o mais importante de tudo, qualquer incomodo fora do esperado, orientá-lo a procu-
Vol. 01 - n 06 - ano 2021 Editora Acadêmica Periodicojs