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exercicios de concordancia
Tipologia: Exercícios
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Arraias
Originou-se em 1739 com a descoberta de um garimpo. Em 1740, com o apoio do Governador D. Luís de Mascarenhas, foi definido traçado das ruas, o que contribuiu para o assentamento da população sob a nomenclatura de Nossa Senhora dos Remédios de Arraias. O povoado situa-se a 3 Km da “Chapada dos Negros”, antigo arraial riquíssimo em ouro, surgido em 1733, de acordo com as indicações do historiador Pe. Luís Palacim. No dia 16 de agosto de 1807, o povoado de Arrais foi elevado a Julgado e, mais tarde, através da Resolução de 1° de abril de 1833, passou à categoria de vila, instalada em 19 de setembro do mesmo ano. O declínio da mineração contribuiu para a evasão urbana e o crescimento da zona rural, onde os habitantes desenvolviam atividades de pecuária e de agricultura de subsistência, perdurando esta situação até meados do século XIX, quando Arraias perde a condição de vila, e em 1850 sendo anexada a Cavalcante e mais tarde a Monte Alegre. A partir de 1866 foi instalada a Coletoria Estadual e em 1980 deu-se a implantação de Agencia Postal dos Correios e telégrafos e do 1° cartório de Registro Cível. Em 1935 foi instalada a coletoria Federal. A formação étnica de Arraias é proveniente de descendentes de negros escravos e pessoas livres originárias, ao que tudo indica, de São Paulo e da Bahia. No entanto as características culturais apresentam maior influência baiana do que paulista. As construções mais antigas são datadas do século XIX. Algumas conservam paredões em tijolos de adobe, destacando-se a Igreja Matriz, que sofreu descaracterização dos seus traços originais em razão das reformas no século XX.
Dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, foi reconstruída com aproveitamento dos velhos paredões, localizada na praça Dr. João D’Abreu. Praça “Cel. Joaquim de Sena e Silva” Bem iluminada e com vários bancos, é local de desconcentração para os arraianos, Um bonito coreto e o busto do Coronel, cujo nome cede a denominação atual, completam a paisagem da antiga praça do rosário.
Dianópolis
Antigo Arraial de São José do Duro é uma das cidades tocantinenses mais contempladas em obras de escritores, poetas e historiadores, especialmente por ter sido palco de movimentos armados. Em 1750, criadores de gados da região nordestinaatravés do vale de São Francisco, chegaram às terras tocantinenses, antigo norte goiano. Das Minas Gerais também partiram aventureiros em busca de riquezas minerais e índios, adentrando ao vale do Tocantins chegando à região de Dianópolis, dando assim inicio ao povoamento urbano. A cidade tem suas origens ligadas ao aldeamento indígena e à mineração em meados de 1750/51. O aldeamento localizava-se junto ao ribeirão Formiga com nome de São Francisco de Xavier do Duro, também conhecido como missões. Conforme versão popular, as índias Tapuia em suas andanças pelos arredores, encontraram pedras amarelas que foram levadas aos Jesuítas. Estes constataram que as tais pedras eram pepitas de ouro. Em decorrência deste ato os índios ficaram responsáveis pela extradição aurífera, tornando o local conhecido como “As Minas das Tapuias”, daí derivando os nomes D’oiro, D’ouro e Duro. A lei Provincial n° 03, de 14/10/1854, criou o distrito de São José do Duro, sob a jurisdição de Conceição do Norte e, em 26/08/1884, a Lei Provincial n° 723 elevou o distrito a Vila com o mesmo topônimo, provavelmente instalada em 1890. Em 1938 recebeu o nome de Dianópolis em homenagem às irmãs Custodianas ou Dianas, pertencentes á umas das famílias tradicionais da cidade. O episódio que marcou a história da Vila do Duro foi protagonizado por índios que reagiram às imposições dos colonizadores. Ocorreram também disputas políticas entre os habitantes locais e invasores, fazendo da vila cenários de lutas sangrentas. O movimento, no entanto, que mais abalou o Duro foi o confronto, que resultou em uma luta sangrenta, tendo por um lado membros da família Wolney e, por outro, representantes do governo do Estado. Este episódio se estende de 1918 a 1923, tendo como momento mais grave o dia 16 de janeiro de 1919, data da chacina dos nove membros da família Wolney que se encontrava nos presos ao tronco. As relações historicamente mantidas com a Bahia proporcionaram acentuada influencia cultural. Em Dianópolis pouco se conservou da arquitetura. O centro histórico da cidade, situado em torno da Praça
emancipado no dia 23/10/1963, e a sua instalação aconteceu em 10/01/1964, com a nomeação do prefeito Durval da Silva R. Barros, que permaneceu até a nomeação de Ademar Pereira da Silva, em
Natividade
Museu Histórico de Natividade Situada no Sudeste do Tocantins, ao pé da Serra da Natividade, numa distância de 305 km da capital do Estado, nascida com a exploração do ouro e fundada por Antônio Ferraz de Araújo, sua origem remonta ao século XVIII, ligada ao Arraial de São Luiz, no alto da serra. Hoje restam apenas ruínas daquele fluente e rico garimpo de ouro. O nascente arraial denominado São Luis recebeu seu nome em homenagem a Dom Luis de Mascarenhas, então governador da Capitania de São Luis e fundador da Vila Boa (atual cidade de Goiás – GO). O nome São Luis conservou-se, provavelmente até 1733, quando, em homenagem a Nossa Senhora da Natividade, o local passa então a ser chamado de Natividade. Em 1734, o português Manoel Rodrigues de Araújo transferiu o Arraial para o Sopé da Serra, local de melhor acesso, onde hoje situa a cidade. Em 1831, Natividade foi elevada à categoria de Vila. Em 1834 contava com 300 casa e ruas guarnecidas de calçadas de laje e em 1° de julho de 1901, a vila ganhou o termo de Município de natividade, se desmembrado da Comarca de Porto Nacional, e em 23 de dezembro de 1905, pela influente atuação do Senador Fulgêncio Nunes da Silva, aconteceu à instalação da Comarca de Natividade. Atualmente, Natividade tem o seu espaço urbano dividido em três zonas de usos específicos: Zona de Proteção Histórica, Zona de Proteção Ambiental, e Zona de Expansão. O conjunto arquitetônico é constituído pelas ruas estreitas de casarões e igrejas.
Porto Nacional
Cadetral Nossa Senhora das Mercês Segundo os historiadores, a origem de Porto Nacional deve-se á navegação pelo rio Tocantins, fazendo a ligação entre os dois centros de mineração: Pontal e Monte do Carmo. Depois destacamento militar encarregado da vigilância da navegação. Seu primeiro morador foi o português Felix Camôa, barqueiro que, no final do século XVIII, dedicara-se à travessia no rio Tocantins de mineiros procedentes das minas de ouro de Bom Jesus do Pontal (populosa vila situada a 12 km à margem esquerda do rio Tocantins, local onde hoje só resta a história e os buracos dos garimpos) para as minas do Arraial do Carmo, distante 42 km à margem direita do Tocantins e vice-versa. Por volta de 1805, os índios Xerente revoltados com a exploração de toda ordem a que eram submetidos, atacaram e dizimaram o “Garimpo de bom Jesus do Pontal”. Os sobreviventes do massacre vieram refugiar-se e fixar residência em Porto Real. Os nomes atribuídos à cidade estão relacionados com a situação política vigente no país: Porto Real, quando era Brasil-reino; Porto
Imperial, na época do Império e finalmente Porto Nacional, após a proclamação da república. A vinda da Família Real Portuguesa, em 1808, para o Brasil, também contribuiu para o engrandecimento da futura Porto Nacional. D, João VI, em 9 de março de 1809, editou o Alvará de criação de uma Comarca no Norte da província de Goiás, denominada São João da Barra, (hoje cidade de Marabá – PA), e nomeando para dirigir essa Comarca o Desembargador Joaquim Teotônio Segurado, tendo como a incumbência desenvolver à navegação nos rios Araguaia e Tocantins e incentivar a lavoura e a pecuária da região. Afeiçoando-se com Arraial de Porto Real, Teotônio Segurado instala ali a “cabeça de Julgado” e passa a residir alternadamente em porto Real, Palma (hoje Paranã) e Natividade. Assim com o intuito de fazer crescer Porto Real, o Desembargador convidou as principais famílias de Monte do Carmo a virem residir no novo Arraial, Tal foi o desenvolvimento de Porto, que em 1831, foi promovido à categoria de “vila”, com a denominação de Porto Imperial. A vila despontou como importante entreposto comercial para os comerciantes que de “bote” faziam a viagem de Palmas até Belém do Pará e vice-versa. A vila de Porto Imperial adquire o título de cidade em 1861, com o nome de Porto Nacional. Em 1886 chegam os Padres Dominicanos, importantes missionários que contribuíram para que Porto conquistasse o cognome de “Berço Intelectual do Norte Goiano”. Desde 1889, Porto já contava com assistência médica oferecida pelo seu filho Dr. Francisco Ayres da Silva que, além de médico, foi político e jornalista. Fundou o jornal “Norte de Goiaz”, que durante meio século, defendeu as causas do desenvolvimento regional. Esse filho também trouxe, em 1929, os primeiros veículos, um Ford e um caminhão Chevrolet, adquiridos no Rio de janeiro e conduzidos até Porto, via estado de Minas Gerais e Bahia, abrindo caminho pelos sertões. Em 1904 chegam a Porto Nacional as Freiras Dominicanas, cujo trabalho permanece até nosso dias, representado Pelo Colégio Sagrado Coração de Jesus. Porto Nacional se orgulha de ter na parte velha da cidade imponentes ruas, como a do Cabaçaco e a da cadeia, que contam ainda com lindos casarões coloniais. Festa Populares
O capuchino italiano, Frei Antonio, estabeleceu-se à margem direita do Rio Tocantins a uns cinco quilômetros, aproximadamente, da barra do Ribeirão Piabanha. O primeiro nome da atual Tocantínia foi Tereza Cristina (nome do aldeamento), em homenagem a então Imperatriz do Brasil. Depois em virtude da proximidade com o Ribeirão Piabanha, passou a se chamar Piabanha, e em 20 de abril de 1936 adotou o nome atual, sendo elevado a categoria de município no dia 3 de outubro de 1953. Patrimônio Material
Tocantinópolis
Praça Tocantinópolis Cidade que ficou popularmente conhecida como “Boa Vista do Padre João”, devido à grande influência histórica deste vigário, a antiga boa Vista do Tocantins, se tornou cenário de alguns acontecimentos marcantes. O primeiro Núcleo de habitantes teve inicio em 1818, quando bandeirantes, partindo de Pastos Bons, no Maranhão, vieram à procura de índios para catequizar. A região era muito fértil e possuía grande quantidade de madeiras adequadas para a construção e produção de imóveis. Satisfeito com o que encontraram, alguns membros da bandeira – Antonio Faustino e Venâncio – resolveram fixar local, e em função da altitude permitir uma excelente visão das águas do Tocantins e de seu entorno, chamaram o lugar de Boa Vista. Espalhada a noticia da fertilidade do local, grande número de habitantes de Carolina – MA, se deslocaram para o novo povoado. Em 1852 foi criado o Distrito de Boa Vista do Tocantins, em 28 de julho de 1858 foi elevada à categoria de cidade, e Pedro José Cipriano foi reconhecido como seu fundador. Em 1943 a Cidade passou a ser chamada de Tocantinópolis. Tocantinópolis hoje é uma cidade bastante urbanizada, porém, sem deixar sua característica fluvial, preservando um cais, no porto do rio Tocantins. Patrimônio Material Catedral de Nossa Senhora da Consolação É a matriz da Padroeira de Tocantinópolis, Nossa Senhora da Conceição. A tradição oral não fixa a data de sua construção. Trata-se, porém de uma arquitetura imponente, que traduz a força da religiosidade boavistente/tocantinopolina. Seminário João XXIII A importância arquitetônica do prédio reside no fato de simbolizar a grande influencia religiosa da cidade, que abrigou a sede da prelazia
por vários anos, ao elevar-se diocese fundou também este seminário, que tem ordenado várias turmas de padre, inclusive o Padre Josimo que se tornou conhecido nacionalmente pela sua atuação ao lado das lutas em favor dos oprimidos da região. Trata-se de um prédio de construção recente (1955-1960)
Comunidades Quilombolas
Comunidade Quilombola de Cocalinho “Existe uma história do povo negro sem o Brasil; mas nãoexiste uma historia do Brasil sem o povo negro”. (Januário Garcia) Ao falarmos em quilombo, surge no imaginário, a idéia de um local isolado e habitado apenas por negros, estes fugidos do sistema escravista, das grandes fazendas produtoras de café ou núcleos urbanos e mineratórios. Não se sabe exatamente a época de formação dos primeiros quilombos no Brasil, o que provavelmente não coincidi com a data de chegada dos primeiros negros trazidos da África. Os antigos quilombos eram formados em sua maioria por negros fugidos do sistema escravista, no entanto, poderia encontrar nestes quilombos: brancos, índios, ladrões, padres, vendedores, donos de tabernas, escravos que viviam em senzalas entre outras pessoas que mantinham relações comerciais com os quilombolas. Desmistificando a idéia de isolamento total dos quilombos, pois os mesmos necessitavam deste contato com a sociedade circundante, para obter gêneros alimentícios que não eram produzidos nas terras que habitavam. Muito tempo se passou desde a formação dos primeiros quilombos no Brasil. Atualmente, segundo dados da Fundação Cultural Palmares, existem cerca de 1.700 comunidades quilombolas certificadas no país, sendo que no Estado do Tocantins pode se encontrar 29 comunidades que estão localizadas desde região norte ao sul do Estado. O processo de reconhecimento e certificação das comunidades como remanescentes de quilombos, teve uma dinamização a partir da aprovação do decreto 4.887 de 20 de novembro de 2003 que segue sob o seguinte enunciado “Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias”. Essa dinamização é decorrente da facilidade que o referido decreto proporciona as comunidades para se auto reconhecerem como remanescentes de quilombos, conforme o artigo 2º deste decreto: “Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com
Os cristãos trajam camisa azul de cetim com enfeites dourados; calça branca com botas azuis e enfeites dourados. Na cabeça, um cocar cor prata ou ouro com penas coloridas. Os mouros usam camisa de cetim ou lamê prata brocado, capa vermelha com bordados de ouro e calça vermelha com bordados e botas prateadas; na cabeça um cocar cor prata ou ouro com penas coloridas. A espada e a lança usadas durante a encenação do combate complementam a indumentária dos cavalheiros.
Congo ou Congadas
De origem africana mas com influência ibérica, o congo já era conhecido em Lisboa entre 1840 e 1850. É popular no Nordeste e Norte do Brasil, durante o Natal e nas festividades de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. A congada é a representação da coroação do rei e da rainha eleitos pelos escravos e da chegada da embaixada, que motiva a luta entre o partido do rei e do embaixador. Vence o rei, perdoa-se o embaixador. Termina com o batizado dos infiéis. Os motivos dramáticos da dança do congo baseiam-se na história da rainha Ginga Bandi, que governou Angola no século XVII. Ela decidiu, certa vez, enviar uma representação atrevida ao rei D. Henrique, de Portugal. Seu filho, o heróico príncipe Suena, é morto durante essa investida. O quimboto (feiticeiro) o ressuscita. Na dança do congo só os homens participam, cantando músicas que lembram fatos da história de seu país. A congada é composta por doze dançarinos. O vestuário usado pelos componentes do grupo é bem colorido e cada cor tem o seu significado. Azul e branco são as cores de Nossa Senhora do Rosário. O vermelho representa a força divina. Os adornos na cabeça representam a coroa. O xale sobre os ombros representa o manto real. Em Monte do Carmo, o congo é acompanhado por mulheres, chamadas de taieiras. Essas dançarinas usam trajes semelhantes aos usados pelas escravas que trabalhavam na corte. Trajam blusas quadriculadas em tom de azul e saias brancas rodadas, colares de várias cores e na cabeça turbante branco com uma rosa pendurada. Os dois grupos se apresentam juntos, nas ruas, durante o cortejo do rei e da rainha, na festa de Nossa Senhora do Rosário.
Festa do Divino Espírito Santo
A celebração do Divino Espírito Santo no Tocantins vai de janeiro a julho, de acordo com as características de cada localidade. Destaque para os municípios Monte do Carmo e Natividade. Em Monte do Carmo, a celebração foi aproximada à época da festa da padroeira da cidade, passando a ter data fixa para a sua realização, dia 16 de julho. Natividade mantém a tradição da data móvel. As folias do Divino anunciam a presença do Espírito Santo. As romarias conduzem a bandeira. O giro da folia representa as andanças de Jesus Cristo e seus 12 apóstolos durante 40 dias,
levando a sua luz e a sua mensagem, convidando todos para a festa, a festa da hóstia consagrada. Os foliões que representam os apóstolos andam em grupo de 12 ou mais homens, conduzidos pelo alferes, em jornada pelo sertão. Esse grupo percorre as casas dos lavradores, abençoando as famílias e unindo-as em torno da celebração da festa que se aproxima. Saem a cavalo pelas trilhas e estradas, quando chegam às fazendas para o pouso, alinham os cavalos no terreiro e cantam a licença, pedindo ritualmente acolhida. Durante o giro os foliões recolhem donativos para a festa.
Festejos de Nossa Senhora do Rosário
A cidade de Monte do Carmo, nascida arraial do Carmo, foi fundada em 1746, em função das minas de ouro, e fica a 89 Km de Palmas. Realiza todos os anos, no mês de julho, os festejos de Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Carmo e Divino Espírito Santo. A festividade secular mistura fé e folclore, através de uma série de rituais que reúnem costumes religiosos dos brancos europeus e dos negros africanos, o que transforma a festa em uma atração única, mantida com fidelidade pela população local. Há informações de que essas manifestações, ainda hoje realizadas em datas específicas, com o passar do tempo foram se juntando e passando a ser comemoradas no período de 7 a 18 de julho. Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade, celebrada em 16 de julho, trouxe para sua festa as comemorações ao Divino Espírito Santo e Senhora do Rosário. Acredita-se que isso aconteceu devido às dificuldades da população do sertão em ir às festas em datas diversas e da falta de padres para as celebrações. É possível afirmar que essa junção tenha acontecido há pelo menos 80 anos. CAÇADA Monte do Carmo possui uma forte influência das culturas portuguesa e africana. Na cidade pode-se vivenciar, a cada ano, sons de bandas de músicas, de tambores, reco-recos, cuícas e tamborins e danças como congos, taieiras e sússia. Um dos pontos altos da festa é a caçada da rainha. Em pleno dia, o cortejo é aberto por tocadores de tambor que vão ditando os passos do público no ritmo da sússia. No meio do povo, os caretas – homens mascarados – divertem os adultos e aterrorizam ascrianças. Somente depois surgem os “caçadores” e “caçadeiras”, montados em cerca de 40 cavalos e vestidos especialmente para este momento – mulheres de vestidos longos, em várias tonalidades, homens de preto e branco. No final do cortejo, o rei e a rainha da festa, também vestidos a caráter, se dirigem para uma área periférica de Monte do Carmo. Ali, quase duas mil pessoas permanecem por mais de duas horas cantando e dançando. A caçada é uma tradição secular. Conta a lenda que esta manifestação surgiu quando a imagem de Nossa Senhora do Rosário começou a desaparecer da igreja misteriosamente, sendo encontrada em seguida na Serra do Carmo. Na terceira vez, os negros
Faz parte dos caretas personagens como a catita (homem trajando roupas femininas, a mulher dos caretas que fica se oferecendo para os homens que estão assistindo a encenação, servindo como distração) e a égua (personagem que assusta os espectadores, feita da caveira de um animal, onde se prende a sua cabeça a um pau e amarra uma corda de maneira que puxando, se abre e fecha a boca ). A encenação continua até a madrugada de Sábado da Aleluia. dinheiro.
Roda de São Gonçalo
Conta a lenda que São Gonçalo reunia em Amarante, Portugal, várias mulheres que durante uma semana dançavam até a exaustão. O objetivo do santo era extenuar as mulheres para que no Domingo, dia do Senhor, elas ficassem em repouso e isentas de pecado. A lenda conta ainda que o santo tocava viola para as mulheres dançarem. No Brasil, a devoção a São Gonçalo vem desde a época do descobrimento. O seu culto deu origem à dança de São Gonçalo, cuja referência mais antiga data de 1718, quando na Bahia assistiu-se a um festejo com uma dança dentro da igreja. No final, os bailarinos tomaram a imagem do santo e dançaram com ela, sucedendo-se os devotos. Essa dança foi proibida logo em seguida pelo Conde de Sabugosa, por associa-lá às festas que se costumavam fazer pelas ruas em dia de São Gonçalo, com homens brancos, mulheres, meninos e negros com violas, pandeiros e adufes dando vivas a São Gonçalo. São Gonçalo tem, para os seus devotos, a tradição de santo casamenteiro. Inicialmente, a dança tinha um caráter erótico, que com o tempo foi desaparecendo, permanecendo apenas o aspecto religioso. Em Arraias, no sul do Estado, a dança de São Gonçalo é chamada de roda, e sempre é dançada empagamento a uma promessa por mulheres em pares, vestidas de branco, com fitas vermelhas colocadas do ombro direito até a cintura. Nas mãos carregam arcos de madeira, enfeitados com flores de papel e iluminados com pavios feitos de cera de abelha. Também participam do ritual dois homens vestidos de branco com fitas vermelhas traspassadas. Os homens tocam viola e tem a função de acompanhar as dançarinas para que estas não se percam nas evoluções da dança. Os violeiros entoam versos em louvor a São Gonçalo, que fica colocado num altar preparado exclusivamente para a festa, em frente ao qual se faz as evoluções da roda. Acompanha, ainda, a roda de São Gonçalo, um cruzeiro todo iluminado, colocado próximo ao altar.
Sússia e Jiquitaia
Também conhecida como súcia ou suça, a sússia é dançada no folclore de cidades como Paranã, Santa Rosa do Tocantins, Monte do Carmo, Natividade, Conceição do Tocantins, Peixe, Tocantinópolis. A dança, provavelmente de origem escravagista, é caracterizada por
músicas agitadas ao som de tambores e cuícas. Uma espécie de bailado em que homens e mulheres dançam em círculos. A sússia na Folia do Divino em Monte do Carmo é dançada ao som da viola, do pandeiro e da caixa. Também é dançada ao som do tambor em outras manifestações populares, como em Natividade. A Jiquitaia é um passo da dança da Sússia. Dança-se a jiquitaia na Sússia. CATIRA A Catira é dançada em círculo formando pares que dançam ao som das mãos e dos pés, numsapateado compassado. É comum entre os grupos que fazem parte dos giros das folias de reis e do Divino Espírito Santo. Os Catireiros são músicos repentistas que cantam seus poemas ao som do pandeiro, da caixa e da viola.
Museu Histórico do Tocantins
Palacinho em reforma Visitar o Museu Histórico do Tocantins, o Palacinho, é fazer um passeio não apenas pelos primeiros momentos de Palmas. É conhecer detalhes importantes da formação do Estado do Tocantins. O Palacinho foi a primeira edificação construída em Palmas, no ano de
Cavalcante. Segurado liderou o movimento e presidiu a Junta Provisória da Província da Palma até janeiro de 1822, quando assumiu cadeira de deputado na Assembléia Constituinte, em Lisboa. Foi sucedido pelo tenente-coronel Pio Pinto Cerqueira. A forte oposição do governo do Sul e as divergências internas no próprio governo da província aceleraram o fim do primeiro projeto de autonomia do Norte. Após o declínio do movimento separatista liderado por Segurado e também por Felipe Antônio Cardoso, os ideais de fomento da economia nortense foram retomados em 1868, quando Couto Magalhães fundou a Companhia de Navegação do Araguaia, com navios a vapor. O projeto foi abandonado com a proclamação da República. A retomada do movimento aconteceria nas décadas de 30, 40 e 50, em Porto Nacional. Incumbido de implantar as linhas do Correio Aéreo Nacional, o Brigadeiro Lysias Rodrigues tornou-se defensor da cultura, costumes e autonomia administrativa da região e chegou a apresentar, em 1944, projeto para a criação do Território do Tocantins, com capital em Pedro Afonso ou Carolina (MA). Outros defensores da autonomia foram o jornalista e político Trajano Coelho Neto, o juiz de Direito Feliciano Machado Braga, o jornalista Oswaldo Ayres, o professor Fabrício César Freire, os deputados Almerinda Arantes e Paulo Mareiros. Já na década de 60, o movimento foi sustentado de forma isolada por alguns membros do Legislativo estadual e lideranças estudantis do Norte, com destaque para a Casa do Estudante do Norte Goiano (Cenog), fundada em Goiânia em 15 de maio de 1960. A criação do Estado do Tocantins tornou-se realidade após aprovada a separação do território goiano por unanimidade pela Assembléia Legislativa de Goiás. Em seguida veio a aprovação pelo plenário da Assembléia Nacional Constituinte a partir da fusão de projetos anteriores em emenda redigida pelo deputado José Wilson Siqueira Campos, sendo incorporada como artigo 13 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988. Um ano depois foi promulgada a primeira Constituição do Estado, pela Assembléia Constituinte do Tocantins, reunida em Miracema. Nossos índios e manifestações culturais As salas temáticas do Palacinho revelam um pouco da história e dos costumes dos índios tocantinenses. Karajá, Xambioá, Javaé – Formam o povo Iny, pertencente ao tronco lingüístico Macro-Jê, família e língua Karajá. Essencialmente coletores e pescadores após longo período de migração se fixaram na Ilha do Bananal. Os Javaé vivem às margens do rio Javaé. Os Xambioá, ou “Karajá de baixo”, estão localizados na Reserva Xambioá, município de Santa Fé do Tocantins. A confecção de objetos de cerâmica, a pintura corporal e as bonecas ritxokô são tradicionais na cultura Karajá, assim como as festas do Aruanã e do Hetohoky, quando o menino ingressa na fase adulta. Xerente – Akwê, “gente importante”, “indivíduo”. O povo que assim se denomina vive na margem direita do rio Tocantins, perto da cidade de
Tocantínia, nas Reservas Indígenas Xerente e Funil. Os Xerente também pertencem ao grupo lingüístico Macro-Jê e sobrevivem da caça, da pesca, da “roça de toco”, onde plantam milho, arroz e mandioca. Seu artesanato é produzido principalmente com a palha de babaçu e também de capim dourado, dos quais surgem cestas, balaios, redes, bolsas, esteiras, adereços. O artesanato produzido é comercializado nas cidades próximas à reserva. Apinajé - Na região Norte do Estado, em Tocantinópolis, Maurilândia e Lagoa de São Bento, vive o povo Apinajé, na Reserva Indígena Apinajé, pertencente ao tronco lingüístico Macro-Jê. Os indígenas sobrevivem da agricultura, da caça, da coleta de babaçu, do qual extraem o óleo das amêndoas e aproveitam a palha para fabricar utensílios domésticos e a cobertura de suas casas. Produzem o artesanato que comercializam nas cidades vizinhas. Entre suas tradições está a Mêkaprî, festa para fazer o espírito separar do corpo e o fim do luto; o Parkape, ritual que homenageia os mortos, e a chamada festa da Tora Grande. Krahô - As aldeias Krahô situadas na região de Itacajá e Goiatins lembram os sítios encontrados no médio Tocantins, Sul do Estado. Apresentam estrutura em forma de anel, com habitações em torno de uma área vazia. Para os Krahô, este pátio central ou Ká, representa o coração da aldeia, onde se reúnem para dividir o trabalho e tomar decisões importantes para a comunidade. Pertencentes ao tronco Macro-Jê, têm suas aldeias divididas em dois partidos – o do inverno e o do verão -, que se revezam no poder de acordo com os períodos de chuva e seca na região. Cavalhadas – A festa que relembra as batalhas entre o exército cristão de Carlos Magno e os mouros, expulsos do continente europeu no século XV, teve início em Taguatinga, no Sudeste do Tocantins, em