A arquitetura Russa é composta por uma mistura de estilos que resultaram na aparência singular conhecida atualmente, porém deve -se ter em mente que os movimentos arquitetônicos europeus não tiveram influência sobre as construções russas, que se desenvolveu por si só através das características da arquitetura bizantina, na era medieval, advinda da cristianização do país: torres, cúpulas inteiras ou meias, fachada sóbria e com forte definição volumétrica e interior fortemente decorado. Tal atitude dos construtores russos permitiram que a sua arquitetura ganhasse características ímpar.

A religião ortodoxa adotada pelos russos teve um papel marcante para definir os vieses da arquitetura, uma das principais características físicas dessa influência está no formato dos telhados com grandes inclinações e abóbadas que parecem mais com cebolas, que, para os russos, significa a chama acesa de uma vela – a fé que alcança o céu-. Não se pode reduzir tal estrutura apenas a algo estético, por isso é importante ressaltar que tal formato possuía um importante papel de impedir o acúmulo das neves sobre as edificações, o que poderia acarretar em graves problemas estruturais.

Foto: Igreja de Neredista. Retirada em: 11-2020. Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/arquitetura- russa

SEGUNDO PERÍODO

O segundo período da arquitetura russa se inicia com a fundação da cidade de São Petesburgo, no século XVIII: durante essa fase a arquitetura russa sofreu influências dos movimentos barroco e rococó, desenvolvendo o que hoje é denominado “Estilo Russificado”, cujas características principais estão a monumentalidade e as fortes cores

empregadas em suas fachadas, causando um impacto ainda maior em seus observadores. Essa época da arquitetura russa foi marcada pela abertura aos estilos e profissionais estrangeiros, porém sem nunca perder a sua essência.

Grande parte das edificações construídas durante esse segundo período foram destruídas durante a segunda guerra mundial, mas exemplares como a Catedral de São Basílio, na icônica Praça Vermelha, continua em pé para encantar visitantes e deixar claro para todos a verdadeira essência da arquitetura e sociedade russa: ortodoxa, mas sempre original.

FOTO: Igreja vermelha- Construção de características marcantes russas. Retirada em:11/2020 Disponível em: https://i0.wp.com/fiodor.com.br/wp- content/uploads/2019/05/Walking-tour-of-the-Red-Square- and-the-Alexander-Garden1.jpg?resize=768%2C480&ssl=

TERCEIRO PERÍODO

Iniciou-se no século XX, antes ainda da revolução socialista de 1917, criando na sociedade, através dos movimentos de vanguarda, uma forte vontade de se expressar através da arte que culminou no aparecimento do simbolismo e, posteriormente, o construtivismo russo.

O construtivismo nasceu dois anos após a revolução socialista, fazendo com que toda a sociedade questione a natureza e regras de todos os objetos, principalmente da arte pura que vivia em um mundo à parte, ao invés de retratar a realidade russa. Na arquitetura é possível relevar os novos aspectos ligados à agitação popular e à luta dos trabalhadores e seus ideais políticos revolucionários, a ordem e a coletividade mantinham a sua urgência, e para os revolucionários, a arquitetura como uma arte social, tinha poderes suficientes para instaurar uma revolução.

Apesar de ter havido uma retomada de alguns conceitos clássicos russos, o desenho arquitetônico foi se tornando cada vez mais irregular e contorcido: a arquitetura traduzia para o mundo físico toda a inquietação e mutação sofrida pelos ideais de uma sociedade sofrida, que urrava pela troca do conceito de “arte pela arte” para uma arte verdadeiramente empenhada em corrigir os problemas socioeconômicos de uma nação.

FOTO: Casa de cultura Zuyev. Retirada em: 11/2020. Disponível em: http://asombrosaarquitectura.blogspot.com/2014/02/circulo- zuyev-dom-culturi-imeni-zuev.html