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Um estudo sobre a aplicação da arquitetura modular utilizando contêineres reciclados como alternativa construtiva mais sustentável em comparação aos métodos convencionais de alvenaria e concreto armado. O estudo aborda os conceitos de arquitetura modular e sustentabilidade, a aplicação do contêiner na arquitetura modular, as etapas construtivas e a comparação com o método convencional, além de analisar estudos de caso de habitações moduladas com contêineres. O objetivo é demonstrar que a construção modular com contêineres é uma opção eficiente, ágil, limpa e sustentável, com menor impacto ambiental em relação aos métodos tradicionais, apresentando diversas possibilidades de design e acabamento.
Tipologia: Redação
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Autor: Hugo Lage Campos Orientador: Fernanda Cota Trindade Curso: Arquitetura e Urbanismo Período: 9º Área de Pesquisa: Arquitetura Resumo: Levando em conta a sustentabilidade na construção civil, precisa-se repensar o método mais utilizado atualmente, dando credibilidade a outros sistemas construtivos. Buscando causar menor impacto ambiental, surgem novas propostas e métodos de construção que visam uma obra mais limpa, gerando menos resíduos e degradação ao meio ambiente. O método construtivo estudado é a Arquitetura Modular, mais especificamente utilizando módulos de contêiner reciclados, o objetivo do estudo trata-se de apresentar uma opção construtiva mais eficiente, ágil, limpa, e a inserção dela na habitação. No desenvolvimento do presente trabalho será utilizada a metodologia de pesquisa exploratória utilizando-se de levantamentos bibliográficos e estudos de caso. Apresentando no estudo de caso, residências que utilizam a modulação, buscando duas propostas de design diferentes com intuito de demonstrar suas diversas possibilidades, porém buscando o mesmo propósito sustentável, ágil e prático. Por fim é possível observar uma solução econômica, eficiente, apresentando uma nova forma de construir. Palavras-chave: Arquitetura Modular; contêiner; sustentabilidade; habitação.
A arquitetura modular, é um método que utiliza um novo modelo de construção diferente do convencional, são peças pré-fabricadas e transportadas para o local de implantação. Esses módulos são agrupados no local seguindo as especificações do projeto, que aos poucos vão tomando forma, assim dando vida ao imóvel (DEGANI, 2019). A construção civil é um dos setores que podem causar diversos impactos ambientais, a técnica construtiva mais utilizada no Brasil é a de alvenaria e concreto armado, um método já ultrapassado, marcado por mão de obra pouco qualificada, processos de alto custo, falta de planejamento com isso gerando altos índices de desperdício e consequentemente sendo muito prejudicial ao meio ambiente (CBIC, 2012). O modelo de construção modular, por ser pré-fabricado é feito sem desperdício na obra, isso porque no processo de pré-fabricação, é seguido o projeto a risca, sob medida, diferente do convencional, assim evita a quebra de paredes já erguidas, por erro de mão de obra ou até mesmo pra passar tubulações. Com os módulos sendo fabricados e chegando prontos no local de implantação, ganha - se uma grande agilidade, como diversas partes da obra podem ser feitas em locais simultâneos e especializados, também evitando falhas e retrabalhos por serem etapas de fabricação automatizada (CBIC, 2012). Se tratando de custo e benefício, a arquitetura modular é uma opção que irá reduzir os custos de uma obra. Um fator favorável é o tempo de conclusão da obra, sendo muito mais rápido e ágil, visto que fabricação seguem padrões. As peças chegam prontas ao local, e são apenas montadas. Eficiência, agilidade, flexibilidade e sustentabilidade, são alguns destes benefícios que torna a construção modular um novo e otimizado modelo de construção (VIVADECORA, 2021). O objetivo geral da presente pesquisa será estudar os impactos da aplicação da arquitetura modular na habitação com enfoque na utilização do contêiner. Assim, como objetivos específicos tem-se: estudar os conceitos de arquitetura modular e sustentabilidade; estudar a aplicação do contêiner na arquitetura modular; verificar e analisar as etapas construtivas e comparando a utilização do contêiner ao método convencional; analisar estudos de caso de habitações moduladas com contêiner.
2.2 Sustentabilidade na construção civil Sustentabilidade é um tema bastante debatido, e que a cada dia se torna mais importante e necessário. Entre várias questões a serem debatidas a respeito deste tema, será abordado a construção civil, sendo um dos setores que mais consomem recursos naturais chegando a 50% a 75%, principalmente no método convencional de alvenaria e concreto, causando destruição de áreas verdes, movimentação de terra, produção e extração de materiais, consumo de água e energia elétrica entre outras questões (SUSTENTARQ, 2019). Uma tendência da construção civil que vem ganhando espaço é o Green Building, sendo um conceito de construção planejada que visa causar pouco impacto ao meio ambiente. Visando garantir uma obra com responsabilidade ambiental e sustentável desde todos os ciclos da obra, no início ao uso após sua finalização, com métodos construtivos mais limpos, materiais verdes, captação de água e energia fotovoltaica (JARANDILHA, 2021). Diversos países estão refletindo sobre este conceito da arquitetura, o Brasil está nesta corrida, ocupando a 4ª posição, segundo o levantamento US Green Building Council (USGBC) de 2019. Com 1.450 projetos que possuem a certificação LEED, ( Leadership in Energy and Environmental Design ), selo que tem como finalidade averiguar requisitos ambientais e energéticos em todo processo construtivo, mas ainda é muito pouco em comparação com as construções convencionais (JARANDILHA, 2021). A construção modular se encaixa neste método construtivo de obra limpa, os módulos em contêiner têm este aspecto diferenciado que minimiza os impactos ao meio ambiente, com a reutilização de materiais que se tornam inúteis. Os contêineres que já foram utilizados em sua finalidade primária, são materiais que acabam sendo descartados, virando lixo em cidades portuárias. Com a construção modular eles são reaproveitados, se tornando módulos e formando edificações (TORRES et al. 2020). Citado por Milaneze et al. (2012) “O container, composto de metais não biodegradáveis, tem vida útil de aproximadamente 10 anos, após este período é descartado” (MILANEZE, 2012 apud OCCHI, 2016, p.17). Para a implantação de contêineres em uma edificação são realizadas análises que vistoria o estado de conservação do mesmo, e também verifica a existência de resíduos químicos. A partir disso são feitos os devidos tratamentos necessários, para que esta estrutura não venha a causar problemas futuros. Através deste tratamento poderá ser reutilizado com todo padrão de segurança em construções (TORRES et al. 2020). 2.3 O Contêiner e sua aplicação na arquitetura modular Os contêineres são caixas metálicas utilizadas em navios e trens para o transporte de cargas e geralmente são de grandes dimensões (Figura 2). Eles se tornaram uma alternativa de construção modular, atendendo as demandas de novas práticas construtivas, sendo uma alternativa sustentável, de baixo custo, com grande facilidade de deslocamento e expansão do projeto (SANTOS, 2017).
Figura 02 - Contêiner Fonte: Portal da Arquitetura 2019 Existem diversas fábricas e marcas especializadas neste método construtivo, tornando-se pré-fabricado, com excelente padrão de acabamento, podendo utilizar os mais variados revestimentos, na maioria dos casos não requer serviços de terraplanagem e fundação, maior velocidade de execução em relação ao método convencional, simplifica a ampliação, sem necessitar de grandes reformas e também permite que o contêiner seja transportado para outro terreno quando necessário, trazendo facilidade e flexibilidade (ARCHTRENDS, 2018). Para iniciar um projeto modular utilizando contêineres, primeiramente é necessário escolher o tipo de contêiner que vai ser usado, e ter em mãos as suas dimensões, para projetar a partir delas. Outra situação a ser analisada é o local de implantação, o tipo e capacidade do transporte, para poder selecionar a dimensão ideal dos módulos, sendo em algumas situações mais indicado usar vários módulos menores do que um de grande dimensão (SANTOS, 2017). Prosseguindo com o autor supracitado, entre diversas opções existentes, os tipos de contêineres mais utilizados na construção civil são o contêiner “ Dry Standard ” e o contêiner “Dry High Clube”, suas medidas são bastante proporcionais a uma “residência comum” e também em seu uso anterior, não costumam transportar cargas que os deixem tóxicos, evitando uma limpeza mais avançada. O “Dry Standard” é normalmente utilizado para transportar alimentos, roupas, móveis ou carros, é fechado em todos os lados e possui uma porta em um de seus lados menores. Já o “Dry High Cube” é bastante similar ao anterior, porém sua altura é um pouco maior. Ambos possuem tamanhos de 20 e 40 pés (GOI, 2017) (Figuras 3 e 4).
gesso acartonado, comumente mais usado, possui uma camada de ar entre suas placas, facilitando o conforto acústico, pois há menor transmissão de ondas sonoras, aumentando a capacidade de isolamento. Entre as camadas de drywall, pode-se usar também materiais como lã de pet ou até mesmo a lã de vidro, aumentando o conforto térmico (ABREU, 2018).
3. METODOLOGIA No desenvolvimento do presente trabalho será utilizada a metodologia de pesquisa exploratória utilizando-se de levantamentos bibliográficos e estudos de caso. Inicialmente foi realizada pesquisa bibliográfica sobre os conceitos ligados a arquitetura modular, sustentabilidade e ao uso de contêineres na arquitetura para embasamento do tema em questão. Serão realizados estudos de caso de projetos de habitação que utilizaram contêineres para aprofundar o estudo sobre a aplicação deste método construtivo, verificando sua eficiência e sustentabilidade quando aplicado na habitação. 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Os estudos de caso que serão apresentados, demonstram como uma habitação pode ser sustentável, respeitando o local implantado e seu entorno, sem causar grandes alterações. Mostrando também como através deste método construtivo podemos buscar diversos tipos de acabamento e design alcançando o padrão desejado. 4.1 ESTUDOS DE CASO 4.1.1 Casa Suspensa A obra analisada foi a Casa Suspensa , localizada em Campos Novos Paulista, no estado de São Paulo, contendo uma área de 257m², realizada no ano de 2019, projetada pelos arquitetos Daniel Assuane Duarte, Nadia Barros Assuane Este projeto buscou várias alternativas que o tornasse sustentável e integrado ao meio ambiente implantado, totalizando 80% de materiais reciclados, nele foi adotado o método construtivo modular, utilizando contêineres marítimos reciclados e estrutura metálica como solução estrutural (Figura 05) (ARCHDAILY, 2021). Figura 5 – Vista externa da Casa Suspensa Fonte: Archdaily 2021
De acordo com as informações dadas pelos arquitetos responsáveis, a residência foi implantada em um local rodeado de árvores nativas, então teve-se a ideia de se projetar uma casa suspensa, com finalidade das esquadrias ficarem na mesma altura da copa das árvores, privilegiando as visadas ao seu redor,(Figura 0 6 ) outro quesito foi que a implantação da edificação não prejudicasse o ecossistema do local implantado, fazendo com que o solo permaneça original, respeitando a drenabilidade e dinâmica das raízes (Figura 09), utilizando o mínimo de concreto nas fundações e pilares em V, gerando uma única base para dois apoios (Figura 08) (ARCHDAILY, 2021). O projeto tem como finalidade uma imersão a natureza, integrando através de grandes aberturas com esquadrias de vidros, e duas áreas externas de convivência através de decks de madeira, proporcionando uma maior interação com as árvores nativas ao redor (ARCHDAILY, 2021). Na implantação é possível verificar que a residência está em sua maior parte suspensa, e que foi muito bem aproveitado o terreno natural, sem necessidade de grandes movimentações de terra e impactos na vegetação existente (Figura 9). Figura 6 - Integração da casa com o meio Figura 8 – Pilares em V que elevam a casa do chão Fonte: Archdaily, 2021 Fonte: Archdaily, 2021
verde que além de beleza proporciona a captação de águas pluviais, possuindo também um terraço e pergolados (Figura 13) (ARCHDAILY, 2021). Figura 12 – Vista interna dos revestimentos Figura 13 – Planta de cobertura Fonte: Archdaily, 2021 Fonte: Archdaily, 2021 4.1.2 Casa Contêiner A obra está localizada na Cidade Jardim, São Paulo, projeto elabora pelo escritório Marilia Pellegrini Arquitetura, e concretizado em 2019 (figura 14) (ARCHDAILY 2021). Figura 1 4 – Fachada Frontal Fonte: Archdaily, 2021 Este projeto tem como objetivo mostrar como as construções de contêiner podem fugir do design industrial, como a maioria das pessoas pensam, e que abrange inúmeras possibilidades, neste caso a aposta foi ambientes frios e impessoais (figura 15,16). A busca deste método também é através do tempo reduzido para elaboração e execução deste modelo de construção, sendo infinitamente menor, mais limpo, rápido, seco e com 100% de reaproveitamento (ARCHDAILY 2021).
A residência traz a modulação com contêineres de 40 pés cada, necessitando de apenas dois, e formando uma casa de 60m² (figura 17), contendo suíte com banheiro, living, cozinha e lavanderia integrados. Seus ambientes traz um design minimalista através de tons de branco e acabamentos impecáveis (ARCHDAILY 2021). Figura 1 7 – Planta Baixa Fonte: Archdaily, 2021 Na fachada externa, pisos e brises, foram utilizados revestimento em Dekton e Cosentino que reproduzem aparência nobre dos mármores, com propriedades de alta resistência aos agentes externos, dando acabamento unificado e sofisticado, contribuindo para a intenção de quebrar a aparência industrial dos contêineres (figura
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