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DHIENY HELEN SILVA BRAZ
ARQUITETURA SAÚDE
Centro de Atenção Psicossocial no Município de Ouro Preto do Oeste - RO
JI-PARANÁ
DHIENY HELEN SILVA BRAZ
ARQUITETURA SAÚDE
Centro de Atenção Psicossocial no Município de Ouro Preto do Oeste – RO
Monografia apresentada à Banca
Examinadora do Centro Universitário São
Lucas, como requisito de aprovação para
obtenção do título de Bacharel em
Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora Professora Ariadne
Fernandes Alves e Co orientação do
Professor Vladimir José Chagas.
JI-PARANÁ
DHIENY HELEN SILVA BRAZ
ARQUITETURA SAÚDE:
Centro de Atenção Psicossocial em Ouro Preto – RO
Trabalho de Conclusão de Curso I apresentado ao Centro
Universitário São Lucas, em 11/06/2019, para obtenção de grau
acadêmico de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora Prof. Ariadne Fernandes Alves
Ji-Paraná, 11 de junho de 2019.
Avaliação/ Nota:
ltado: __________________
________________________________ CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS
Prof ª Ariadne Fernandes Alves
________________________________ CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS
Prof ° Djalma Arantes
________________________________ Nome da Instituição
Titulação e nome
DEDICATÓRIA
Dedico a minha Família que sempre esteve
ao meu lado, a minha orientadora Ariadne
pelo carinho atenção e orientações e a
todos que se dedicam de forma intensa
para que todos que possuem doenças
mentais se tornam indivíduos
independentes de forma confortável.
“E você aprende que realmente pode
suportar. Que realmente é forte, e que
pode ir muito mais longe depois de pensar
que não se pode mais. Por isso plante seu
jardim e decore a sua alma, em vez de
esperar que alguém lhe traga flores.”
Willian Shakespeare.
RESUMO
O CAPS propicia um novo modelo de tratamento da saúde mental, buscando
proporcionar o convívio social entre o semelhante com a sociedade, garantindo a
restauração do sujeito em tormento. Embora esse seja o novo modo de
funcionamento, ainda se há uma maneira de melhorar o tratamento, utilizando a
melhoria da arquitetura. O projeto foi composto através da análise arquitetônica do
local, a relação entre a o tratamento da saúde mental e a sociedade, a história, além
do conhecimento de estabelecimentos semelhantes, as orientações determinadas
pelo Ministério da Saúde. Visando a unidade entre o espaço interno com a sociedade,
sendo um local de encontro, com uma arquitetura hospitaleira, reconhecendo as
necessidades dos pacientes, as pretensões da equipe em busca de um tratamento
humanizado, sendo um espaço social para o tratamento do sofrimento psíquico. Com
a implantação de um projeto arquitetônico de um Centro de Atenção Psicossocial em
Ouro Preto do Oeste- RO. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste
trabalho foi a pesquisa qualitativa, método dedutivo e procedimento de estudo de
caso, visto que será possível ampliar as ideias em que poderão ser aplicadas no
projeto proposto. Os objetivos específicos, projetar ambientes acessíveis conforme a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 9050 / 2015.
Palavras-chave: Saúde mental, CAPS, Arquitetura humanizada, Clínica Pública
LISTA DE FIGURAS
- Figura 1- Planta da Valetudinária de Windisch
- Figura 2 - Evolução formal de edifícios hospitalares
- Figura 3 - Quarto leprosário
- Figura 4 - Fachada Hotel - Diêu..........................................................................................................
- Figura 5 - Hospital Real de todos os Santos
- Figura 6 - Navio dos Insanos
- Figura 7- Implantação Hospital Psiquiátrico
- Figura 8- Manicômio modelo pavilhonar
- Figura 9 - Hospital Geral de Paris
- Figura 10 – Hospital Geral de Paris
- Figura 11- Hospital Lariboisiére.........................................................................................................
- Figura 12 - Fachada hospital Jesús Nazareno
- Figura 13 - Instalações do Instituto Soroterápico federal
- Figura 14 - Planta do Hospício Dom Pedro II
- Figura 15 - Universidade Federal do Rio de Janeiro,
- Figura 16 - Vista aérea do Hospital Colônia de Barbacena
- Figura 17- Superlotação dos manicômios
- Figura 18- CAPS Itapeva
- Figura 19 - Quadro: Lei complementar 09/01 - Código de Postura do
- Figura 20 - Quadro: Lei 130/87 - Código de Obras do Município de Ouro
- Figura 21- Quadro: Lei 130/87 - Código de Obras do Município de Ouro
- Figura 22 - Quadro: Lei 130/87 – Código de Obras do Município de Ouro
- Figura 23 - Quadro: Lei 1.197/06 – Plano Diretor do Município de Ouro Preto do Oeste – RO
- Rondônia Figura 24 - Quadro: Lei 3924/16 – Normas de Segurança Contra Incêndio do Estado de
- Rondônia – RO..................................................................................................................................... Figura 25 - Quadro: Lei 3924/16 – Normas de Segurança Contra Incêndio do Estado de
- Figura 26 - Constituição Estadual de Rondônia /89
- Figura 27- Quadro: Constituição Federal de 1988.
- Figura 28- Quadro Constituição Federal de
- 189/2003................................................................................................................................................ Figura 29- Quadro: ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Resolução RDC n°
- Figura 30 - Quadro: ANVISA. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Portaria 336/2002.
- equipamentos urbanos. Figura 31- Quadro: NBR 9050/2015 – Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e
- Figura 32- Quadro: NBR 9077/2001 – Saídas de emergência em edifícios
- Figura 33- Fachada do Hospital
- Figura 34 - Vista Superior
- Figura 36 - Implantação Geral Figura 35 - Planta Baixa Erro! Indicador não definido.
- Figura 37 - Fachada
- Figura 38 - Entrada para o estacionamento
- Figura 39 - Recepção
- Figura 40 - Planta Baixa
- Figura 41 - Implantação Geral
- Figura 42 - Centro Psiquiátrico Friedrichshafen
- Figura 43 - Sala de terapia
- Figura 44 - Jardim Interno
- Figura 45 - Circulação
- Figura 46 - Elevação frontal
- Figura 47 - Entrada principal
- Figura 48 - Escada com iluminação natural
- Figura 49 - Implantação
- Figura 50 - Planta Baixa
- Figura 51 - Detalhamento dos materiais utilizados
- Figura 52 - Fachada
- Figura 53 - Entrada principal
- Figura 54 - Ambiente interno..............................................................................................................
- Figura 55 - Mobiliário lúdico
- Figura 56 - Riacho
- Figura 57 - Planta de situação
- Figura 58 - Fachada
- Figura 59 - Recepção
- Figura 60 - Recepção infantil
- Figura 61 - Consultório Psiquiátrico
- Figura 62 - Área de convivência externa
- Figura 63 - Volumetria
- Figura 64 - Vista frontal
- Figura 65 - Chalés
- Figura 66 - Área de Convivência
- Figura 67 - Maquete
- Figura 68 - Espelho d'água
- Figura 69 - Passarela para espelho d’água externo
- Figura 70 - Jardim interno
- Figura 71 - Área externa, auditório
- Figura 72 - Vista aérea
- Figura 73 - Planta Baixa / Setorização
- Figura 74 - Implantação Geral
- Figura 75 - Fachada
- Figura 76 - Recepção e circulação
- Figura 77 - Ambiente internos............................................................................................................
- Figura 78 - Fachada
- Figura 79 - Ambientes Internos..........................................................................................................
- Figura 80 - Jardins internos e circulação
- Figura 81 - Quadro de Destaques de referências Internacionais (Parte A)
- Figura 82 - Quadro de Destaques de referências Internacionais (Parte B)
- Figura 83 - Quadro de Destaques de referências Nacionais
- Figura 84 - Quadro de Resumo das Referências Internacionais
- Figura 85 - Quadro de resumo das referências Nacionais
- Figura 86 - Quadro do programa de necessidade
- INTRODUÇÃO SUMÁRIO
- 1.REFERENCIAL TEÓRICO
- 1.1 Histórico e Evolução
- 1.1.1 Histórico e Evolução dos Hospitais Internacionais
- 1.1.1 Histórico e Evolução dos Hospitais Nacionais
- 1.3 Aspectos Teóricos
- 1.3.1 Opiniões de autores Internacionais
- 1.3.2 Opiniões de Autores Nacionais
- TIPOLOGIA
- 2.1 Família
- 2.2 Tipos
- 2.3 Tipo Escolhido
- METODOLOGIA.........................................................................................................................
- 3.1 Pesquisa
- 3.2. Método
- 3.3. Procedimento
- REFERENCIAL ARQUITETÔNICO
- 4.1. Obras Internacionais
- 4.1.1 Hospital Psiquiátrico Kronstad
- 4.1.2 Centro de Reabilitação Psicossocial San Juan Alicante
- 4.1.3 Centro Psiquiátrico Friedrichshafen
- 4.1.4 Centro de Tratamento para saúde mental de jovens e mulheres Casa Verde
- 4.1.5 Retiro ao ar livre
- 4.2 Obras Nacionais
- 4.2.1 Otoplena Clínica
- 4.2.2 Resort Makenna
- 4.2.3 Rede Sarah- Unidade Rio De Janeiro
- 4.2.4 Hospital Compacto CIES Global
- 4.2.5 Hospital do Rocio
- 4.3 Análise de obras de Referência..................................................................................
- PROGRAMA DE NECESSIDADE
- 5.2 Programa de Necessidade Proposto
- 5.3 Estudo de Massa........................................................................................................
- 5.3.1 Setorização
- 5.3.2 Arranjo..................................................................................................................................
- 5.3.3 Volumetria
- 5.3.4 Fluxograma
- CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO
- 7.1 Conceito
- 7.2 Partido Arquitetônico
- CONCLUSÃO
- REFERÊNCIAS
- APÊNDICE
INTRODUÇÃO
Esse trabalho monográfico tem como objetivo propor um projeto
arquitetônico de um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) tendo como finalidade o
atendimento de pessoas que possuem doenças mentais, de moderado a grave.
Enfatizando a importância deste projeto, visto que o mesmo contribuirá para a
melhoria dos espaços para o tratamento da saúde mental, suprindo a demanda do
município e região, pois no município não possui local próprio e adequado. Com um
ambiente humanizado proporciona uma melhor compreensão da necessidade de cada
paciente. Com a utilização das cores, proporcionando a melhoria do ambiente clínico
para os pacientes e colaboradores para o desempenho das atividades com
confiabilidade, segurança e conforto.
Dessa forma esse trabalho será composto por diversos capítulos, o capítulo
1 trata do referencial teórico, tem como finalidade analisar o surgimento e o
desenvolvimento de estabelecimentos de saúde mentais pelo mundo e o seu início no
Brasil. Esse capítulo abordará as legislações pertinentes ao tema proposto, e as
diversas opiniões de autores, relacionadas aos problemas psíquicos. O capítulo 2 irá
expor as principais tipologias existente na arquitetura da saúde, sendo: Clínica
Neurológica, Clínica Psicológica, Hospital Psiquiátrico, Centro de Reabilitação e
Clínica Psiquiátrica e o CAPS. O capítulo 3 mostrará a metodologia que foi utilizada
para o desenvolvimento do trabalho em questão, estas são: pesquisa qualitativa,
método dedutivo e procedimento de estudo de caso. Sendo de grande valia para a
compreensão das ideias que serão aplicadas no tema proposto.
O capítulo 04 apresentará obras de referências arquitetônicas
internacionais e nacionais, tendo como objetivo o estudo e a análise das propostas de
cada obra auxiliando o estudo de caso. Observando a fundamentação do projeto
arquitetônico, no capítulo 5 desenvolverá os quadros de resumo, programa de
necessidades, estudo de massas, volumetria e fluxograma. E posteriormente no
capítulo 6 será apresentado pelo estudo de caso sítio.
Para a elaboração de um projeto arquitetônico é necessário que se leve
em consideração do conceito arquitetônico. O conceito é simplesmente a ideia que
você pretende empregar no seu projeto, já o partido será a forma de como essa ideia
1.REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capitulo será apresentado o contexto histórico internacional e
nacional, as legislações concernentes, normas, e opiniões de autores sobre os
Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) com o intuito de esclarecer de maneira
objetiva o surgimento dos locais de atendimento para saúde mental no mundo, assim
como os principais idealizadores ou profissionais que contribuíram para o projeto de
grandes espaços de saúde mental.
1.1 Histórico e Evolução
Devido ao crescimento de pessoas com doenças mentais, este capítulo
abordará, fatos e contextos históricos relevantes para o entendimento do surgimento
dos locais para o tratamento das doenças em toda a sua magnitude no âmbito
Internacional e Nacional
1.1.1 Histórico e Evolução dos Hospitais Internacionais
Desde os tempos primórdios no Egito, segundo Fontes (2003),
aproximadamente mil anos atrás, houve os primeiros envolvimentos para o tratamento
da saúde com atuações religiosas influenciando a prática da arquitetura hospitalar. No
ano de 600 a.C, na Grécia Antiga, decorria uma visão de tratamento mais místico e
religioso.
Figura 1 - Planta da Valetudinária de Windisch
Fonte: Schettini Neto,201 7.
Há poucas informações quanto ao local específico, para o tratamento dos
doentes e sua permanência. Num geral pobres, órfãos, doentes e peregrinos ficavam
em um mesmo local. Com análise nas construções, os edifícios de saúde podem ser
divididos conforme a suas fases e tipos; na idade média utilizaram-se nave, no período
da renascença, surge as Cruz e Claustro, na era industrial utiliza pavilhões, na pré
contemporânea surgem os blocos. (MIQUELIM,1992).
Figura 2 - Evolução formal de edifícios hospitalares
Fonte: Lima,2010.
Conforme o decorrer da história, pouca importância fora dada para os
“insanos”. Na Idade Média, tal problema era visto como uma falha na razão, um erro.
Nesse período, tal exclusão era dado aos leprosos (FOUCALT,1972).
Figura 3 - Quarto leprosário
Fonte: Gazeta do povo,2012.
Figura 5 - Hospital Real de todos os Santos
Fonte: Histórias com história, 2015.
No decorrer do tempo a loucura foi considerada como algo que não possuía
cura, que pertencia a um mundo místico. Segundo Foucault, no século XIV o objetivo
era afugentar das cidades os possíveis perturbadores. Então muitos que
importunavam nas cidades foram levados em embarcações e ficavam a mercê da
sorte, pois essas embarcações eram “abandonadas” em grande mar para atracar em
qualquer localidade, a única certeza que se tinha era o embarque. A partir do momento
que as cidades receberam e se responsabilizaram por seus doentes mentais, surge-
se então o tratamento para ela. (NOGUEIRA,2001).
Figura 6 - Navio dos Insanos
Fonte: Transformação, 2014.
Como na evolução hospitalar, os espaços destinados aos doentes mentais
se constituem como edifícios secundários no conjunto arquitetônico dos centros
religiosos. Tinham o papel de oferecer assistência aos enfermos e aos pobres. As
construções eram adaptadas e com a função de isolar e excluir, e não possuíam
função terapêutica. Somente no final do século XV que o conceito de espaço para
tratamento surge, os hospícios entram para o estudo da medicina, e se torna
instrumentos terapêuticos. Nesse momento a medicina torna-se hospitalar e o hospital
se torna local para a prática e formação médica. Também surge a Psiquiatria como
clínica especializada, e os edifícios se tornam instrumento de cura, denominando-se
manicômios. (NOGUEIRA 2001).
Figura 7 - Implantação Hospital Psiquiátrico
Fonte: BlogTO, 2012
Os manicômios seguiram as características dos hospitais, com modelo
pavilhonar. Pregavam o afastamento dos pacientes com doenças infecto contagiosas
em pavilhões separados, sustentado pela enfermeira Florence Nightingale, segundo
Miquelin (apud TOLEDO, 2006).
Para Esquirol e Pinel, estudiosos de psiquiatria, os edifícios dos
manicômios deveriam garantir segurança a família e aos doentes. Deveria ser um
complexo de edifícios térreos, separados em pavilhões. O pavimento térreo se tornaria
como uma vila cujas circulações internas seriam praças, ruas ou caminhos para
atividade física. A segurança da equipe seria facilitada no térreo, controlando os
pacientes, e evitar os riscos de queda. Cada pavilhão seria destinado a um tipo de
patologia, com isso haveria características específicas para cada construção.
(NOGUEIRA,2001).
Samuel Tuke, possuiu outra contribuição importante, A internação deveria
exercer a função de um retiro, referindo como uma casa de campo proporcionando