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Aristoteles - Sobre - a-Alma, Notas de estudo de Filosofia

Dialogo retorico sobre a alma

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 24/11/2015

davi-ferreira-36
davi-ferreira-36 🇧🇷

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Baixe Aristoteles - Sobre - a-Alma e outras Notas de estudo em PDF para Filosofia, somente na Docsity!

Título: Sobre a Alma Autor: Aristóteles Edição: Imprensa Nacional-Casa da Moeda Concepção gráfica: UED/INCM Tiragem: 800 exemplares

Data de impressão: Setembro de 2010

ISBN: 978-972-27-1892- Depósito legal: 316 072/

Projecto promovido e coordenado pelo Centro de Filosofia da Universi- dade de Lisboa em colaboração com o Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, o Instituto David Lopes de Estudos Árabes e Islâmicos e os Centros de Linguagem, Interpretação e Filosofia e de Estu- dos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra. Este projecto foi subsidiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

SOBRE A ALMASOBRE A ALMA

ARISTÓTELESARISTÓTELES

Revisão científica de TOMÁS CALVO M ARTINEZ

(Universidade Complutense de Madrid)

Tradução de A NA M ARIA LÓIO

(Universidade de Lisboa)

CENTRO DE FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA

LISBOA

PARENTIBUS OPTIMIS

NOTA INTRODUTÓRIA

De Anima : o texto que hoje lemos

Tum ille: «Tu autem cum ipse tantum librorum habeas, quos hic tandem requiris?» «Commentarios quosdam», inquam, «Aristote- lios, quos hic sciebam esse, ueni ut auferrem, quos legerem, dum essem otiosus.»

Então ele perguntou: «Tu que tens tantos li- vros, que livros procuras tu aqui?» «Vim buscar uns comentários de Aristóteles», disse eu, «que sabia que aqui havia, para os ler quan- do tiver vagar.» Cícero, De finibus 3. 9-10.

O ritual da procura, na biblioteca, de um volume da extensa

obra aristotélica, imitando o gesto de Cícero, filia-nos numa tradição

de leitura e interpretação tão antiga como o próprio filósofo. E lê-lo é,

ainda hoje, um desafio. Séculos de leitores e exegetas reconhecem a

complexidade do seu pensamento, debatendo-se por o esclarecer e tra- duzir; a sua dificuldade, o carácter obscuro de muitas passagens, o

nível de corrupção do texto tornaram-se desabafos «tópicos» de quem

exaspera na luta constante pela aproximação ao grego, necessariamen-

te imerso em problemas e perplexidades. Numa nota introdutória, não

poderia ser nossa pretensão elencá-los, muito menos esclarecê-los^1 ;

(^1) Para o mundo de problemas que não afloraremos aqui, veja-se An-

tónio Pedro Mesquita, Introdução Geral , Lisboa, 2005. A ampla bibliogra-

cumpre-nos, antes, lembrar alguns factos, exteriores ao sistema filo-

sófico aristotélico, que estão na sua origem. Importa agora formular

uma questão bem ao gosto de Aristóteles: o que é o tratado Sobre a Alma_?_

A pergunta conduz-nos à natureza peculiar dos textos que

compõem o corpus aristotélico. É que estes «tratados» resultam, na

hipótese mais plausível, de lições passadas a escrito. Mais, não foi

Aristóteles quem agrupou em tratados os diversos livros, na ordem

que hoje apresentam; o corpus seria composto, com efeito, de uni-

dades mais pequenas do que os tratados que nos chegaram^2. Quer

isto dizer que a escolha dos conteúdos e a estrutura do tratado So-

bre a Alma não se devem a Aristóteles. Daí a pertinência de

equacionar a identidade do que, exibindo o seu nome, foi transmiti-

do como Nbo Vr`Îs : que tratado sobre a alma leu Cícero? E que tratado sobre a alma lemos nós?

Remissões feitas em outros textos aristotélicos para um Nbo

Vr`Îs documentam a existência de um tal escrito, possivelmente em

vida do filósofo; não possuímos, no entanto, dados sobre o seu «for-

fia específica sugerida neste volume encontra-se em constante actualiza- ção na página oficial do projecto (http://www.obrasdearistoteles.net). (^2) M. Nussbaum, «The text of Aristotle’’s De Anima », in Essays on

Aristotle’’s De Anima, ed. M. Nussbaum & A. Rorty, Oxford, 2003, p. 5, n. 14. Para um sumário do problema, veja-se, da mesma autora, «Aristo- tle», in The Oxford Classical Dictionary , third edition revised, ed. S. Hornb- lower & A. Spawforth, Oxford, 2003, esp. p. 166.

nos chegaram estruturados, transformados num texto acabado, claro

e com nexo: segundo Nussbaum, De An_. III 6-7 é disso um bom_

exemplo^6 ; já Ross põe em causa a unidade de De an_. III 7, nele encontrando uma recolha de textos que um editor tardio quis salvar_^7.

O leitor do tratado Sobre a Alma aperceber-se-á, de facto, de que o

Livro III não segue um fio condutor comparável ao dos Livros I e II.

É importante, pois, partir para o texto com a noção de que não

abordaremos uma obra cuidadosamente planeada e organizada por

Aristóteles, e por ele revista. É preciso somar a estes factos as vicis-

situdes de uma tradição manuscrita que alguns consideram parti-

cularmente desafortunada: corrupção do texto decorrente de séculos

de cópia, preenchimento de lacunas e até correcção por parte de leito-

res dificilmente avalizados para o fazer.

O que nos fica, afinal, de Aristóteles? «The exact wording of most of the material is Aristotle’’s», acredita Nussbaum 8. Mesmo que

assim não seja, a simples consciência de quão longo e tortuoso foi o

caminho por estas palavras até nós percorrido deve bastar para que,

curiosos, as honremos com a nossa leitura.

(^6) M. Nussbaum, «Aristotle», p. 166. (^7) D. Ross, Aristoteles De anima , ed., with introduction and commen-

tary, 1961, p. 303. (^8) M. Nussbaum, «Aristotle», p. 166.

Quadro-síntese da obra

Livro I

Levantamento dos problemas que o estudo proposto envolve. Recuperação da investiga- ção realizada pelos antecessores de A.: apresen- tação e análise das doutrinas mais relevantes.

Dificuldades do estudo encetado; elenco de problemas de vária ordem por ele suscitados (método de investigação, género da alma, di- visibilidade, abrangência da definição, afecções da alma e sua inseparabilidade da matéria fí- sica dos animais).

1 A alma como objecto de investigação

A investigação da alma: doutrinas legadas pelos antecessores

Conhecimento e movimento como característi- cas ordinariamente atribuídas à alma: estudo das doutrinas dos antecessores (Demócrito, pi- tagóricos, Anaxágoras, Platão no Timeu , Empé- docles, Tales, Diógenes, Heraclito, Alcméon, Crítias, Hípon); aspectos a reter, incorrecções.

Os quatro tipos de movimento. Movimento por natureza e por acidente. Refutação da doutri- na segundo a qual a alma se move a si mesma; síntese e exame da exposição que dela faz Pla- tão no Timeu. Denúncia do absurdo de certas propostas sobre a relação entre alma e corpo.

Inconsistência da teoria segundo a qual a alma é uma harmonia. Análise das consequências: a alma não pode mover-se. Retoma do proble- ma do movimento da alma: a alma como nú- mero que se move a si mesmo, a menos razo- ável das doutrinas.

Conclusão da análise da doutrina da alma como número. Exposição e refutação da dou- trina segundo a qual a alma é composta de elementos, em especial da proposta de Empé- docles. As partes da alma: sua unidade, espé- cie das suas partes.

Conhecimento e movimento

Movimento da alma

Alma como harmonia e número

Continuação; alma composta de elementos