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Guias e Dicas
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Aquecimento Global Antropogênico, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Revisão bibliográfica realizada para apresentação no SIMPOAGRA na FEAD-MG

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 31/10/2011

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philipe-corcino-5 🇧🇷

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Inconsistências na Teoria do Aquecimento Global Antropogênico
Philipe Guilherme Corcino Souza 1;
Existe uma linha de pensamento atualmente bastante disseminada em nossa cultura, a
qual a teoria do aquecimento global é uma verdade absolutamente estabelecida e comprovada
(ONÇA, 2011). Aliado a esse pensamento ceticista, existe a mídia que se aproveita da
consagrada capacidade da maioria dos leitores de simplificação e polarização, mas também
porque o noticiário informa com maior facilidade sobre eventos do que sobre processos.
Assim esse trabalho tem como objetivo apenas expor algumas incoerências dessa teoria, e se
possível alertar a comunidade acadêmica para a veracidade da mesma.
Não há dúvidas que ocorreu um aquecimento global nos últimos 150 anos. A questão
que se coloca, é se o aquecimento observado é natural ou antropogênico (Molion, 2008).
Mckibben (1990), afirma que qualquer modificação no ambiente é uma forma de
contaminação, mas posto que a interferência humana representa estratégia de sobrevivência
desde o início da evolução da espécie, a única maneira de o homem não contaminar a
natureza seria desaparecer da face da Terra. As evidências obtidas por meio de observações
mostram que muitos sistemas naturais estão sendo afetados pelas mudanças climáticas,
resultados de pesquisas constatam que o aumento substancial nas concentrações globais de
dióxido de carbono, metano e óxido nitroso deve-se, desde 1750, às atividades humanas
(emissões devido ao uso de combustíveis fósseis e mudanças de uso da terra) (PINTO, 2009).
Entretanto, o fato de que o aumento nas concentrações de gases estufas se deve as atividades
antrópicas, não é suficiente para concluir que toda a alteração no ecossistema global se deve
ao homem, que a maioria dos estudos em torno das mudanças globais não consegue
intercorrelacionar claramente a ação do homem com os distúrbios globais.
A Figura A, extraída do artigo de Luiz Carlos Baldicero Molion, “Considerações sobre
o aquecimento global antropogênico“, mostra a evolução temporal da temperatura e da
concentração de CO2, obtidas com os cilindros de gelo de Vostok na Antártida. A curva
superior é a concentração de CO2, que variou entre 180 e 300 ppmv2 (escala à esquerda), e a
1 FEAD-MG, campus Cláudio Manuel. philipe_tecnico@yahoo.com.br.
2 1ppmv = 1 parte por milhão por volume, ou seja, 1 mililitro por metro cúbico
de ar.
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Inconsistências na Teoria do Aquecimento Global Antropogênico

Philipe Guilherme Corcino Souza 1 ;

Existe uma linha de pensamento atualmente bastante disseminada em nossa cultura, a qual a teoria do aquecimento global é uma verdade absolutamente estabelecida e comprovada (ONÇA, 2011). Aliado a esse pensamento ceticista, existe a mídia que se aproveita da consagrada capacidade da maioria dos leitores de simplificação e polarização, mas também porque o noticiário informa com maior facilidade sobre eventos do que sobre processos. Assim esse trabalho tem como objetivo apenas expor algumas incoerências dessa teoria, e se possível alertar a comunidade acadêmica para a veracidade da mesma.

Não há dúvidas que ocorreu um aquecimento global nos últimos 150 anos. A questão que se coloca, é se o aquecimento observado é natural ou antropogênico (Molion, 2008). Mckibben (1990), afirma que qualquer modificação no ambiente é uma forma de contaminação, mas posto que a interferência humana representa estratégia de sobrevivência desde o início da evolução da espécie, a única maneira de o homem não contaminar a natureza seria desaparecer da face da Terra. As evidências obtidas por meio de observações mostram que muitos sistemas naturais estão sendo afetados pelas mudanças climáticas, resultados de pesquisas constatam que o aumento substancial nas concentrações globais de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso deve-se, desde 1750, às atividades humanas (emissões devido ao uso de combustíveis fósseis e mudanças de uso da terra) (PINTO, 2009). Entretanto, o fato de que o aumento nas concentrações de gases estufas se deve as atividades antrópicas, não é suficiente para concluir que toda a alteração no ecossistema global se deve ao homem, já que a maioria dos estudos em torno das mudanças globais não consegue intercorrelacionar claramente a ação do homem com os distúrbios globais.

A Figura A, extraída do artigo de Luiz Carlos Baldicero Molion, “Considerações sobre o aquecimento global antropogênico“, mostra a evolução temporal da temperatura e da concentração de CO2, obtidas com os cilindros de gelo de Vostok na Antártida. A curva superior é a concentração de CO2, que variou entre 180 e 300 ppmv 2 (escala à esquerda), e a

(^1) FEAD-MG, campus Cláudio Manuel. philipe_tecnico@yahoo.com.br. (^2) 1ppmv = 1 parte por milhão por volume, ou seja, 1 mililitro por metro cúbico de ar.

inferior, é a dos desvios de temperatura do ar, entre – 8 e + 6°C (escala à direita). Uma análise cuidadosa dessa figura mostra, claramente, que a curva de temperatura apresentou 4 picos, superiores à linha de zero (tracejada), que representam os interglaciais passados, períodos mais quentes que separam as eras glaciais, a cerca de 130 mil, 240 mil, 320 mil e 410 mil anos antes da observação. Portanto, as temperaturas dos interglaciais passados parecem ter sido superiores às do presente interglacial, enquanto as concentrações de CO 2 correspondentes foram inferiores a 300 ppmv. Lembrando que a concentração atual atingiu cerca de 380 ppmv, como se pode então dizer que o CO 2 antrópico está levando ao superaquecimento?

Figura A. Variação da concentração de CO2 e dos desvios de temperatura (curva inferior) dos últimos 420 mil anos, obtidas dos cilindros de gelo da Estação de Vostok, Antártica. (Petit et al, 1999 citado por Molion, 2008).

Em 2007, no início do quarto relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), por exemplo, tem-se a seguinte ressalva:

“Enquanto este relatório fornece novas e importantes informações relevantes para a política sobre a compreensão científica da mudança climática, a complexidade do sistema climático e as múltiplas interações que determinam seu comportamento impõem limitações á nossa capacidade de entender por completo a trajetória total do clima global da terra. Ainda existe uma compreensão física incompleta sobre muitos componentes do sistema climático e seu papel nas mudanças climáticas. Incertezas centrais incluem aspectos dos papéis desempenhados pelas nuvens, pela criosfera, pelos oceanos, pelo uso da terra e pela combinação entre o clima e os ciclos biogeoquímicos.”

Como se pode dizer que a culpa do aquecimento é do homem sem que se tenha o entendimento conciso das principais variáveis do processo de mudança global? No mesmo relatório de 2007 o IPCC constatou através de simulações feitas por modelos de clima global (MCG), que o incremento na temperatura média global resultante já seria de 0,5°C e 2,7°C, conforme o modelo utilizado. Entretanto, de acordo com o Sumário para Formuladores de Políticas, extraído do próprio relatório o aumento “observado” está entre 0,4 e 0,7ºC. Ou seja, o aumento observado está situado no limite inferior dos resultados produzidos pelos atuais MCG utilizados para testar a hipótese da intensificação do efeito estufa, evidenciando que esses tendam a superestimar a temperatura (Molion, 2008).

  • ONÇA, Daniela de Souza. Quando o sol brilha, eles fogem para a sombra : A ideologia do aquecimento global. 2011, pg. 1-531. Dissertação (Doutorado em Geografia Física) – Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • PINTO, Erika de Paula Pedro et al. Perguntas e respostas sobre o aquecimento global. Ed. 4, pg. 5-63. IPAM, Pará, abril. Belém, 2009.