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Funcionamento de Caldeiras: Componentes Principais e Funções, Resumos de Mecânica técnica

Uma descrição detalhada dos componentes principais de caldeiras, incluindo fornalhas, vaporizadores, superaquecedores e economizadores. Ele explica suas funções, como absorver calor por radiação e convecção, pré-aquecer a água de alimentação e aproveitar calor residual dos gases. Além disso, o texto discute as diferentes tipos de paredes das fornalhas, como refratárias e de água, e os tipos de economizadores, como recuperativos e regenerativos.

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 27/05/2022

luna-tiquinho
luna-tiquinho 🇧🇷

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3 - GERADORES DE VAPOR D’ÁGUA
3.1 - Definição
Os geradores de vapor d’água (de agora em diante abreviados por GV), também chama-
dos de caldeiras, destinam-se à produção de vapor de água (saturado ou superaquecido) a
partir da energia liberada por um combustível. Podemos ter:
- queima de combustível com oxigênio do ar (caldeiras convencionais)
- reação nuclear (caldeiras de usinas nucleares)
- energia elétrica (caldeiras elétricas)
3.2 - Componentes principais e funcionamento
Unidades modernas e de porte maior são normalmente equipados com:
- fornalha
- vaporizador (trocador de calor)
- superaquecedor (trocador de calor)
- economizador (trocador de calor)
- aquecedor de ar (trocador de calor)
A fornalha é o componente onde se desenvolve a queima do combustível e a liberação dos
gases quentes da combustão. As cinzas pesadas caem por gravidade no cinzeiro, ao fundo da
fornalha. As cinzas leves são levadas pelos gases. A temperatura média da fornalha situa-se
entre 800C a 1300C.
O vaporizador (ou superfície de vaporização) são os trocadores de calor onde ocorre o a-
quecimento e a vaporização da água. Parte ou totalidade da superfície de vaporização pode
estar dentro da própria fornalha, que neste caso é constituída por tubos paredes d’água. Essa
parte do vaporizador chamaremos de parte “radiante”, uma vez que a principal forma de trans-
ferência de calor é por radiação
Em unidades bem dimensionadas as paredes d’água são menos de 10% da superfície to-
tal de vaporização eo capazes de absorver até 50% da energia liberada na combustão. A
circulação de água e vapor no vaporizador dá-se por convecção natural ou por bombas, no ca-
so de altas pressões de operação.
O superaquecedor é um trocador de calor que recebe o vapor saturado produzido no vapo-
rizador e, mediante troca de calor com os gases da combustão eleva a temperatura de vapor
transformando-o em vapor superaquecido. Em caldeiras de grande parte, os superaquecedores
absorvem calor por radiação diretamente da fornalha (quando estão situados em seu topo) e
também por convecção.
O economizador é um trocador de calor que pré-aquece a água de alimentação da caldeira
mediante calor cedido pelos gases da combustão. Normalmente está posicionado após o supe-
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3 - GERADORES DE VAPOR D’ÁGUA

3.1 - Definição Os geradores de vapor d’água (de agora em diante abreviados por GV), também chama- dos de caldeiras, destinam-se à produção de vapor de água (saturado ou superaquecido) a partir da energia liberada por um combustível. Podemos ter:

  • queima de combustível com oxigênio do ar (caldeiras convencionais)
  • reação nuclear (caldeiras de usinas nucleares)
  • energia elétrica (caldeiras elétricas) 3.2 - Componentes principais e funcionamento Unidades modernas e de porte maior são normalmente equipados com:
  • fornalha
  • vaporizador (trocador de calor)
  • superaquecedor (trocador de calor)
  • economizador (trocador de calor)
  • aquecedor de ar (trocador de calor) A fornalha é o componente onde se desenvolve a queima do combustível e a liberação dos gases quentes da combustão. As cinzas pesadas caem por gravidade no cinzeiro, ao fundo da fornalha. As cinzas leves são levadas pelos gases. A temperatura média da fornalha situa-se entre 800C a 13 00 C. O vaporizador (ou superfície de vaporização) são os trocadores de calor onde ocorre o a- quecimento e a vaporização da água. Parte ou totalidade da superfície de vaporização pode estar dentro da própria fornalha, que neste caso é constituída por tubos paredes d’água. Essa parte do vaporizador chamaremos de parte “radiante”, uma vez que a principal forma de trans- ferência de calor é por radiação Em unidades bem dimensionadas as paredes d’água são menos de 10% da superfície to- tal de vaporização e são capazes de absorver até 50% da energia liberada na combustão. A circulação de água e vapor no vaporizador dá-se por convecção natural ou por bombas, no ca- so de altas pressões de operação. O superaquecedor é um trocador de calor que recebe o vapor saturado produzido no vapo- rizador e, mediante troca de calor com os gases da combustão eleva a temperatura de vapor transformando-o em vapor superaquecido. Em caldeiras de grande parte, os superaquecedores absorvem calor por radiação diretamente da fornalha (quando estão situados em seu topo) e também por convecção. O economizador é um trocador de calor que pré-aquece a água de alimentação da caldeira mediante calor cedido pelos gases da combustão. Normalmente está posicionado após o supe-

raquecedor (com relação ao trajeto dos gases). Tem a finalidade de aumentar o rendimento da caldeira e minimizar o choque térmico na entrada do vaporizador. O aquecedor de ar é um trocador de calor que aproveita o calor residual dos gases que passaram pelo economizador para pré-aquecer o ar de combustão. A temperatura dos gases na chaminé situa-se entre 120 e 300C, dependendo da pressão de operação e da existência de economizador e/ou aquecedor de ar. O posicionamento relativo dos componentes principais na caldeira (trocadores de calor) é feito de modo que o fluido quente (gases da combustão) e os fluidos frios (água, vapor e ar) circulem em contracorrente. A pressão de operação é controlada por pressostatos ligados ao sistema de alimentação de combustível para a fornalha. Quando a demanda de vapor aumenta, a pressão começa a cair e o sistema de alimentação deve fornecer mais combustível e ar para a fornalha. Assim, com maior geração de gases (e calor) na fornalha, a produção de vapor aumenta restabele- cendo a pressão de trabalho ao seu valor de “set-point”. 3.3 - Tipos As caldeiras são classificadas em: a) Aquotubulares – nas quais a água e o vapor circulam por dentro dos tubos. b) Flamotubulares - nas quais os gases de combustão circulam por dentro dos tubos. c) Elétricas – utilizam o efeito Joule para gerar calor a partir da energia elétrica. As Aquotubulares são de uso abrangente, de pequeno a grande porte. Podem ser utiliza- das para qualquer faixa de pressão do vapor. Normalmente têm economizador e superaquecedor. As flamotubulares são de pequeno porte, para produções de até15 t/h vapor saturado, no máximo a 15 ata. As elétricas são convenientes quando há disponibilidade de e- nergia elétrica a baixo custo. São utilizadas apenas para a produção de vapor saturado. Funcionam com resistências elétricas ou eletrodos submersos.

Caldeira Aquotubular tipo vertical

Caldeiras Aquotubulares Tipo horizontal acima e tipo vertical abaixo

Caldeira Flamotubular

3.4.1 - Fluxograma simplificado Componentes: F = fornalha (inclui a parte radiante do vaporizador - paredes d'água) S = superaquecedor R = reaquecedor V = vaporizador (parte convectiva ou "banco convectivo") E = economizador A = aquecedor de ar (também chamado de "pré-ar")

3.6.5 – Dimensionamento das fornalhas Deve-se considerar:

  • Forma e volume adequados ao tipo e quantidade de combustível.
  • Altura compatível com a circulação de água e tempo gasto na queima.
  • Disposição dos queimadores para evitar contato direto da chama com os tubos.
  • Dimensões adequadas da grelha.
  • Temperatura adequada ao equipamento e ao combustível. Grandezas principais:
  • área da grelha: Sg = p l
  • volume da câmara: V
  • Área de passagem: S 0 = n e l

Recomendação para fornalhas com paredes d’água: Combustível Tipo K (kcal / m^3 h) Óleo ou gás Aquotubular 170000 – 680000 Flamotubulares 430000 – 1000000 Carvão Pulverizado 80000 – 250000 Em grelha móvel 200000 – 370000 Lenha Em grelha inclinada 120000 – 320000 Em grelha móvel 120000 – 400000 3.7 - Perdas de energia no GV, rendimento e consumo de combustível 3.7.1 – Perdas de energia Parte da energia do combustível não aproveitada para a geração de vapor. a) Perda por combustível caído nas cinzas Pl = z tcz PCI [kcal / kgcb] z = kg cinzas / kg comb. tcz = kg comb / kg cinzas – teor de combustível contido nas cinzas do cinzeiro Adimensionalizando: P 1 = z tcz PCI/ PCI  P 1 = z t (^) cz 100 [%] PCI = poder calorifico inferior do combustível. b) Perda pelo calor sensível contido nas cinzas P 2 = z Cz (tz – ta) [kcal / kgcb]  

PCI

zC t t

p 2 Z^2 a

 [%]

tz = temperatura de retirada das cinzas do cinzeiro (p 1 + p 2 = 0 a 10% dependendo do teor de cinzas do combustível) c) Perda por formação de fuligem (carbono não queimado) P 3 = mc (AC + 1 - z) PCC [kcal / kgcb]  

PCI

m AC 1 z Pcc

p 3 c

 [%]

mc = conteúdo de carbono (fuligem) nos gases [kgc / kgg] Pcc = poder calorífico do Carbono

d) Perda por presença de gases combustíveis na chaminé

100 [%]

PCI

m Pci m Pci AC 1 z

p 2 2

CO CO H H 4

 [kcal / kgcb]

mCO = conteúdo de CO nos gases (kgCO / kgg)

mH 2  idempara o H 2

PciCO= poder calorífico do CO PciH2= poder calorífico inf. do H 2 (P 3 + P 4 = 1 a 10 % , dependendo do combustível) e) Perda por condução e convecção para o ambiente Complexo para ser calculado. Depende do tamanho do GV, do isolamento, dos cuidados na construção. Obtido de gráficos da literatura de caldeiras, como mostrado a seguir. f) Perda pelo calor contido nos gases da chaminé É o calor sensível dos gases que são descartados da caldeira. P 6 = (AC + 1 - z) CPg (tg – ta) [kcal / kgcb]

PCI

AC 1 zC t t

p

0 pg g a 6

 [%]

(P 6 = 5 a 20% geralmente) 3.7.2 Rendimento do GV Perdas na fornalha: P 1 + P 2 + P 3 + P 4 Perdas no restante da caldeira: P 5 + P 6