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Guias e Dicas
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Manual Prático para a Criação de Suínos: Instruções para Alunos Plantonistas, Notas de aula de Crescimento

Este documento fornece instruções detalhadas para estudantes plantonistas envolvidos na criação de suínos. Aborda tarefas diárias, cuidados especiais, uso de matrizes prenhas, reprodutores, alimentação, manejo de animais e materiais, inspeção e controle de saúde, e gestão da produção. Além disso, discute as vantagens e desvantagens da inseminação artificial e diferentes métodos de reprodução. O documento também aborda a importância de planejamento, inventário, controle de gastos e manejo de crises.

O que você vai aprender

  • Quais são as vantagens e desvantagens da inseminação artificial em suínos?
  • Quais são as medidas de prevenção contra doenças comuns em suínos?
  • Como devem ser identificados e tratados problemas em relação ao sumiço de materiais e lesões nos animais?
  • Quais são as exigências nutricionais mínimas para suínos e como elas podem ser fornecidas?
  • Quais são as tarefas diárias que devem ser realizadas por estudantes plantonistas em relação aos suínos?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Pernambuco
Pernambuco 🇧🇷

4.2

(45)

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APOSTILA
DE
SUINOCULTURA
Prof. Cássio Roloff
prof.cassioroloff@gmail.com
Curso técnico em Agropecuária
Nome:____________________________ Turma: 2A__
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Baixe Manual Prático para a Criação de Suínos: Instruções para Alunos Plantonistas e outras Notas de aula em PDF para Crescimento, somente na Docsity!

APOSTILA

DE

SUINOCULTURA

Prof. Cássio Roloff

prof.cassioroloff@gmail.com

Curso técnico em Agropecuária

Nome:____________________________ Turma: 2A__

SUMÁRIO

  • CAPÍTULO 1 RAÇAS DE SUÍNOS E PADRÕES ZOOTÉCNICOS
  • 1.1 Introdução à suinocultura
  • 1.1.1 Origem e história do suíno
  • 1.1.2 Classificação científica do suíno ..
  • 1.2 Raças de suínos
  • 1.2.1 Raças estrangeiras
  • 1.2.1.1 Duroc
  • 1.2.1.2 Landrace..................................................................................................................................
  • 1.2.1.3 Hampshire
  • 1.2.1.4 Wessex
  • 1.2.1.5 Pietrain
  • 1.2.1.6 Large White.............................................................................................................................
  • 1.2.2 Raças brasileiras...............................................................................................................................
  • 1.2.2.1 Piau
  • 1.2.2.2 Canastrão
  • 1.2.2.3 Canastra
  • 1.2.2.4 Canastrinho
  • 1.2.2.5 Moura......................................................................................................................................
  • CAPÍTULO 2 REPRODUÇÃO DE SUÍNOS
  • 2.1 Anatomia da reprodução dos suínos
  • 2.1.1 Órgãos reprodutivos da porca
  • 2.1.2 Órgãos reprodutivos do porco
  • 2.2 Fisiologia da reprodução nos suínos.................................................................................................
  • 2.2.1 Puberdade
  • 2.2.2 Ciclo estral
  • 2.2.3 Hormônios da reprodução
  • 2.3 Métodos de reprodução dos suínos
  • 2.3.1 Cobertura ou cobrição
  • 2.3.2 Inseminação artificial
  • 2.3.2.1 Coleta do sêmen
  • 2.3.2.2 Tecnologia do sêmen
  • 2.3.2.3 Inseminação na porca
  • 2.3.2.4 Vantagens e desvantagens da IA
  • CAPÍTULO 3 SISTEMAS DE CRIAÇÃO, TIPOS DE PROD. E MANEJO
  • 3.1 Sistemas de criação na suinocultura
  • 3.1.1 Sistema extensivo
  • 3.1.2 Sistemas intensivos
  • 3.1.2.1 Sistema intensivo de suínos criados ao ar livre (SISCAL)
  • 3.1.2.2 Sistema de criação misto ou semi-confinado
  • 3.1.2.3 Sistema confinado
  • 3.2 Tipos de produção
  • 3.2.1 Produção de ciclo completo
  • 3.2.2 Produção de leitões
  • 3.2.3 Produção de leitões desmamados
  • 3.2.4 Produção de leitões para terminação
  • 3.2.5 Produção de terminados
  • 3.2.6 Produção de reprodutores
  • 3.3. Manejo das fases de criação
  • 3.3.1 Reprodução
  • 3.3.2 Gestação.......................................................................................................................................
  • 3.3.3 Maternidade
  • 3.3.4 Creche
  • 3.3.5 Crescimento e terminação
  • CAPÍTULO 4 INSTALAÇÕES PARA SUÍNOS
  • 4.1 Instalações para suínos
  • 4.1.1 Galpões ou salas
  • 4.1.1.1 Galpão maternidade
  • 4.1.1.2 Galpão gestação.......................................................................................................................
  • 4.1.1.3 Galpão creche
  • 4.1.1.4 Galpão crescimento e terminação
  • 4.1.1.5 Reservatório de água................................................................................................................
  • 4.1.1.6 Quarentenário
  • 4.1.1.7 Fábrica de ração.......................................................................................................................
  • 4.1.1.8 Depósito
  • 4.1.1.9 Escritório
  • 4.1.1.10 Tratamento dos dejetos
  • CAPÍTULO 5 ALIMENTAÇÃO PARA SUÍNOS
  • 5.1 Fisiologia da digestão dos suínos
  • 5.1.1 Boca
  • 5.1.2. Esôfago
  • 5.1.3 Estômago
  • 5.1.4 Intestino delgado
  • 5.1.5 Intestino grosso
  • 5.2 Exigências nutricionais dos suínos
  • 5.2.1 Formulação de ração...................................................................................................................
  • 5.2.1.1 Alimentos energéticos
  • 5.2.1.2 Alimentos proteicos
  • 5.2.1.3 Minerais e vitaminas
  • 5.2.1.4 Aditivos...................................................................................................................................
  • CAPÍTULO 6 PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO DA CRIAÇÃO
  • 6.1 Planejamento da criação de suínos
  • 6.2 Monitoramento da criação de suínos
  • 6.2.1 Normas de marcação
  • 6.2.2 Escrituração zootécnica
  • 6.2.3 Escrituração econômica
  • CAPÍTULO 7 ABATEDOURO E ABATE DOS SUÍNOS
  • 7.1 O Abate.........................................................................................................................................
  • 7.2 Recepção.......................................................................................................................................
  • 7.3 Insensibilização
  • 7.4 Sangria
  • 7.5 Escaldagem e depilação
  • 7.6 Depilação
  • 7.7 Evisceração
  • 7.8 Corte, toalete, pesagem e refrigeração............................................................................................
  • 7.9 Outros usos
  • CAPÍTULO 8 PRODUÇÃO DE CARNE E DERIVADOS
  • 8.1 A carne de suíno
  • CAPÍTULO 9 DOENÇAS NA SUINOCULTURA
  • 9.1 Doenças dos suínos
  • 9.1.1 Doença de Aujeszky
  • 9.1.2 Parvovirose suína
  • 9.1.3 Circovirose suína
  • 9.1.4 Doença de Glässer
  • 9.1.5 Febre aftosa
  • 9.1.6 Peste suína clássica
  • 9.1.7 Brucelose suína
  • 9.1.8 Erisipela em suínos
  • REFERÊNCIAS

Atividades dos alunos plantonistas do setor de Suinocultura

  • Fazer o arraçoamento correto de todos os animais na primeira hora da manhã. (Internos)
  • Realizar a contagem dos animais e conferir o funcionamento dos bebedouros.
  • Conferir possíveis sinais de lesões e fazer se necessário o primeiro tratamento.
  • Sempre estar atento ao mural de recados ao lado da porta de entrada da pocilga.
  • Cortar e tratar os animais com complemento de massa verde todos os dias.
  • Checar na cozinha do internato se há necessidade de trazer o tonel da lavagem.
  • Se necessário trazer o tonel e logo após tratar os animais, lavar o mesmo e retorná-lo ao internato.
  • Fazer a limpeza diária de todas as baias. (Exceto em dias de aulas práticas)
  • Manter a Pocilga sempre limpa e organizada.
  • Zelar pelo material disponível no setor.
  • Cuidar das chaves do setor , se perdidas será necessário a substituição dos cadeados e novas

cópias. (Ressarcimento dos alunos plantonistas)

  • Nunca emprestar as chaves do setor para alunos que não forem plantonistas.
  • Fazer o arraçoamento de matrizes prenhas, lactantes ou leitegadas ao meio dia. (Quando

solicitado)

  • Deixar o estoque de ração sempre disponível para o dia seguinte.
  • Ter um cuidado redobrando com matrizes prenhas, em lactação e leitegadas.
  • Revisar sempre as cercas elétricas para evitar possíveis fugas de corrente, evitando assim a fuga

dos animais.

  • Na escassez de ração comunicar ao professor ou a coordenação de curso antes do término total da

mesma.

  • Quaisquer problemas encontrados em relação ao sumiço de materiais e lesões nos animais

comunicar ao professor Cássio Roloff ou a coordenação da escola.

  • Ao final das aulas fazer o segundo e último arraçoamento de todos os animais. (Internos)
  • Na troca de plantões passar possíveis recomendações aos novos plantonistas, como por exemplo

animais doentes, falta de água ou etc.

  • Nunca se esqueça, os alunos plantonistas são os responsáveis pelo zelo dos materiais encontrados

no setor, sujeitos a ressarcimento em casos de negligência.

  • A venda dos animais é restritamente vedada ao professor Cássio Roloff.
  • O não cumprimento de alguma destas tarefas acarretará também no conceito final dos alunos

plantonistas!

Pesquisas paleontológicas registram a presença de suínos junto à vida humana

desde 5 .000 anos a.C. no continente asiático. Historiadores defendem que o suíno

doméstico descende do javali selvagem.

Figura 1.1: Javali selvagem

Segundo Dechambre, a origem dos suínos é dupla. O suíno doméstico é

descendente do javali europeu e do javali asiático. Cornevin e Lesbre defendem que o

javali europeu não passaria de uma forma mais recente do javali asiático.

Com base na fórmula vertebral idêntica à do javali europeu e do suíno doméstico,

caracteres do crânio e exteriores, Sanson relata que a origem do suíno é única do javali

europeu.

De acordo com Nathusius e Rutirmayer, as raças suínas atuais descendem ou do

javali asiático, ou do javali europeu, ou do cruzamento de ambos.

O histórico da criação de suínos aponta que a domesticação na China existe há

5.000 anos. Porém, muitos povos da Ásia e egípcios não comiam carne de porco com

medo de contraírem lepra, o que levou a não expansão da espécie em alguns países.

Os gregos admiravam e criavam esses animais para oferecerem em sacrifício às

divindades de seus deuses. Já os romanos eram apreciadores da carne suína e chegavam

a abrigar cerca de 4.000 animais.

Os primeiros suínos que chegaram à América foram trazidos por Cristóvão

Colombo por volta do ano de 1493 e foram criados de forma simples. Muitos escaparam

e se embrenharam pelas matas, formando grupos independentes. Nativos caçavam

porcos selvagens e criavam os leitões capturados como animais de estimação dentro

das moradias. Desde a sua domesticação, porém, os suínos sofreram grandes

transformações morfológicas e fisiológicas, em consequência das condições em que

viveram e das necessidades do homem em relação ao melhor aproveitamento do animal.

Em terras brasileiras, os suínos chegaram em 1532, trazidos pelo navegador

Martins Afonso de Souza. Os animais pertenciam às raças da Península Ibérica e

desembarcaram no litoral paulista na Capitania de São Vicente. A partir daí a suinocultura

cresceu. O que inicialmente era produzido apenas como fonte de alimento para a família

em pequenas propriedades rurais, atualmente é uma fonte de renda economicamente

viável quando explorada corretamente.

1.2 Raças de suínos

Cada raça de suíno é definida por características semelhantes que são

transmitidas aos descendentes.

A classificação das raças de suínos, segundo Machado (1967, p.90), é feita de

acordo com o perfil frontonasal, tamanho e orientação das orelhas com as proporções

da cabeça.

Observe a morfologia que classifica esses animais com base nas Figuras 1.2 e

1.3, a seguir.

Figura 1.2: Tipos de perfil frontonasal: 1 – retilíneo; 2 – concavilíneo; 3 – ultraconcavilíneo

Figura 1.3: Tipos de orelhas: A – asiática; B – ibérica; C – céltica

Com o estudo das raças podemos conhecer seus defeitos e qualidades para

produção e cruzamentos na suinocultura. A seguir, veremos uma descrição das raças

expressivas no Brasil. Você poderá observar que cada raça apresenta uma característica

de maior destaque, seja para porte, prolificidade, produção de carne e produção de banha.

1.2.1 Raças estrangeiras

As raças estrangeiras têm uma seleção de muitos anos feita nos países com

produção mais adiantada no mundo. Em consequência, os índices de produtividade

expressos na prolificidade, precocidade e rendimento atingiram valores mais elevados

(MACHADO, 1967).

Vamos agora identificar as principais raças de suínos de origem estrangeira.

1.2.1.2 Landrace

A raça Landrace é de origem dinamarquesa e foi introduzida no Brasil

principalmente por holandeses e suecos. Os animais dessa raça possuem cabeça

comprida, de perfil concavilíneo. As orelhas são compridas, finas, inclinadas para frente,

do tipo céltico. O corpo, com perfeita conformação para a produção de carne, é bastante

comprido e enxuto, de igual largura e espessura em todo o comprimento. A pele é fina,

solta, sem rugas e despigmentada, porém, para as regiões tropicais prefere-se que seja

coberta com manchas escuras. Seu aperfeiçoamento busca uma ótima produção de carne

magra.

Figura 1.5: Raça Landrace

1.2.1.3 Hampshire

Essa raça, antigamente chamada Thin Rind, formou-se no Kentucky e no Sul de

Indiana e é derivada de porcos ingleses do Hampshire, introduzidos em 1825. O

Hampshire é um porco ativo, vigoroso, vivo e rústico.

Apresenta pelagem preta com uma faixa branca abrangendo os membros

anteriores. A cabeça é frequentemente um pouco comprida, de largura média, às vezes

um pouco estreita. O perfil da fronte e focinho é concavilíneo. As orelhas são de

comprimento médio, ligeiramente inclinadas para fora e para frente.

Figura 1.6: Raça Hampshire

1.2.1.5 Pietrain

Raça belga que possui uma excelente massa muscular, sendo muito utilizada em

cruzamentos. É conhecida como raça dos quatro pernis, por possuir grande quantidade

de carne nos quartos dianteiros.

É um porco grande, com pelagem de fundo claro malhado de preto. A cabeça é

larga, côncava, com orelhas médias, grossas, dirigidas para frente horizontalmente.

Figura 1.8: Raça Pietrain

1.2.1.6 Large White

O Large White ou também conhecido como Yorkshire, foi originado no norte da

Inglaterra. Provavelmente melhorado através de seleção e cruzamentos com

Wainman e Duckering.

De pelagem branca e cerdas finas, o Large White possui pele rosada. Sua

cabeça é média de perfil côncavo. As orelhas são de tamanho e largura média

inclinadas para frente. Tem pescoço cônico e musculoso, corpo comprido e

profundo. Os membros são altos, aprumados e relativamente finos.

É uma raça com aptidão para produção de carne e com toucinho uniformemente

distribuído. Tem bom temperamento e rusticidade. Apresenta bons resultados

quando cruzado com a raça Landrace.

Figura 1.9: Raça Yorkshire

1.2.2.2 Canastrão

Já foi considerada a maior raça de porco do Brasil. Já teve grande importância

econômica e alimentícia, porém atualmente é provável que esteja quase extinto por estar

altamente mestiçado com outras raças, existindo poucos animais considerados puros,

sendo muito difícil sua identificação e recuperação. Apresenta pelagem preta ou

vermelha, pele grossa e pregueada, orelha tipo céltica e corpo grande. O canastrão

possui característica rústica e é encontrado no sertão do Brasil.

Figura 1.11: Raça Canastrão

1.2.2.3 Canastra

O suíno Canastra, supostamente derivado das raças portuguesas, também é

conhecido como meia perna. Possui porte médio, membros curtos, cabeça pequena com

perfil subcôncavo e orelhas médias oblíquas para frente.

Figura 1.12: Raça Canastra

1.2.2.4 Canastrinho

Trazidos do Oriente por colonizadores portugueses, o Canastrinho pertence a um

grupo de animais menores do tipo asiático. Possui membros curtos e finos, pouca

musculatura e ossadura.

Figura 1.13: Raça Canastrinho

1.2.2.5 Moura

A raça é descendente ou aparentada com os famosos porcos pretos ibéricos que

são muito utilizados para a produção de presunto cru suíno pata negra produto altamente

valorizado e comercialmente demandado, um dos melhores na sua categoria no mundo.

Raça originada e disseminada nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e

Paraná. Possui pelagem preta entremeada de pelos brancos e orelhas intermediárias

entre ibéricas e célticas, com perfil cefálico retilíneo ou concavilíneo.

Figura 1.14: Raça Moura