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Este texto discute a inspiração divina na produção de livros sagrados, as pessoas divinas em deus e a natureza espiritual de anjos. Além disso, aborda a concepção virgem de maria e a definição dogmática da sua imaculada concepção. O texto também enfatiza a importância dos méritos de jesus cristo para a salvação.
Tipologia: Notas de aula
Compartilhado em 07/11/2022
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2010
Deus existe e isso é uma verdade fundamental e demonstrável. Ensina a Igreja: ―A mesma Santa Igreja crê e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas‖ (Concílio Vaticano I, Constituição dogmática De fide catholica , Dei Filius , cap. 2 Denz. 1785 - 3004 em 1870); e isso baseado em são Paulo: ―Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar ‖ (Rm 1,20) e por isso a Escritura diz: ―Diz o insensato em seu coração: Deus não existe‖ (Sl 52,2).
É certo também que nas condições históricas em que se encontra, o homem experimenta, no entanto, muitas dificuldades para chegar ao conhecimento de Deus só com as luzes da razão:
―Não é de admirar que haja constantemente discórdias e erros fora do redil de Cristo. Pois, embora possa realmente a razão humana com suas forças e sua luz natural chegar de forma absoluta ao conhecimento verdadeiro e certo de Deus, único e pessoal, que sustém e governa o mundo com sua providência, bem como ao conhecimento da lei natural, impressa pelo Criador em nossas almas, entretanto, não são poucos os obstáculos que impedem a razão de fazer uso eficaz e frutuoso dessa sua capacidade natural. De fato, as verdades que se referem a Deus e às relações entre os homens e Deus transcendem por completo a ordem dos seres sensíveis e, quando entram na prática da vida e a enformam, exigem o sacrifício e a abnegação própria. Ora, o entendimento humano encontra dificuldades na aquisição de tais verdades, já pela ação dos sentidos e da imaginação, já pelas más inclinações, nascidas do pecado original. Isso faz com que os homens, em semelhantes questões, facilmente se persuadam de ser falso e duvidoso o que não querem que seja verdadeiro‖ (Pio XII, Encíclica Humani generis , n. 2 em 1950).
Esse mesmo Deus pôs no homem uma vontade de buscá-lo. O homem tem necessidade de conhecer Deus (pode-se prová-lo pela busca da felicidade).
Por isso, como resposta a essa busca natural do homem, ele cria a religião natural : Uma tentativa do homem de conhecer Deus, saber seus deveres para com Deus e os meios que levam a Deus.
Entretanto, essas religiões não chegaram a Deus, porque se tornaram politeístas. O politeísmo foi por quatro razões:
Revelou-se primeiramente aos judeus : Revelação pública privada única civilização antiga monoteísta.
Revelação culminada em Jesus Cristo : Revelação pública universal lista das profecias do antigo Testamento que se cumpre em Jesus no novo Testamento: ―Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas.‖ (Hb 1,1s).
Tudo o que Deus revelou é verdade: ―Sua boca ensinou a verdade, e não se encontrou perversidade nos seus lábios‖ (Ml 1,6).
Revelação é, portanto, o conjunto das verdades ensinadas por Deus, seja através de seus ministros, seja por ele mesmo.
Essa totalidade da revelação de Deus aos homens se encontra na Tradição Apostólica e nas Escrituras. Portanto tanto a Tradição como a Escritura pode ser chamada de Palavra de Deus:
―Não desprezes o que contarem os velhos sábios, mas entretém-te com suas palavras , pois é com eles que aprenderás a sabedoria , os ensinamentos da inteligência , e a arte de servir irrepreensivelmente os poderosos. Não desprezes os ensinamentos dos anciãos , pois eles os aprenderam com seus pais ‖ (Eclo 8,9-11). ―Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma , penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever‖ (Jo 21,25). ―Por isso é que também nós não cessamos de dar graças a Deus, porque recebestes a palavra de Deus , que de nós ouvistes , e a acolhestes, não como palavra de homens, mas como aquilo que realmente é, como palavra de Deus ‖ (I Ts 2,13). ―Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras , seja por carta nossa‖ (II Ts 2,15). ―Intimamo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que eviteis a convivência de todo irmão que leve vida ociosa e contrária à tradição que de nós tendes recebido ‖ (II Ts 3,6). ―Ó Timóteo, guarda o bem que te foi confiado !‖ (I Tm 6,20). ― O que de mim ouviste em presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis que, por sua vez, sejam capazes de instruir a outros‖ (II Tm 2,2). ―Eu te deixei em Creta para acabares de organizar tudo e estabeleceres anciãos (Bispos) em cada cidade, de acordo com as normas que te tracei ‖ (Tt 1,5). ―Apesar de ter mais coisas que vos escrever, não o quis fazer com papel e tinta , mas espero estar entre vós e conversar de viva voz , para que a vossa alegria seja perfeita‖ (II Jo 12). ―Tinha muitas coisas para te escrever, mas não quero fazê-lo com tinta e pena. Espero ir ver-te em breve e então falaremos de viva voz ‖ (III Jo 13s).
Fé é a virtude fundamental pois, ―sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram‖ (Hb 11,6).
Ou ainda: ―Desposar-te-ei na fé‖ (Os 2,22). ―Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado‖ (Mc 16,16).
A fé é definida como a virtude pela qual cremos firmemente em todas as verdades que Deus revelou, baseados na sua autoridade, uma vez que ele não se engana sem pode enganar.
A fé não é opinião , como quando se diz ―creio que vai chover‖, mas fé implica certeza. Contudo, nem toda certeza é fé! O que se pode perceber ou demonstrar é compreensão, não crença (fé). ―Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!‖ (Jo 20,29).
Fé é a aceitação de algo como verdadeiro, pela autoridade de outro, por adesão pessoal a ele. Por isso, a fé tem que ser integra e completa. Negar um ponto da fé é negar Deus. É o mesmo que dizer que ou ele pode mentir ou que ele se enganou.
Deus é um espírito infinitamente perfeito, que existe por si mesmo e de quem todos os outros seres recebem a existência. E a Igreja confessa pelo seu Magistério infalível:
―A Santa Igreja Católica Apostólica Romana crê e confessa que há um [só] Deus verdadeiro e vivo, Criador e Senhor do céu e da terra, onipotente, eterno, imenso, incompreensível, infinito em intelecto, vontade e toda a perfeição; o qual, sendo uma substância espiritual una e singular, inteiramente simples e incomunicável, é real e essencialmente distinto do mundo, sumamente feliz em si e por si mesmo, e está inefavelmente acima de tudo o que existe ou fora dele se possa conceber‖ (Concílio Vaticano I, Constituição dogmática De fide catholica , Dei Filius , cap. 1 Denz. 1782 - 3001 em 1870).
Por isso o mesmo Concílio à luz da Sabedoria do Espírito Santo a Igreja excomunga quem negar que há um só Deus verdadeiro, Criador e Senhor das coisas visíveis; ou se alguém disser que a substância ou essência de Deus é a mesma que a substância ou essência de todas as coisas e ainda se alguém disser que as coisas finitas, tanto as corpóreas como as espirituais, ou ao menos as espirituais, emanaram da substância divina; ou que pela manifestação ou evolução da essência divina se originaram todas as coisas; ou, finalmente, que Deus é um ser universal ou indefinido, que, ao ir-se determinando, daria origem à universalidade das coisas, distinta em gênero, espécie e nos indivíduos (cf. Concílio Vaticano I Denz. 1801-04 – 3020-24 em 1870).
Vamos analisar a definição de Deus. Primeiramente se diz que Deus é. Na verdade esse é seu nome revelado nas Escrituras: ―Deus respondeu a Moisés: ‗EU SOU AQUELE QUE É‘. E ajuntou: ―Eis como responderás aos israelitas: [Aquele que se chama] EU SOU envia-me junto de vós‘.‖ (Ex 3,14).
Deus transcende o mundo e a história. Ele é porque nele ―não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade‖ (Tg 1, 17). Ele é desde sempre e para sempre; e assim, permanece sempre fiel a si mesmo e às suas promessas.
A revelação do nome inefável «Eu Sou» encerra, portanto, a verdade que só Deus «É». É nesse sentido que a Tradição da Igreja compreende o nome divino: Deus é a plenitude do Ser e de toda a perfeição, sem princípio nem fim. Enquanto todas as criaturas dele receberam todo o ser e o ter, só ele é o seu próprio Ser, e ele é por si mesmo tudo o que ele é.
―Deus é espírito‖ (Jo 4,24). Espírito é o ser imaterial dotado de intelecto e volição , ou seja, Deus é um ser pessoal.
Inteligência é a faculdade espiritual de raciocinar e de conhecer algo ou alguém, material ou imaterial, de maneira abstrata, ou seja, sua essência. Deus é infinito em inteligência como já foi dito acima, ou seja, Deus é onisciente. Sobre isso está escrito: ―Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas‖ (Hb 4,13). A inteligência em Deus é perfeita (conhece na essência do ser), imediata (não precisa conhecer as várias partes, para saber o todo), compreensiva (conhece clara e conscientemente as coisas, sem confusão), imutável e universal (conhece tudo o que existe). Seu conhecimento abarca também as escolhas livres de sua criaturas e não lhes tolhe a liberdade. Vontade é a segunda faculdade espiritual, portanto segue o conhecer, e com a qual a pessoa — humana, angélica ou divina — quer algo ou alguém. É a faculdade que tende para o bem [imaterial] percebido pela inteligência. Deus é infinito em vontade como já foi dito acima e; a vontade em Deus pode tudo o que quer, ou seja, Deus é onipotente. Sobre isso está escrito: ―Porque a Deus nenhuma coisa é impossível‖ (Lc 1,37). A vontade em Deus é simples (porque independente), imutável, eterna, boa (―Ninguém é bom senão só Deus‖ – Lc 18,19. A bondade reveste diversas formas e segundo elas toma diferentes nomes: caridade – quando o afeto de sua vontade o inclina a procurar nosso bem–, liberalidade – quando se manifesta por obras e benefícios–, graça – quando nos dá auxílios sobrenaturais–, ternura ou compaixão – quando se compadece das nossos necessidades–, paciência – quando tolera os maus–, mansidão – quando demora em castigar os maus– e misericórdia ou clemência – quando perdoa os nossos pecados), justa (―Ao Senhor pertence a bondade. Pois vós dais a cada um
Deus é imenso porque é a causa das criaturas, tanto para criá-las, conservá-las e governá-las. Embora presente não está contido em nada: ―Mas, será verdade que Deus habite sobre a terra? Se o céu e os céus dos céus não vos podem conter quanto menos esta casa que edifiquei!‖ (I Rs 8,27). O salmo a seguir mostra a onisciência e a onipresença divinas: ― 1.^ Senhor, vós me perscrutais e me conheceis, 2.^ sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe penetrais meus pensamentos.
3. (^) Quando ando e quando repouso, vós me vedes, observais todos os meus passos. 4. (^) A palavra ainda me não chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda. 5. (^) Vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão. 6. (^) Conhecimento assim maravilhoso me ultrapassa, ele é tão sublime que não posso atingi-lo. 7. (^) Para onde irei, longe de vosso Espírito? Para onde fugir, apartado de vosso olhar? 8. (^) Se subir até os céus, ali estareis; se descer à região dos mortos, lá vos encontrareis também. 9. (^) Se tomar as asas da aurora, se me fixar nos confins do mar, 10. (^) é ainda vossa mão que lá me levará, e
vossa destra que me sustentará.
11. (^) Se eu dissesse: Pelo menos as trevas me ocultarão, e a noite, como se fora luz, me há de envolver. 12. (^) As próprias trevas não são escuras para vós, a noite vos é transparente como o dia e a escuridão,
clara como a luz.
13. (^) Fostes vós que plasmastes as entranhas de meu corpo, vós me tecestes no seio de minha mãe. 14. (^) Sede bendito por me haverdes feito de modo tão maravilhoso. Pelas vossas obras tão
extraordinárias, conheceis até o fundo a minha alma.
15. (^) Nada de minha substância vos é oculto, quando fui formado ocultamente, quando fui tecido nas
entranhas subterrâneas.
16. (^) Cada uma de minhas ações vossos olhos viram, e todas elas foram escritas em vosso livro; cada dia
de minha vida foi prefixado, desde antes que um só deles existisse.
17. (^) Ó Deus, como são insondáveis para mim vossos desígnios! E quão imenso é o número deles! 18. (^) Como contá-los? São mais numerosos que a areia do mar; se pudesse chegar ao fim, seria ainda com
vossa ajuda.
19. (^) Oxalá extermineis os ímpios, ó Deus, e que se apartem de mim os sanguinários! 20. (^) Eles se revoltam insidiosamente contra vós, perfidamente se insurgem vossos inimigos. 21. (^) Pois não hei de odiar, Senhor, aos que vos odeiam? Aos que se levantam contra vós, não hei de
abominá-los?
22. (^) Eu os odeio com ódio mortal, eu os tenho em conta de meus próprios inimigos. 23. (^) Perscrutai-me, Senhor, para conhecer meu coração; provai-me e conhecei meus pensamentos. 24. (^) Vede se ando na senda do mal, e conduzi-me pelo caminho da eternidade‖ (Sl 138).
Embora a existência de Deus, princípio e fim de todas as coisas, seja uma verdade demonstrável e possível de conhecer com certeza pela luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas, seu mistério inefável, a Trindade de Pessoas em Deus, a sua vida íntima nunca poderia ser conhecida pela razão humana ou angélica.
Tal realidade absurdamente inebriante e escondida em Deus apenas poderia ser conhecida pela Revelação de Deus dele mesmo: ―Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou‖ (Jo 1,18).
Nosso Senhor revelou que em Deus há três Pessoas diferentes. Esse é o admirável e incompreensível mistério da Santíssima Trindade , principal mistério da nossa santa fé católica.
Para sabermos o que é uma pessoa, precisamos de algumas definições metafísicas. Substância é o ente capaz de existir em si mesmo (portanto Deus é a substância absoluta que existe por si mesmo ). Indivíduo é a substância enquanto indivisa e distinto de qualquer outra substância.
Por fim, pessoa é o indivíduo subsistente cuja natureza é espiritual. Com propriedade pode-se dizer que em Deus há pessoa (a Revelação nos diz que são três), rejeitando a idéia de uma força…
Nós podemos distinguir as pessoas pela natureza ou pelas operações. Mas como em Deus a natureza é a mesma, a distinção pessoal em Deus tem que ser por outra via.
Só podemos então distinguir as Pessoas em Deus pelas sua operações ou relações entre si. As relações entre as Pessoas divinas chamam-se processão. A processão é a atividade de Deus ad intra , ou seja, é ação de Deus, mas que tem por objeto ele mesmo, por isso diz que é uma ação interna. A processão é, pois, obra distinta de cada uma das três Pessoas divinas.
Em Deus há duas processões (a intelectiva e a volitiva) e quatro relações.
O nosso pensamento (chama-se verbo) sobre nós não é da mesma natureza de nossa pessoa. Portanto quando um homem (ou um anjo) faz uma idéia de si, a faz:
Gerar se antepõe a criar; criar é trazer à existência do nada, enquanto gerar é tirar algo de si mesmo. À Pessoa que gera chamamos de Primeira Pessoa da Trindade. À Pessoa gerada chamamos de Segunda Pessoa da Trindade.
Temos em nossa natureza um análogo a essa geração do Verbo. É a relação dos pais com os filhos, pois estes são gerados por aqueles. Daí chamarmos a Primeira Pessoa de Pai e a Segunda, Filho.
Portanto são três pessoas diferentes, com a mesma divindade e a mesma natureza: ―São, assim, três os que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo; e esses três são um‖ (I Jo 5,7).
Esta lógica é tão grande que torna absurda a idéia judaica e islâmica de um Deus único que não é gerado e procedido.
A geração parte do ser Gerador para o ser Gerado (observe que estamos falando na eternidade, portanto o pensamento de que o Filho é menor que o Pai é rejeitado, pois tudo ocorre ao mesmo tempo).
A processão ocorre entre duas pessoas que se amam eternamente gerando um amor de tal divindade igual a eles.
Portanto a Geração parte do Pai para o Filho como um Espelho. A Processão deriva do amor do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai, promovendo uma processão a partir do amor mútuo, por isto o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.
O amor não se deve tornar uma pessoa. Ele não vira uma pessoa. Simplesmente o amor de Deus, para com ele mesmo, é de tal intensidade, que possuindo a mesma divindade, a mesma eternidade e a mesma glória, pois não poderia ser diferente, o amor de Deus é Deus: ―Deus é Amor‖ (I Jo 4,8).
Como isto se dá, aí entra no mistério: ―Quem quer sondar a Majestade [divina], será oprimido pelo peso de sua glória‖ (Pr 25,27).
―Quem poderá compreender a Trindade onipotente? E quem não fala dela, ainda que não a compreenda? É rara a pessoa que, ao falar da Santíssima Trindade, saiba o que diz. Discute-se, debate-se, mas ninguém é capaz de contemplar essa visão, sem paz interior. Quisera meditassem os homens sobre três coisas que têm dentro de si mesmos, as três bem diferentes da Trindade. Indico-as, para que se exercitem, e assim experimentem e sintam quão longe estão desse mistério. Aludo à existência, ao conhecimento e à vontade. De fato existo, conheço e quero. Existo, sabendo e querendo; sei que existo e quero; quero existir e conhecer. Repare, quem puder, como é inseparável a vida nessas três faculdades: uma só vida, uma só inteligência, uma só essência. Como são inseparáveis os objetos dessa distinção. Distinção, no entanto, que existe! Cada um está diante de si mesmo. Estude-se, veja e responda-me. Contudo, mesmo que reflita e me responda, não julgue ter compreendido a essência deste Ser imutável que está acima de todas as criaturas, o Ser que imutavelmente existe, imutavelmente sabe e imutavelmente quer. Será porventura graças a essas três faculdades que há em Deus a Trindade, ou essa tríplice faculdade existe em cada uma das três Pessoas, de modo a serem três em cada uma? Ou ambas as coisas se realizam de modo admirável, numa simplicidade múltipla, sendo a Trindade o seu próprio fim infinito, pela qual existe, se conhece e se basta imutavelmente, na grande abundância de Sua Unidade? Quem poderia exprimir facilmente esse conselho? Quem teria palavras o exprimir? Quem, de algum modo, ousaria pronunciar-se temerariamente a esse respeito?‖ (Santo Agostinho, Confissões, XIII, 5)
A criação é atividade de Deus ad extra , ou seja, é uma ação de Deus, mas que tem por objeto as criaturas, por isso diz que é uma ação externa. A criação é, pois, obra das três Pessoas divinas.
Deus criou tudo o que existe: ―São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus, e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer Aquele que é, nem reconhecer o Artista, considerando suas obras. Pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor‖ (Sb 13,1.5).
Deus criou tudo e isto é mostrado no Símbolo pelas palavras ―criador do céu e da terra‖. Apenas Deus pode criar e mais ninguém. A passagem do nada para o ser exige um poder infinito, daí o Símbolo dizer ―em Deus todo-poderoso‖.
Mas houve uma heresia chamada maniqueísmo (mais ou menos século III e IV d.C.) que pregava a existência de dois deuses: um bom, Deus, criador de todas as coisas boas (invisíveis) e um mau, o Diabo, criador das coisas más (visíveis).
Esta heresia foi combatida veementemente por santo Agostinho e contra isso: ―No princípio, Deus criou os céus e a terra‖ (Gn 1,1). ―Tudo foi feito por ele [Verbo, Deus] e sem ele nada foi feito‖ (Jo 1,3). Para rechaçar foi acrescentado no Símbolo as palavras: ―e de todas as coisas visíveis e invisíveis‖.
O segundo erro é dos que afirmam que o mundo é eterno. O mundo foi feito do nada! A criação foi, portanto, ex nihilo. Toda a criação está narrada em Gn 1—2,4. Toda a criação houve tempo em que não era.
Sobre isso nos ensina o Magistério vivo: ―Este único e verdadeiro Deus, por sua bondade e por sua virtude onipotente, não para adquirir nova felicidade ou para aumentá-la , mas a fim de manifestar a sua perfeição pelos bens que prodigaliza às criaturas , com vontade plenamente livre, " criou simultaneamente no início do tempo ambas as criaturas do nada: a espiritual e a corporal, ou seja, os anjos e o mundo; e em seguida a humana, constituída de espírito e corpo " (IV Concílio de Latrão]‖ (Concílio Vaticano I, Constituição dogmática De fide catholica , Dei Filius , cap. 1 Denz. 1783 - 3002 em 1870).
O fim da primário da criação é a glória de Deus. As criaturas dão glória a Deus:
Na menor como na mais perfeita das criaturas podemos ver uma tripla marca: uma mão poderosa – a criação propriamente dita (Deus Pai); uma arte divina – a sabedoria que organiza tudo numa ordem perfeita (Deus Filho); uma intenção boníssima – a harmonia de cada ser com o restante universo, fazendo a existência de um ser colaborar com a sobrevivência de outro (Deus Espírito Santo). A esse respeito: ―Dispusestes tudo com medida , quantidade e peso ‖ (Sb 11,20). Portanto, o ser , a beleza e a bondade são o vestígio da santíssima Trindade na criação.
Dizem alguns teólogos que os homens foram criados para ocupar o lugar dos anjos decaídos. Por causa disso, o homem também foi criado à imagem e segundo a semelhança de Deus. (Gn 1,26s; 5,1; 9,6).
A criação especial do homem : as coisas foram feitas pelo simples pronunciar de Deus: ―Deus disse: ‗Faça-se a luz!‘ E a luz foi feita‖ (Gn 1,3); ―Deus disse: ‗Faça-se um firmamento entre as águas‘.‖ (Gn 1,6). Mas ao homem Deus disse : ―Façamos o homem‖ (Gn 1,26). ― O Senhor Deus formou , pois, o homem do barro da terra‖ (Gn 2,7).
A mulher foi tirada da costela para mostrar que ela era igual ao homem na dignidade: ―O Senhor Deus disse: ‗Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada‘. Não se achava para ele uma ajuda que lhe fosse adequada. Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem‖ (Gn 2,18.20-22). E ainda: ―Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher ‖ (Gn 1,27).
O homem é o senhor da criação material: ―Que o homem reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra. Deus os abençoou: ‗Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.‘ Deus disse: ‗Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda erva verde por alimento.‘ E assim se fez‖ (Gn 1,26.28-30). ―Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais dos campos, e todas as aves dos céus, levou-os ao homem, para ver como ele os havia de chamar; e todo o nome que o homem pôs aos animais vivos, esse é o seu verdadeiro nome. O homem pôs nomes a todos os animais, a todas as aves dos céus e a todos os animais dos campos‖ (Gn 2,19s).
O homem por ser à imagem de Deus é um ser dotado d espírito. Por isso o homem é um composto de matéria e espírito.
Mas para que a matéria viva, tem que ser dotada de um princípio que comunique vida à matéria ; a tal princípio chamamos alma : ―E inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente‖ (Gn 2,7).
Graus ou espécies da alma : da vida vegetativa (plantas); da vida sensitiva (brutos, bestas); da vida espiritual (homens). Cada grau superior, supõe o inferior.
Então a alma humana tem os três graus como o único princípio que anima o corpo humano. Por isso dizemos que a alma humana é espiritual, ou seja, é na alma humana que reside as faculdades espirituais.
Tais faculdades não são propriedades exclusivas de Adão e Eva, mas de todos os seus descendentes: ―Adão viveu cento e trinta anos: e gerou um filho à sua semelhança, à sua imagem‖ (Gn 5,3).
O homem foi chamado para ser semelhante a Deus, de maneira parecida aos anjos, e a isso dá-se o nome de dom sobrenatural. E por serem criaturas inteligentes e com livre arbítrio, deveriam merecer a beatitude divina.
Além dos dons sobrenaturais, o homem foi dotado de dons preternaturais , que são dons que estão acima da natureza humana, mas não de toda natureza criada. Tais dons faziam eram, aos anjos naturais, por isso faziam os homens semelhantes aos anjos.
Dois se referem à alma: a ciência infusa e a integridade. ciência infusa consiste que sem estudo possuíam conhecimentos de toda lei física e também no âmbito religioso e moral. integridade as paixões volitivas estavam perfeitamente submetidas à razão. Não havia pecados passionais, pois antes seria necessário a ruptura da razão com Deus; nossos pais sequer pecavam venialmente. Dois se referem ao corpo: a imunidade e a imortalidade. imunidade consiste que não estavam submetidos à dor alguma nem incômodo. imortalidade não poderia morrer (separação do alma espiritual do corpo material). E para serem confirma na semelhança com Deus foram testados: ―Deu-lhe este preceito: ‗Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente‘.‖ (Gn 2,16s).
E houve a desobediência, quando Eva ouviu as seduções da serpente e consentiu em desobedecer a Deus.
―A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse a mulher: ‗É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?‘ A mulher respondeu-lhe: ‗Podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais.‘ ‗Oh, não! – tornou a serpente – vós não morrereis! Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.‘ A mulher, vendo que o fruto da árvore era bom para comer, de agradável aspecto e mui apropriado para abrir a inteligência, tomou dele, comeu, e o apresentou também ao seu marido, que comeu igualmente. Então os seus olhos abriram-se; e, vendo que estavam nus, tomaram folhas de figueira, ligaram-nas e fizeram cinturas para si‖ (Gn 3,1-7).
A essa desobediência dá-se o nome de pecado original. Foi um pecado de desobediência , pois comeram o que Deus proibira. Foi um pecado de orgulho , pois pretendiam tornar-se deuses. Foi um pecado de blasfêmia , porque acreditaram que Deus lhes havia mentido, ao dizer que o fruto lhes traria a morte.
Foi um pecado de gula , porque quiseram comer o fruto, porque ele parecia apetecível. Foi um pecado de magia , pois sabiam que, comendo o fruto, ele, por si mesmo, não poderia produzir um efeito que superasse a sua potência natural.
Foi um pecado de satanismo , porque eles quiseram que esse ato mágico tivesse resultado pelo auxílio de satanás e porque o ouviram.
Com isso, perderam:
Sobre este artigo nos diz o Símbolo niceno–constantinopolitano: ―em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas‖.
O nome Jesus significa Salvador e com propriedade diz o porquê de seu nascimento. O nome Cristo significa Ungido. No antigo Testamento apenas os reis, os sacerdotes e os profetas eram ungidos por ordem expressa de Deus.
Isso para nos mostrar que Cristo é o perfeito rei, o perfeito sacerdote e o perfeito profeta : Os reis são aqueles a quem são confiados o poder de governar o povo, salvaguardar a lei e proteger os mais fracos e inocentes: ―Vosso senhor Saul morreu, e a casa de Judá me ungiu por seu rei‖ (I Sm 2,7). Os sacerdotes são aqueles que, por meio de preces, recomendam o povo a Deus; são eles que oferecem sacrifícios de reparação a ele: ―Ungirás Aarão e seus filhos, e os consagrarás, para que me sirvam como sacerdotes‖ (Ex 30,30). O profeta é aquele que é enviado como intérprete e mensageiro de Deus para falar a seu povo assuntos revelados por ele, advertindo o povo com conselhos e predições do futuro, exortando à regeneração dos bons costumes: ―O espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção; enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade‖ (Is 61,1). Cristo é o Rei dos reis primeiramente porque é Deus. É Rei como homem porque remiu, em sua humanidade, tudo o que a natureza humana podia comportar de poder, grandeza e dignidade. Remiu também o universo inteiro, conquistando assim a realeza e o domínio sobre todas as criaturas. Seu reinado é espiritual: ―Respondeu Jesus: ‗O meu Reino não é deste mundo‘.‖ (Jo 18,36). Exerce o seu reinado espiritual agora através de sua Igreja e depois sobre os justos e pecadores, cujo julgamento foi dado pelo Pai: ―Reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.‖ (Lc 1,32s).
Cristo é o Sumo Sacerdote porque é o único que pode, ofereceu e oferecerá eternamente um sacrifício agradável ao Pai, a ele mesmo, que é Deus, e ao Espírito. Seu sacrifício é o único agradável de Deus: ―Assim também Cristo não se atribuiu a si mesmo a glória de ser pontífice. Esta lhe foi dada por aquele que lhe disse: ‗Tu és meu Filho, eu hoje te gerei‘, como também diz em outra passagem: ‗Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec‘. Nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade. Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. E uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, porque Deus o proclamou sacerdote segundo a ordem de Melquisedec‖ (Hb 5,5-10).
Cristo é o Verdadeiro Profeta porque foi enviado para anunciar a plenitude da Revelação de Deus. Todos os profetas que o precederam, tiveram como missão preparar e anunciar aos homens o Profeta por excelência, que viria salvar toda a humanidade. ―A multidão respondia: ‗É Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia‘.‖ (Mt 21,11). ―Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito: ‗O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor‘. E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Ele começou a dizer- lhes: ‗Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir‘.‖ (Lc 4,17-21).
Jesus foi ungido apenas enquanto homem. Entretanto, Jesus não foi ungido por nenhum mortal, mas pela Trindade. Não o foi com óleo terrestre, mas com óleo espiritual, quando em sua alma derramou-se a graça, a virtude, os dons de Deus. Em tamanha plenitude que a nenhuma outra criatura foi ou pode ser dada. ―Amais a justiça e detestais o mal, pelo que o Senhor, vosso Deus, vos ungiu com óleo de alegria, preferindo-vos como a nenhum dos vossos companheiros‖ (Sl 44,8).
Cristo é ungido, portanto, com a plenitude do Espírito Santo porque ―nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade‖ (Cl 2,9): ―Porque aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude‖ (Cl 1,19). ―Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça‖ (Jo 1,16).
Dizer que Jesus é o Filho de Deus significa dizer que ele é a Segunda Pessoa da santíssima Trindade, ou seja, que ele é Deus assim como o Pai.
Cristo é Deus: ―Veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: ‗Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o‘.‖ (Mt 17,4). ―No momento em que Jesus saía da água, João viu os céus abertos e descer o Espírito em forma de pomba sobre ele. E ouviu-se dos céus uma voz: ‗Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição‘.‖ (Mc 1,10s). ―É este de quem eu disse: Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim ‖ (Jo 1,30). ―Se não crerdes o que EU SOU , morrereis no vosso pecado‖ (Jo 8,24). Nessa passagem, Cristo deixa-nos claro que ele é Deus, pois se nomeia com o nome inefável de Deus (cf. Ex 3,14). ―Respondeu-lhes Jesus: ‗Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, EU SOU ‘.‖ (Jo 8,58). ―Responderam: ‗A Jesus de Nazaré‘. ‗EU SOU‘, disse-lhes. Também Judas, o traidor, estava com eles. Quando lhes disse EU SOU , recuaram e caíram por terra‖ (Jo 18,5s) isso ocorreu porque era Deus se definindo! ―Mas Jesus se calava e nada respondia. O sumo sacerdote tornou a perguntar-lhe: ‗És tu o Cristo, o Filho de Deus bendito?‘ Jesus respondeu: EU SOU. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, do Todo-poderoso, vindo sobre as nuvens do céu. O sumo sacerdote rasgou então as suas vestes. ‗Para que desejamos ainda testemunhas?!‘, exclamou ele. (Mt 26,63-65; Mc 14,61-63) ―Os judeus responderam-lhe: Não é por causa de alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus‖ (Jo 10,33). ―Esplendor da glória de Deus e Imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus, tão superior aos anjos quanto excede o deles o nome que herdou. Pois a quem dentre os anjos disse Deus alguma vez: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei (Sl 2,7)? Ou então: Eu serei seu Pai e ele será meu Filho (II Sm 7,14)? E novamente, ao introduzir o seu Primogênito na terra, diz: Todos os anjos de Deus o adorem (Sl 96,7). Por outro lado, a respeito dos anjos, diz: Ele faz dos seus anjos sopros de vento e dos seus ministros chamas de fogo (Sl 103,4), ao passo que do Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste para a eternidade. O cetro do teu Reino é cetro de justiça. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade. Por isso, ó Deus, o teu Deus te ungiu com óleo de alegria, mais que aos teus companheiros (Sl 44,7s); e ainda: Tu, Senhor, no princípio dos tempos fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles passarão, mas tu permaneces. Todos envelhecerão como uma veste; tu os envolvas como uma capa, e serão mudados. Tu, ao contrário, és sempre o mesmo e os teus anos não acabarão (Sl 103,26s). Pois a qual dos anjos disse alguma vez: Assenta-te à minha direita até que eu ponha