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Omento em Pequenos Animais: Anatomia, Funções e Aplicação em Enxertos, Notas de estudo de Medicina

Informações sobre o omento, uma lâmina de peritônio que ligam órgão a órgão, e suas aplicabilidades cirúrgicas, especialmente em pequenos animais. O texto aborda a anatomia do omento, sua vascularização e propriedades, e como é utilizado como material para enxertos. Além disso, são discutidos os estudos históricos e recentes sobre o uso do omento em cirurgias, incluindo a neovascularização, drenagem linfática e proteção contra infecções.

O que você vai aprender

  • Quais são as principais vias sanguíneas do omento?
  • Qual é a anatomia do omento e como ele é classificado?
  • Como o omento é utilizado em cirurgias?
  • Quais são as principais aplicações clínicas do omento?
  • Quais são as principais funções do omento?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Birinha90
Birinha90 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E CLÍNICAS
DAIANE SENA DOURADO
APLICABILIDADES CIRÚRGICAS DO OMENTO
EM PEQUENOS ANIMAIS
SALVADOR
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Baixe Omento em Pequenos Animais: Anatomia, Funções e Aplicação em Enxertos e outras Notas de estudo em PDF para Medicina, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E CLÍNICASESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA

DAIANE SENA DOURADO

APLICABILIDADES CIRÚRGICAS DO OMENTO

EM PEQUENOS ANIMAIS

SALVADOR

DAIANE SENA DOURADO

APLICABILIDADES CIRÚRGICAS DO OMENTO

EM PEQUENOS ANIMAIS

Monografia apresentada ao curso de graduação em Medicina Veterinária, EscolaUniversidade Federal da Bahia, como de Medicina veterinária, requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário. Orientador: Prof. Dr. João Moreira da Costa Neto.

SALVADOR

TERMO DE APROVAÇÃO

DAIANE SENA DOURADO

APLICABILIDADES CIRÚRGICAS DO OMENTO

EM PEQUENOS ANIMAIS

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:

João Moreira da Costa Neto ___________________________________________ Presidente da banca. Márcia Maria Magalhães Dantas de Faria __________________________________________ Marcos Chalhoub Coelho Lima


Apresentada em: 19 de dezembro de 2005

AGRADECIMENTOS

A Deus por tudo que me foi oferecido, por permitir que eu chegasse... Aos meus pais pelo apoio incondicional, por acreditar e apostar nos meus sonhos. A Luiz Cláudio pela sua presença em minha vida e companheirismo. A minha família por me agüentar , pelo convívio sadio.Aos animais pela sua existência, por fazer desse mundo um lugar melhor de se viver. Aos amigos por todos os momentos alegres. A Escola de Medicina Veterinária por propiciar meu desenvolvimento e aprendizado. Aos professores que se deram e que eternizaram seu conhecimento em nossasmentes. Ao professor João Moreira pela orientação.

Obrigada!

RESUMO

Oabdominal, parte da pélvica e escrotal, possue uma camada de células mesoteliais omento maior é uma lâmina larga de peritônio que reveste a cavidade que produz um liquido seroso para lubrificar os órgãos abdominais. É rico em tecido adiposo que possue fator angiogênico responsável pela indução de neovascularizaçãocapilar realiza absorção e drenágem linfática. Por ser associado a tecido linfóide em tecidos isquêmicos. Bastante vascularizado, sua rede promove o combate à infecção. O omento move-se por peristaltismo intestinal através da cavidade abdominal protegendo lesões, ou podem-se criar aderências favoráveis. É útil também na cirurgia reconstrutora. Todas essas propriedades do omento o tornam útil para o aperfeiçoamento de diversos procedimentos cirúrgicos.pediculado, livre anastomótico ou livre sem anastomose, O omento é um ótimo sítio doador para podendo com eficiênciaobtenção de enxertos devolver ou garantir a integridade de um órgão ou tecido. Pode ser mobilizado do abdome com baixa incidência de complicações no sítio doador.

Unitermos: Omento. Cirurgia. Enxerto. Omentoplastia.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Aspecto ventral do abdome de cão mostrando o conteúdo abdominal revestido pelo omento maior (BUDRAS et al. 2002). Figura 2 - Aspecto ventral do abdome de cão. O omento maior foi rebatido cranialmente para mostrar as circunvoluções do trato intestinal (BUDRAS et al. 2002). Figura 3 - Aspecto lateral do abdome do cão: trajeto do omento maior; 1 pâncreas, 2diafrágma, 3 fígado, 4 estômago, 5 Baço, 6 bolsa omental (BUDRAS et al. 2002). Figura 4 - Artérias do omento; 1 aorta, 2 celíaca, 3 artéria gastroduodenal, 4 artéria gastroepiploica, 5 ramos gástricos, 6 artérias gastroepiploicas direitas, 7 ramos marginais, 8 baço, 9 artéria esplênica, 10 artéria gastroepiploica esquerda(LIEBERMANN, 2000).

Figura 5 - Constituintes do omento: 1 omento menor, 2 linfonodo, 3 baço, 4 malha reticular, 5 artéria ulnar, 6 linfático, 7 aglomerado de células brancas, 8 porçãolipídica (LIEBERMANN, 2000).

Figura 6 - Enxerto pediculado envolvendo a anastomose (ELISON, 2005). Figura 7 Tipos de incisões para obtenção do enxerto pediculado (LIEBERMANN, 2000). Figura 8 - Opção para retirada de enxerto livre anastomótico:1arcada gastroepiploi- ca direita, 2 arcada gastroepiploica esquerda, 3 arcada gastroepiploica (Azuma, kondo, Mikami, 1976). Figura 9 - Estrutura e composição celular de um linforetirular ativo(1) célula mesotelial, (2) artéria, (3) veia, (4) macrófagos, (5) linfócitos, (6) microvilosidades, (7) plasma celular, (8) fibroblastos, (9) linfático inicial, (10) célula lipídica (LIEBERMANN, 2000). Figura 10 - Pedículo de omento sendo levado do abdome para a medula vertebral: 1 omento, 2 aracnóide e dura-máter (Goldsmith, Duckett, Chen ,1975). Figura 11 - Corte para alongamento do omento e sua colocação no assoalho pélvico: 1 flap de omento (FUSIWARA et al. 2003).

1. INTRODUÇÃO

O omento tem diversas aplicações clínicas e cirúrgicas devido as suas propriedades terapêuticas e a sua utilização já é citada desde 1876 (RUFFINI, 1992). Atualmente inúmeros procedimentos cirúrgicos estão utilizando as suas propriedades, a fim de proporcionar melhor resolução de certos quadros patológicos. A mobilização do omento para obtenção de enxertos requer conhecimentos a respeito de sua anatomia e propriedades. Vários trabalhos são citados em diversas modalidades cirúrgicas para comprovar sua capacidade em promover ou garantir aderências favoráveis, angiogênese, drenágem linfática, proteção e combate a infecção e reconstituição de tecidos. A aplicabilidade de tal estrutura parece ir além das citações, sua utilização na Medicina Veterinária é conhecida em processos abdominais, todavia a amplitude do seu emprego ainda é desconhecida. O objetivo deste trabalho é ampliar o conhecimento a respeito de tal estrutura abdominal no campo da Medicina Veterinária, bem como trazer tratamento alternativo para o aperfeiçoamento da técnica em diversas modalidades cirúrgicas.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1.CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS DO CÂO

O peritônio reveste as cavidades abdominal, parte da pélvica e escrotal, é constituído por membrana serosa, com uma camada de células mesoteliais e tecido conjuntivo frouxo, compreende as lâminas parietal (peritônio parietal), e visceral (peritônio visceral), ligamentos, mesos, omentos e pregas ( JUNQUEIRA, CARNEIRO, 1995). A lâmina parietal reveste internamente as paredes das cavidades abdominal e pélvica, esta lâmina se continua como lâmina visceral para envolver os órgãos, entre essas duas lâminas há um espaço virtual conhecida como cavidade peritoneal. Alguns órgãos situam-se junto da parede posterior ou dorsal do abdome e neste caso, o peritônio é anterior à eles, diz-se que estes órgãos são retroperitoneais, como é o caso dos rins e pâncreas. Os mesos são dupla camada de peritônio que evaginam do peritônio visceral que recobre as vísceras, no estômago é designado de mesogástrio, no intestino mesentério, e ligam um órgão à parede abdominal, (BUDRAS et al. 2002; SHYLASREE et al. 2004). Ligamentos são pregas peritoneais que ligam um órgão a outro órgão (hepatorenal, largo do útero, ligamentos médiano, lateral, redondo da bexiga dentre outros). Pregas são reflexões de peritônio com borda livre (prega retouterina). Os omentos são lâminas largas de peritônio que ligam órgão a órgão, esta subdividido em omento maior (mesogástrio dorsal) ou epiplon e omento menor (mesogástrio ventral). O omento maior constitui os ligamentos gastrofrênico, gastrocólico e gastroesplênico, o omento menor por sua vez forma

Figura 01: Aspecto ventral do abdome de cãomostrando o conteúdo abdominal revestido Figura 02: Aspecto ventral do abdome de cão.O omento maior foi rebatido cranialmente para pelo omento maior (BUDRAS et al. 2002). mostrar as circunvoluções do trato intestinal.(BUDRAS et al. 2002).

Figura 03: Aspecto lateral do abdome do cão: trajeto do omento maior; 1 pâncreas,2diafrágma, 3 fígado, 4 estômago, 5 Baço, 6 bolsa omental (BUDRAS et al. 2002).

O omento é bastante vascularizado, com artérias, veias, vasos linfáticos entremeados com porções de gordura, fibroblastos e tecido linfóide, entre as porções de gordura encontra-se a malha reticular , onde a gordura é escassa (BUDRAS et al. 2002; SHYLASREE et al. 2004), seus capilares estão logo abaixo do mesotélio e são chamados de “glomérulos omentais” devido a semelhança com os glomérulos renais (PLATELL et al. 2000), sua vascularização é dada pelas artérias gastroepiploicas direita e esquerda, ambas provenientes da artéria celíaca, passam ao longo da curvatura maior do estômago e se ramificam como artérias epiploicas (figura 04). A drenagem venosa é paralela às artérias e terminam no sistema porta. Os linfáticos do omento se originam de evaginações endoteliais, formando uma delicada rede interconectada, drenam para os nódulos linfáticos subpilórico e esplênico, porém nódulos linfáticos verdadeiros são ausentes no omento (LIEBERMANN, 2000) (Figura 05).

gastroepiploica, 5 ramos gástricos, 6 artérias gastroepiploicas direitas, 7 ramos marginais,^ Figura 04: Artérias do omento; 1 aorta, 2 celíaca, 3 artéria gastroduodenal, 4 artéria 8 baço, 9 artéria esplênica, 10 artéria gastroepiploica esquerda (LIEBERMANN, 2000).

sua vascularização, pois segundo Talwar e Choudhary (2001) pode haver variações de indivíduo para indivíduo. Seu emprego para obtenção de enxertos também é favorecida pela presença de tecido linfático, pois diminui a chance de infecção (COURBIER et al. 1992). Os tipos de enxertos relacionados na literatura incluem o enxerto pediculado, enxerto livre anastomótico e enxerto livre (sem anastomose vascular). No enxerto pediculado, uma parte livre do omento ou um flap é rebatido para determinada região, permanecendo com a vascularização original (O’SHAUGHNESSY, 1936; MCLACHLIN, DENTON, 1973; GOLDSMITH, DUCKETT, CHEN, 1975; ADAMS CTERCTEKO, BILOUS,1992; ROCHA et al. 2002; ELISON, 2005) (figura 06). Existem variações quanto ao preparo do omento (figura 07), seguimentos verticais podem ser obtidos a partir da curvatura maior do estômago (TALWAR, CHOUDHARY, 2001). Os cortes devem ser planejados conforme comprimento e volume do pedículo (SHYLASREE et al. 2004), evitando- se a tração excessiva do seguimento, que pode causar necrose (LIEBERMANN, 2000). A vascularização do omento é essencial, os ramos arteriais entre a arcada gastroepiploica e o estômago são ocluidas para separar o flap (LIEBERMANN, 2000; SHYLASREE et al. 2004). Pode-se conseguir comprimento adicional com incisões em L, podendo assim alcançar o assoalho da pelve ou cavidade torácica, (LIEBERMANN, 2000). A presença da artéria omental média que se bifurca em ramos direito e esquerdo é importante para permitir tal alongamento (TALWAR, CHOUDHARY, 2001).

Figura 06: Enxerto pediculado envolvendo a anastomose (ELISON, 2005).

Figura 07:Tipos de incisões para obtenção do enxerto pediculado (LIEBERMANN, 2000).

A utilização do enxerto livre, sem anastomose vascular é controversa. Vineberg (1967), quando empregou este tipo de enxerto associado ao enxerto de artéria mamária e a epicardiectomia para revascularização do miocárdio, obtive resultados promissores, assim como Courbier et al. (1992). Contrariamente, outros autores não obtiveram êxito (MCLACHLIN, DENTON, 1973; ADAMS, CTERCTEKO, BILOUS, 1992) a exemplo de Carter, Jenkins, Whitfield (1972), que quando avaliaram comparativamente a utilização de enxerto livre e pediculado de omento como reforço nas anastomoses intestinais, verificaram que este tipo de enxerto pode promover intenso processo inflamatório e necrose.

2.2.1. COMPLICAÇÕES

Hultman et al. (2002) em estudo retrospectivo de uma série de 135 pacientes submetidos a enxerto omental para tratamento de defeitos e feridas extra-peritoneais, observaram que as complicações ocorridas no sitio doador não foram freqüentes, porém podem ocorrer, dentre as quais relacionam: aderências intra-abdominais, obstruções intestinais, hemorragias esplênicas, hérnias e infecções. De acordo com os autores, tais complicações não inviabilizam a forma de tratamento.

2.2.2. DESVANTÁGENS

A desvantagem da utilização do omento em locais extra-peritoneais consiste na necessidade de realização da laparotomia, que pode ser limitante, particularmente em pacientes debilitados. Objetivando minimizar este efeito Puma

et al. (2003), preconizaram o uso da laparoscopia para estes casos, minimizando assim o trauma cirúrgico.

2.3. PROPRIEDADES E APLICABILIDADES

Embora o omento não seja uma estrutura indispensável como é o caso de órgãos vitais, esta estrutura aumenta a área da superfície serosa para absorção de líquidos (RUBIN 1911; HOWARD, LAHUNTA,1994), sua camada de células mesoteliais produz um líquido seroso que lubrifica (HOWARD, LAHUNTA,1994) e impede o peritônio visceral de aderir-se ao peritônio parietal, diminuindo o atrito durante a movimentação das vísceras, protegendo os órgãos abdominais contra lesão e infecção; pode evitar que o intestino se insinue entre o fígado e o estômago onde poderiam ficar encarcerados (GRANDAGE, 1998).

  • Mobilidade

O omento pode mover-se amplamente através da cavidade abdominal, Rubin (1911) sugere que esse movimento não parece ser por movimento próprio, uma vez que não há células musculares na estrutura do omento, nem por quimiotaxia. Rothenberg e Rosenblatt (1942) estudaram a atividade do omento em cães com fluoroscopia e não verificaram movimentação no omento quando se criava uma peritonite com a inserção de enterobactérias na cavidade peritoneal. Florey, walker, Carleton (1926) conduziram uma série de testes e concluíram que não havia nenhum movimento omental intrínseco, e sim um movimento passivo resultante da posição do animal, da ação do diafragma, e do