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APG - Resumo - Medicina - FADEP - 2023
Tipologia: Esquemas
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Resumo do APG: “Medo de Ser o Próximo”.
1. Compreender a morfologia das micobactérias. Complexo Mycobacterium: As micobactérias são bactérias aeróbias, com forma de bastonetes finos, que não formam esporos. Apresentam uma cápsula cerosa externa que as torna mais resistentes à destruição, além de possibilitar que o microrganismo retenha um corante vermelho por coloração álcool-acido- resistente. O bacilo pode persistir em lesões necróticas e calcificadas antigas e manter sua capacidade de reiniciar a proliferação. Os bacilos da tuberculose são aeróbios estritos, que proliferam em ambientes ricos em oxigênio. Isso explica sua tendência de causar doença dos lobos superiores ou das partes mais altas do lobo inferior do pulmão, onde a ventilação e a concentração de oxigênio são mais altas. Mycobacterium tuberculosis hominis é o tipo mais frequente de tuberculose que ameaça seres humanos. É um microrganismo disseminado pelo ar em diminutas partículas invisíveis conhecidas como núcleos goticulares, acumuladas nas secreções respiratórias dos pacientes com tuberculose em atividade. 2. Compreender a fisiopatologia da tuberculose, bem como a epidemiologia, fatores de risco, manifestações clínicas, prevenção, diagnóstico e tratamento. Tuberculose: É uma doença infecciosa causada pela micobactéria M. tuberculosis. As características destrutivas da doença, inclusive a necrose caseosa e a formação de cavidades, resultam da reação imune de hipersensibilidade, em vez da capacidade destrutiva do bacilo da tuberculose. Patogênese: Inicialmente os bacilos são fagocitados pelos macrófagos alveolares, no entanto a presença de lipídeos na parede celular do M. tuberculosis impedem a fusão dos fagossomos com os lisossomos e, consequentemente, a destruição do microrganismo. Embora os macrófagos que fagocitam inicialmente o M. tuberculosis não consigam destruí-lo, estas células iniciam uma reação imune celular que, por fim, contém a infecção. Como resultado, ocorre a destruição de bactérias e a apresentação de seus antígenos aos linfócitos T. Os linfócitos T sensibilizados estimulam os macrófagos a aumentar sua concentração de enzimas líticas e sua capacidade de destruir as micobactérias. Quando são liberadas, essas enzimas líticas também destroem os tecidos do pulmão. Esse processo demora cerca de 3 a 6 semanas para se tornar eficaz. Quando a quantidade de microrganismos é grande, uma reação de hipersensibilidade produz necrose significativa dos tecidos e provoca necrose caseosa macia. Os bacilos da tuberculose liberados dos macrófagos são levados pela drenagem linfática até os linfonodos traqueobrônquicos do pulmão afetado e lá provocam a formação de granulomas caseosos. A combinação da lesão pulmonar primária com os granulomas dos linfonodos é conhecida como complexo de Ghon. Por fim, o complexo de Ghon cicatriza e sofre retração, fibrose e calcificação. Entretanto, quantidades pequenas de microrganismos são capazes de permanecer viáveis por alguns anos. Mais tarde, quando os mecanismos imunes decaem ou falham, a infecção tuberculosa latente pode evoluir para tuberculose secundária. Epidemiologia: Em 2022, cerca de 78 mil pessoas adoeceram por tuberculose no Brasil. O número representa um aumento de 4,9% em relação à 2021. Fatores de Risco: Os fatores de risco para tuberculose incluem diabetes melito, tabagismo, alcoolismo e uso de drogas ilícitas. Considera-se também indivíduos vivendo em situação de rua, com o HIV e pessoas privadas de liberdade. Manifestações Clínicas e Classificação: Tuberculose Primária: Ocorre em indivíduos que não foram expostas anteriormente. A maioria dos pacientes com tuberculose primária desenvolve infecção latente, na qual linfócitos T e macrófagos circundam os microrganismos dos granulomas limitando sua disseminação. Pacientes com tuberculose latente não têm doença em atividade e não podem transmitir o bacilo às outras pessoas. Em uma pequena porcentagem de pacientes recém- infectados, a resposta imune não é eficaz. Esses pacientes desenvolvem tuberculose primária progressiva com destruição continuada dos tecidos pulmonares e disseminação da doença para diversas áreas do pulmão. À medida que a doença avança, os microrganismos têm acesso ao escarro e isto contribui para que o paciente infecte outras pessoas. Pacientes com a doença progressiva podem apresentar sintomas insidiosos e inespecíficos como febre, emagrecimento, fadiga e sudorese noturna. A pneumonia caseosa resulta da disseminação dos bacilos para os alvéolos adjacentes através dos poros de Khon, resultando na expansão de lesões exsudativas e de granulomas. A tuberculose miliar ocorre quando um grande número de bacilos penetra os vasos sanguíneos, resultando em disseminação hematogênica.
Tuberculose Secundária: Ocorre geralmente em indivíduos que tiveram uma infecção previamente por M. tuberculosis. Surge de duas maneira, sendo por reativação da infecção ou reinfecção. As lesões ocorrem primeiramente nos ápices pulmonares, onde formam-se granulomas produtivos, granulomas produtivo-caseosos e nódulos fibrocalcificados (tuberculose apical). A partir da lesão apical ou de reativação da lesão primária, pode haver proliferação dos bacilos e sua disseminação pelas vias aéreas, o que contribui para a formação de lesões axiais peribrônquicas, nas quais a inflamação granulomatosa compromete caracteristicamente ácinos pulmonares inteiros (tuberculose ácino-nodosa). Quando ocorre necrose extensa, o material necrótico se liquefaz e é drenado por um brônquio e expelido, dando origem a cavitações conhecidas como cavernas (tuberculose cavernosa). Na tuberculose secundária pode haver também disseminação hematogênica (tuberculose miliar). Prevenção: A BCG é uma cepa atenuada do M. tuberculosis bovis. Foi administrada em seres humanos pela primeira vez em 1921 e desde então é a única vacina disponível para tuberculose. Em todo o mundo, a vacina BCG é usada como método principal de prevenção à tuberculose. A vacina é administrada por via intradérmica e produz uma reação local, que pode persistir por até 3 meses e causar uma cicatriz no local da injeção. Diagnóstico: Microscopia BAAR: É um exame de baixo custo, com sensibilidade relativamente baixa. Baseia-se na investigação microscópica de uma amostra diagnóstica, como esfregaço de escarro expectorado ou de tecido. Nos pacientes com sinais ou sintomas suspeitos de tuberculose pulmonar, tem-se recomendado que uma ou duas amostras de escarro, coletadas de preferência no início da manhã, devem ser enviadas ao laboratório para esfregaço para BAAR e cultura micobacteriológica. O método tradicional consiste na microscopia óptica de amostras coradas com corantes de fucsina básica de Ziehl-Neelsen. Cultura de Bactérias: O diagnóstico definitivo depende do isolamento e da identificação do M. tuberculosis de uma amostra clínica ou da identificação de sequências de DNA específicas em um exame de amplificação de ácido nucleico. Dosagem Sanguínea de IFN-ɣ: É usado para detectar tuberculose latente e em atividade por dosagem de interferon-gama, que faz parte da atividade imune celular à tuberculose. O resultado do teste demora cerca de 24h. Teste Molecular - TB: É um método automatizado que, além de detectar a presença do DNA do M. tuberculosis serve como um bom rastreamento para resistência à rifampicina, com resultados em até 2h. Prova Tuberculínica: A intradermorreação com tuberculina avalia a hipersensibilidade retardada (do tipo IV) que se segue à exposição ao bacilo da tuberculose. Uma reação positiva não significa que o indivíduo tenha tuberculose em atividade. Isso significa apenas que houve exposição ao bacilo e que o indivíduo desenvolveu imunidade celular ao microrganismo. Radiografia de Tórax: É uma técnica de imagem rápida que tem sido usada como ferramenta primária para detecção da tuberculose pulmonar. A radiografia de tórax tem alta sensibilidade, mas pouca especificidade. Tratamento: Os tratamentos são liderados pelos fármacos de primeira linha, entre os quais a isoniazida, rifampicina, rifabutina, etambutol e pirazinamida. Os fármacos de segunda linha incluem capreomicina, ciclosserina, estreptomicina, claritromicina e ciprofloxacino. Esses últimos são utilizados para tratar infecções provavelmente resistentes aos fármacos de primeira linha ou quando os agentes de primeira linha não podem ser usados devido a efeitos adversos. Para diminuir a probabilidade de surgimento de microrganismos resistentes, é geralmente obrigatório o tratamento combinado de fármacos, o qual costuma envolver duas fases. Fase Inicial: Cerca de 2 meses. Combinação de isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. Fase Secundária: Cerca de 4 meses. Tratamento com isoniazida e rifampicina. São necessários tratamentos mais prolongados em pacientes com meningite, problemas nas articulações, ósseos ou infecção resistente. Isoniazida: Profármaco que inibe a síntese dos ácido micólicos, importante componente da parede celular das bactérias. Rifampicina: Atua via ligação e inibição de RNA polimerase DNA-dependente nas células procarióticas. Penetra nas células fagocitárias e elimina os bacilos intracelulares da tuberculose. Pirazinamida: Atuante em pH ácido. O fármaco provavelmente inibe a síntese de ácidos graxos. No bacilo é transformado em ácido pirazinoico, que em seguida é transportado para o meio extracelular por uma bomba de efluxo. Fora do bacilo o POA é convertido em POAH, que adentra novamente no bacilo, deixando o meio intracelular ácido. Etambutol: Atua inibindo a síntese micobacteriana da parede celular, através da inibição da arabinosil- transferase, enzima que realiza a polimerização bacteriana do arabinoglicano.