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APG - Resumo - Medicina - FADEP - 2023
Tipologia: Esquemas
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Resumo do APG: “Parasita Migratório”.
1. Compreender a morfologia e a classificação dos helmintos. Helmintos: Corresponde, genericamente, a um grupo de metazoários com corpo alongado, achatados (platelmintos) ou cilíndricos (nematelmintos), capazes de existir em diferentes ambientes, tanto em vida livre, quanto em vida parasitária. Platelmintos: Esses invertebrados têm corpo achatado ventrodorsalmente, são segmentados ou não, têm simetria bilateral, ausência de cavidades internas (acelomados), órgãos fixadores na extremidade anterior ou posterior do corpo, ausência de sistema circulatório e sistema digestivo incompleto ou ausente. As principais classes incluem a Turbellaria, Trematoda, Monogenea, Cestoda e Catenulida. Os trematódeos apresentam corpo foliáceo não segmentado e duas ventosas, uma anterior (boca) e uma ventral (acetábulo). Os cestoides ou tênias têm corpo alongado e segmentado em forma de fita dividido em escólex (cabeça com estruturas de fixação), colo (pescoço, produtor das proglotes) e estróbilo (conjunto das proglotes). Os monogêneos presentam corpo não segmentado e estruturas de fixação localizadas geralmente na extremidade posterior do corpo (haptor). As planárias têm corpo foliáceo ou laminar não segmentado, tegumento ciliado, ocelos na porção anterior do corpo e boca ventral. Nematelmintos: Os nematoides apresentam corpo cilíndrico e não segmentado, simetria bilateral, cavidades internas preenchidas por líquido com função de esqueleto hidrostático (pseudocelomados), ausência de sistema circulatório e de ventosas, e presença de sistema digestivo completo. Todo o corpo é revestido por uma camada acelular (cutícula) lisa e sem cílios, secretada pela hipoderme subjacente, o que lhe confere maior resistência corporal ao ambiente. Resposta Imunológica: A resposta imune inata, incluindo o sistema complemento, auxilia na resposta às infecções helmínticas; entretanto, é a resposta imune adquirida, caracterizada pela produção de anticorpos e ativação das células T, que parece ser mais efetiva contra a infecção. As células T CD4+, além de produzir interleucinas, promovem a maturação e o recrutamento de eosinófilos, basófilos e mastócitos, bem como a ativação de células B e a secreção de IgE. As moléculas de IgE se ligam aos mastócitos ou aos basófilos circulantes e induzem a liberação de mediadores responsáveis pela hipersensibilidade, como a histamina. Estes, quando liberados, levam à destruição dos helmintos 2. Compreender as alterações que ocorrem no pulmão diante de infecções causadas por parasitas migratórios. Ancilostomose: Doença causada por parasitos das espécies Ancylostoma duodenale e Necator americanus , cujo hábitat, no ser humano, é o intestino delgado. É mais prevalente em áreas tropicais e subtropicais, bem como em regiões rurais e em populações menos abastadas. Ambos os agentes etiológicos apresentam estruturas na cápsula bucal que permitem a fixação do parasita ao hospedeiro. Espécies do gênero Ancylostoma são providas de dentes na cápsula bucal, enquanto que as espécies do gênero Necator possuem lâminas ou placas cortantes na cápsula bucal. Ciclo Biológico: Condições ambientais favoráveis permitem com que os ovos possam eclodir. As larvas rabditoides crescem e tornam-se larvas filarioides, que são infectantes. Essas últimas entram em contato com o hospedeiro através da pele ou por ingestão. Dentro do ser humano são capazes de migrar através da corrente sanguínea, atingir o coração e em seguida os pulmões, onde alcançam os alvéolos pulmonares, ascendem pelo brônquios até a faringe e sofrem deglutição. As larvas alcançam o intestino delgado, onde habitam e amadurecem, tornando-se vermes adultos, os quais vivem no lúmen do órgão. Embora haja o estágio pulmonar no ciclo, a espécie Ancylostoma duodenale é capaz de se desenvolver no intestino sem que ocorra a migração, ao contrário da espécie Necator americanus , que requer uma fase de migração transpulmonar. Patologia e Manifestações Clínicas: Na penetração cutânea do Ancylostoma pode haver prurido local, eritema e rash papuloso. A ancilostomose é uma enfermidade que pode influenciar diretamente no crescimento, na aprendizagem e na produtividade do indivíduo. Em alguns casos, dependendo do local onde se encontram as larvas, pode haver também náuseas, vômitos, irritação da faringe, tosse, dispneia e rouquidão. A passagem pulmonar do helminto pode se apresentar, clinicamente, com quadro de síndrome de Loeffler, caracterizada por tosse não produtiva, febre baixa, dor torácica discreta, dispneia leve, astenia e, em alguns casos, náuseas e vômitos. Caso a intensidade da infecção seja significativa, poderão sobrevir manifestações compatíveis com pneumonia, com febre elevada, astenia, cefaleia, mal-estar geral, dor torácica e tosse produtiva com escarro amarelo-esverdeado.
A perda paulatina de sangue, em decorrência das necessidades de consumo do helminto, é uma das principais características da doença crônica. Ela ocorre tanto por lesões oriundas da fixação na mucosa intestinal, quanto por respostas imunológicas à produção de substâncias imunomoduladoras e enzimas anticoagulantes. Em decorrência da perda de sangue, o paciente pode apresentar quadros de anemia e hipoalbuminemia. Pode haver edema da face e dos membros. A pele adquire textura cérea e coloração amarelada, e pode sobrevir hipotermia. O desejo de comer terra e giz se deve à deficiência de ferro e cálcio no organismo, respectivamente, elementos que se encontram em quantidades muito abaixo do normal nos pacientes acometidos pela parasitose. Diagnóstico: Visa classificar o indivíduo como infectado ou não infectado e, com a utilização de métodos quantitativos, determinar também a intensidade da infecção. O diagnóstico da infecção por meio de métodos parasitológicos é baseado na observação microscópica dos ovos dos parasitos nas fezes, a coproscopia. Os ovos são incolores, elipsoides e com casca fina e transparente. Apesar de a análise microscópica identificar a presença de ovos nas fezes, ela não é suficiente para diferenciar os ovos de Ancylostoma duodenale e Necator americanus , no entanto, estudos envolvendo ensaios de reação em cadeia da polimerase (PCR) para especificação já existem, bem como pesquisas que envolvem DNA para diagnóstico de infecção e variabilidade genética entre as espécies causadoras da doença. A radiografia de tórax poderá ser útil para a avaliação dos pacientes que apresentam quadros compatíveis com a síndrome de Loeffler, na qual poderão ser evidenciados infiltrados pulmonares. Na Síndrome de Loeffler ocorre acúmulo de grande quantidade de eosinófilos no parênquima pulmonar. Além da coproscopia e da radiografia de tórax, o hemograma pode ser útil para investigação de anemia, distúrbio que pode acompanhar a ancilostomose. Tratamento: Pode ser utilizado medicamentos antiparasitários de amplo espectro, como nitazoxanida e albendazol. Outras opções incluem o mebendazol e o pamoato de pirantel. No tratamento da anemia, indica-se a suplementação com sais de ferro e a inclusão de uma alimentação rica em proteínas e vitaminas, a fim de se potencializar a resposta à ferroterapia. Nos pacientes que apresentam diarreia e vômitos, a hidratação é um fator de notável relevância; por isso, indica-se a generosa ingesta de líquido, destacando-se que, em alguns casos, é preciso instituir a reidratação oral. Ascaridíase: É uma enfermidade provocada pelo helminto Ascaris lumbricoides , pertencente ao filo Nematoda, a qual acomete o intestino delgado humano, sendo considerada um grande problema de saúde pública. O Ascaris lumbricoides apresenta um corpo alongado, cilíndrico, fino e com extremidades afiladas, cobertura de cutícula lisa e brilhante, ausência de segmentação e ventosas, além de uma coloração branco-marfim. Ademais, há dismorfismo sexual, com a fêmea exibindo sua extremidade posterior cônica e retilínea e o macho um pouco mais afunilada e encurvada ventralmente. Ciclo Biológico: O ciclo é monoxênico, isto é, envolve apenas um hospedeiro. Os ovos são liberados no ambiente através de fezes contaminadas. Em condições ambientais adequadas ocorre a evolução para os estágios larvais L1 e L2, sequencialmente (larvas rabditoides, não infectantes). Depois disso, ocorre a transformação para L3 (larva filarioide, infectante). Com a ingestão do ovo contendo L3, ocorre a eclosão devido fatores físico-químicos do trato digestório. No intestino grosso, alcançam a corrente sanguínea e linfática e migram para o coração e, depois, para o pulmão. Nos pulmões, essas larvas sofrem nova mudança e evoluem para L4, estágio que é alcançado em média cerca de 8 dias após a ingestão dos ovos. As larvas L4 então rompem os capilares pulmonares, ganhando acesso aos alvéolos, local onde elas amadurecem de L para L5. Dos alvéolos, as larvas migram para a faringe. Nesse processo podem ser expelidas por tosse ou deglutidas. Caso haja deglutição, as larvas L5 podem retornar ao intestino delgado, onde se fixam e amadurecem. A fecundação dos milhares de óvulos produzidos diariamente pela fêmea ocorre por meio da cópula com o verme masculino. Patologia e Manifestações Clínicas: A fisiopatologia envolve os danos teciduais, a resposta imunológica desencadeada pelo hospedeiro e a obstrução mecânica provocada pelo parasito. A presença do helminto no organismo pode desencadear microhemorragias e reações de hipersensibilidade do tipo I. A passagem de grande quantidade de larvas pelo fígado pode causar hepatomegalia, que regride em poucos dias. No pulmão, a migração larval causa a ativação de repostas imunológicas inata, celular e humoral; além de um processo inflamatório eosinofilico. A degranulação dessas células, com a liberação de mediadores inflamatórios e com a consequente reação inflamatória, caracteriza uma pneumonite no hospedeiro, expressa clinicamente como síndrome de Loeffler. Ao se fixar à mucosa da parede intestinal, pode causar úlceras ou
larvas filarioides em qualquer outro órgão manifestando- se com disfunção do órgão afetado. Diagnóstico: A estrongiloidíase não complicada pode ser diagnosticada por exame parasitológico de fezes, coprocultura e extração de larvas. Para extração de larvas é utilizado o método de Baermann-Moraes, dada a maior sensibilidade e por se aproveitar do termoidrotropismo das larvas. Tal técnica pode ser realizado a partir de amostras de escarro, de material obtido de lavado gástrico, de lavado broncoalveolar e de aspirado traqueal, para verificar a presença das larvas do parasito. É necessária uma avaliação cuidadosa do material fecal, a fim de não confundir as larvas rabditoides de Strongyloides stercoralis com as de ancilostomídeos. Ao microscópio observa-se a cavidade bucal curta e o primórdio genital mais proeminente das rabiditoides de Strongyloides stercoralis e a cauda entalhada nas filarioides, além do esôfago mais longo. Exames laboratoriais não são muito úteis para o diagnóstico das formas disseminadas, já que o leucograma se encontra normal ou apresenta discreta eosinofilia. Já os testes moleculares, embora pouco solicitados, podem ser realizados nas fezes de pacientes para detecção de material genético parasitário, por reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional ou PCR em tempo real, com bons resultados no auxílio diagnóstico. Métodos como lavado broncoalveolar, cultura de escarro, aspirado de fluido intestinal, biopsia intestinal, dentre outros, podem ser necessários para identificar o parasito em casos de infecção disseminada. Os métodos radiológicos auxiliam no diagnóstico, apesar dos achados inespecíficos. O exame radiográfico contrastado intestinal pode evidenciar alterações do relevo mucoso, processos estenosantes e alterações sugestivas de má absorção, mas não definem a etiologia. Tratamento: De maneira geral, para o tratamento, o tiabendazol, o albendazol e o mebendazol são bastante efetivos, sobretudo o primeiro. Estudos recentes apontam o uso da ivermectina como primeira escolha, principalmente nos casos de hiperinfecção, devido à sua eficácia e à menor incidência de efeitos adversos. As formas graves e a hiperinfecção devem ser tratadas com ivermectina diária, por 7 dias ou até que o parasito não seja mais detectado nos exames diagnósticos. Nos casos de hiperinfecção, recomenda-se também a diminuição ou a cessação do uso do imunossupressor e o tratamento da infecção bacteriana e da sepse com antibiótico de amplo espectro, sobretudo com boa ação contra enterobactérias. A associação de ivermectina e albendazol nos casos graves e refratários de síndrome de hiperinfecção também tem sido usada. Síndrome de Loeffler: A Síndrome de Loeffler é caracterizada por uma pneumonia eosinofílica, causada por parasitas intestinais com ciclo pulmonar obrigatório na qual evidencia-se infiltrado pulmonar migratório na radiografia de tórax e eosinofilia detectada no hemograma, em pacientes com tosse seca, dispnéia, sibilos e febre baixa. Corticoesteroides: Essa classe de fármacos leva à diminuição das células inflamatórias, incluindo eosinófilos e mastócitos, à supressão da síntese de diversas citocinas e à apoptose de linfócitos Th2, além de seu efeito direto sobre a cutícula de helmintos, como por exemplo o Strongyloides stercoralis , tornando-a mais resistente. Outra alteração descrita é a diferenciação mais rápida de larvas rabditoides em filarioides. O resultado é uma superproliferação larval, o que aumenta o risco de autoinfecção, levando à maior disseminação larval e aumentando as chances de hiperinfecção. Ancylostoma duodenale Necator americanus Ancylostoma duodenale Ascaris lumbricoides Strongyloides stercoralis