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APG 15-Transtorno de ansiedade, Notas de estudo de Neurologia

Resumo sobre o transtorno de ansiedade com enfoque no conceito, epidemiologia, fatores de risco, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento.

Tipologia: Notas de estudo

2025

À venda por 06/04/2025

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Os transtornos de ansiedade são uma das principais
causas de incapacidade global, caracterizados por
medo excessivo e persistente, bem como
mecanismos de esquiva. Inclui transtornos que
compartilham características de medo e ansiedade.
Sua neurobiologia envolve alterações no sistema
límbico, fatores genéticos e disfunção do eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal.
Apesar da relevância, muitos casos não são
diagnosticados e tratados, resultando em
cronicidade e impactos severos na qualidade de vida.
ANSIEDADE FISIOLÓGICA X PATOLÓGICA
A ansiedade é um estado mental de alerta frente a
ameaças reais ou potenciais, causando preocupação,
tensão e alterações fisiológicas como sudorese e
aumento da pressão arterial. Quando persistente e
desproporcional ao perigo real, torna-se patológica.
Ansiedade Normal: Adaptativa/ocasional,
contribui para a sobrevivência ao aumentar sua
consciência e permitir respostas rápidas a
possíveis perigos.
Ansiedade Patológica: Disruptiva, prejudica o
funcionamento social e pessoal.
EPID EMIOLOGIA
Segundo a OMS, 1 em cada 4 indivíduos apresentará
um transtorno de ansiedade ao longo da vida.
Estimativas variam entre países:
oChina: 4,8%
oEUA: 31%
oBrasil: 9,3%
Mais comum em mulheres (proporção de 2:1 em
relação aos homens).
Inicia-se na infância para fobias e transtorno de
ansiedade de separação.
TAG e TP podem surgir na vida adulta.
Mais da metade dos pacientes com um transtorno de
ansiedade apresenta múltiplos transtornos de
ansiedade comórbidos.
FATORES DE RISCO
Hereditariedade: filhos de pais ansiosos têm 2 a 4
vezes mais risco.
Traumas precoces, relações familiares disfuncionais,
abuso de substâncias, divórcios, temperamento
inibido, sociabilidade reduzida, fatores estressores
da vida, estresse financeiro, etc.
Sexo feminino: duplica o risco.
FISI OPATOLOGIA
1. Circuitos Neurais da Ansiedade
Detecção de ameaças Córtex sensorial, tálamo e
colículos.
Interpretação do estímulo Amígdala basolateral.
Se os eventos são ou não interpretados como
ameaçadores depende do equilíbrio entre os
circuitos de apoio e o circuito de comportamentos
defensivos.
Medo e ameaça Subdivisão centromedial da
amígdala.
Outros aspectos que podem contribuir para
interpretações de perigo no meio ambiente são, por
exemplo, a exposição repetida a fatores estressantes
ou estímulos de ameaça que podem causar a
potencialização específica de circuitos que
promovem comportamentos relacionado à ansiedade,
de forma que, em situações ambíguas, os circuitos
de ansiedade prevaleçam.
Posteriormente, os estímulos interpretados como
ansiosos serão avaliados pelo córtex pré-frontal
medial, pelo hipotálamo e pela área
ventrotegumentar, que, aliados ao rtex motor, ao
núcleo parabraquial, à substância cinzenta
periaquedutal e ao nucleus accumbens, originarão
APG 15-Ansiedade
Objetivos
1-Diferenciar ansiedade patológica de fisiológica;
2-Compreender o transtorno de ansiedade;
3-Estudar os mecanismos de ação dos ansiolíticos.
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estaelly.gomes  Os transtornos de ansiedade são uma das principais causas de incapacidade global, caracterizados por medo excessivo e persistente, bem como mecanismos de esquiva. Inclui transtornos que compartilham características de medo e ansiedade.  Sua neurobiologia envolve alterações no sistema límbico, fatores genéticos e disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.  Apesar da relevância, muitos casos não são diagnosticados e tratados, resultando em cronicidade e impactos severos na qualidade de vida.

ANSIEDADE FISIOLÓGICA X PATOLÓGICA

 A ansiedade é um estado mental de alerta frente a ameaças reais ou potenciais, causando preocupação, tensão e alterações fisiológicas como sudorese e aumento da pressão arterial. Quando persistente e desproporcional ao perigo real, torna-se patológica.  Ansiedade Normal: Adaptativa/ocasional, contribui para a sobrevivência ao aumentar sua consciência e permitir respostas rápidas a possíveis perigos.  Ansiedade Patológica: Disruptiva, prejudica o funcionamento social e pessoal.

EPIDEMIOLOGIA

 Segundo a OMS, 1 em cada 4 indivíduos apresentará um transtorno de ansiedade ao longo da vida.  Estimativas variam entre países: o China: 4,8% o EUA: 31% o Brasil: 9,3%  Mais comum em mulheres (proporção de 2:1 em relação aos homens).  Inicia-se na infância para fobias e transtorno de ansiedade de separação.  TAG e TP podem surgir na vida adulta.  Mais da metade dos pacientes com um transtorno de ansiedade apresenta múltiplos transtornos de ansiedade comórbidos.

FATORES DE RISCO

 Hereditariedade: filhos de pais ansiosos têm 2 a 4 vezes mais risco.  Traumas precoces, relações familiares disfuncionais, abuso de substâncias, divórcios, temperamento inibido, sociabilidade reduzida, fatores estressores da vida, estresse financeiro, etc.  (^) Sexo feminino: duplica o risco.

FISIOPATOLOGIA

  1. Circuitos Neurais da Ansiedade  Detecção de ameaças → Córtex sensorial, tálamo e colículos.  Interpretação do estímulo → Amígdala basolateral.  Se os eventos são ou não interpretados como ameaçadores depende do equilíbrio entre os circuitos de apoio e o circuito de comportamentos defensivos.  Medo e ameaça→ Subdivisão centromedial da amígdala.  Outros aspectos que podem contribuir para interpretações de perigo no meio ambiente são, por exemplo, a exposição repetida a fatores estressantes ou estímulos de ameaça que podem causar a potencialização específica de circuitos que promovem comportamentos relacionado à ansiedade, de forma que, em situações ambíguas, os circuitos de ansiedade prevaleçam.  Posteriormente, os estímulos interpretados como ansiosos serão avaliados pelo córtex pré-frontal medial, pelo hipotálamo e pela área ventro tegumentar, que, aliados ao córtex motor, ao núcleo parabraquial, à substância cinzenta periaquedutal e ao nucleus accumbens, originarão

APG 15-Ansiedade

Objetivos

1-Diferenciar ansiedade patológica de fisiológica; 2-Compreender o transtorno de ansiedade; 3-Estudar os mecanismos de ação dos ansiolíticos.

estaelly.gomes as respostas somáticas de ansiedade, como dispneia, taquicardia, sudorese, tremores, entre outras.

  1. Interação Gene-Ambiente  Polimorfismo 5-HTTLPR (SLC6A4):  Associado a níveis reduzidos de serotonina.  Relação com traços ansiosos, maus-tratos e eventos negativos da vida.
  2. Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA)  Hiperatividade do eixo HHA.  Redução dos níveis de cortisol e hipersensibilidade a glicocorticoides.  Relação com alterações cerebrais e límbicas associadas à ansiedade. . Neurotransmissores e Ansiedade  Serotonina (5-HT):  Níveis plasmáticos reduzidos nos transtornos de ansiedade.  Funções dos neurônios serotonérgicos:  Núcleo dorsal da rafe → Amígdala → Facilita a expressão do medo condicionado.  Núcleo mediano da rafe → Aumenta a resiliência ao estresse.  Receptor 5-HT1A → Importante na regulação da ansiedade  Norepinefrina (NE):  Produzida no locus coeruleus.  Hiperatividade simpática associada a transtornos de ansiedade.  Ácido Gama-Aminobutírico (GABA):  Principal neurotransmissor inibitório do SNC.  Benzodiazepínicos atuam nesse sistema para reduzir a ansiedade.

CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO

 Atualmente, os critérios diagnósticos para transtornos de ansiedade são muito semelhantes nos 2 principais sistemas de classificação de saúde mental-DSM 5 e CID 11.

CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS DE

ANSIEDADE SEGUNDO O DSM-

 Divide ansiedade patológica nos seguintes transtornos:

  1. Transtorno de ansiedade de separação (TAS);
  2. Mutismo seletivo;
  3. Fobia específica;
  4. Transtorno de pânico (TP);
  5. Agorafobia;
  6. Transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
  7. Transtorno de ansiedade devido a outra condição médica;
  8. Outros transtornos de ansiedade não especificados.  Os transtornos de estresse pós-traumático (TEPT) e obsessivo-compulsivo (TOC) foram removidos desta categoria no DSM-5.  É um surto agudo de ansiedade. Preocupações com o risco de morrer por problemas cardíacos ou respiratórios podem ser a principal angústia durante o ataque. Muitos pacientes podem crer que as palpitações e a dor no peito indicam uma doença cardíaca iminente, como um infarto.  Ataques de pânico recorrentes, sem gatilhos definidos, normalmente inesperados, incapacitantes, por pelo menos 1 mês.  Epidemiologia: Esse transtorno apresenta prevalência de cerca de 2% a 4% na população geral e é até três vezes mais comum no sexo feminino, tendo, quase como uma regra, outra comorbidade psiquiátrica associada.  Sintomas: taquicardia, tontura, sensação de morte iminente, medo, insegurança, preocupação, que alcança seu ápice em poucos minutos, associados a outros sintomas psicológicos ou somáticos.  Diagnóstico: DSM-5.  Prognóstico e curso:  Idade de Início:  Geralmente entre o final da segunda e início da terceira década de vida.

estaelly.gomes  Afeta entre 5-10% da população;  O sexo feminino é cerca de 2 a 3 vezes mais afetado que o sexo masculino;  História familiar em parentes de 1 ° pode aumentar as chances em 6 vezes.  Sintomas: inquietação, fadiga, insônia, tensão muscular, entre outros.  Diagnóstico: é clínico, feito pelo DSM-5. O exame físico geralmente é normal.  Curso e prognóstico: é uma doença de curso crônico e flutuante, que se mistura com a história de vida do indivíduo.  Tratamento psicoterápico: Tratamentos psicoterapêuticos também podem ser utilizados no TAG, como a psicoterapia orientada ao insight e a terapia cognitivo-comportamental. Ambas podem contribuir para melhora aguda do quadro e na manutenção a longo prazo, podendo ser aplicadas em conjunto aos psicofármacos ou isoladamente.  Tratamento medicamentoso:  Abordagem mais eficaz → Combinação de tratamento farmacológico + psicoterapia.  1 ª linha:  ISRS (Inibidores da Recaptação de Serotonina) → Melhor tolerabilidade e menos interações medicamentosas.  Pregabalina (150-600 mg/dia) → Ansiolítico, sedativo e analgésico, com poucos efeitos colaterais, ideal para aqueles pacientes com sintomas dolorosos crônicos.  2 ª linha:  (^) ISRN (Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina).  Antidepressivos Tricíclicos.  Uso de Benzodiazepínicos:  Uso restrito e temporário (início do tratamento, poucas semanas).  Podem ser tomados quando os pacientes sentirem-se ansiosos ou antes de se exporem a eventos estressantes.  Preferível em baixas doses, retirado gradualmente em até duas semanas.  Foco principal do tratamento → Antidepressivos (ISRS).  Duração do tratamento: Em geral, o tratamento medicamentoso deve continuar por até 12 a 24 meses após a remissão dos sintomas. Contudo, parte dos pacientes precisará de medicamentos por períodos muito prolongados, devido ao curso crônico da doença e ao grau de disfuncionalidade causado por ela na vida do indivíduo.  É o medo irracional de objetos/situações específicas (exemplo: medo de altura, sangue, animais).  Esse transtorno gera prejuízos na funcionalidade do paciente, que normalmente evita vivenciar a situação fóbica.  (^) O desenvolvimento de uma fobia específica pode ser resultado da associação de um objeto ou de situações específicas com as emoções ou lembranças de medo previamente experimentadas pelo paciente.  Epidemiologia: prevalência de 5-10% da população, novamente com as mulheres sendo 2 vezes mais afetadas que os homens.  Tratamento:  Principal abordagem: Psicoterapia (Terapia de Exposição) → Exposição gradual ao estímulo fóbico.  Técnicas auxiliares:  Relaxamento.  Técnicas respiratórias.  Abordagens cognitivas.  Tratamento farmacológico:  Betabloqueadores → Atenolol (50-100 mg) / Propranolol (20-40 mg). o Útil em casos associados a ataques de pânico. o Deve ser tomado antes da exposição fóbica.

estaelly.gomes  Benzodiazepínicos: Podem ser usados minutos antes da exposição para evitar ou reduzir crises.  Medo de ser avaliado negativamente em situações de desempenho (falar ou apresentar na presença de outros) ou interação social.  Associado a ansiedade cognitiva e somática.  O sujeito que sofre com a fobia social apresenta comprometimento do funcionamento e desempenho em papéis sociais, como produtividade no trabalho, relacionamentos sociais e afetivos, além de apresentarem uma tendência diminuída de procurar ajuda.  Epidemiologia e curso: O transtorno de ansiedade social é um dos transtornos psiquiátricos mais prevalentes, pois cerca de 13% das pessoas apresentam o quadro durante a vida, sendo mais comum no sexo feminino. O TAS geralmente começa no fim da infância ou início da adolescência e costuma ser crônico.  Diagnóstico:  Critérios principais:  Padrão recorrente de esquiva ou evitação de situações sociais.  Duração superior a 6 meses.  Situações evitadas:  Interações sociais: Conversar em público, conhecer pessoas novas.  Ser observado: Comer em público, usar transporte coletivo.  Situações de desempenho: Falar em público, dar aula, apresentações.  Reação emocional: Medo ou ansiedade intensa desproporcional ao evento.  Tratamento medicamentoso:  Abordagem mais eficaz: Combinação de tratamento farmacológico + psicoterapia.  Tratamento farmacológico:  1 ª linha: o ISRS (Inibidores da Recaptação da Serotonina); o Antidepressivos duais.  2 ª linha: Antidepressivos tricíclicos.  Uso de Benzodiazepínicos: o Indicados para casos graves com prejuízo social significativo; o Alívio rápido, melhora da performance social.  Betabloqueadores: o Usados antes da exposição fóbica para reduzir sintomas físicos de ansiedade; o Atenolol ou Propranolol; o Devem ser tomados até 1 hora antes do evento.  Tratamento psicoterápico: O tratamento psicoterápico também pode ser considerado como indicação de primeira linha para a ansiedade social e, normalmente, envolve uma mistura de métodos psicoterapêuticos, comportamentais e cognitivos, incluindo treinamentos de dessensibilização, melhora da autoestima e simulações de situações e circunstâncias fóbicas, de maneira controlada.  Sofrimento excessivo quando separado de figuras de apego.  Preocupações com o bem-estar dos entes queridos.  Incapacidade persistente de falar em situações sociais específicas.  Comum em crianças.

estaelly.gomes Referências: NARDI, Antonio E.; SILVA, Antônio G.; QUEVEDO, João. Tratado de psiquiatria da associação brasileira de psiquiatria. Porto Alegre: ArtMed, 2021. E-book. p.382. ISBN 9786558820345. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/ 9786558820345/. Acesso em: 02 abr. 2025. Estratégia MED