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Animais peçonhentos e uma leve abordagem ao mecanismo de ação de seus venenos, Trabalhos de Toxicologia

Meu Trabalho de toxicologia sobre, ACIDENTE BOTRÓPICO, ACIDENTE CROTÁLICO, ACIDENTE LAQUÉTICO, ACIDENTE ELAPÍDICO, ACIDENTE POR SAPOS, ESCORPIONISMO e ARANEÍSMO.

Tipologia: Trabalhos

2024

Compartilhado em 13/11/2024

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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA
ANIMAIS PEÇONHENTOS
Nauhan Madrid Rodrigues
Cuiabá MT, 17 de março
2024
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Baixe Animais peçonhentos e uma leve abordagem ao mecanismo de ação de seus venenos e outras Trabalhos em PDF para Toxicologia, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE DE CUIABÁ

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

ANIMAIS PEÇONHENTOS

Nauhan Madrid Rodrigues Cuiabá MT, 17 de março 2024

Nauhan Madrid Rodrigues ANIMAIS PEÇONHENTOS Trabalho de toxicologia veterinária, apresentado como requisito parcial para obtenção de 30% da parte do professor Marlon Ribeiro na prova oficial 1 da disciplina de Toxicologia Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Cuiabá. BANCA DE AVALIAÇÃO


Orientador(a)


Examinador 1 Cuiabá 2024

1 OFIDISMO

Acredita-se que acidentes ofídicos são um importante fator de perda econômica nas fazendas do Brasil, além de ser um risco a saúde das pessoas que vivem e trabalham em zonas rurais. Em média (em humanos), são notificados 27.120 casos de picadas de cobra anualmente no Brasil, e esses casos estão fortemente associados com fatores ambientais e socioeconômicos. No que se refere a acidentes ofídicos há quatro gêneros de serpentes para abordarmos, Bothrops (Jararaca), Crotalus (Cascavel), Micrurus (cobra Coral) e Lachesis (Pico de jaca). 2 ACIDENTE BOTRÓPICO Figura 1: Bothrops jararaca Foto: Reprodução/instituto Butantan Bothrops jararaca , presente principalmente no bioma de mata atlântica, tendo importância econômica no Sul e Sudeste brasileiro, Bothrops mattogrossensis presente no cerrado, Bothrops erythromelas presente no Nordeste, Bothrops

alternatus presente no Sul e Sudeste, Bothrops atrox presente no Norte. O veneno das Bothrops são as PLA2s-like são fosfolipases, fosfolipases A2 e fosfolipases a2- like. Este é um veneno de ação miotóxica, que depois de ativo liga-se à membrana da célula muscular e a rompe. “Este mecanismo de ação consiste em três estapas com duas regiões independentes de interação com a membrana muscular” (Silva, C. D.; Sperandin, B. R. 2005 ). A atividade de coagulação e as hemorragias é uma resposta a ação proteolítica de metaloproteinases que degradam a membrana basal e as células endoteliais dos capilares. Há registros na literatura de plantas medicinais capazes inibir a morte do tecido muscular “dentre os compostos químicos mais abundantes presentes nestas plantas são os derivados da família dos ácidos cinâmicos.”. De acordo com os experimentos feitos com essas moléculas, para a elucidação de como este antidoto funciona, eles encontram três diferentes maneiras de inibir a toxina, sendo eles:

  1. Bloqueio da entrada do canal que leva ao interior da estrutura da toxina pelo ácido rosmarínico, impedindo a ativação da proteína
  2. Bloqueio do acesso do sítio de ligação à membrana (MDoS) à membrana alvo pela ligação do ácido cafeico aos aminoácidos lisina e arginina que compõem esse sítio
  3. Bloqueio do acesso do sítio de rompimento da membrana (MDiS) à membrana alvo pela ligação do ácido aristolóquico ao aminoácido leucina que é um dos constituintes deste sítio Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014) os sinais clínicos aparecem de sete minutos a uma hora após a inoculação da peçonha. O período de evolução clinica pode variar de sete a sessenta e seis horas. Animais mordidos na região da cabeça podem apresentar dispneia e inquietação, já quando mordidos nos membros, podem apresentar claudicação. A princípio a toxina causa edema, dor, hemorragias. Próximo a morte os animais exibem mucosas pálidas, aumento da frequência cardíaca, dispneia mista, decúbito esternal e choque hipovolêmico. Animais que sobreviveram tem a região ao redor da mordida necrosada. O tratamento específico é feito com o soro antibotrópico ou antibotrópicocrotálico, via intravenosa e terapia de suporte, soroterapia e fluidoterapia.

4 ACIDENTE LAQUÉTICO

Figura 3: Lachesis muta Thomas Stromberg 2007 Gênero Lachesis, também conhecida popularmente como pico-de-jaca. No Brasil, há duas subespécies , lachesis muta muta, ocupando o bioma amazônico, presente no estado, Mato grosso e lachesis muta rhombeata , ocupando o bioma da mata atlântica. O veneno laquético possui ações coagulantes, inflamatórias, neurotóxicas e necrosantes. Há presença de fosfolipases A 2 , assim como no veneno da Bothrops , é miotóxica, inibe a ativação plaquetária. Os sinais clínicos são “dor, edema, bolhas, necrose, distúrbios da coagulação, manifestações hemorrágicas diversas e uma síndrome vagal, que se manifesta por vômitos, dores abdominais, diarreia e bradicardia (Oliveira, A. T. A. L. et al. 2018). Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014) as hemorragias se limitam ao local da picada, apesar de hematúria também ser descrita. O tratamento é feito com soro antilaquético ou soro antibotrópicolaquético, pacientes com bradicardia instáveis hemodinâmicos, é indicado o sulfato de atropina, pacientes com hipotensão ou choque, é indicado fluidoterapia, o local da picada deve ser higienizado com antissépticos, medicamentos analgésicos opioides, pacientes com edema, é indicado anti- inflamatórios esteroidais.

5 ACIDENTE ELAPÍDICO

Figura 4: Micrurus Coralinus Dorge La Grotteria 2013 Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014); causado por dois gêneros de serpentes da família Elapidae, gênero Micrurus e Leptomicrurus , é um acidente grave, tendo em vista que pode levar a morte em um curto período de tempo. O veneno das serpentes da família Elapidae, tem quatro ações, sendo elas, hemorrágica, edematogênica, mionecrótica e neurotóxica. Apenas as ações neurotóxica e mionecrótica tem importância clínica. A neurotóxica é a mais importante. O grupo pré- sináptico, atua bloqueando sítios de liberação de acetilcolina na fenda sináptica da junção neuro muscular. O grupo pós-sináptico atua por inibição competitiva também na junção neuromuscular no receptor de acetilcolina. Esses dois grupos conduzem ao quadro de paralisia muscular, por seguinte a morte. A mionecrótica, induz um influxo de Ca++, que gera hipercontração nas fibras musculares, que leva a necrose. Os sinais clínicos são:

Bufonidae é a de maior relevância veterinária, as toxinas desses sapos variam muito, porem há dois grupos de toxinas: Aminas biogênicas e derivados esteroides. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014, p.44) “As principais aminas biogênicas são adrenalina, noradrenalina, bufoteninas, di-hidrobufoteninas, e bufotioninas”. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014) a adrenalina é um estimulante pro sistema nervoso autônomo simpático, sua ação faz vasoconstrição nas vísceras e na pele, aumentam o tônus muscular (inotrópico), alteram o ritmo cardíaco (cronotrópico), bronco dilatação e vasodilatação na musculatura (noradrenalina tendo efeito igual em alguns pontos). A serotonina, age como neurotransmissor, afeta o sono, motricidade e termorregulação. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014, p.44) A bufotenina, bufotionina e di-hidrobufotenina. “Em grande quantidade, produzem alucinações, apreensão, depressão, tremores, hiperestesia, hipertermia, vômitos e diarreia”. Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014, p.44-45) afirma que: Os derivados esteroides são o colesterol, o ergosterol e o γ-sisteosterol, que constituem a fração neutra do veneno, e as bufotoxinas e os bufadienolídeos, que possuem ação similar aos digitálicos e também promovem alucinações. Estes compostos inibem a bomba de Na+/K+ das fibras cardíacas, aumentando a concentração intracelular de Na+, o que inibe a entrada deste em troca da saída de Ca2+, que tem sua concentração intracelular aumentada. Assim, há aumento da força de contração cardíaca, mas com diminuição da frequência cardíaca por ação vagal reflexa; nos animais intoxicados pelo veneno dos sapos, geralmente há este efeito suplantado pelas ações da adrenalina e da noradrenalina em receptores β1. Também há redução na velocidade de condução do impulso elétrico cardíaco do nodo sinusal ao nodo atrioventricular, com disparos de focos ectópicos ventriculares e contrações ventriculares prematuras, podendo levar à fibrilação ventricular. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014) o tratamento, deve ser o mais cedo possível, pois a evolução clínica pode ser muito veloz. O veneno deve ser removido, é indicado fluidoterapia e terapia de suporte. Pacientes com a boca afetada, deve ser feito lavagem com água corrente ou utilizar gaze a fim de tirar o veneno, caso houver lesão na boca, tratar com antisséptico oral. Pacientes com sialorreia, não é indicado o uso de atropina, pois agrava os quadros de taquicardia e a salivação do animal é importante para eliminação do veneno. Pode-se usar anti-histamínicos e corticoides para reduzir edema perivascular cerebral e efeitos deletérios da bufotoxina. Pacientes

que apresentem colapso ou coma é fundamental o uso de furosemida. Pacientes que apresentem convulsões, é indicado o uso de Diazepam e pentobarbital. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014, p.48) “Foi verificado que a utilização do pentobarbital aumenta a taxa de sobrevivência de cães intoxicados pelos sapos”. 7 ESCORPIONISMO Figura 6: Tityus serrulatus Sandro Von Matter 2020 Figura 7: Tityus bahiensis Augusto Rosa 2020 Figura 8: Tityus stigmurus

tremores, espasmos musculares, mioses e redução da frequência cardíaca. Sinais clínicos no local da picada são, dor, edema, hipersensibilidade no membro afetado. Sinais clínicos gerais podem ser, náuseas, vômitos, vômitos profusos (repetidos) sialorreia, inquietação ou sonolência, taquicardia, taquipneia, hipotermia, desorientação, insuficiência cardíaca, edema pulmonar, choque e convulsões. A morte ocorre por falência cardíaca e/ou por edema pulmonar. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014, p.59) “O tratamento específico é com o soro antiescorpiônico ou o soro antiaracnídeo polivalente (possui uma parte de anticorpos contra a peçonha de escorpiões), que é ideal para os casos moderados a graves”. Não é indicado o uso de digitálicos ou betabloqueadores, pois podem causar insuficiência cardíaca e bloqueio atrioventricular. 8 ARANEÍSMO Figura 9: Loxosceles Clinton Jenkins 2015 Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014) há quatro gêneros de aranhas de importância veterinária no Brasil, são eles Loxoceles (aranha marrom), Phoneutria

(aranha armadeira), Latrodectus (viúva negra) e Oligoxystre (Caranguejeira). A L o xosceles spp. Responsável por 40% dos acidentes com humanos. Seu hábito é noturno e vivem dentro dos domicílios, geralmente em lugares escuros. A síndrome da picada dessa aranha é chamada de loxoscelismo, há duas formas distintas, a cutânea e a cutâneo-visceral. O loxoscelismo cutâneo, é uma lesão dermonecrótica, o veneno se espalha gravitacionalmente e em animais a ferida se torna uma úlcera de difícil cicatrização. O loxocelismo cutâneo visceral, mais raro, além da lesão cutânea, choque, icterícia, hemólise intravascular, hematúria, hemoglobinúria, trombocitopenia, leucocitose e insuficiência renal, são sinais clínicos desta apresentação. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014) na medicina veterinária, não há tratamento com o soro antiloxoscélico, ao contrário da medicina humana. O tratamento é feito de acordo com os sinais clínicos apresentados, com uso de fluidoterapia e diuréticos afim de evitar lesão renal, e limpeza da ferida com soluções antissépticas. Em casos de necrose extensa, é indicada cirurgia reconstrutiva. A dapsona é a droga mais estudada para tratar feridas dermonecróticas causadas pelo loxoscelismo, pois inibe a degranulação polimorfonuclear, reduzindo a inflamação local. Figura 10: Phoneutria nigriventer Fernando Durruty 2019 Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (2014) a Phoneutria conhecida como aranha armadeira, de hábitos noturnos e irregulares, extremamente agressiva, possui um

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Campos, G. G. F., Silva, D. F. d., Silva, L. G. d., Janeiro., U. F. d. R. d., & (Brasil), M. N. .Modelagem da distribuição geográfica de Crotalus durissus Linnaeus, 1758 (Serpentes: Viperidae) e sua possível relação com a expansão das áreas abertas no Brasil. UFRJ. 2017 CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Caderno Técnico de Veterinária e Zootecnia: Animais Peçonhentos. Belo Horizonte : FEPMVZ, 2014 Oliveira, A. T. A. L., de Sousa, A. F. P. B., Alcantara, I. de C. L., de Miranda, I. T. N., & Marques, R. B.. Acidentes com animais peçonhentos no Brasil: revisão de literatura. Revista Intertox De Toxicologia, Risco Ambiental E Sociedade [online] v.11 2018 Silva, C. S.; Sperandin, B. R. Efeito das toxinas da serpente do gênero Bothrops. Revisão bibliográfica. Univap [online] p. 124 - 127 2005.