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anatamia humana e animal, Resumos de Anatomia

Os animais estão em todos os lugares do planeta Terra. Eles vivem a nossa volta, correndo, nadando, voando e causando prejuízo, mas trazendo benefícios, causando doenças, mas mantendo o planeta equilibrado ecologicamente.

Tipologia: Resumos

2025

Compartilhado em 20/05/2025

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOCAMBIQUE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
EVOLUÇÃO DO SISTEMA DIGESTIVO DOS INVERTEBRADOS
Zito Bissuasse Manejala código:708224258
Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia
Disciplina: Anatomia Humana e Animal
Ano de Frequência: 3º Ano
MILANGE
2024
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOCAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

EVOLUÇÃO DO SISTEMA DIGESTIVO DOS INVERTEBRADOS

Zito Bissuasse Manejala código: Curso : Licenciatura em Ensino de Biologia Disciplina: Anatomia Humana e Animal Ano de Frequência : 3º Ano MILANGE

Índice……….………………………………………………………………………………Pág.

    1. Introdução …………………………………………………………………………………..
  • 1.2 Objectivo geral……………………………………………………………………………..
  • 1.3 Objectivo específico…………………………………………………………………….…
    1. Evolução do sistema digestivo dos invertebrados……………………………….………….
  • 2.1 Classificação dos invertebrados……………………………………………….…………..
    1. Adaptações para o hábito alimentar suspensívoro………………………………………….
    1. Filo molluca………………………………………………………………………………..
  • 4.1 Caracteres gerais dos molusca……………………………………………………………
    1. Adaptações dos anélida……………………………………………………………………
    1. 1 Digestão dos anélida…………………………………………………………………….
    1. Simbiose com bactérias……………………………………………………………………
    1. Adaptações dos echinodermata…………………………………………………………...
    1. Metodologia do trabalho…………………………………………………………………..
    1. Conclusão…………………………………………………………………..….……..….
    1. Referência bibliográfica……………………………………….………………….…..…

1.2 Objectivo geral  Possuir conhecimento sólido científico sobre a disciplina de Anatomia Humana e Animal 1.3 Objectivos Específicos:  Definir os sistemas nos invertebrados;  Explicar o sistema nos invertebrados;  Caracterizar os diferentes sistemas nos invertebrados.

2. EVOLUÇÃO DO SISTEMA DIGESTIVO DOS INVERTEBRADOS.

Invertebrado é a designação tradicionalmente dada aos animais multicelulares que não possuem nem desenvolvem uma coluna vertebral derivada do notocórdio, característica definidora do subfilo Vertebrata (vertebrados). A aplicação deste critério dá origem a um agrupamento parafilético que inclui todos os animais com excepção dos vertebrados, agregando assim cerca de 97% das espécies animais conhecidas. Alguns táxons de invertebrados agrupam um maior número e variedade de espécies do que a totalidade do subfilo Vertebrata. Dada a natureza parafilética do agrupamento, alguns invertebrados, como os Chaetognatha, os Hemichordata, os Tunicata e os Cephalochordata, apresentam um relacionamento filogenético mais próximo com os vertebrados do que com os restantes invertebrados, o que aconselha o abandono da designação «invertebrados» na literatura técnica e científica por ausência de significado taxonómico. Numa acepção mais restrita, o termo "invertebrados" corresponde a dois dos três subfilos do filo dos Chordata, os cordados: o subfilo Urochordata (urocordados) e o subfilo Cephalochordata (cefalocordados). O termo, nesta acepção, inclui todos os organismos cordados que não pertencem ao subfilo dos vertebrados, ou seja, todas as espécies que são organismos dotados de notocórdio, tubo neural com posição dorsal em relação ao tubo digestivo, e fossetas branquiais ao nível da faringe, mas cujo notocórdio não é enquadrado numa estrutura denominada coluna vertebral, daí a designação de "invertebrados". Contudo, nesta acepção a classe Myxini fica mal enquadrada, pois apesar de apresentar crânio não é um grupo de vertebrados em sentido estrito, pelo que a introdução do clado Craniata em vez de Vertebrata tornaria mais abrangente esta classificação. 2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS INVERTEBRADOS Dada a sua evidente parafilia, o agrupamento taxonómico "invertebrados" não pode ser usado como uma classificação sistemática. Contudo, dado o alargado uso do termo, desde a linguagem comum a muitos contextos biológicos, interessa definir o seu conteúdo, sendo possíveis duas definições: Definição 1 "Todos os membros do reino Animalia com exceção do clado Craniata, ou seja todos os animais com excepção dos vertebrados e dos peixes primitivos da classe Myxini".

poderiam aumentar a capacidade dos organismos em gerar diversidade genética e adaptarem-se por selecção natural (aumentando a "evolucionabilidade" do organismo).

3. ADAPTAÇÕES PARA O HÁBITO ALIMENTAR SUSPENSÍVORO Notostraca é uma ordem dentro da classe Branchiopoda, sendo característica do grupo uma carapaça que recobre grande parte de seu corpo, apesar da exposição de segmentos abdominais e uma furca caudal. Comummente são chamados de “camarões-girinos” devido à semelhança morfológica. Esses organismos têm hábito de vida bentônico, presentes mundialmente em corpos d’água de salinidade variada, porém nunca em oceanos. Apresentam adaptações que permitem a sobrevivência de populações mesmo em locais áridos e semi-áridos, como ovos criptobióticos que eclodem após reidratação. Seu hábito alimentar é variado, com comportamento onívoro, detritívoro, suspensívoro e/ou predatório. Em algumas plantações de arroz são considerados pragas e, no entanto, também podem ser usados como controle biológico de mosquitos. Dentro de Notostraca há apenas uma família, Triopsidae, com dois gêneros: Triops e Lepidurus. A quantidade de espécies em cada um é controversa devido a semelhanças morfológicas de populações isoladas e também à ocorrência de espécies crípticas. São considerados fósseis vivos devido a pouca mudança corporal ao longo do tempo, porém análises moleculares apontam que a diversificação do grupo ocorreu recentemente durante o Cenozóico. Morfologia externa Muito de sua morfologia está relacionada com seu hábito bentônico, de maneira a manter a eficiência hidrodinâmica. O corpo do animal é formado por cabeça, tórax e abdome, com uma carapaça que o recobre quase totalmente, formando um escudo rígido que protege a maioria dos apêndices torácicos. Ela é uma estrutura expandida, contínua com o tegumento, composta pelo escudo cefálico resultante da fusão dos tergitos cefálicos dorsais, e um dobramento do exoesqueleto. A cutícula é constituída por uma epicutícula, com cerca de quatro camadas, uma exocutícula, com aproximadamente dez camadas, e uma endocutícula, de sessenta a oitenta camadas. O formato e a posição da carapaça dorsal provavelmente são aspectos que influenciam a forma de muitas de suas estruturas, em especial no tórax. Cabeça

A cabeça é formada por 5 segmentos e o ácron, que não é um segmento verdadeiro. Os maxilípedes são ausentes. As antênulas são unirremes e as antenas vestigiais. Possuem também mandíbulas grandes, adaptadas para trituração, e um labro partindo da margem posterior do tegumento do escudo cefálico, constituindo uma estrutura que, diferentemente de outros branquiópodes. é achatada e protegida por uma cutícula que protege o animal da abrasão. Não há, também, glândulas labrais. As mandíbulas de notóstracos são apêndices morfologicamente adaptados para morder, diferentemente das encontradas nos demais grupos da classe, que geralmente são rolantes, moedoras ou esmagadoras. Contudo, ainda compartilham de muitas caraterísticas. A estrutura se assemelha a um barco, porém a armação diferente consiste de cristas dentadas fortemente esclerotizadas e outros refinamentos adicionais. A superfície que se articula é larga e não apresenta uma ponta como nos outros grupos. Há, também, um tendão mandibular transversal massivo, homólogo a outros branquiópodes, porém com maior grossura. Esse componente é suspenso, recebendo apoio de três ligamentos dorsais, além de um ligamento anteroventral e mais quatro músculos dorsais. Posteriormente, o indivíduo possui um par de apódemas cuticulares complexas, que ancoram fibras para outras apódemas mais simples. Tronco O tronco pode apresentar até 40 segmentos, porém a tagmose do tórax e do abdome é ambígua. Os apêndices presentes na região anterior dele possuem diversas funções, tais como: postura, locomoção por natação, escavação do substrato, colecta e manipulação de alimento, subida em superfícies, transporte de ovos, respiração, além do papel sensorial. Eles se desenvolveram de maneira a contornar a limitação da carapaça que recobre quase que todo seu corpo. Os apêndices posteriores, como são menos afectados pela carapaça, possuem exopoditos grandes que funcionam como remos e produzem uma corrente de água usada para a troca gasosa, além de estarem envolvidos com a manipulação de alimento. Várias cerdas e espinhos são articulados na base, um arranjo importante para a alimentação. Os apêndices do tronco também apresentam sensilas, contrastando com os demais grupos de Branchiopoda, algo que provavelmente está ligado à diversidade de meios para a colecta de comida, bem como a sua manipulação, e que variam desde detritos a outros organismos inteiros como presas. 9 pares de apêndices do tórax servem justamente para alimentação. Como os demais Branquiópodes, os protopoditos nesse animal são uniarticulados. Morfologia Interna

processo lento e intermitente que demanda grande esforço devido à ausência de mecanismos de flutuação e estruturas mais adaptadas para hábitos diferentes do bentonismo. História evolutiva A existência de organismos de Notostraca é constatada desde o Triássico, os fósseis mais antigos deles datam o Carbonífero Superior, constituindo-se de restos de carapaças. Também foram encontradas trilhas fossilizadas de notóstracos pertencentes ao Paleozoico tardio. Frequentemente, notóstracos são descritos como “fósseis vivos” e citados como exemplares de estase evolutiva em virtude da existência de espécimes existentes nos dias de hoje que são morfologicamente semelhantes a fósseis de mais de 250 milhões de anos atrás, sugerindo uma origem remota. Triops cancriformis, um organismo vivente, muitas vezes é referido como a espécie mais antiga, justamente por essa correspondência com fósseis do Permiano Inferior e Triássico Superior. Essa longa história evolutiva sugeriria uma radiação antiga no grupo. Apesar disso, poucas evidências moleculares foram suportam uma radiação antes do Mesozoico, pelo contrário: as espécies atuais provavelmente originaram-se de uma radiação relativamente recente, na era do Cenozóico quando teria existido o ancestral comum mais recente dos Triopsidae vivos. Isso infere que a similaridade entre táxons fósseis e contemporâneos pode existir devido a uma morfologia geral bem conservada somada a homoplasia. Desse modo, as espécies correntes seriam resultantes de uma radiação mais recente de uma linhagem ancestral que sobreviveu ao Terciário. Essa visão pode contrastar com a denominação de notóstracos como “fósseis vivos”, um termo que, em geral, é usado para delimitar espécies antigas que, presumidamente, teriam sobrevivido até os dias de hoje.

4. FILO MOLLUCA 4.1 CARACTERES GERAIS DOS MOLLUSCA Os moluscos (Filo Mollusca, do latim molluscus, mole) constituem um grande filo de animais invertebrados, marinhos, de água doce ou terrestres. O filo Mollusca é o segundo filo com a maior diversidade de espécies, depois dos Artrópodes, (cerca de 93 000 espécies viventes confirmadas e até 200 000 espécies viventes

estimadas, e 70 000 espécies fósseis e inclui uma variedade de animais muito familiares, como as ostras, as lulas, os polvos e os caramujos. A maior parte dos moluscos são aquáticos, mas existem muitas formas terrestres como os caracóis. É um Filo extremamente diverso, tanto em número de espécies quanto em variedade de formas e de hábitos, e possui extrema importância comercial e cultural, uma vez que vários destes animais fazem parte do nosso dia a dia e estão presentes na alimentação de diversos povos. Estes animais têm um corpo mole e não-segmentado e são bilaterais. As principais estruturas do bauplan (é o plano corpóreo, o conjunto de características que une um filo. Estas características variam) são: pé muscular, manto, cavidade do manto, rádula e concha. O pé muscular, tem como funções básicas a locomoção, fixação, escavação, natação ou serve para capturar suas presas. Nos cefalópodes o pé está transformado em tentáculos Bivalves e escafópodes possuem pés elongados adaptados para penetração e fixação no substrato marinho. Sua estrutura cilíndrica é localizada na região anterior. Nos bivalves que habitam ambientes rochosos (como o mexilhão) no entanto, os pés são reduzidos e esses organismos utilizam filamentos bisso para sua fixação. Nos poliplacóforos o pé é localizado na região ventral do corpo e ocupa praticamente toda a região. É utilizado como estrutura adesiva que adere o animal no substrato rochoso e os permite suportar fortes correntes marítimas. Os moluscos são celomados. A cavidade delimitada pela mesoderme dos sacos celomáticos é o celoma, que é uma cavidade secundária dos moluscos. Em consequência do desenvolvimento de um maciço e musculoso parênquima, o celoma dos moluscos restringe-se, em geral, a um espaço que encerra as gónadas e o coração; na maioria dos casos sobra como resto do celoma só a parte que circunda o coração, isto é, o pericárdio. São animais esquizocelomados, protostómios e dotados de simetria bilateral. Tem corpo mole (daí o nome do grupo, mollis = mole) que pode ou não estar recoberto por concha calcária. A pele dos moluscos, uma região não coberta pela concha, é muitas vezes provida de um revestimento ciliar e muito rica em células glandulares, cujas secreções tornam o tegumentoúmido e mole. O exoesqueleto duríssimo (concha) que apareceu nos moluscos durante a evolução, desempenha várias funções: confere resistência ao organismo; permite que o corpo se sustente contra a acção da gravidade; serve como ponto de inserção dos músculos; protege contra a dessecação e representa uma armadura que protege o animal dos predadores. Uma outra característica dos moluscos é a rádula, uma estrutura raspadora, que auxilia na alimentação. Os bivalves, porém, não apresentam rádula, e sim estruturas que filtram micropartículas de alimento da água e levam para a boca.

desenvolvido e na evolução de uma glândula dorsal da concha consolidada e concha sólida em vez dos escleritos calcários independentes. O filo Mollusca é considerado monofilético, isto é, todos os indivíduos do grupo possuem um ancestral em comum. Entre algumas das características que são distintivas do grupo e sustentam seu monofiletismo estão: o manto, estrutura formada pela epiderme dorsal; rádula, dentículos quitinosos presentes no interior da cavidade oral; pé, músculos da região ventral especializados. Após isso os moluscos são divididos em duas linhagens, o clado Aculifera (Polyplacophora, Neomeniomorpha e Chaetodermomorpha) e o clado Conchifera (Monoplacophora, Scaphopoda, Cephalopoda, Bivalvia e Gastropoda). Classes Existem dez classes de moluscos, oito que ainda vivem e duas que só são conhecidas através de fósseis.  Polyplacophora (quíntons; cabeça pequena, sem tentáculos nem olhos; 1 200 espécies);  Monoplacophora (habitantes de fundos oceânicos; 15 espécies);  Bivalvia (ostras, amêijoas, mexilhões, conquilhas, berbigões, etc.; 800 espécies);  Scaphopoda (dentes-de-elefante; concha carbonatada aberta dos dois lados; 512 espécies, todas marinhas);  Gastropoda (caracóis, lesmas, lapas, abalones, búzios, nudibrânquios, borboletas-do-mar; corpo protegido por concha e cabeça bem definida; entre 40 000 e 50 000 espécies);  Cephalopoda (lula, polvo, sépias, náutilos; 786 espécies, todas marinhas);  Neomeniomorpha (não possui concha);  Chaetodermomorpha (1– 30 mm; maioria habitante das regiões abissais; não possui concha); Extintos:

  • Rostroconchia (prováveis ancestrais dos bivalves; entre outros; cerca de 1 000 espécies);
  • Helcionelloida (fósseis; parecidos com caracóis);
  • Tentaculitoidea (fósseis; conchas cilíndricas). 5. ADAPTAÇÕES DOS ANNELIDA As minhocas são animais anelídeas, da subclasse Oligochaeta, de simetria bilateral, recobertos por uma fina cutícula pigmentada. Seu corpo cilíndrico é segmentado interna e externamente, mas os dois primeiros segmentos não são identificados externamente. Estão distribuídas pelos solos úmidos de todo o mundo,

algumas com apenas alguns centímetros, outras com um a dois metros de comprimento, ou mais, casos nos quais são conhecidas como minhocuçus. O seu corpo é formado por anéis (segmentos corporais), o que faz com que sejam cilíndricos e alongados, com a boca e o ânus em extremidades opostas, e um anel mais claro, o clitelo, mais próximo à extremidade anterior. São, ainda, conhecidas por serem animais com vários corações, podendo ter entre dois e quinze pares. Elas vivem enterradas (são animais subterrâneos), escavam galerias e canais no solo, buscando abrigo e restos orgânicos, os quais são seu principal alimento, ingerido com grandes quantidades de terra. Elas são, portanto, animais detritívoros, pois se alimentam de detritos de várias origens. As fezes das minhocas contém terra ingerida misturada com matéria orgânica, compondo o húmus de minhoca, um óptimo fertilizante. As minhocas são frequentemente usadas como isca viva, na pesca com linha. Diferente do que algumas pessoas pensam, a cobra-cega não é minhoca e possui uma classificação bem distinta. A maior espécie registrada é a Amynthas mekongianus, com mais de 500 segmentos. Cientistas acreditam que há correlação entre o comprimento das minhocas e número de segmentos, o que implica que os segmentos são adicionados ao longo de toda sua vida. Morfologia externa Na extremidade anterior, esses animais apresentam um prostômio e um peristômio, formando uma cabeça. Já na extremidade posterior, está localizado o pigídio. Neste, se encontra o ânus das minhocas. Cada segmento entre o peristômio e o pigídio é denominado metâmero. Os metâmeros são semelhantes entre si, constituindo o chamado tronco, que é homônomo, ou seja, os segmentos são praticamente todos iguais entre si, sem a diferenciação de regiões, excepto o clitelo homônomo. Prostômio, peristômio e pigídio não são considerados metâmeros verdadeiros. Essas estruturas, além disso, não possuem cerdas. O prostômio pequeno, característico de minhocas, varia em tamanho e pode ser de difícil distinção, ou até mesmo indistinguível. Sua importância é conter o cérebro. O corpo alongado das minhocas contém uma cavidade celômica, que atua como esqueleto hidrostático. Essa cavidade é preenchida com fluido e dividida por septos intersegmentares. Cada segmento apresenta um tamanho e uma forma, de acordo com a posição ao longo do animal. Entre as espécies, o tamanho do corpo e a relação entre comprimento e diâmetro variam muito, de acordo com a alimentação, vulnerabilidade a predadores e dessecação, exposição a condições anaeróbicas e modo de locomoção. Parede do corpo

O sistema nervoso é representado por gânglios na cabeça e ao longo da região ventral do corpo. Os gânglios são formados por grupos de células nervosas, que funcionam como centros de coordenação das diversas funções no corpo do animal.

5. 1 DIGESTÃO DOS ANNELIDA O sistema digestivo das minhocas é, simplificadamente, um tubo recto com especializações localizadas principalmente na região mais anterior. Esse tubo inicia-se com a boca, levando a uma pequena cavidade bucal, seguida pela faringe muscular e o esófago. O restante do tubo digestivo é o intestino, ou região mediana e se encerra no ânus. O principal órgão para a ingestão de alimento é a faringe muscular ou bulbo faríngeo. As minhocas ingerem o sedimento na medida em que cavam as suas galerias. Ao se moverem, elas evertem e recolhem continuamente o bulbo faríngeo, por meio da contracção da musculatura da parede do corpo que age contra o fluido celômico. Desta maneira, ingerem a terra e digerem o material orgânico que ela contiver, principalmente aquele de origem vegetal. A retracção da faringe ocorre por meio dos músculos retratores. A porção eversível da faringe é provida de numerosas terminações quimiorreceptoras, que detectam a presença de material orgânico na terra, possibilitando a escolha do caminho mais rico em nutrientes durante a escavação. Seguinte a boca, encontra-se o esófago, o qual possui dilatações correspondentes às estruturas papo e moelas. O papo consiste em uma câmara de armazenagem de alimento, com paredes finas e pouco musculares, enquanto a moela é bastante muscular, revestida internamente por espessa cutícula, por vezes formando dentículos utilizados para triturar o alimento. Ademais, há evaginações lamelares na parede do esófago, denominadas glândulas calcíferas. A função delas é combinar o cálcio obtido na alimentação com o gás carbónico proveniente da respiração celular, produzindo carbonato de cálcio, que é liberado no lúmen do esófago na forma de cristais de calcita, que são liberados nas fezes. Supõe-se que as glândulas calcíferas contribuam com até cerca de 10% da eliminação do gás carbónico e também regulem os níveis de magnésio e fosfato, assim como de íons cálcio e carbonato no sangue e fluidos celômicos, tamponando o pH destes. Após o esófago, encontra-se o início da região mediana do trato digestório, que é especializado para a secreção de enzimas digestivas, produzidas pelos anelídeos, e outras enzimas produzidas por bactérias simbiontes, como celulase e quitinase, para digerir as paredes celulares de vegetais e fungos. O restante da

região mediana do trato digestório é encarregado da absorção de nutrientes. A superfície de absorção é aumentada por uma invaginação mediodorsal denominada tiflossole que se estende como uma prega ao longo do intestino mediano. O tiflossole é formado apenas pelo epitélio intestinal, com amplo suprimento sanguíneo entre as camadas de epitélio, não havendo participação das camadas musculares da parede do intestino. Em muitos indivíduos a área do intestino também é aumentada por causa da existência de um ou mais pares de cecos anteriores. O trato digestório se encerra no ânus, localizado no pigídio da minhoca. A alimentação das minhocas contribui para o processamento e a incorporação da matéria orgânica ao solo mineral. O substrato ingerido tem parte do material orgânico absorvido ao longo da região mediana do intestino e as fezes apresentam uma quantidade grande de nutrientes que retornam ao solo para continuar o processo de decomposição e ressíntese da matéria orgânica. Por esta razão, as fezes das minhocas são conhecidas como “húmus” de minhoca. Excreção As minhocas possuem um par de metanefrídios por metâmero, um em cada lado da câmara celômica, associado ao septo intersegmentar. Algumas minhocas megascolecídeas e glossoscolecídeas podem apresentar nefrídios adicionais múltiplos ou ramificados. Existem algumas espécies que possuem metanefrídeos modificados chamados de micronefrídios ou enteronefrídios. Os micronefrídios formam uma fina capa esbranquiçada que reveste a parede do corpo e suas extremidades internas podem ser ramificadas, arborescentes, enquanto os ductos nefridiais unem-se entre si por canalículos microscópicos que se abrem no intestino. Essas estruturas auxiliaram na adaptação aos solos menos úmidos, uma vez que a água é reabsorvida ao longo do intestino e as excretas são eliminadas com as fezes. A ultrafiltração é feita pela capitalização sanguínea, em íntimo contacto com cada nefrostômio, formando um glomérulo, em cujas paredes são encontrados podócitos. Assim, o ultrafiltrado proveniente dos vasos sanguíneos segue directamente para o interior dos metanefrídios. As minhocas possuem dificuldades em relação à osmorregulação, uma vez que o tegumento deve ser constantemente úmido e não pode haver barreiras à difusão de gases, implicando em uma fina cutícula. Isso determina uma perda de água e íons pelas paredes do corpo. Portanto, esses indivíduos possuem outras adaptações fisiológicas, como a excreção de ureia, que reduz a perda de líquido. Além disto, os processos de reabsorção selectiva e secreção activa nos ductos nefridiais são desenvolvidos, o que explica a evolução das alças nefridiais. Assim, como adaptação, esses indivíduos conseguem produzir uma urina hiperstómica, caso

infecções intestinais e estrese. A exposição à factores agressores como estrese, consumo exagerado de álcool, tabagismo, uso de antibióticos e dieta não saudável podem causar desequilíbrio da microbiota, com aumento das bactérias patogénicas e diminuição das bactérias comensais. Esse quadro é conhecido como disbiose e está associado ao surgimento de algumas doenças, das quais, muitas associadas ao trato gastrointestinal, como doença inflamatória intestinal, síndrome do intestino irritável e constipação e outras sistémicas como obesidade. Há grande e crescente interesse clínico em se conhecer a microbiota de indivíduos saudáveis, e principalmente de não saudáveis, uma vez que, ao ter esse conhecimento, poderemos traçar melhores condutas de intervenção, corrigir quadros de disbiose e melhorar o tratamento clínico de diversas doenças.

7. ADAPTAÇÕES DOS ECHINODERMATA Os equinodermes (gr. echinos = ouriço + derma = pele) constituem um dos filos mais distintos e facilmente reconhecíveis do reino animal, sendo abundantes em todos os oceanos do mundo. Os equinodermes são um grupo antigo, com abundante registo fóssil desde o Câmbrico. No entanto, tal como com outros filos dominantes, como artrópodes ou moluscos, os fósseis não indicam a origem ou o parentesco filogenético destes animais, sendo esses inferidos do estudo de animais vivos e do seu desenvolvimento embrionário. Actualmente a larva dos equinodermes apresenta simetria bilateral e desenvolvimento deuterostómio típico, com uma metamorfose bastante complicada. Deste facto retira-se que os equinodermes ancestrais seriam igualmente animais com simetria bilateral e que a sua condição actual de animais radiados resulta de adaptação a um modo de vida séssil ou altamente sedentário, como em outros grupos animais (cnidários ou poríferos, por exemplo). Dado que o único outro filo com estas características e um esqueleto interno é o filo Chordata, os equinodermes foram, durante muito tempo, considerados como tendo um ancestral comum com estes animais. Actualmente tal ideia foi posta de parte, não só devido a muitas diferenças importantes entre estes filos, mas também devido ao longo historial fóssil de ambos, onde nunca existem formas intermédias. O seu celoma divide-se em 3 partes durante o desenvolvimento embrionário: Sistema ambulacrário –também designado sistema vascular-hídrico, consiste num conjunto conspícuo de canais cheios de líquido (água do mar), que se manifesta á superfície sob a forma de pés ambulacrários.

Este é um sistema hidráulico (líquido sob pressão), que funciona na locomoção, alimentação e respiração, dependendo da classe de equinodermes (nas formas mais comuns, como estrelas-do-mar ou ouriços-do-mar, o sistema é principalmente locomotor). Todos os sistemas ambulacrários apresentam um canal anelar em torno da boca, tubos radiais até aos pés ambulacrários com pequenas ventosas terminais e um tubo axial – canal pétreo -, que se dirige do canal anelar para uma placa madrepórica, localizada na zona aboral, que controla a pressão interna. Esta placa perfurada permite que líquido penetre no sistema, equilibrando as modificações de pressão e as perdas devidas a danos nos pés ambulacrários, pois o líquido deve sempre apresentar uma pressão positiva. Na extremidade interna de cada pé ambulacrário existe uma ampola ambulacrária, musculosa, que injecta água no pé, fazendo-o distender-se. O funcionamento conjunto de todos os numerosos pés ambulacrários permite ao animal subir superfícies verticais, abrir conchas de moluscos de que se alimenta ou agarrar-se a rochas batidas pelas ondas. Como defesa existem pés ambulacrários modificados, designados pedicelários, que podem conter substâncias tóxicas. Os pedicelários têm formas variadas, uns parecem garfos, outros pequenas garras, etc.; Sistema peri-hemal conjunto inconspícuo de canais internos que incluem cordões de tecidos. Este sistema,– que é paralelo ao sistema ambulacrário, mas não é bem compreendido. Apresenta igualmente um órgão axial, formado por um alargamento de tubos. Pensa-se que este sistema pode estar envolvido no transporte de substâncias dissolvidas ou na produção de amebócitos para a defesa imunitária; Celoma perivisceral cavidade cheia de líquido que circunda os órgãos internos, provavelmente envolvida na– excreção. Apenas os cordados e os equinodermes apresentam esqueleto interno, cuja função é fornecer pontos de apoio aos músculos, proteger os órgãos internos e dar a rigidez necessária para que os pés ambulacrários operem durante a locomoção. O sistema digestivo é completo, com a boca na face oral e o ânus na face aboral. Geralmente, em torno da boca existem dentes que no seu conjunto formam uma espécie de mandíbula interna designada lanterna de“ ” Aristóteles. Algumas espécies podem evaginar parte do sistema digestivo, introduzindo-o no interior da carapaça de um bivalve, por exemplo, e realizando uma digestão parcial in situ, com a ajuda de enzimas digestivas. Ao fim de algum tempo passam o alimento quase liquefeito para o estômago, onde se completa a digestão. Muito incomum para um filo considerado avançado, os equinodermes não apresentam sistema nervoso centralizado. Este é pouco desenvolvido e composto por diversos cordões paralelos ao sistema ambulacrário,