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Análise dos principais tipos de fissuras em alvenarias estruturais quanto às suas causas, Trabalhos de Engenharia Civil

A pesquisa se deu através de pesquisa bibliográfica e análise qualitativa dos dados obtidos. As causas aqui descritas foram: Defeitos na fabricação e execução, como a má qualidade dos materiais, sobrecargas, devido a aderência entre o componente e a argamassa, reações químicas, devido a presença de sais solúveis em excesso na argamassa e, por fim, variação de temperatura, devido a movimentação da estrutura e a modificação de suas dimensões.

Tipologia: Trabalhos

2019

Compartilhado em 25/08/2019

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adria-9 🇧🇷

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Análise dos principais tipos de fissuras em alvenarias estruturais quanto às
suas causas
Ádria Lima, Dienny Sousa, Jorrannis Pantoja, Kleber Faria, Vinícius Oliveira
Centro Universitário Luterano de Santarém, Santarém, Pará, Brasil
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma investigação teórica sobre as diferentes causas do
surgimento de fissuras em alvenarias estruturais, por esta ser a mais frequente patologia
descrita em literatura, objetivando sua prevenção. A pesquisa se deu através de pesquisa
bibliográfica e análise qualitativa dos dados obtidos. As causas aqui descritas foram: Defeitos
na fabricação e execução, como a qualidade dos materiais, sobrecargas, devido a
aderência entre o componente e a argamassa, reações químicas, devido a presença de sais
solúveis em excesso na argamassa e, por fim, variação de temperatura, devido a
movimentação da estrutura e a modificação de suas dimensões.
1. INTRODUÇÃO
A alvenaria estrutural consiste em um sistema construtivo em que as paredes
desempenham o papel das vigas e pilares, ou seja, resistir às cargas solicitantes e transferi-las
para a fundação, além da vedação do conjunto.
Esta fora primeiramente utilizada no Brasil nos anos 60, segundo Santos (2013), e
desde então sofreu um expressivo avanço tecnológico, sendo hoje um dos sistemas
construtivos mais utilizados no território nacional, inclusive sendo utilizado no programa
Minha casa, Minha vida, tendo em vista que este sistema proporciona economia de materiais e
execução simplificada.
Entretanto, como todo sistema construtivo, está sujeito a falhas que geram problemas
patológicos na estrutura, e em alvenarias estruturais a patologia mais recorrente é o
surgimento de fissuras, segundo Santos (2013), podendo ter sua origem atrelada a: variação de
temperatura, defeitos de execução, sobrecargas e recalques nas fundações, além disso, fissuras
por reações químicas também são comuns. Portanto, o presente trabalho propõe-se a realizar
uma análise destas causas, que levam ao surgimento de fissuras em alvenarias estruturais,
objetivando sua prevenção.
2. FISSURAS POR DEFEITOS NA FABRICAÇÃO E EXECUÇÃO
As unidades são os componentes básicos da estrutura e garante as características de
resistência a estrutura. Podendo ser de concreto, cerâmica ou sílico-calcárea. Figura 1 a)
As patologias presentes nos blocos ou unidades a partir da fabricação e execução
podem ser provenientes de: Material da fabricação de qualidade, descuido no transporte,
corte do material, execução ineficiente.
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Análise dos principais tipos de fissuras em alvenarias estruturais quanto às

suas causas

Ádria Lima, Dienny Sousa, Jorrannis Pantoja, Kleber Faria, Vinícius Oliveira

Centro Universitário Luterano de Santarém, Santarém, Pará, Brasil RESUMO O presente trabalho apresenta uma investigação teórica sobre as diferentes causas do surgimento de fissuras em alvenarias estruturais, por esta ser a mais frequente patologia descrita em literatura, objetivando sua prevenção. A pesquisa se deu através de pesquisa bibliográfica e análise qualitativa dos dados obtidos. As causas aqui descritas foram: Defeitos na fabricação e execução, como a má qualidade dos materiais, sobrecargas, devido a aderência entre o componente e a argamassa, reações químicas, devido a presença de sais solúveis em excesso na argamassa e, por fim, variação de temperatura, devido a movimentação da estrutura e a modificação de suas dimensões.

  1. INTRODUÇÃO A alvenaria estrutural consiste em um sistema construtivo em que as paredes desempenham o papel das vigas e pilares, ou seja, resistir às cargas solicitantes e transferi-las para a fundação, além da vedação do conjunto. Esta fora primeiramente utilizada no Brasil nos anos 60, segundo Santos (2013), e desde então sofreu um expressivo avanço tecnológico, sendo hoje um dos sistemas construtivos mais utilizados no território nacional, inclusive sendo utilizado no programa Minha casa, Minha vida, tendo em vista que este sistema proporciona economia de materiais e execução simplificada. Entretanto, como todo sistema construtivo, está sujeito a falhas que geram problemas patológicos na estrutura, e em alvenarias estruturais a patologia mais recorrente é o surgimento de fissuras, segundo Santos (2013), podendo ter sua origem atrelada a: variação de temperatura, defeitos de execução, sobrecargas e recalques nas fundações, além disso, fissuras por reações químicas também são comuns. Portanto, o presente trabalho propõe-se a realizar uma análise destas causas, que levam ao surgimento de fissuras em alvenarias estruturais, objetivando sua prevenção.
  2. FISSURAS POR DEFEITOS NA FABRICAÇÃO E EXECUÇÃO As unidades são os componentes básicos da estrutura e garante as características de resistência a estrutura. Podendo ser de concreto, cerâmica ou sílico-calcárea. Figura 1 a) As patologias presentes nos blocos ou unidades a partir da fabricação e execução podem ser provenientes de: Material da fabricação de má qualidade, descuido no transporte, corte do material, execução ineficiente.

Figura 1 – Fabricação e execução de alvenarias estruturais 2.1. Material de fabricação de má qualidade Todas as unidades devem ser cuidadosamente preparadas apresentando homogeneidade tanto na textura quanto na tonalidade. Também deve ser uniforma com cantos vivos e ângulos retos. Sendo assim, o controle na criação do material deve ser rigoroso para evitar que rejeitos sejam adicionados a mistura causando qualquer alteração do material e na resistência característica. 2.2. Descuido no transporte Como todo o material da construção civil deve ser transportado para o local de sua utilização, faz-se necessário que sejam colocados de forma uniforme e amarrados corretamente para evitar que o material chegue ao local com fissuras. Tanto o embarque quanto o desembarque desse material devem ter a mesma rigorosidade para evitar qualquer tipo de baque que possa ocasionar em fissuração. Figura 1 b) 2.3. Corte do material A coordenação modular consiste em uma concordância das dimensões do empreendimento com as dimensões do bloco ou unidade. Tem o objetivo de reduzir os cortes e ajustes feitos na execução das paredes. Portanto, no caso de se adotar módulo de 15 cm, as dimensões dos ambientes em planta devem ser múltiplas de 15 cm. Deve também ser planejado com antecedência toda a tubulação do local para que não haja necessidade de corte. Figura 1 c) 2.4. Execução ineficiente A execução da alvenaria estrutural tende a ser um dos principais passos para a obra, pois a mesma deverá resistir a todos os esforços solicitantes da estrutura. Sendo assim, todo o cuidado é pouco. Os procedimentos na execução devem seguir os seguintes itens: contrafiamento adequado, marcação correta, esquadrejamento e prumo.

Figura 2 - Fissuras causadas por sobrecarga vertical, e trincas horizontais. A atuação de sobrecargas localizadas pode estimular o rompimento dos componentes de alvenaria na região de aplicação da carga e/ou aparecimento de fissuras inclinadas baseado no ponto de aplicação. Em função da resistência à compressão dos componentes de alvenaria pode prevalecer uma ou outra anomalia. Figura 3 - Fissura localizada Nos painéis de alvenaria onde existem aberturas, trincas formam-se desde os vértices da abertura e sob o peitoril, em função do caminhamento das isostáticas de compressão. Segundo diversas configurações essas fissuras poderão se manifestar, em função de uma gama de fatores, tais como: dimensões da abertura, posição que a abertura ocupa no painel, dimensões do painel de alvenaria, etc. A maior deformação da alvenaria e a eventual deformação do suporte em trechos mais carregados (fora das aberturas), surgem nos casos reais fissuras com configurações indicadas. Figura 4 - Fissura nos cantos de abertura

  1. FISSURAS POR REAÇÃOES QUÍMICAS As fissuras causadas por reações químicas que irão ocorrer pela expansão da junta de argamassa, são predominantemente horizontal e provoca alterações químicas indesejáveis em seus materiais. Embora os materiais de construção devessem ser estáveis quimicamente, é comum existirem sais solúveis em excesso nas juntas de argamassa que podem sofrer reações expansivas em um processo capaz de provocar fissuras. As reações mais comuns são a expansão das juntas de argamassa pela reação do cimento com sulfatos, a hidratação retardada dos cales e a hidratação de agregados que contenham argilas (DUARTE, 1988).

Figura 5 - Fissura horizontais por expansão da argamassa causada por reações químicas Essas fissuras ocorrerão ao longo da das juntas horizontais da alvenaria, onde possui uma quantidade de argamassa maior. As fissuras horizontais tendem a aparecer no topo das paredes, onde o peso próprio da alvenaria é menor.

  1. FISSURAS POR VARIAÇÃO DE TEMPERATURA E RETRAÇÃO Segundo Thomaz (19 89 ), a mudança de temperatura ao longo do dia afeta os componentes de uma estrutura através da modificação de suas dimensões. Geralmente, o aquecimento provoca expansão enquanto o resfriamento gera contração. Essa modificação de geometria origina deslocamentos entre os elementos estruturais, que leva ao surgimento de fissuras. Os deslocamentos por mudança térmica dependem principalmente das características físicas da substância, como seu coeficiente de dilatação, que determina o quanto o material vai aumentar ou diminuir seu tamanho para cada unidade de temperatura. Além da grandeza da variação térmica, que será diferente para cada componente da obra em função de sua cor, disposição, posição da construção, assim como as condições climáticas do local. Conforme Valle (2008) os tipos mais comuns de deslocamentos são: na ligação de componentes com coeficientes de dilatação distintos, expostos à mesma variação térmica, como argamassa e blocos estruturais; nas diferentes faces de um mesmo elemento, como uma única laje com faces externa e interna sujeitas a temperaturas diferentes; em elementos com exposições diferentes, como cobertura e paredes. O principal tipo de fissura provocado por temperatura ocorre na região de apoio entre a laje e as paredes. Como pode ser visto na figura 6 , devido a laje estar mais submetida à radiação solar, ela sofre expansão e consequentemente arqueia, o que gera esforços cortantes e de tração nas alvenarias. A direção mas comum das fissuras é a horizontal, mas caso haja alguma restrição de deslocamento da laje pode ser inclinada. Figura 6 - Formação de fissuras horizontais devido à variação de temperatura Outra forma de movimentação das lajes que ocasiona fissuras nas alvenarias é a retração. Ela poder ser prococada tanto pela própria variação térmica, assim como pela retração química do concreto que acontece devido a perda da agua em sua composição. Este fenômeno ocorre antes e depois da cura do concreto e é influenciado pelo tipo de cimento, agregados e relação água cimento (ALEXANDRE, 2008).

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15812: Alvenaria estrutural - Blocos cerâmicos.Rio de Janeiro: ABNT, 2010. DUARTE, R.B. Fissuras em alvenaria : causas principais medidas preventivas e técnicas de recuperação. Porto Alegre: Boletim técnico n°25,1998. GRUPO ABRIL. Conheça os segredos da alvenaria estrutural. Disponível em: http://casa.abril.com.br/materia/conheca-os-segredos-da-alvenaria-estrutural. Acesso em: 22 mai. 2019. RAMALHO, Marcio A.; CORRÊA, Márcio R.S_. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural_. São Paulo: Pini, 2003. ROMAN,H.R.; RAMOS,A.S; SIGNOR, R. Curso de Análise de Alvenaria estrutural preparado para os funcionários da Caixa Econômica Federal. Brasil: Caixa econômica Federal, 2 002. SABBATINI,F.H. Alvenaria Estrutural - Materiais, execução da estrutura e controle tecnológico: Requisitos e critérios mínimos a serem atendidos para solicitação de financiamento de edifícios em alvenaria estrutural junto à Caixa Econômica Federal. Brasil: Caixa econômica Federal, 2003. THOMAZ, Ercio. Trincas em Edifícios : causas, prevenção e recuperação. São Paulo: PINI, 1989. VALLE, J.B.S. Patologia das Alvenarias. 2008. Dissertação (Especialização na Construção Civil) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.