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Trabalho realizado para a disciplina de composição e estudos da forma i do curso de arquitetura e urbanismo do instituto federal farroupilha, analisando a villa jeanneret-perret de le corbusier, identificando suas estratégias compositivas e relação com o entorno, além de comparar outras construções da época.
O que você vai aprender
Tipologia: Trabalhos
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Não perca as partes importantes!
Mauren Júlia Blume Stephanie Machado da Silva VILLA JEANNERET - PERRET, 1912 Análise em AU - Aprendendo com os clássicos SANTA ROSA 2021
Mauren Júlia Blume e Stephanie Machado da Silva VILLA JEANNERET - PERRET, 1912 Trabalho elaborado para a disciplina de Composição e Estudos da Forma I, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Federal Farroupilha - Campus Santa Rosa, sob orientação do docente Leonardo Oliveira Silva. SANTA ROSA 2021
A arquitetura moderna conhecida atualmente, passou por vários processos de experimentação para chegar nos moldes conhecidos na contemporaneidade. Um dos principais exemplos, são os estudos e análises feitas por Le Corbusier, um dos mais renomados exemplos desse período, ao longo de sua carreira. Durante sua trajetória, Le Corbusier acabava inspirando-se nas cidades que visitava pelo mundo, e trazendo às suas construções diferentes métodos de execução, tanto novas formas artísticas, quanto estruturais. O arquiteto sempre levava em consideração a relação do entorno, paisagem, aliando aos conhecimentos de obras anteriores, criando assim a forma ideal. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar uma das obras consideradas como estudo do arquiteto, a Villa Jeanneret-Perret, 1912, e identificar as estratégias utilizadas para a composição de sua forma além de comentar sobre suas observações quanto às vistas, localização da edificação, acessos e espaços internos. Por fim, é de suma importância também, a comparação acerca de outras construções da época, bem como ressaltar a contribuição do arquiteto e sua obra, para a evolução da arquitetura como um todo. 1.2 Apresentação da obra Ao voltar de uma viagem feita ao Oriente Médio, trazendo consigo um amplo repertório arquitetônico clássico e bizantino, Le Corbusier foi contratado por sua família para construir uma casa na vila La Chaux-de-Fonds, localizada na Suíça. Com isso, ele tem a oportunidade de colocar seus conhecimentos adquiridos em prática, dando início a seus estudos principalmente sobre a iluminação das edificações, de modo a construir um dos conceitos mais conhecidos da arquitetura moderna. Ademais, outros conceitos retomados da arquitetura clássica provenientes do estudo de construções gregas, como o Partenon, também foram empregados. Assim, a mistura de tais características e saberes deram origem a Villa Jeanneret-Perret, 1912, inaugurando um novo estilo arquitetônico desenvolvido pelo profissional.
O entorno desta edificação é inteiramente rodeado por grandes árvores formando um bosque e se encontra em um local alto. A transição entre local externo e interno se dá de forma gradual, que vai de estrada, passeio, jardim de acesso até as áreas internas, assim Le Corbusier explorou pela primeira vez um movimento de conduzir os visitantes para a entrada da casa. Foi arquitetada em plano retangular, a fim de proporcionar uma vista ampla e distante da natureza que cerca a propriedade. Além disso, suas paredes, em todas as fachadas, são tomadas por janelas, que proporcionam a conexão com o exterior de todos os cômodos. Para o arquiteto, este tópico era de grande importância, como Geoffrey Baker relata na parte introdutória de seu livro Le Corbusier: Análises da Forma (1985-1994, p.4): “A relação entre edifícios e entorno se estabelece da forma mais positiva, considerando fatores tais como vista, trajetória solar, ou proximidade de vias de acesso. Os fatores do local [...] são aspectos que influenciam diretamente na forma.” Figura 01: jardim e caminhos Disponível em: https://www.sites-le-corbusier.org/fr/villa-jeanneret-perret
Figura 02: ao observar a fachada oeste, é possível perceber que, apesar da diferença no formato das janelas do segundo pavimento, elas ainda constituem uma composição harmônica. Disponível em: https://bityli.com/xVXdvj Acesso em: 06 out. 2021 3.2 Volumetria Ao construir a Villa Jeanneret-Perret, Le Corbusier se apropriou de várias estratégias compositivas tanto para a formulação da sua planta, quanto para a composição de seu volume. Inicialmente, é válido salientar que o contato com outras culturas influenciou intensamente Jeanneret na composição dessa edificação. Ao viajar para o Oriente Médio, teve contato com um novo tipo de arquitetura, focada no classicismo e na simplicidade. Considerando que a forma implica uma sensação e, consequentemente, uma interação com o local na qual está inserida (BAKER, 1985), tais aspectos, quando refletidos na Villa, resultaram em uma residência que, ao invés de usar todo o terreno, que por sua vez tinha um sentido longitudinal - o que implicaria sensação de movimento -, possuía uma disposição espacial que utilizava metade do lote com área construída. Essa estratégia permitiu que Le Corbusier obtivesse uma planta centralizada, resultando no sentimento de repouso e tranquilidade. Além disso, tal organização permitiu a construção de um terraço, rodeado
por muros, fato que forneceu aos habitantes da casa acesso a área externa, porém, com sua privacidade reservada. Outrossim, é perceptível a influência desse estilo arquitetônico também na volumetria da edificação. Nessa conjuntura, a implantação desses ideais na forma externa da Villa é visualizada a partir de sua composição ocorrer com base em um sólido platônico, nesse caso, um hexaedro, que atrela a edificação a sensação de inércia visual e equilíbrio. Além da forma quadrangular, é possível perceber também a adição de três volumes, que consistem na forma de um meio cilindro, adicionado à fachada oeste, que marca o acesso ao terraço, parte de um prisma retangular na fachada leste e outro na norte, que dão continuidade aos cômodos da casa. Tais adições podem ser observadas nas figuras a seguir: Figura 03: adição de meio cilindro na fachada oeste Figura 04: adição de prisma retangular nas fachada leste. Figura 05: adição de prisma retangular na fachada norte. Fonte: BAKER, Análisis de la forma, 1985. Fonte: BAKER, Análisis de la forma, 1985. Fonte: BAKER, Análisis de la forma, 1985. Infere-se, portanto, que Le Corbusier usufruiu de seus aprendizados com outras culturas com o objetivo de, a partir da junção desses elementos, formar uma arquitetura diferenciada, simples e equilibrada.
A Villa Jeanneret-Perret foi um, dos vários, estudos iniciais de Le-Corbusier para, posteriormente, construir seu estilo arquitetônico moderno conhecido atualmente. Mesclando características de culturas passadas e introduzindo suas propostas e estudos, Corbusier conseguiu transmitir a sensação de simplicidade, tranquilidade e harmonia através da junção de vários elementos de forma, além de relacionar a edificação com o seu entorno. Após a realização dessa obra, o artista começa a usar dois novos estilos, que com o passar do tempo foram difundidos em muitos projetos pelo mundo, a planta livre e o princípio de estacas. Esses conceitos foram inicializados em 1912, assim como o movimento de condução de convidados para a entrada, através dos passeios e jardim, fazendo com que a visita na residência se torne uma experiência. O arquiteto não deixou apenas legados quanto às novas formas estéticas e estruturais de construir, mas também mostrou os elementos necessários a serem analisados antes de iniciar o processo projetual. Salienta a importância da relação com o entorno, e das pequenas complicações para idealizar a melhor configuração da construção. Dessa forma, analisando a colina e o terreno, foi possível erguer a Villa Jeanneret-Perret. Por conseguinte, percebe-se que a partir de suas construções e estudos, incluindo a edificação explorada no presente trabalho, Le Corbusier conseguiu inúmeros avanços na área da construção civil. Hoje é considerado um dos mais importantes arquitetos, criador dos 5 princípios da arquitetura moderna.