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ANÁLISE CRÍTICA DO CONTO TEORIA DO MEDALHÃO
Tipologia: Resumos
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Compartilhado em 16/09/2019
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Pamela Xavier Dias
O conto Teoria do Medalhão de autoria do grande escritor Realista Machado de Assis foi escrito e publicado em 1881, e republicado em 1882 no livro de contos Papéis Avulsos.
A narrativa e o enredo são bem simples por se tratar de um diálogo entre um pai e um filho, logo após o jantar de aniversário de 21 anos deste.
De início o pai apresenta ao filho que está chegando a maioridade as diversas possibilidades que este tem em seu futuro, afirmando que o mesmo pode exercer a profissão que desejar. Entretanto, o pai apresenta ao filho a ideia de que era preciso que o filho aprendesse mais de um ofício, para caso o principal viesse a falhar. Então, ele o apresenta o ofício de Medalhão, que seria alguém de destaque na sociedade.
Narrando de maneira clara tudo o que é preciso fazer para se tornar um, e o esforço necessário, ele expõe que o filho para obter êxito deveria manter-se neutro, não ter ideias próprias, mas sim, pegá-las emprestadas de outros, que não deveria ficar muito tempo sozinho para evitar fazer reflexões, entre outros conselhos. Cabe destacar que ele afirma ver potencial para ser Medalhão em seu filho, uma vez que este “repete as opiniões ouvidas nas esquinas” e, ainda, que ele “parece dotado da perfeita inópia mental”, algo conveniente ao uso deste nobre ofício.
Ao fim, após todos a exposição de ideias o pai termina a conversa dizendo ao filho que os conselhos que lhe dera equivalem tal qual à obra O Príncipe, de Maquiavel.
É impressionante a maneira que uma publicação tão antiga, ao mesmo tempo seja tão atual. Nota-se por meio do humor a análise comportamental de alguns membros da sociedade, os chamados Medalhões que, trata-se de fingir ser o que não é para conquistar posição de destaque em relação aos outros. Ser um Medalhão, fazendo aqui um comparativo com o objeto, é ser vazio de conteúdo. Machado usa meio que uma psicologia reversa, mostrando quão vagaroso e complexo é o processo e, que não pensar exige muito esforço devido à natureza humana.
Esta é uma crítica social inegável quanto à falta de originalidade, a busca pela simplicidade de tudo sem uma reflexão maior acerca dos fatos. A necessidade de aparentar ser ‘socialmente’. É a aceitação e o conservadorismo engessados na sociedade. A busca por ser semelhante aos ‘medalhões’ tanto da mídia quanto do meio social em que vivemos.
O conselho dado quanto carreira política ou criação de leis, que se use sempre caminhos secundários e expressões prontas que não tem valor nenhum se aprofundadas, como quando ele fala para que o filho use a frase “Antes das leis, reformemos os costumes!”, apenas apara sair pela tangente nas discussões.
Cada vez mais as obras simplificadas ganham destaque, tanto no âmbito jurídico, quanto nas mais diversas áreas. O conto me fez recordar os tempos de cursinho pré-vestibular onde toda a minha turma ganhou um livro com os resumos e comentários contendo todas as leituras obrigatórias de maneira sintética. Acontece que, estávamos fadados a não refletirmos sobre a leitura das obras em questão, mas sim, reproduzir a ideia de outro que o fez por nós para assim obtermos a aprovação.
Podemos refletir também sobre o demasiada excesso de notícias diárias as quais somos submetidos em qualquer site ou mídia social. A proliferação de notícias falsas ou destorcidas apenas para ganhar acesso e retorno financeiro. Ouso citar que dia desses estava na companhia da minha mãe que estava acessando o facebook pelo celular e comentando comigo sobre o que aparecia na timeline.Pois bem, entre os comentários, dois destes me chamaram a atenção: o primeiro deles foi uma conversa com a prima após a mesma ter publicado em seu perfil que estava ‘casada’ com determinado homem, questionada a prima disse que não estava casada, tão pouco morando junto, e, quando minha mãe perguntou por que ela postou se não era verdade ela afirmou que era para fazer ciúmes na ex-mulher do rapaz em questão; a segunda foi a quantidade de notícias falsas, destorcidas e vazias, que minha mãe por desinstrução acaba compartilhando. Ao perguntar se ela sabia se era real, ela afirmou que devia ser pois estava na internet, então expliquei pra ela sobre as fake News e mostrei também as diversas manchetes compartilhadas por ela sem nem ao menos abrir o link – que deveras não dava em site de notícia nenhum – e orientei que ela sempre abra e leia e procure saber se é verídico.
Após este breve parêntese, me volto novamente a questão do ensino, onde nota-se muito presente este fato. Cada vez mais vemos manuais simplificados disso, Direito esquematizado daquilo, doutrinadores com teorias inópias como por exemplo os três princípios informadores da ação penal pública acrescidos por Fernando Capês que são: o da Autoritariedade (o titular da ação é o Ministério Público e este é uma autoridade pública), da Oficialidade (o MP é órgão oficial do Estado) e da Oficiosidade (porque o MP age de ofício). Sem dúvidas temos aqui um grande doutrinador!
Posso citar também os mais diversos profissionais, mas com destaque à área jurídica, temos os professores que, muitas vezes, são preteridos por alguns alunos por terem opiniões diferentes ou métodos diferentes de ensino e aprendizagem ou, até mesmo por exigirem maior trabalho e reflexão por parte dos alunos a respeito dos conteúdos trabalhados.
Ainda temos as decisões proferidas por juízes com embasamentos totalmente conservadores, por receio, talvez, de decidir algo novo destoante aos tribunais. Os julgamentos de crimes com relevante ‘clamor social’, onde antes mesmo de serem analisados os fatos e as provas, o suspeito já está condenado pela mídia e pela sociedade. Aproveito para fazer uma parêntese informativo de como as falsas aparências enganam, como no caso de Gil Rugai onde este fora condenado por matar o pai e a madrasta e, mesmo com o desaparecimento da principal prova ‘incriminadora’ e a existência clara de uma prova que o tira da cena do crime, inocentando-o, a defesa está encontrando dificuldades para inocentá-lo. Cabe destaque também ao delegado que incriminou dois empresários no RS pela morte