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Tipologia: Provas
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(Immagine di Sofia Rondelli ) (Fonte: http://sofiarondelli.blogspot.it/)
Ana Martins Marques è nata nel 1977 a Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasile), dove vive. Pubblicazioni: “ La vita sottomarina ” (Scriptum, 2009); “ Dell'arte delle trappole ” (Companhia das Letras, 2011) che ha ricevuto il premio “Biblioteca Nacional” nel 2012; “ Il libro delle somiglianze ” (Companhia das Letras, 2015). Ha vinto due volte il “Premio Città di Belo Horizonte” di letteratura.
da O LIVRO DAS SEMELHANÇAS IL LIBRO DELLE SOMIGLIANZE Companhia das Letras, 2015
Dedicatória
Ainda que não te fossem dedicadas todas as palavras nos livros pareciam escritas para você
Dedica
Anche non ti fossero dedicate tutte le parole nei libri per te sembrano scritte
Primeiro poema
O primeiro verso é o mais difícil o leitor está à porta não sabe ainda se entra ou só espia se se lança ao livro ou finalmente encara o dia
o dia: contas a pagar correspondência atrasada congestionamentos xícaras sujas
aqui ao menos não encontrarás, leitor, xícaras sujas
Prima poesia
Il primo verso è il più difficile il lettore è alla porta ancora non sa se entrare o solo sbirciare se avventurarsi nel libro o infine affrontare il giorno
il giorno: conti da pagare corrispondenza in ritardo congestionamenti tazze sporche
qui almeno non troverai, lettore, le tazze sporche
Tradução
Este poema em outra língua seria outro poema
um relógio atrasado que marca a hora certa de algum outro lugar
uma criança que inventa uma língua só para falar com outra criança
uma casa de montanha reconstruída sobre a praia corroída pouco a pouco pela presença do mar
o importante é que num determinado ponto os poemas fiquem emparelhados
como em certos problemas de física de velhos livros escolares
Traduzione
Questa poesia in un’altra lingua sarebbe un’altra poesia
un orologio indietro che segna l’ora giusta di qualche altro luogo
un bambino che inventa una lingua solo per parlare con un altro bambino
una casa di montagna ricostruita sulla spiaggia corrosa poco a poco dalla presenza del mare
l’importante è che in un determinato punto le poesie si somiglino
come certi problemi di fisica di vecchi quaderni di scuola
Una buona idea per una poesia
M’ero segnata una frase su un quaderno l’ho ritrovata dopo un po’ di tempo mi è sembrata una buona idea per una poesia l’ho scritta in fretta cosa rara subito dopo m’è successo che la frase annotata sul quaderno sembrava una citazione ho creduto di ricordare che l’avessi copiata da una poesia ho creduto di ricordare che l’avessi letta su una rivista ho cercato tutte le riviste sono molte non l’ho trovata ho pensato: se non mi fossi ricordata che la frase non era mia sarebbe mia? ho pensato: se ricordassi dove ho letto tutte le frasi che ho scritto qualcuna sarebbe mia? ho pensato: è un plagio se nessuno annotasse? ho pensato: devo cestinare la poesia? ho pensato: è poi una poesia così bella? ho pensato: le parole cambiano pelle, tanto ho rubato per amore, in tanti e tanti libri già letti storie su noi due ho pensato: non era poi una poesia così bella
Poema de verão
Você está sob a luz de certos poemas cheios de sol sua mão faz sombra sobre a página encobrindo algumas palavras a palavra menina agora está à sombra a palavra retângulo a palavra brinquedo as outras palavras ficam pairando no poema como partículas de poeira brilhando na luz você gostaria de escrever poemas assim em que se encontrasse de repente o esqueleto alvo de um animal pequeno ou em que um jovem casal dormisse dentro de uma picape vermelha ou ao menos em que houvesse uma raposa vinho de maçã, cadeiras desdobráveis e onde as cervejas fossem postas para esfriar dentro de um rio você gostaria de escrever um poema em que acontecessem tantas coisas e as palavras vibrassem um pouco num acordo tácito com as coisas vivas em vez disso você escreve este
Colofão
(Como parece diferente, leitor, este livro agora que já não estás)
Colophon
(Come sembra diverso, lettore, questo libro ora che non ci sei più)
Contracapa
Um biombo entre o livro e o mundo
Quarta di copertina
Un paravento fra il libro e il mondo
E então você chegou como quem deixa cair sobre um mapa esquecido aberto sobre a mesa um pouco de café uma gota de mel cinzas de cigarro preenchendo por descuido um qualquer lugar até então deserto
E allora sei arrivato come chi lascia cadere su una carta geografica dimenticata aperta sul tavolo un po’ di caffè una goccia di miele cenere di sigaretta riempiendo per sbaglio un luogo qualsiasi fino allora deserto
Rasguei um pedaço do mapa de modo que o Grand Canyon continua na minha mesa de trabalho onde o mapa repousa
desde então minha mesa de trabalho termina subitamente num abismo
Ho strappato un pezzo della carta così che il Grand Canyon continui sulla mia scrivania dove la carta riposa
da allora la mia scrivania finisce precipitosamente in un abisso
Quando enfim fechássemos o mapa o mundo se dobraria sobre si mesmo e o meio-dia recostado sobre a meia-noite iluminaria os lugares mais secretos
Quando poi chiudessimo la carta il mondo si piegherebbe su se stesso e il mezzogiorno appoggiato alla mezzanotte illuminerebbe i luoghi più segreti