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ADESÃO DO SISTEMA ADESIVO À DENTINA ESCLEROSADA: UMA ... sugeriram que a ligação à dentina esclerótica humana poderia ser melhorada ...
Tipologia: Notas de aula
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Florianópolis – SC
Ana Lígia Vincenzi Bortolotti
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Programa de Graduação em Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina para obtenção do Grau de Bacharel em Odontologia. Orientador: Prof. Dr. Guilherme Carpena Lopes
Florianópolis – SC 2019
Ana Lígia Vincenzi Bortolotti
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado para obtenção do título de cirurgião-dentista e aprovado em sua forma final pelo Programa de Graduação em Odontologia.
Florianópolis, 23 de maio de 2019
Prof. Rubens Rodrigues Filho, Dr. Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
Prof. Guilherme Carpena Lopes, Dr. Orientador Universidade Federal de Santa Catarina
Prof.ª Jussara Karina Bernardon, Dra. Universidade Federal de Santa Catarina
Prof. ª Sheila Cristina Stolf, Dra. Universidade Federal de Santa Catarina
Cirurgiã-Dentista Bruna Chrispim dos Reis, Ms.
Universidade Federal de Santa Catarina
“Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós!”
Os dentes com perda significativa da estrutura dentária coronal requerem uma restauração coronária. As resinas compostas podem fortalecer a estrutura dentária coronal ou radicular existente. Em casos com dentina esclerótica, demonstra-se constituir um desafio para os procedimentos restauradores. Sendo assim, estudos sugeriram que a ligação à dentina esclerótica humana poderia ser melhorada alterando o protocolo adesivo que é tipicamente empregado para a dentina hígida. Este trabalho tem como objetivo analisar estratégias alternativas de adesão à dentina esclerótica para esclarecer a melhor técnica de procedimento adesivo nestes casos. O desenvolvimento do tema proposto foi realizado por um estudo de revisão, baseado nos preceitos da revisão integrativa de literatura. Na análise observou-se que a dentina hígida é um tecido parcialmente mineralizado, formado quase em sua totalidade por cristais de hidroxiapatita, em meio à matriz de colágeno, além de apresentar lama dentinária. A dentina esclerótica oblitera parcialmente ou totalmente túbulos dentinários como resultado da deposição de dentina peritubular. Consequentemente, a hipermineralização dentro dos túbulos dentinários dificulta a formação de prolongamentos resinosos e promove a formação de uma camada híbrida mais fina e menos homogênea. O sistema adesivo é um material no qual pode interagir com a dentina de maneira mecânica, de maneira química, ou de ambas as maneiras. Estes são classificados como total-etch (técnica do condicionamento ácido total) e o self-etch (autocondicionante). No entanto, sua ligação à dentina esclerótica não é muito efetiva, sendo necessários métodos alternativos, tais como: o pré-tratamento com ácido fosfórico ao usar sistemas adesivos autocondicionantes; a asperização causando rugosidade da superfície dentinária esclerótica, com pontas diamantadas; o aumento dos tempos de aplicação de sistemas adesivos e o pré-condicionamento da dentina com EDTA ; o uso de laser Ed: YAG/Nd: YAG; e a duplicação do tempo de condicionamento ácido. Logo, o pré-tratamento com EDTA tem demonstrado resultados promissores, já o tratamento com a asperização da superfície não tem estudos conclusivos e a utilização de laser Nd: YAG mostrou resultados satisfatórios.
Palavras-Chave: Dentin Bonding. Sclerotic Dentin.
Tabela 1 – Fluxograma dos procedimentos metodológicos...................................
dentistas, pois eventualmente surgem falhas na interface adesiva - que muitas vezes é pré-tratada com ácido fosfórico antes da colocação do adesivo - gerando uma perda de retenção ou até mesmo a descoloração marginal, caso não seja realizada corretamente (FARIAS, LOPES, BARATIERI, 2015). Além disso, nesses casos, é muito comum observar a dentina esclerótica, no qual demonstra ser um desafio para os procedimentos restauradores, pois apresenta uma camada superficial hipermineralizada, com colonização bacteriana e depósito de cristais minerais, que vem a obliterar parcialmente ou completamente os túbulos dentinários, tornando o substrato dentinário menos suscetível à desmineralização ácida (MENA-SERRANO et al. , 2013). Frente a isto, verifica-se que a ligação dos sistemas adesivos à dentina esclerótica é diferente da dentina hígida, pois a primeira apresenta variações na espessura da camada híbrida (MENA-SERRANO et al. , 2013). Sendo assim, estudos sugerem que a ligação à dentina esclerótica humana poderia ser melhorada alterando o protocolo adesivo que é tipicamente empregado para a dentina hígida (DALKILIC, OMURLU, 2012).
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho consiste analisar a eficácia da adesão de sistemas adesivos à dentina esclerosada, ou seja, analisar estratégias alternativas de adesão à dentina esclerótica para esclarecer a melhor técnica de procedimento adesivo nestes casos.
2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO
∑ Diferenciar os tipos de dentina: hígida e esclerótica; ∑ Verificar a adesão de sistemas adesivos a dentina hígida e a dentina esclerótica; ∑ Verificar qual o melhor procedimento a ser realizado em casos de dentina esclerótica.
Tabela 1 – Fluxograma dos procedimentos metodológicos.
IDENTIFICAÇÃO
SELEÇÃO
ELEGIBILIDADE
INCLUÍDOS
Este capítulo procurou inicialmente diferenciar os tipos de dentina: hígida e esclerótica, verificar a adesão de sistemas adesivos a dentina hígida e a dentina esclerótica e examinar qual o melhor procedimento a ser realizado em casos de dentina esclerótica. A dentina é um substrato dinâmico sujeito a processos fisiológicos e alterações patológicas em composição e microestrutural (VAN MEERBEEK et al. , 1994), sendo assim, apresenta-se menos favorável que o esmalte nos procedimentos de restauração em resina composta. São muitos os fatores que contribuem para a dificuldade de ligação, entre eles inclui o alto conteúdo orgânico da dentina; as diferentes variações em sua composição intrínseca; a presença de túbulos dentinários, processos odontoblásticos, fluido tubular; a presença de lama dentinária e a umidade inerente da superfície (PASHLEY, 1989; TEN CATE, 1989; SODERHOLM, 1991 apud LOPES et al. , 2002).
4.1. DENTINA HÍGIDA
Pashley (1996) descreveu a dentina como um compósito biológico poroso composto de partículas preenchido de cristal de apatita em uma matriz de colágeno. Outros autores descreveram a dentina como uma estrutura biológica complexa que forma um compósito reforçado com fibra contínua, com a dentina intertubular formando a matriz, e o lúmen do túbulo com suas estruturas associadas de dentina peritubular formando o reforço de fibra cilíndrico (LOPES et al., 2002). Pode-se dizer que a mesma é considerada um tecido parcialmente mineralizado, formado quase em sua totalidade por cristais de hidroxiapatita em meio à matriz de colágeno. De maneira geral, tem sido demonstrado que a composição da dentina pelo volume é de aproximadamente 55% de minerais, 30% de material orgânico, principalmente colágeno tipo I e 15% de fluido. É um tecido naturalmente úmido, penetrada por uma malha densa de canalículos, denominados túbulos dentinários que contem extensões celulares dos odontoblastos, os processos odontoblásticos, os quais se comunicam com a polpa. Esses túbulos dentinários contém o fluido tubular, no qual permite seu movimento devido a leve e constante pressão derivada da cavidade pulpar, e
Segundo Lopes et al. (2002; 2003), ao contrário da dentina secundária, que é fisiológica, a formação de dentina terciária está localizada no teto da câmara pulpar correspondente à área do local afetado. Existe também uma forma de esclerose fisiológica que começa na raiz e aumenta com a idade linearmente (LOPES et al., 2011). Além disso, a dentina terciária é dividida em dentina reacionária, formada pelos sobreviventes odontoblastos e dentina reparadora, que é formada por células diferenciadas do tipo odontoblástico ou odontoblastoides. A dentina esclerótica é comum em áreas onde a dentina é exposta (lesões cervicais não cariosas e áreas de atrito), sendo um substrato mais complexo do que a dentina inalterada para diferentes camadas ultra-estruturais (LOPES et al., 2003). Outra característica da dentina é que ela apresenta lama dentinária, uma camada formada por restos de matéria orgânica e inorgânica produzidos por instrumentação da dentina, do esmalte ou do cemento. É composta basicamente de hidroxiapatita e colágeno alterado, tendo a superfície externa formada por colágeno desnaturado e geleificado - resultado da fricção e calor criado pela instrumentação. Porém a sua composição muda conforme a profundidade devido à composição da dentina em diferentes áreas do dente. Apresenta porosidade e é penetrada por numerosos canalículos submicrométricos que permitem a passagem de fluido dentinário. A lama dentinária preenche os orifícios dos túbulos dentinários formando "tampões de esfregaço" e diminui a permeabilidade dentinária em até 86%. Essa estrutura tem uma baixa ligação inerente de 5 MPa ao substrato dentinário (BARATIERI et al. , 2001).
4.2. DENTINA ESCLEROSADA
Segundo Tay e Pashley (2004), as lesões escleróticas cervicais não-cariosas (lesões de abfração, por exemplo) foram descritas por Zsigmondy em 1894 como defeitos angulares, e por Miller em 1907 como "desperdício de tecido dentário" que foi caracterizada por uma perda lenta e gradual de substancias do dente que resultam em defeitos de forma lisa e cuneiforme ao longo da junção cemento-esmalte (TAY, PASHLEY, 2004). A dentina hipermineralizada é o resultado da resposta individual do dente a irritações como abrasivo (LOPES et al ., 2004), irritantes químicos (FARIAS, LOPES, BARATIERI, 2005), com a proximidade de uma lesão de cárie (LOPES et al ., 2003),
ou com exposição direta na cavidade bucal, como acontece nas lesões de erosão cervical, nas quais os túbulos ficam obliterados com depósitos minerais (BARATIERI et al. , 2001), podendo ser encontrados em todas as faixas etárias (FARIAS, LOPES, BARATIERI, 2005). Além disso, ocorrem alterações dentinárias ao longo da vida de um indivíduo, como por exemplo, a deposição de calcificações no tecido que continua com função (MENDIS e DARLING, 1979; DUKE e LINDEMUTH, 1991 apud LOPES et al., 2002). Portanto, como citado, à medida que os dentes envelhecem, o depósito mineral continua a ocorrer, e gera o estreitamento dos túbulos dentinários. A formação de dentina reparadora, que possui menos túbulos e uma estrutura mais irregular, também ocorre próximo à polpa. Essas chances podem ocorrer como uma parte normal do envelhecimento (esclerose fisiológica) ou também como um reflexo do estímulo externo, como cárie, atrito, erosão ou abrasão (OLIVEIRA et al ., 2011). Fica claro que a dentina de pacientes idosos é alterada através da esclerose e da formação de áreas de hipermineralização e formação de cristalitos nos túbulos. Portanto, o volume de dentina peritubular (que é mais mineralizada) é aumentada, e a área das fibras de colágeno na dentina intertubular (menos mineralizada) é reduzida (GISLER, GUTKNECHT, 2012). Vale ressaltar que além da esclerose fisiológica, existe a esclerose reativa que ocorre em resposta a lentidão de irritações progressivas ou suaves como abrasão mecânica e erosão química (VAN MEERBEEK et al. , 1994). A presença de esclerose na dentina reativa não impede a formação de dentina reparadora, já que ambas parecem ocorrer em resposta aos mesmos estímulos (LUQUE-MARTINEZ et al. , 2013). A dentina esclerótica oblitera parcialmente ou totalmente túbulos dentinários como resultado da deposição de dentina peritubular, no qual protege a polpa, tornando a dentina menos suscetível aos efeitos de estímulos externos (KARAKAYA et al. , 2008). As características micromorfológicas desta dentina alterada incluem uma camada superficial hipermineralizada, uma camada de superfície bacteriana adicional parcialmente mineralizada e moldes de minerais intratubulares que são comparativamente mais resistentes. As causas desta deposição mineral são multifatoriais, incluindo tensões oclusais, estímulos crônicos de baixa intensidade e alta frequência, e colonização bacteriana. Consequentemente, a hipermineralização dentro dos túbulos dentinários dificulta a formação de prolongamentos resinosos e promove a formação de uma camada híbrida mais fina e menos homogênea (LUQUE-MARTINEZ et al. , 2013).