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Contribuições para Alfabetização e Letramento em Ambientes Alfabetizadores, Notas de estudo de Construção

Uma pesquisa sobre ambientes alfabetizadores, seus objetivos, como se constituem e como contribuem para o processo de alfabetização e letramento nos primeiros anos do ensino fundamental. A pesquisa busca localizar estudos relevantes e extrair tendências, utilizando palavras-chave como ambiente alfabetizador, ambiente letrado, espaço alfabetizador e alfabetização no ambiente. As fontes de pesquisa incluem sítios da capes, anped, ibict e scielo, além de anais eletrônicos do educere da anpedsul.

O que você vai aprender

  • Quais são os objetivos da pesquisa sobre ambientes alfabetizadores?
  • Como se constituem os ambientes alfabetizadores?
  • Quais estudos relevantes foram localizados na pesquisa?
  • Quais tendências foram extrasidas dos estudos sobre ambientes alfabetizadores?
  • Como contribuem os ambientes alfabetizadores para o processo de alfabetização e letramento?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Abelardo15
Abelardo15 🇧🇷

4.6

(58)

229 documentos

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AMBIENTES ALFABETIZADORES E SUAS CONTRIBUIÇÕES AO

PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Aline Moreira^1 - UFFS Luciane Vicente^2 - UFFS Maria Lucia Marocco Maraschin^3 - UFFS

RESUMO Este estudo decorre das diversidades de discussões que cercam a alfabetização e o letramento, no cenário da multiplicidade de vozes e linguagens, presentes no cotidiano da infância. São objetivos deste: compreender, através da literatura nacional, o que são ambientes alfabetizadores, como se constituem e como podem contribuir no processo de alfabetização e letramento nos anos iniciais do Ensino Fundamental; localizar estudos que abordam a temática para construir um quadro sinóptico e deste extrair tendências. Trata-se de uma pesquisa do tipo estado do conhecimento que, de acordo com Romanowiski e Ens (2006), possibilita uma visão geral do que vem sendo produzido na área, bem como apresenta um ordenamento desta produção, evidenciando características e focos, além de identificar as lacunas existentes. Como palavras para esta busca utilizamos: ambiente alfabetizador, ambiente letrado, espaço alfabetizador, alfabetização no ambiente, nossas fontes foram: nos sítios da Capes (teses, dissertações e periódicos), na Anped, IBICT e na Scielo e nos anais eletrônicos do Educere da Anpedsul. Foram encontrados 14 trabalhos, dentre eles três dissertações, uma tese e dez artigos. Resultados amparados na a concepção de Teberoski e Colome (2003) acerca do ambiente alfabetizador, as quais os apresentam como férteis espaços de vivência cotidiana e que podem e devem ser trazidos para a sala de aula e tornarem-se mobilizadores do desejo de ler e de escrever, por meio de práticas e exercícios significativos, alicerçados em diferentes linguagens. Concluímos que há poucos estudos e pesquisadores que se ocupam da diversidade e da compreensão de que sejam os ambientes alfabetizadores, e como estes impactam e/ou contribuem nos processos de alfabetização/letramento, atentando para a aprendizagem das crianças e da formação de professores para esta perspectiva. Evidenciamos, no entanto, a presença da discussão e a necessidade de construção de olhares mais atentos acerca de tudo o que cerca, nutre e constitui a vida dos sujeitos inseridos nos processos de escolarização e fora deles, tanto no que se refere às crianças e/ou adultos em processo de apropriação da leitura e escrita.

Palavras-chave: Alfabetização e letramento. Ambientes alfabetizadores, formação inicial do professor

1 INTRODUÇÃO

Este estudo, acerca dos ambientes alfabetizadores, situa-se entre os inúmeros desafios que circunscrevem os processos de alfabetização e letramento, no contexto da multiplicidade de vozes, linguagens, textos, contextos e possibilidades, que perpassam a aprendizagem da

(^1) Acadêmica da 10ª fase do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, alinemoreiraa.91@gmail.com. 2 Acadêmica da 9ª fase do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal da Fronteira Sul-UFFS, Luciane-vicente@hotmail.com. 3 Professora orientadora, Mestre e Doutora em Educação, professora das Disciplinas de Alfabetização: teoria e Prática I e II na UFFS. Email: maraschin.marialucia.ml@gmail.com.

fortemente marcadas pelas linguagens alfabéticas e numéricas, sob a alegação^5 de que, ao dominar estas linguagens, as outras poderão ser igualmente compreendidas. O exposto nos desafiou a buscar que ocupações de ordem teórico/prática vêm sendo desencadeadas na perspectiva da alfabetização e do letramento nas múltiplas vozes e linguagens (PC/SC, 1998, p. 36), assumido como compromisso da rede estadual no Estado de Santa Catarina, em decorrência da trajetória histórica e política de sua proposta curricular. Em razão disso, nos debruçamos de forma sistemática no que denominamos como problema desta pesquisa: o que e como se constituem o/os ambiente(s) alfabetizador(es) e como este(s) ambiente(s) vem contribuindo com o processo de alfabetização e letramento particularmente nos primeiros anos do Ensino Fundamental de nove anos? Em razão disso, buscamos analisar na literatura nacional as inquietudes que perpassam à docência na alfabetização/letramento quanto à diversidade de ambientes que a constituem; identificar quem são os autores, pesquisadores que se ocupam da temática/problemática, bem como que destaques são feitos como contribuições ao processo formativo de professores alfabetizadores. Neste sentido, subsidiadas pela pesquisa bibliográfica e do tipo estado do conhecimento, de acordo com Ferreira, (2002), buscamos consolidar a compreensão de que ler e escrever em quaisquer linguagens requer atenção, mobilização e vinculação do conhecimento à vida e às necessidades dos sujeitos aprendentes e ensinantes.

2 METODOLOGIA DO ESTUDO

Através da pesquisa bibliográfica e de pesquisa do tipo estado do conhecimento, concebida por Romanowiski & Ens, (2006 p. 41) como “[...] estudos, justificados por possibilitarem uma visão geral do que vem sendo produzido na área [...] que permite aos interessados perceberem a evolução das pesquisas [...] suas características e foco, além de identificar as lacunas ainda existentes”. Ancoradas na perspectiva da pesquisa e nos seus propósitos, definimos como as fontes de pesquisa: CAPES e IBICT, com as expressões de busca: Ambiente alfabetizador, alfabetização no ambiente, espaço alfabetizador e ambiente letrado. No sítio da Capes, no banco de teses e dissertações, não localizamos nenhum trabalho. No entanto, nos periódicos desta, localizamos seis artigos com discussões tangenciais, e no sítio do IBICT localizamos cinco artigos, os quais apresentam características semelhantes aos anteriores, ou seja,

(^5) A deferência à alegação, da guarida à falas de professores com os quais convivemos nas escolas em decorrência das nossas inserções nos estágios curriculares.

circunscrevem a temática, porém não adentram as singularidades da(s) discussão(ões) do ambiente alfabetizador. Em razão disso, decidimos ampliar esta busca na SciEllo e nos eventos da Região Sul: Educere e AnpedSul, tendo em vista localizar mais estudos, os quais pudessem contribuir na elucidação deste tema/problema em estudo. Com a ampliação das fontes destacadas, localizamos mais três trabalhos, um na SciEllo, um na AnpedSul e outro no Educere. A maior expressividade na busca deu-se com a expressão: ambiente alfabetizador. Quanto à análise e tratamento dos dados, servimo-nos das contribuições da Análise Conteúdo de Bardin (1979), aqui sintetizada por Triviños (2013) como pré-análise, análise categorial e análise inferencial.

3 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM AMBIENTES ALFABETIZADORES

De acordo com Graff (1994), a alfabetização é um conceito histórico que contempla a capacidade de ler, escrever, decifrar, compreender signos, significados e significantes, no mundo da linguagem, dos números, das imagens, dos sons, da história, do ambiente, entre outras. É uma prática social inerente às diferentes culturas e povos, cujas especificidades dependem do local, do grupo, do contexto, entre outras. Mendonça (2016), em seu estudo acerca do percurso histórico da alfabetização e seus métodos, evidencia que precisamos compreender a história desta e suas implicações políticas, legitimadas pelas decisões das políticas públicas, das instituições de formação, das escolas e das salas de aula. Na perspectiva em destaque também temos a contribuição de Mortati (2010), a qual situa os quatro períodos históricos da alfabetização, destaca que: da Antiguidade até a Idade Média, só existia o método da soletração; no século XVI até meados da década de 1960, o denominado 2º período, ocorreu a rejeição do método de soletração e, em razão disso, foram criados para a época novos métodos, novas possibilidades, tais como: o método sintético e o método analítico. Estes métodos propiciaram a emergência e a criação das cartilhas, as quais fortemente marcaram e ainda marcam o cotidiano dos processos de alfabetização: o terceiro período, datado em meados dos anos de 1980, influenciado pelo movimento da redemocratização, focado pela necessidade de associação entre sons da fala e sinais gráficos como referenciais constituidores da aprendizagem da leitura e da escrita, e o quarto período, apresentado como a reinvenção da alfabetização. A trajetória objetivamente descrita situa um movimento que possibilita ao leitor perceber as ocupações ético-políticas no decorrer da história do país no que se refere aos

percebidos, construídos e ou referenciados pelo professor em suas práticas de alfabetização e letramento?

2.1 O que são ambientes alfabetizadores

Concebendo a criança como sujeito do conhecimento, razão de ser dos processos educativos, a assumimos como alguém imerso em espaços e contextos referenciados por uma multiplicidade de vozes, apelos, linguagens, meios, códigos, ritmos, cores, formas, entre outras demandas da sociedade contemporânea. Araújo et al. (2001. p. 141) destaca que, a partir da década de 1970, deu-se início aos estudos mais sistemáticos sobre alfabetização e que, na década de 1980, Ferreiro trouxe esses estudos para o Brasil por ocasião da implementação das novas políticas públicas de alfabetização. Em razão disso, passamos a observar mudanças de foco, vez que a atenção anterior estava situada nos métodos e técnicas, e a partir de então passou-se a assumir a criança como sujeito construtor do seu processo de conhecimento, embora situada em seu tempo e espaço.

Esta constatação levou Ferreiro a propor o que passou a denominar “ambiente alfabetizador”, que visava levar para sala de aula um ambiente semelhante ao que as crianças viviam em seu cotidiano quando expostos em situação de leitura e escrita. (ARAÚJO et al., 2001, p. 142) A proposição efetuada por Ferreiro e reiterada por Araújo (2001) reforça o que o documento da Proposta Curricular de Santa Catarina (1998) também destaca: a função social da escola, cujo destaque reside em intensificar no seu interior a diversidade de produções gráficas historicamente produzidas pela humanidade. Situamos, nestes aportes, o matriciamento da terminologia do ambiente alfabetizador. Araújo evidencia, em seu estudo, que foi Ferreiro quem passou a dar importância aos cuidados com o ambiente alfabetizador, o zelo e o contato com os códigos, sinais, letras, palavras, desenhos, enfim, com o mundo escrito, nutrindo o despertar para a importância do ler, do escrever, como processos de construção de cidadania. Atentas à perspectiva referenciada, Ferreiro e Teberoski (1999, p. 4) destacam que “[...] existe na criança uma tendência à imitação [...]” o que dá guarida à importância de observarmos como são constituídos e o que emerge do(s) ambiente(s) com os quais as crianças convivem e/ou estão em contato. Corrobora com este propósito Carvalho (2005, p.14), dizendo que “[...] se a alfabetização for conduzida de forma a demonstrar que a leitura e a escrita têm função aqui e agora, e não apenas num futuro distante, é provável que o

indivíduo se sinta mais motivado para o esforço que a aprendizagem exige”. Ainda, Ferreiro e Teberosky (1999) destacam que desde muito pequenas as crianças presenciam os mais variados atos e movimentos de fala, leitura e escrita, acompanhando todos os processos que as rodeiam, observando a fala, as imagens, as ilustrações, as cores, as formas, dentre outras. Desta forma, tornam-se capazes de repetirem o que veem, o que ouvem, produzindo e reproduzindo ações desde muito cedo. Deste movimento formativo emerge a imitação de ritmos, de sons, de traços, de cores, de linhas, de círculos, de projeções, de criações, etc. Ao reiterarmos que as crianças contemporâneas são sujeitos ativos e criativos, as reconhecemos como sujeitos que participam ativamente de uma rotina de inserções sociais variadas, referenciadas por atividades múltiplas que as estimulam formal e informalmente. Em diferentes contextos e espaços, particularmente no ambiente de convívio familiar, apesar dos diversos afazeres dos pais e/ou responsáveis pela criança, é possível chamar a atenção para o mundo de cores, formas, ritmos e outras possibilidades, orientando a criança a sentir, a ver, a cheirar, a tocar, a degustar e a participar das várias formas de aprendizagem, vez que a leitura e a escrita também são subsidiadas por todos os sentidos humanos.

As situações de interação cotidiana, quando se vai às compras, por exemplo, quando se guardam na cozinha as mercadorias adquiridas ou quando se prepara refeição, podem ser uma oportunidade para aprender outras formas de classificar e interagir com o texto escrito (TEBEROSKY e COLOME, 2003, p.27).

Esse convívio social torna as crianças, além de alfabetizadas, letradas, vez que desta forma vão adquirindo conhecimento e se construindo como cidadãos críticos e criativos, compreendendo a função social de cada possibilidade do aprender, sempre atentas a todas as particularidades e aos processos que as cercam. Sabemos que, na sociedade atual, embora dividida em classes, dispõem de diversos indicadores de aprendizagem, subsidiados por inúmeras possibilidades de aprendizagem. Cada espaço onde a criança acessa e/ou tem acesso é considerado um espaço, meio, recurso para aprendizagem e desenvolvimento e/ou desenvolvimento e aprendizagem.

Assim, as crianças contemporâneas vão se construindo (…). Vão ocupando e produzindo seus tempos – espaços. Vão tecendo suas trajetórias cotidianas nos contextos familiares e comunitários ou nos espaços da educação formal a elas destinados. (SCHIMITZ, 2012, p.34).

A escola, enquanto instituição social, possui como função precípua trazer para o seu

além da decoração e da organização estética. Conforme apresentam Teberosky e Colomer (2003, p. 111),

Se um material permanece durante todo o curso escolar é sinal de que não foi usado para o desenvolvimento das atividades: ele tem, nesse caso, um valor mais de decoração do que de outra coisa. Por outro lado, se o material vai sendo substituído, significa que é funcional e que foi integrado como conteúdo de ensino dentro das atividades de aprendizagem. (TEBEROSKY E COLOMER; 2003, p. 111) Araújo (2001) acrescenta que a construção, que a organização do ambiente alfabetizador na sala de aula e/ou no seu entorno não consiste em ter os objetos lá sem saber como usá-los, “[...] é pouco colocar os materiais num canto da sala de aula. É preciso transformar a sala de aula num ambiente alfabetizador, [particularmente] “ os materiais de leitura”. ” (ARAÚJO, 2001, p. 144). Os diversos materiais de leitura, releitura, escrita e produção do texto objetivam enriquecer o espaço, o local, o currículo, os quais são constitutivos do que compreendemos como ambiente alfabetizador, mesmo que temporário.

O ambiente alfabetizador tem que ser datado e situado. Ele é histórico. O que pode representar, hoje um rico ambiente alfabetizador, amanhã pode não dar conta, pois as experiências das crianças – qualquer criança, de qualquer classe social- já se modificaram tanto, que as necessidades serão outras. (ARAÚJO, 2001, p.144). A contribuição de Araújo (2001) nos vincula à concepção de letramento legitimada por Freire (1989), mesmo sem ocupar-se exclusivamente deste! Porém, ao afirmar que “A leitura de mundo precede a leitura da palavra”, clama pelo cuidado com o que vemos, sentimos, tocamos, no que se refere ao que concebemos como mundo e leitura de mundo. Com os propósitos referenciados, buscamos compreender, refletir sobre as representações e/ou concepções que dão guarida à terminologia “ambiente alfabetizador”.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com os objetivos desta investigação e a partir dos dados obtidos, apresentaremos um panorama do que fora localizado.

4.1 Distribuição dos trabalhos de acordo com as expressões de busca e o gênero acadêmico

Tabela 01 – Distribuição das dissertações, teses e expressões de busca na produção sobre a alfabetização e o letramento Tese (^) Dissertação Artigos TOTAL Ambiente alfabetizador 01 01 03 05 Alfabetização no ambiente -^ -^04 Espaço alfabetizador -^ -^01 Ambiente letrado -^02 02 TOTAL 14 Fonte: Tabela elaborada pelas pesquisadoras, amparada nos estudos catalogados.

Conforme a tabela apresentada, através das expressões de busca obteve-se um resultado total de 14 trabalhos, sendo: uma tese, três dissertações e dez artigos, selecionadas de acordo com o propósito da pesquisa.

4.2 Distribuição dos trabalhos de acordo com o tema, os autores, a IES de vínculo, o ano de publicação e o sítio de localização

Quadro 1- Publicações localizadas na CAPES Título/Gênero textual Autores IES/Publicação Ano Sítio busca Como Crianças Percebem o Leiaute Antes de Aprenderem a Ler

Ana Elisa Ribeiro CEFET-MG 2010 Periódicos Capes/Artigo A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura

Ramilla Recla Scopel. Valquíria Conceição Souza. Stela Maris Aguiar Lemos.

UFMG 2012 Periódicos Capes/Artigo

Corpo, movimento e ludicidade: uma contribuição ao processo de alfabetização

Ana Luiza Ruschel Nunes, Liane Silveira Becker

UFSM 2000 Periódicos Capes/Artigo Alfabetização de crianças utilizando recursos tecnológicos

Valéria De Alvarenga Pimenta Vilas Boas. Celso Vallin

UFLA 2013 Periódicos Capes/Artigo

Alfabetizações: desafios da nova mídia Pedro Demo

ENSAIO: AVAL. POL. PUBL. EDUC. RJ

2007 Periódicos Capes/Artigo A segmentação no processo de aquisição da linguagem escrita

Tania Maria Augusto Pereira UFPB^2011

Periodicos Capes/Artigo Fonte: Elaborado pelas pesquisadoras, amparadas nos estudos catalogados, no sitio da Capes.

Quadro 02 - Publicações localizadas no IBICT Ler o mundo, compreender a palavra: Ambiente alfabetizador como espaço de construções sociocognitivas

Sonia Ines Ferronatto UFRGS^2005

Biblioteca Ibict/Dissertação

Cumplicidade e fantasia na composição do trabalho docente: Cristina Maria UNICAMP^2016

Biblioteca Ibict/Dissertação

4.3.1 Caracterização e implicações dos ambientes alfabetizadores para o processo de alfabetização e letramento

a) O que dizem os estudos catalogados.

Considerando o objetivo desta pesquisa, analisar o que vem sendo produzido acerca dos ambientes alfabetizadores, podemos destacar que a ocupação em voga ambiente alfabetizador está presente nas diferentes áreas do conhecimento e nos mais variados espaços. No entanto, ocupam-se do espaço sem trazer a criança e alcançar o professor, com raras exceções. Szymansky (2009) aborda que o ambiente alfabetizador pode ser encontrado ou definido dentro e fora da escola, sendo que

O que caracterizou o ambiente de aprendizagem e ensino estudado foi a articulação dos vários contextos envolvidos no processo educativo, intra e extra-escolares, somando recursos com vistas a alcançar um resultado favorável na alfabetização. (SZYMANSKY 2009 p. 14) Shimitz (2012) advém da caracterização dos espaços de convívio social, como co.construtores da capacidade de refletir, analisar e compreender a seu modo, tornando-se um sujeito crítico. Esta construção, segundo o autor, é desencadeada a partir do contexto familiar e social, porém é reconstruído na educação formal. Em decorrência dos estudos catalogados, temos a destacar que a diversidade de ideias acerca do que é o ambiente alfabetizador reafirmamos o que já havíamos encontrado no referencial teórico, quando esses autores na atualidade citam que esses espaços podem ser detectados de diversas maneiras; é porque eles estão presentes em nosso cotidiano, sendo de fácil acesso, com instrumentos dão subsídio ao professor durante o processo de ensino- aprendizagem. Nesse sentido, Teberosky e Colome (2003) já chamaram atenção acerca da diversas formas de alfabetização bem como a necessidade de atenção aos diferentes ambientes de aprendizagem. Vez que, de acordo com as autoras aqui citadas, cada momento vivido pelo aluno faz parte de sua alfabetização/letramento, desde que se garanta o acesso real à palavra escrita, à palavra ouvida, à imagem e suas associações, dando-lhe significado por meio da palavra, da escrita, do gesto, do número, do símbolo, entre outros. 4.3.2 Reflexões que ressituam o tema objeto de estudo: ambientes alfabetizadores

Nossa busca teórica acerca das discussões relativas à multiplicidade de linguagens e

de vozes presentes nos vários textos da Proposta Curricular de Santa Catarina (1991, 2005); em Ferreiro (1999); Smolka (1993); Soares (2010) nos conduziram a busca em canais de divulgação de pesquisas, cujos entendimentos estão implicados nas discussões do ambiente alfabetizador. Entre os destaques depreendidos temos que: “O ambiente alfabetizador vai além de um único ambiente (sala de aula) e além da concepção física do ambiente, ou seja, refere-se também às interações físicas e sociais que o sujeito desencadeia ao estar nele inserido.” (FERRONATTO, 2005, p. 72). “O foco a definição do ambiente alfabetizador, está em ser ‘ambiente’ propício a construções sociocognitivas que possibilitam aos sujeitos novas leituras de si e do mundo.” (FERRONATO, 2005, p. 157). A ocupação, o cuidado com o ambiente alfabetizador constituiu-se na condição de

[...] dar oportunidade de acesso a materiais de leituras às crianças dos diferentes meios, particularmente os populares, possibilitando-lhes o convívio com a cultura escrita. [...] com os materiais impressos[...] práticas sociais de leituras e de escritas, dentre outras.[...] (MADEIRA, 2009, p.33).

Em razão disso, é preciso, pois

Colocar a criança [...] em contato com a cultura escrita, propiciando eventos de letramento. O que também, significa dizer que esta criança precisa conviver com objetos e situações culturais de fala, de leitura e deda escrita. Por exemplo, quando uma criança pequena ouve histórias pela “voz emprestada” de uma outra pessoa, ela experimenta a leitura. Nesta etapa do desenvolvimento humano “ler com os ouvidos” é tão importante quanto ler com os olhos.”. (MADEIRA, 2009, p. 35-36)

Ler com os olhos dos outros trata-se de um desafio a ser implementado sistematicamente nas relações familiares, sociais e na escola, particularmente, em decorrência da função social demandada às práticas de alfabetização/letramento.

Só será possível ensinar e aprender prazerosamente quando efetivamente, compreendermos as nossas crianças. Vez que, antes mesmo, de frequentar a escola elas vivem o seu mundo real, [cheio de cores, símbolos, formas, sons, etc.]. [...] ao chegar à escola, se providas deste contexto, requerem continuidade, se desprovidas, precisam ser estimuladas a perceber, a ouvir, a falar, a sentir, etc., de modo que se torne o mais real e signfictivo possível.. [...] (NUNES E BECKER, 2000, p. 4).

Em Szymansky (2009, p.14) situamos uma caracterização do que é, do que vem a ser o ambiente alfabetizador e no que consiste: “[...] na articulação dos vários contextos envolvidos no processo educativo, intra e extra-escolares, somando recursos com vistas a alcançar um resultado favorável na alfabetização: a aprendizagem da leitura, da escrita e seu

acadêmico: aprender apreendendo, acessando a leitura dos materiais selecionados, os quais permitiram depreender contribuições. Entre os destaques que emergem dos ambientes alfabetizadores são de que estes devem propiciar ao aluno e ao professor um diferencial, um espaço, no contexto, lugar, com marcas de diálogos, de olhares, de diferentes formas de ver e sentir a diversidade de possibilidades formativas. Scopel et. al (2012) destaca que a escola se tornou um dos ambientes mais importantes para o desenvolvimento da criança, desde que ela seja estimulada na escola pelo professor, apoiado em recursos que agregam novas línguas e linguagens situadas em contextos reais e significativos. “Antes mesmo de aprender a ler e a escrever, a criança precisa encontrar na escola, o entendimento do funcionamento daquele espaço, vez que muita coisa que era permitida antes do ingresso, agora não é mais” (CAMPOS, 2016, p.72). Diante disso é essencial a interação do aluno com o ambiente, criando momentos de aprendizagem, de troca e de interlocuções, mediadas pelo professor. Outro ponto importante é o interesse do aluno em relação ao conhecimento, pois cada sujeito busca se ocupar da atividade que mais tem prioridade, o que facilita o seu desenvolvimento. Dando ênfase a isso é que O ponto de partida de toda aprendizagem é o próprio sujeito e não o conteúdo abordado. O sujeito a que as autoras se referem é o sujeito apresentado na teoria piagetiana: um sujeito cognoscente, intelectualmente ativo, que busca adquirir conhecimento, procura compreender o mundo que o cerca e deseja esclarecer os questionamentos provocados por este mundo. (PEREIRA, 2011, p. 175)

Sendo a criança o próprio sujeito de toda a aprendizagem, esta acontece a todo o momento, seja dentro ou fora de uma instituição de ensino, seja dentro ou fora da sala de aula. Cientes disso, nos deparamos com uma contribuição importante: de que a aprendizagem acontece naturalmente e com estímulos, no entanto, a coletividade instiga ainda mais o sujeito, pois há na troca de experiências nos exercícios compartilhados o enriquecimento do sujeito individual e coletivamente. Campos (2016) destaca que a infância faz parte da escola, que o brincar é um direito, uma necessidade básica para o desenvolvimento da criança e cabe ao professor conciliar esses momentos.

Desde que assumi o trabalho na escola, em 2002, pensei em realizar como educadora algo que sempre acreditei, ou seja, construir coletivamente uma proposta de educação para as crianças pequenas e pequeninhas: que elas estivessem mergulhadas em um ambiente de letramento, sem esquecer-se de brincar, vivendo a ludicidade e a condição de ser criança. (MADEIRA.,2009 p.62)

Proporcionar atividades, momentos de interação com material escrito é mobilizar a criança para aprender a ler, a falar, a escrever, a dizer o seu próprio fazer. Madeira (2009) diz que faz-se necessário, permitir que a criança faça indagações, pois a curiosidade motiva as busca pelo conhecimento.

Onde há estímulo para que a criança se sinta como produtora de cultura infantil, produzir um texto não é preencher os vazios dos moldes que a escola oferece, mas deixar aparecer sua voz, reconhecer-se como pertencente àquele espaço, escrevendo sobre coisas que a criança reconheça como sua cultura também. (CAMPOS, 2016, p. 300).

Cabe, outrossim, em decorrência dos resultados das pesquisas acessadas, desafiar as instituições e os profissionais que atuam em classes de alfabetização, visto que a atuação, junto a crianças de seis anos de idade, demanda compreensão e a construção de diferentes possibilidades para ensinar e aprender. A diversidade de possibilidades que emerge do que aparece denominado como ambientes alfabetizadores requer compreensão/construção, vez que são espaços lugares, contextos, reais e/ou imaginários, vividos ou contados, desenhados e/ou visitados, entre outras possibilidades destes que emergem nítida e/ou subjetivamente. O perceptível requer sensibilidade, ética e cuidado! Neste sentido, nos ancoramos em uma contribuição de Boff (2012, p.31):

Todos somos filhos e filhas do cuidado porque biologicamente somos seres carentes, (Mangelwesen) sem possuir órgãos específico que nos garanta, de saída, a sobrevivência. Se ao nascer não tivéssemos sido cuidados por nossas mães e eles não tivessem criado o conjunto de proteções e apoios necessários, em poucas horas teríamos morrido. Á diferença dos patinhos, por exemplo, que, biologicamente, nascem bem apetrechados, vão logo nadar, sem se afogar; nós não saltamos do berço e buscamos o próprio alimento. Dependemos dos cuidados de alguém que cuide de nós e supra nossa deficiência. A especificidade do cuidado na vida e com a vida flui e precisa sustentar os processos educativos, dadas as peculiaridades das crianças de seis anos em processo de aprendizagem da leitura e da escrita na língua materna e em suas múltiplas linguagens e derivações.

4.3.4 De que ambientes falamos? Que ambientes aparecem referenciados?

a) Ambiente tecnológico e os recursos virtuais O uso e a demanda das tecnologias da informação e comunicação na sala de aula, sem sombra de dúvida, constituiu-se num desafio para professores e gestores nas diferentes unidades escolares e redes de ensino, particularmente em relação à alfabetização. A inserção