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Alveolite: Ocorrência e Tratamento - Análise Crítica da Complicação Alveolar, Slides de Patologia

Uma revisão bibliográfica sobre a alveolite, uma complicação pós-cirúrgica que pode acontecer após a extração dental. O texto aborda a ocorrência, causas, sintomas, tratamentos e prevenção de alveolite, baseado em estudos publicados. O objetivo é fornecer uma análise crítica sobre a melhor abordagem para tratar e prevenir esta complicação.

O que você vai aprender

  • Quais são as medidas preventivas para reduzir a incidência de alveolite?
  • Qual é a definição de alveolite?
  • Quais são os sintomas de alveolite?
  • Quais são as causas comuns de alveolite?
  • Quais são os tratamentos comuns para alveolite?

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Reginaldo85
Reginaldo85 🇧🇷

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Monografia Artigo de revisão
Mestrado Integrado em Medicina Dentária
Alveolite: ocorrência e tratamento
António Manuel Lopes Cordeiro
Orientador
Prof. Doutor Prof. Doutor Ricardo Manuel Casaleiro Lobo de
Faria e Almeida
Professor Associado com Agregação
Porto, 2010
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Baixe Alveolite: Ocorrência e Tratamento - Análise Crítica da Complicação Alveolar e outras Slides em PDF para Patologia, somente na Docsity!

Monografia – Artigo de revisão

Mestrado Integrado em Medicina Dentária

Alveolite: ocorrência e tratamento

António Manuel Lopes Cordeiro

Orientador

Prof. Doutor Prof. Doutor Ricardo Manuel Casaleiro Lobo de

Faria e Almeida

Professor Associado com Agregação

Porto, 2010

1

Agradecimentos:

Aos meus pais, Agostinho e Lina, por todo o apoio e compreensão

nos momentos mais difíceis, por serem as pessoas a quem devo

tudo.

Aos meus irmãos, Nuno e Agostinho, que sempre me ajudaram,

apoiaram e por estarem sempre presentes quando preciso.

A toda a minha família pelo orgulho que têm em mim.

À Ana, por me aturar e acreditar em mim.

Aos meus amigos, que sem eles não teria chegado aqui, pelos

momentos de estudo e também de diversão.

Ao meu orientador, Prof. Doutor Ricardo Faria e Almeida pela

disponibilidade e colaboração do meu estudo.

A todas as pessoas que me ajudaram no meu percurso

académico.

À cuquinha.

A todas as pessoas acima referidas lhes dedico este trabalho.

3

Conclusão ...................................................................................................... 41

Anexo ............................................................................................................. 43

Bibliografia ..................................................................................................... 46

Índice de Gráficos

Gráfico 1:. Casos de alveolite identificados pelos estudantes na clínica da FMDUP …….……………………………………………………………….… 14

Gráfico 2: Identificação de uma alveolite pelos estudantes da FMDUP …………………………………………………………………………………..

Gráfico 3 : Opinião dos estudantes, relativamente à ocorrência de alveolite na clínica da FMDUP ………………………………………………………… 16

Gráfico 4: Factores predispostos citados pelos estudantes da FMDUP, como principais causas do aparecimento da alveolite …………………………..

Gráfico 5:Estudantes sabem descrever clinicamente uma alveolite ........

Gráfico 6: Características clínicas da alveolite citadas pelos estudantes da FMDUP ………………………………............................................................

Gráfico 7: Estudantes da FMDUP sabem tratar uma alveolite ……….......

Gráfico 8: Tratamento escolhido pelos estudantes da FMDUP para a cura de alveolite seca……………….....................................................................

Gráfico 9: Tratamento escolhido pelos estudantes da FMDUP para a cura da alveolite húmida…………………………...................................................

4

Gráfico 10: Tratamentos locais usados pelos estudantes da FMDUP que tiveram casos de alveolite ……………..………………..................................

Gráfico 11: Antibióticos empregues pelos estudantes da FMDUP para o tratamento sistémico da alveolite …………..………………….......................

Gráfico 12: Coadjuvantes utilizados pelos estudantes da FMDUP para tratar a alveolite ……………………………..............................................................

Índice de Imagens:

Imagem 1: Alveolite seca, diagnosticada por um aluno da FMDUP ……………………………...............................................................................

Imagem 2: Alveolite húmida, diagnosticada por um aluno da FMDUP ……………………………...............................................................................

6

Conclusão - Embora tenham sido propostas diversas formas para o tratamento local da alveolite, as medidas preventivas adoptadas antes e após a cirurgia, permanecem o tratamento mais indicado para evitar a ocorrência desta complicação.

Palavras - chave - Alveolite, alveolite seca, alveolite húmida, osteite alveolar, complicação pós- extracção, alveolite fibrinolítica, infecção alveolar

7

Abstract

Introduction - Alveolitis is one of the most common complication following permanent tooth extraction, especially in impacted mandibular third molar. Also

known as dry socket localized, alveolar osteitis or alveolar fibrinolitic, it is

defined as an inflammation of the alveolus, resultant of the disintegration

and/or infection of the initial blood clot, which doesn’t allow a well wound

healing, conditioning well-being of the patient.

Objective - The objective in the realization of this bibliography review is to make a critical analysis associated with this complication, referring different aspects for the better indicated treatment and the better way to prevent it.

Material and Methods - The search was performed in the Database of National Library of Medicine PubMed- Medline for articles published since 2000. A questionnaire of “alveolitis: occurrence and treatment” was made in FMDUP, responded by students in 4th^ and 5th^ year with the intention to evaluate and

analyzed their knowledge to the diagnosis, causes and treatment of this

pathology.

Development - Many factors can cause the lost or disintegration of the blood clot, like local traumatism, oral contraceptives, preoperative infections,

cigarettes, which the knowledge of these is of basic importance so that

they can be eliminated, improving the quality of the postoperative.

Some therapies have been studied with the objective to diminish the

incidence of the alveolite, varying since the use of anti- septic solutions

pre and postoperative, intra- alveolar topical medicines and systemic

medication.

9

Introdução

Crawford, em 1896, fez o primeiro relato sobre alveolite, que representa até hoje, um assunto de grande interesse, em razão da sua ocorrência, complicação e peculiaridade. Sendo uma das complicações pós- operatórias mais frequentes na área da Cirurgia oral, associada à exodontia de dentes definitivos, é definida como uma inflamação do alvéolo resultante de uma perturbação da cicatrização da ferida alveolar. Segundo Schwartz (2002), é considerado um estado necrótico do processo alveolar ou dos septos ósseos que, perante a ausência de vasos sanguíneos, não permite a proliferação de capilares, nem de tecido de granulação para organizar o coágulo sanguíneo 1,

Ao longo dos anos, foram utilizados vários sinónimos relativamente à alveolite, tais como, alveolalgia, osteomielite, alveolite fibrinolítica, alveolite dolorosa seca/ húmida entre outros. 1-37^ E são conhecidas diferentes tipos de alveolites, sendo estas classificadas de diferentes formas, segundo diferentes autores: -As periosteítes ósseas e osteomielites, embora não sejam diagnosticadas com muita frequência na prática clínica, referem-se a um tipo de alveolite que se apresenta conjuntamente por inflamações ósseas extensas, com um processo inflamatório grave. 1

  • A alveolite seca e húmida ou supurativa são dos tipos de alveolite clinicamente mais diagnosticados na prática clínica. No tipo seca, verifica-se um alvéolo aberto, desprovido de coágulo com exposição de osso alveolar e com as paredes ósseas totalmente desnudadas. No tipo húmida ou supurativa, verifica-se uma inflamação alveolar, evidenciada pela infecção do coágulo e do alvéolo, encontrando-se um alvéolo com hemorragia e abundante exsudado purulento.3, Existe ainda um outro tipo de alveolite, nomeadamente a alveolite marginal superficial, sendo uma variante da alveolite húmida, apresentando-se

10

por uma infecção do álveolo mais moderada afectando apenas a zona óssea superficial.^1

O diagnóstico da alveolite é realizado geralmente do segundo ao quinto dia após a exodontia, acompanhado por dor aguda e pulsátil, não controlada pela acção de analgésicos, que por vezes irradia para as orelhas, cabeça e pescoço. A dor pode ser bastante debilitante, causando insónias chegando até mesmo a afectar a via diária e profissional do paciente.^3 Além da dor, pode verificar-se halitose.^5

Não existem estatísticas bem definidas quanto à sua prevalência 6 , embora confirme-se uma maior incidência em exodontias isoladas, realizadas na mandíbula, nomeadamente nos molares mandibulares inferiores inclusos, em pacientes fumadores e pacientes do sexo feminino, especialmente em mulheres que tomam contraceptivos orais. Sendo uma complicação rara na exodontia de dentes decíduos 7

Muito se discute acerca da etiologia da alveolite, considerando-se actualmente que não tem uma causa específica sendo portanto, de etiologia multifactorial, variando de paciente para paciente, podendo ser de origem bacteriana ou fibrinolítica 8. Estudos epidemiológicos relacionados com a alveolite, identificaram um grupo de factores capazes de despoletar esta patologia, nomeadamente a inexperiência do operador / trauma cirúrgico, higiene oral, género, uso de contraceptivos orais, tabaco, entre outros.^9

Muitos destes factores têm vindo a ser discutidos, tal como, as medidas profiláticas e tratamento a adoptar. Dos vários protocolos propostos para a diminuição da incidência de alveolite, pretende-se inicialmente eliminar os factores de risco e adoptar uma terapia farmacológica com intenção de favorecer a cicatrização, variando desde o uso de soluções anti - sépticas pré e pós- operatórias, de medicamentos tópicos no interior do álveolo à medicação sistémica.^10

12

Materiais e métodos

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados da Natural Library of Medicine PUBMed- Medline de artigos científicos e revistas científicas com artigos referentes ao tema, publicados entre 2000/2010, com as palavras- passe: “ alveolitis”, “ dry socket”, “osteite alveolar”. “complication post- extraction”, “alveolitis fibrinolitic”

Alguns artigos publicados anteriormente à data estabelecida, foram incluídos no trabalho pelo facto de se tratar de estudos de referência nesta matéria e cuja conclusão empobreceria esta revisão. Foi igualmente incluído na pesquisa bibliográfica, texto de livros de Cirurgia oral, devido ao facto da escassa informação referente ao tipo e tratamento da alveolite húmida.

Para a realização do estudo estatístico, relativamente ao inquérito entregue aos estudantes da FMDUP, baseei-me no inquérito publicado no artigo: Ricieri C, Aranega A, Takahashi A, Lemos F. “alveolite ocorrência e tratamento em consultórios odontológicos de Araçatuba/SP”. Rev Fac Odontol Lins. 2006. 18 (1):33-40, apresentando-o em anexo. Para a análise estatística dos dados, foi utilizado o programa SPSS ( Statistical Package for the Social Sciences).

13

Desenvolvimento:

Epidemiologia

A alveolite é a complicação operatória mais frequente após exodontia, pelo que 56,67% dos alunos entrevistados da FMDUP, já presenciaram um caso. (gráfico 1)

A sua incidência é variável. Não existem estatísticas bem definidas quanto à sua prevalência, devido às diferenças relativamente ao critério de diagnóstico, nos métodos de avaliação, reduzida anotação e arquivação de casos clínicos, referente às complicações pós – operatórias, mistura de dados procedentes a exodontias simples e de dentes inclusos, assim como a variabilidade no tratamento pré e pós- cirúrgico, e técnica cirúrgica.^6

Para a análise e contagem do número de casos de alveolite presenciados na clínica, é importante para o levantamento dos dados estatísticos, a sua anotação nas fichas clínicas pós – operatórias. Como pressuposto objectivo no meu trabalho, pretendi realizar a contagem do número de casos de alveolite, na FMDUP. Devido à reduzida anotação dos casos clínicos de pacientes com alveolite pelos estudantes do 4º e 5º ano como

Gráfico 1. Casos de alveolite identificados pelos estudantes na clínica da FMDUP

15

Dos alunos da FMDUP que responderam ao inquérito, 49,49% estimam que a ocorrência total de casos de alveolite na clínica da FMDUP varia entre os 10- 15%, seguido com uma percentagem de 45,45%, dos 15- 30%. (Gráfico 3)

Etiologia

A etiologia da alveolite é actualmente considerada multifactorial, variando de paciente para paciente, pelo que os factores predispostos podem coexistir numa mesma situação. Estudos epidemiológicos relacionados com a alveolite identificaram um grupo de factores capazes de despoletar esta patologia, nomeadamente a dificuldade da exodontia, inexperiência do operador / trauma cirúrgico, higiene oral, a idade do paciente, género, uso de contraceptivos orais, localização anatómica e circulação local, curetagem alveolar, presença de infecções (pericoronarites e cáries), acção dos anestésicos locais, saliva, tabaco, imunodepressão, elevado número de bactérias pré e pós exodontia, diabetes, álcool, doença sistémica e experiência prévia de alveolite.6,8,

Gráfico 3. Opinião dos estudantes relativamente à ocorrência de alveolite na clínica da FMDUP

16

Os alunos da FMDUP que responderam ao inquérito, mencionaram como principais causas para o aparecimento de alveolite, uma má higiene oral, tabaco, falta de curetagem alveolar e falha nos cuidados pós - operatórios. (Gráfico 4)

Etiopatogenia

As principais teorias propostas para a alveolite são a teoria fibrinolítica de Birn e a teoria bacteriana. 8,11^ Evidências sugerem que a ocorrência de alveolite está relacionado com a interacção de um complexo entre excessivo trauma, invasão bacteriana e consequentemente do sistema fibrinolítico. Blum afirma ainda, a possibilidade de a origem da alveolite, ser genética. 11

Na primeira teoria, após exodontia desenvolve-se um processo inflamatório que poderá infectar a formação e retenção do coágulo. Estudos clínico e laboratoriais, relacionaram um aumento da actividade fibrinolítica com a patologia da alveolite. Por efeito das quinases libertadas no processo

Gráfico 4. Factores predispostos citados pelos estudantes da FMDUP, como principais causas do aparecimento da alveolite

18

Etapas de regeneração alveolar

O processo de reparo alveolar após exodontia envolve mecanismos altamente especializados, que visam a recuperação morfológica e funcional do tecido ósseo e de revestimento. 6

Após a exodontia, o álveolo é preenchido por coágulo sanguíneo e o organismo inicia a sequência de inflamação, epitelização, fibroplasia e remodelação óssea.^4 Nas primeiras 24 horas, o coágulo coberto de fibrina fixa- se no alvéolo pelos tecidos gengivais, que gradualmente é invadido por capilares neoformados e por fibroblastos, originados em sua maioria por mitose e/ou diferenciação de células mesenquimais, presentes no ligamento periodontal remanescente. Ocorre assim a formação de tecido de granulação e aumento progressivo da quantidade de fibras colagéneas, originando a matriz orgânica, dando lugar à deposição de tecido ósseo, possibilitando a reparação da ferida operatória 1,2,

Esta sequência nem sempre decorre como foi descrito anteriormente. Em certos casos, a presença de factores que impeçam uma correcta cicatrização pós – operatória, pode originar uma necrose ou desintegração inicial do coágulo sanguíneo, provocando um atraso no processo de reparação alveolar, muitas das vezes acompanhado de dor moderada a intensa e exposição do osso alveolar. 6

19

Factores de risco para a ocorrência de alveolite

 Género

No que corresponde aos factores de risco para a ocorrência da alveolite, verificou-se um aumento significativo da incidência desta complicação pós – operatória no sexo feminino , a partir de 1960, devido a um maior consumo de contraceptivos orais. A consequência do seu efeito farmacológico é provocado por induzir indirectamente, um aumento da actividade fibrinolítica, provocando uma lise prematura do coágulo sanguíneo. 5,8,11,

A incidência de alveolite é maior em indivíduos do sexo feminino, e será 2 a 5 vezes superior com o uso de contraceptivos orais E a probabilidade da sua ocorrência, aumenta directamente com o aumento da dose de estrogénio no contraceptivo oral, segundo Catellani et al. 5,6,8,11,

Foi ainda, observado por Muhonen (citado em 2003), que a actividade fibrinolítica está aumentada durante a menstruação, favorecendo a ocorrência de alveolite durante este período^12 e se encontra diminuída nos dias 23 a 28 do ciclo menstrual. 5 Assim sendo , Mulheres que realizam exodontias durante os dias 23 e 28 do ciclo menstrual têm uma menor probabilidade de apresentar uma alveolite.^5

Garcia et al. (2003), realizaram um estudo relativamente à exodontia de terceiros molares mandibular mandibulares, em 267 mulheres com idades compreendidas entre os 17 e 45 anos, das quais 87 tomavam contraceptivos orais. Dos resultados obtidos, verificou-se a ocorrência de alveolite, de 3 vezes superior em mulheres que tomam contraceptivos orais.^12

Existem estudos que negam esta associação, sendo que a maioria suporta esta hipótese, considerando o uso de contraceptivos orais uma factor de risco para a ocorrência de alveolite.