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Modificações Fisiológicas na Gravidez: Um Estudo Detalhado, Notas de estudo de Obstetrícia

Uma análise abrangente das mudanças fisiológicas que ocorrem no corpo da mulher durante a gravidez. aborda alterações osteoarticulares, cutâneas, mamárias, uterinas, ovarianas, vaginais, metabólicas, hematológicas e respiratórias, fornecendo informações detalhadas sobre cada sistema. é um recurso valioso para estudantes de medicina, enfermagem e áreas afins.

Tipologia: Notas de estudo

2025

À venda por 01/05/2025

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ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO
Durante a gravidez há mudanças fisiológicas, químicas e anatômicas para o desenvolvimento e proteção fetal,
além de preparar o corpo para o trabalho de parto e compensar as novas demandas
A capacidade de adaptação as demandas da gravidez varia conforme alguns fatores idade materna, gestações
múltiplas, condições de saúde pré-existentes e fatores genéticos
FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO
Ciclo menstrual fase folicular + fase lútea
No fim da fase lútea ocorre a ovulação, o transporte do oócito da trompa para o útero leva de 3-4 dias
A fertilização do óvulo ocorre na ampola da tuba uterina e evita a degeneração do corpo lúteo o HCG
produzido pelas células trofoblásticas do embrião inibe a luteólise e mantem o corpo lúteo funcionante
O corpo lúteo sintetiza progesterona e é responsável pela manutenção da gestação nas primeiras 8 semanas
No fim do período embrionário, o ele atinge seu pico de vascularização com suas células hiperplasiadas e
hipertrofiadas
Após as 8 semanas de gestação a placenta assume a produção de progesterona e o decaimento na produção de
HCG leva a involução do corpo lúteo
MODIFICAÇÕES OSTEOARTICULARES
Marcha anserina: afastamento dos pés + diminuição da amplitude (devido alteração do centro de equilíbrio)
Acentuação da lordose lombar e hipercifose
Relaxamento ligamentar e maior mobilidade das articulações pélvicas
Compressões radiculares e lombalgia: devido ao aumento da flexão cervical há compressão das raízes do nervo
ulnar e mediano causam dor, fadiga e parestesias em extremidades
MODIFICAÇÕES CUTÂNEAS
Estrias (estiramento das fibras colágenas + diminuição da hidratação)
Cloasma gravídico: hiperpigmentação da face
Linha nigra: maior concentração de melanina na linha alba
Sinal de halban: aumento da lanugem nos limites do couro cabeludo
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ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO

  • Durante a gravidez há mudanças fisiológicas, químicas e anatômicas para o desenvolvimento e proteção fetal, além de preparar o corpo para o trabalho de parto e compensar as novas demandas
  • A capacidade de adaptação as demandas da gravidez varia conforme alguns fatores → idade materna, gestações múltiplas, condições de saúde pré-existentes e fatores genéticos FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO
  • Ciclo menstrual → fase folicular + fase lútea
  • No fim da fase lútea ocorre a ovulação, o transporte do oócito da trompa para o útero leva de 3-4 dias
  • A fertilização do óvulo ocorre na ampola da tuba uterina e evita a degeneração do corpo lúteo → o HCG produzido pelas células trofoblásticas do embrião inibe a luteólise e mantem o corpo lúteo funcionante ➢ O corpo lúteo sintetiza progesterona e é responsável pela manutenção da gestação nas primeiras 8 semanas ➢ No fim do período embrionário, o ele atinge seu pico de vascularização com suas células hiperplasiadas e hipertrofiadas
  • Após as 8 semanas de gestação a placenta assume a produção de progesterona e o decaimento na produção de HCG leva a involução do corpo lúteo MODIFICAÇÕES OSTEOARTICULARES
  • Marcha anserina: afastamento dos pés + diminuição da amplitude (devido alteração do centro de equilíbrio)
  • Acentuação da lordose lombar e hipercifose
  • Relaxamento ligamentar e maior mobilidade das articulações pélvicas
  • Compressões radiculares e lombalgia: devido ao aumento da flexão cervical há compressão das raízes do nervo ulnar e mediano → causam dor, fadiga e parestesias em extremidades MODIFICAÇÕES CUTÂNEAS
  • Estrias (estiramento das fibras colágenas + diminuição da hidratação)
  • Cloasma gravídico: hiperpigmentação da face
  • Linha nigra: maior concentração de melanina na linha alba
  • Sinal de halban: aumento da lanugem nos limites do couro cabeludo
  • Eritema palmar e teleangiectasias/angiomas (vasodilatação pelo estrogênio)
  • Hipersecreção das glândulas sebáceas: pele mais oleosa, predisposição a queda capilar a acne MODIFICAÇÕES MAMÁRIAS
  • Mastalgia: as mamas ficam mais doloridas devido a congestão (5ª semana)
  • Tubérculos de Montgomery: aréola primária mais pigmentada + projeções secundárias de glândulas mamárias acessórias e glândulas sebáceas hipertrofiadas (8ª semana)
  • Rede de haller: aumento da vascularização venosa e possibilidade de extração do colostro (16ª semana)
  • Sinal de Hunter: aumento da pigmentação dos mamilos e aparecimento da aréola secundária com limites imprecisos (20ª semana) MODIFICAÇÕES UTERINAS
  • Corpo uterino: ➢ Hiperplasia e hipertrofia = volume aumenta de 500-100x ➢ Aumento do tecido conjuntivo, ligamentos de sustentação, vasos sanguíneos e linfáticos ➢ Crescimento estimulado pelo estrógeno → na 12ª semana o útero deixa de ser intrapélvico e é palpável acima na sínfise púbica, ele é girado para direita (dextrorotação uterina)
  • Colo uterino: cérvice amolecida e arroxeada ➢ Eversão do epitélio colunar = ectocérvice mais friável e sangrante ➢ Colo fica protegido pelo tampão mucoso (somente é eliminado dias pré-parto) ➢ Hiperplasia e hipertrofia das glândulas cervicais = muco cervical viscoso, espesso e que não cristaliza quando desidratado
  • Tubas uterinas: hipertrofia das camadas musculares e aumento da vascularização, tem motilidade diminuída pela progesterona e desloca-se em direção a cavidade abdominal no decorrer da gestação
  • Ovários: corpo lúteo fica funcionante pelo HCG
  • Vagina: cor violácea ➢ Hipertrofia das células musculares e das papilas da mucosa → aumento da vascularização e atividade glandular = aumento da secreção vaginal ➢ pH vaginal mais ácido (ação dos lactobacilos)

MODIFICAÇÕES NO SISTEMA GASTROINTESTINAL

  • Hiperemia e amolecimento gengival
  • Náuseas e vômitos: pelo aumento do HCG (hiperêmese gravídica)
  • Alterações no apetite e sede: devido a resistência a ação da leptina e alterações na secreção de ADH
  • Acidez gástrica (pirose) e refluxo: aumento do útero comprime o estomago + redução do tônus e relaxamento do esfíncter esofágico inferior ➢ Maior risco de aspiração durante anestesia ou IOT
  • Maior risco de cálculos biliares: relaxamento (comprometimento na contração) da vesícula biliar causa estase + aumento da saturação de colesterol
  • Constipação e maior incidência de hemorroidas: lentificação do trânsito intestinal + deslocamento do útero
  • Mudanças na função hepática: ➢ TGO/TGP = aumentado ou normal / albumina = diminuído / fosfatase alcalina = aumentada (2x) MODIFICAÇÕES CARDÍACAS Alterações anatômicas:
  • Coração tem desvio do eixo para a esquerda de 15-20º devido elevação do diafragma
  • Crescimento das 4 câmaras (principalmente AD e VE) + espessamento das paredes
  • Leve regurgitação pulmonar e tricúspede (90%) → 1/3 tem regurgitação mitral insignificante e a FEVE não altera
  • Sopro sistólico não patológico (devido a menor viscosidade e aumento do DC), extrassístoles e desdobramento da primeira bulha são comuns
  • Alterações do ECG: ➢ Pequenas ondas Q ➢ Inversão de onda P e T em D ➢ Alterações na elevação do segmento ST Volume sanguíneo:
  • Aumento de 10% a partir da 7º semana, atingindo platô em torno de 32 semanas: aumento de 45-50% (1500- 1600ml) em relação as não gravidas, ainda mais pronunciado em gestação múltipla → volume de 73-96 ml/kg ➢ Possibilita a perfusão adequada dos órgãos vitais, feto e unidade uteroplacentária ➢ Permite a perda esperada de sangue durante o parto = pode perder até 2L antes de alterar FC e PA
  • Massa de hemácias aumenta de 20-30% (300-400ml), mas a proporção é menor que o volume → hemodiluição = menor viscosidade do sangue e anemia fisiológica
  • Diminuição da pressão oncótica devido a albumina reduzida (principalmente nas com pré eclampsia) → precisa ter cautela na expansão com cristaloides para não reduzir ainda mais e causar edema
  • Aumento da água corporal para 6,5-8,5L até o fim da gestação ➢ Água do feto + placenta + líquido amniótico = 3,5L da água corporal total
  • Período pós-parto: diurese aumentada entre 2-5 dias para liberação do excesso de líquidos acumulados (se não for adequada pode causar EAP e hipertensão)

Débito cardíaco:

  • Aumento da FC: 10-15bpm =começa desde as primeiras 5 semanas de gestação, no 3º trimestre é 20% maior que a não gestante saudável
  • Volume de ejeção: começa a aumentar nas primeiras 5 semanas e atinge o pico em 32 semanas, com ligeiro declínio desde então → aumento de 20-35% ➢ Durante o trabalho de parto é ainda mais aumentado, cada contração expele 300-500ml de sangue para circulação = aumenta o DC e retorno venoso (o aumento do retorno venoso causa bradicardia materna transitória)
  • DC = FC x volume de ejeção → começa a aumentar com 10 semanas e atinge pico entre 25-30 semanas, 30-50% acima da base (4-6L/min) = maiores valores durante o parto e em decúbito lateral ➢ Aumento adicional do DC após parto do bebê e placenta (ápice de aumento – 80%): fluido entra na circulação central pela abolição do circuito placentário, alívio da compressão da VC inferior e mobilização do fluido extravascular para intravascular ▪ Estabiliza na 1ª hora (fenômeno de autotransfusão) ➢ Redução do DC de 20-25% em decúbito dorsal: ▪ Ao ficar em decúbito dorsal por 3-5 minutos, o útero comprime VC inferior e diminui retorno venoso (síndrome hipotensiva em supino) = taquicardia, diaforese, tontura, náusea, vomito, palidez e fraqueza ▪ Mulheres que não apresentam essa síndrome tem aumentos compensatórios no fluxo colateral pelos sistemas paravertebrais e ázigos, com aumento de pré carga e manutenção de PA Pressão arterial sanguínea:
  • PA: DC e resistência vascular
  • Diminuição de 7% em torno da 7ª semana, atinge nadir na 28ª semana e retorna ao normal perto do termo ➢ A queda no fim da gestação ocorre pela vasodilatação sistêmica produzida pela progesterona e afeta principalmente a PAD → cai mais RVP do que aumenta DC
  • PA varia conforme posição da gestante e aumenta com as contrações uterinas (aumento máximo no 2º estágio do parto)
  • Contrações uterinas → o aumento da PAS e PAD precedem 8 segundos as contrações, durante o 2º estágio do parto é onde ocorre sue aumento máximo (e consequente aumento do DC) ➢ Consumo de O2 aumenta 3x durante contrações Resistência vascular sistêmica:
  • Começa a diminuir na 5ª semana de gestação e atinge seu ponto mais baixo entre 14-24 semanas (35% menos que o normal), fica constante até 32 semanas e depois aumenta para chegar a valores normais pré-termo
  • Ocorre devido vasodilatação + baixa resistência do circuito uteroplacentário → na pré eclampsia a PA sobe, pois, a invasão trofoblástica é deficitária, não diminuindo a RVP

MODIFICAÇÕES RESPIRATÓRIAS

  • Trato respiratório superior: hiperemia, edema e hipersecreção glandular → congestão nasal, epistaxe e rinite ➢ Complica a entrada de ar, obstrui o fluxo e dificulta intubação
  • Hiperventilação e maior expansão do tórax: aumento do volume corrente e volume-minuto: ➢ Volume minuto = VC x FR → FR aumenta pouco, mas o VC aumenta para 600ml
  • Diminuição da capacidade residual funcional a partir da 16 - 24 semana (elevação e compressão do diafragma)
  • Aumento do consumo de oxigênio em 30 - 50 ml/min (2/3 vai para mãe e 1/3 para o feto) ➢ Aumento da paO2 e diminuição da paCO2 no sangue materno = facilita o transporte placentário de CO2 fetal para circulação da mãe ➢ O maior consumo de O2 e diminuição da capacidade residual predispõe a gestante a hipoxemia durante apneia e tentativa de intubação
  • Queixas de dispneia são frequentes → compressão do diafragma + aumento da necessidade de O Alterações no equilíbrio ácido-base:
  • Aumento do volume-minuto (hiperventila e aumenta pH) = alcalose respiratória compensada: ➢ Diminuição da paCO2 (28-32mmHg) → se ela estiver normal pode pensar em insuficiência ventilatória, se estiver aumentada pode causar acidemia fetal ➢ Compensação renal = diminuição do bicarbonato (18-21mEq/L)
  • O leve aumento do pH eleva a síntese de 2,3 DPG (elemento se une a hemoglobina e impede ligação de O2) → facilita a liberação de O2 da hemácia da mãe para o bebê ➢ Hemoglobina fetal tem maior afinidade pelo oxigênio