









Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
A importância do planejamento estratégico de recursos humanos para o sucesso das empresas. Ele destaca as etapas do processo de planejamento, as causas de escassez e excesso de funcionários, e a importância de um sistema de informações de rh seguro e eficaz. O texto também discute as tendências que impactam a área de rh, como a globalização, a tecnologia e as mudanças demográficas.
Tipologia: Esquemas
1 / 15
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Alinhamento e planejamento
de recursos humanos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar a importância de um planejamento de recursos humanos. Identificar a decisão a ser tomada em casos de escassez ou excesso de funcionários. Definir sistema de informações de recursos humanos e formas de protegê-lo.
Introdução
Uma organização é um arranjo de componentes projetados para cumprir um ou mais objetivos de acordo com o seu planejamento estratégico. Assim, precisa das pessoas e das capacidades dos indivíduos para alcançar os obje- tivos definidos. Além disso, as empresas precisam antecipar-se às demandas do mercado e tomar atitudes assertivas em relação aos funcionários e, atu- almente, a mediação da tecnologia torna muito mais complexas as relações em termos de pessoas e dos objetivos organizacionais que se apresentam. Neste capítulo, você vai estudar o alinhamento e planejamento de recursos humanos (RH), identificando o que é esse planejamento e sua importância. Além disso, verá que as decisões a serem tomadas em situações de escassez e excesso de funcionários devem ter como base o planejamento estratégico de RH e, por fim, conhecerá o sistema de informações de RH e as formas de protegê-lo.
Importância do planejamento de RH
Reconhecer a importância do planejamento da área de Recursos Humanos é uma tarefa que se mostra, cada vez mais, essencial para que as empresas mantenham e alcancem vantagem competitiva no cenário atual, em que a
idade de aposentar-se, estrangeiros à procura de colocação, etc.); a globali- zação e ampliação de mercados, que pode ampliar fatias de mercado, mas gerar pressão para busca de resultados. Essas, entre outras, são tendências às quais as empresas devem atentar-se para continuar no jogo; portanto, elas devem ser mais competitivas, mais rápidas e ágeis, mais rentáveis, considerar o capital humano e aplicar novas técnicas para a tomada de decisão mais assertiva. O profissional de RH, por sua vez, não pode deixar de perceber o impacto que essas transformações têm na área e devem, portanto, alinhar-se às novas tendências, adaptando-se da melhor forma possível para atingir os seus objetivos profissionais e pessoais (DESSLER, 2014). O Quadro 1, a seguir, resume tais tendências e comportamentos esperados pelas empresas e pelos gestores de RH.
Fonte: Adaptado de Dessler (2014).
Tendências Empresas precisam ser Gestores de RH precisam
Avanços tecnológicos Natureza do trabalho Tendências demográficas e da força de trabalho Globalização e competição Endividamento e desregulamentação Desafios e tendências econômicas
Mais competitivas Mais rápidas e mais ágeis Mais rentáveis Direcionadas para o capital humano Mais técnicas na tomada de decisão
Concentrar-se mais em questões estratégicas, cenários e metas estratégicas Usar novas formas e prestação de serviços de RH Ter uma abordagem de gestão de talentos para administração de RH Conseguir o envolvimento dos funcionários Reger com ética Medir o desempenho e os resultados do RH Usar a administração de RH baseada em evidências Agregar valor Entender a filosofia de RH Ter novas competências
Quadro 1. Tendências, como as empresas precisam ser e o que gestores de RH precisam
As tendências citadas anteriormente servem para que a empresa possa estar em consonância com o que acontece no ambiente em que ela se insere. Bitencourt (2010) aponta que o planejemanto estratégico e seu desdobramento definem o escopo das metas a serem contratadas com funcionários, ou seja, as demandas que serão cobradas partem desse importante olhar para o futuro. O planejamento estratégico, para Ivancevich (2011, p. 130), “[...] refere-se à decisão de uma organização sobre o que pretende realizar (missão) e sobre como fará para chegar lá”. É por meio do planejamento estratégico que partirão as diretrizes mais amplas (nível estratégico), as quais serão repassadas ao nível tático (gerencial) e que, por sua vez, serão desdobradas para o nível operacional em práticas direcionadas às áreas específicas. Dentre essas áreas específicas, está a de recursos humanos, que precisa fazer a sua parte para que os objetivos organizacionais sejam alcançados, sendo responsável pelas políticas e práticas que possuem ligação crítica com a estratégia geral da empresa. A gestão estratégica de RH mostra sua importância quando se apresenta como um elo entre o planejamento etratégico e o alcance dos objetivos traçados nele. Quando, na elaboração do Planejamento Estratégico, formulam-se os objetivos estratégicos, vão ser necessárias competências e comportamentos para alcancá-los. Partindo-se dessa premissa é que os gestores de RH devem alinhar as práticas e políticas de RH para que, estimulando as competências e comportamentos, os objetivos sejam alcançados. É no planejamento de RH que a empresa será diagnosticada e em que se compreende o que é necessário implantar em termos de pessoas e nas políticas e práticas pertinentes à área. Por meio desse olhar mais aguçado, as ações pensadas e colocadas em prática é que serão as responsáveis por estimular as competências e os comportamentos dos funcionários no alcance dos objetivos estratégicos. Portanto, em uma perspectiva na qual o RH é estratégico, as políticas influenciam diretamente a lucratividade da organização, fazendo com que seja necessário adaptar-se continuamente ao cenário onde a empresa atua, como mostra a Figura 1.
Previsão de demanda de recursos humanos: nesse estágio, estima-se (a partir de técnicas específicas) a quantidade e a qualificação que se pretende alcançar em termos de recursos humanos. Análise de oferta de recursos humanos: nessa etapa, deve-se buscar elencar quantos são e quais são os tipos de funcionários no momento atual e que tipo de treinamento eles necessitam para o futuro. Uma ferramenta de controle bastante útil é o inventário de qualificações, em que se pode observar tanto as competências, habilidades, qualificações, experiências já registradas e aquelas que devem ser buscadas. Para que a empresa utilize com objetividade, esse quadro deve ser atualizado periodicamente. Elaboração de planos de ação: nesse estágio, haverá a confrontação daquilo que se tem como inventário frente às demandas e, conforme a situação (escassez ou excesso de funcionários), é que se estipulará o que será feito. Além disso, tomam-se providências e/ou atitudes sobre a realidade encontrada.
Com base nessas etapas, a empresa conseguirá analisar o ambiente externo e, assim, alinhar suas estratégias de acordo com o que ela possui em seu inventário. De posse dessas informações, apresenta-se muito explícitamente a importância do planejamento de RH, pois esse ato de planejar delineia-se com base naquilo que a empresa pretende para si, fazendo uso mais efetivo dos recursos humanos, deixando os colaboradores mais satisfeitos e aumentando o lucro da empresa. Sabendo o que a organização é (missão), o que ela quer (visão) e suas crenças (valores), o posicionamento dos gestores de RH deve direcionar-se a atingir os objetivos organizacionais, tendo como premissas esses norteadores.
Decisões com base na escassez ou no excesso de funcionários
A importância do planejamento de RH é evidente, mas muitas empresas ainda não destinam seu tempo e sua energia para formalizá-lo — muitas por escolha, mas outras em função de desconhecer os benefícios desse alinhamento com o planejamento estratégico. As lacunas existentes entre a oferta e demanda de funcionários podem ser solucionadas tendo como suporte um bom planejamento. O processo de planejamento de RH será capaz de apontar as providências a serem tomadas, como mostra o fluxograma representado na Figura 2.
Figura 2. Processos de planejamento de RH. Fonte: Ivancevich (2011, p. 130).
Tendo por base o planejamento de RH e a Figura 2, duas situações podem acontecer: a escassez ou o excesso de funcionários. Para cada uma dessas situações há providências específicas, pois elas são completamente opostas.
A escassez de funcionários se dá quando a oferta é inferior à demanda (IVAN- CEVICH, 2011). Muitas vezes, a falta de planejamento ocasiona essa escassez, pois não se previu com antecededência o que poderia acontecer. Podem ser causas dessa escassez variáveis consideradas externas ou internas. Chiavenato (2000) elenca como causas externas:
a situação de oferta e procura de recursos humanos no mercado (no caso da escassez, maior demanda que oferta de trabalhadores); a conjuntura econômica (o aquecimento econômico demandará mais trabalhadores) e as oportunidades de empregos no mercado de trabalho (os trabalha- dores irão trocar de emprego caso lhes ofereçam remuneração melhor, benefícios melhores ou condições de trabalho).
A questão da escassez de trabalhadores pode ser um indício de falhas em outras partes da empresa, como se pode observar nas causas. Porém, é necessário manter um controle dos acontecimentos externos à organização, pois, da mesma forma, eles podem acarretar em escassez de funcionários. Segundo Magiroski et al. (2017, p. 74):
[...] contar com talentos exige recrutamento eficaz, programas de treinamento, implementação de programas de capacitação, e acompanhamento contínuo do desempenho obtido, além de uma cultura organizacional que estimule a colaboração e o compartilhamento de conhecimento.
O planejamento de RH deve, assim, assumir um papel central nas organi- zações em função do gerenciamento dessas questões, pois pode dimensionar a demanda e a oferta existentes, fazendo com que haja um equilíbrio entre ambas.
A gestão de recursos humanos tem passado por impactos e grandes transfor- mações em função da utilização massiva das tecnologias. Devido à necessidade das empresas de incrementar a sua capacidade competitiva para enfrentar a concorrência dos mercados globalizados, as organizações passam a, cada vez mais, perceber que suas estruturas físicas e tecnológicas são importantes, mas é o capital humano e o intelecto inerente a elas que podem, realmente, fazer a diferença (MAGIROSKI et al. , 2017). É nesse contexto que o excesso de funcionários passa a ser um problema, pois, com muita frequência, os acon- tecimentos fazem com que haja readequações frente ao que está acontecendo. O excesso — ou excedente — de funcionários se dá quando a oferta é maior do que a demanda (IVANCEVICH, 2011). Dentre as alternativas ou proveidências, estão:
não reposição de funcionários que se aposentam; não reposição de funcionários que se demitem; antecipação da aposentadoria; suspensão temporária do contrato de trabalho; interrupção temporária do contrato de trabalho; e demissões.
O atual cenário competitivo obriga as empresas a efetuarem cortes de gastos e, infelizmente, a primeira opção na maioria dos casos é a demis-
são em algumas situações. Dentro dessa perspectiva, os trabalhadores que ficam podem ficar sobrecarrregados caso haja a mesma demanda de trabalho. Nessas situações, pode haver desmotivação e até mesmo pedidos de demissão. O excesso de colaboradores pode se dar a partir de uma crise econômica ou mesmo da perda de competitividade da empresa. No primeiro caso, a crise, frequentemente, é geral e, em função da baixa demanda dos produtos fabricados pela empresa (ou serviços prestados), a organização se vê com trabalhadores sobrando e decide, assim, demiti-los. No segundo caso, a empresa, ao ver sua fatia de mercado reduzida, da mesma forma, acaba percebendo que alguns trabalhadores a menos poderiam reduzir o valor de sua folha de pagamento. Uma demissão, na maioria dos casos, é uma situação desagradável para o gestor e, nesse caso, em específico, é ainda pior, pois o colaborador não possui gerência sobre o acontecimento, restando-lhe acatar a decisão. É importante ressaltar que, no caso do processo inverso — ou seja, reaquecimento econômico e aumento da competitividade da organização —, a empresa pode recontratar esses funcionários que foram alvo de demissão. A não reposição, na maioria dos casos, é a primeira alternativa e o ato de não substituir o trabalhador já resolve o problema de excedente, pois as vagas daqueles que se aposentam ou se demitem não são ocupadas novamente. Segundo Ivancevich (2011, p. 138), “[...] algumas vezes essa abordagem é agilizada incentivando-se os funcionários próximos de se aposentarem a anteciparem a aposentadoria; mas se o programa de aposentadoria antecipada não for bem planejado, podem surgir dificuldades”. A situação atual oferece mais condições de saúde à maioria das pessoas, permitindo que elas fiquem no mercado de trabalho por mais tempo. Outra questão é que, diferentemente da geração Y, as outras gerações não têm a prática de mudar de emprego a toda hora, o que faz com que mais pessoas com anos de casa fiquem mais tempo. O planejamento de RH deve estar atento a essas situações, pois uma demis- são antecipada pode romper com o ciclo positivo de uma empresa, mesmo que se esteja passando por um momento ruim. Ao demitir uma pessoa com mais experiência, a empresa pode estar perdendo muito mais que um colaborador: pode perder know-how e networking , elementos, na maioria dos casos, um jovem não conseguirá suprir. Portanto, as ações promovidas pelo RH devem ser pensadas com muito cuidado em função do impacto que podem causar à empresa como um todo.
A implantação de um sistema de RH oferece às empresas muito benefí- cios, mas também pode ser fonte de problemas. Se a organização não tiver um cuidado com as informações inseridas, pode estar colocando à prova sua confiabilidade. Nenhum colaborador qure que seus dados pessoais e profissio- nais estejam ao alcance de todos e, por esse motivo, a proteção que o sistema oferece deve ser uma das principais preocupações dos gestores. É o uso inadequado de informações a grande preocupação, por isso, as instituições devem resguardar-se e manter o acesso apenas a pessoas confiáveis por meio de sistemas de proteção com senhas e chaves de acesso. Algumas providências podem contribuir para que o sigilo se mantenha, conforme Ivan- cevich (2011), como você vê a seguir.
Revisar práticas de coleta de informações, com o intuito de escolher a mais segura para a proteção de dados. Restringir as informações coletadas, direcionando-as a uma decisão específica ou à atividade exclusiva. Informar que tipo de informação é mantida em arquivos e como esses dados são usados pela empresa. Permitir a inspeção e, se necessário, a correção das informações man- tidas em arquivos. Manter as informações confidenciais separadas de outros projetos. Divulgar as informações pessoais a algum estranho somente com a autorização do funcionário.
O sistema de informações de RH é uma ferramenta muito útil quando bem operacionalizada, mas demanda alguns cuidados que se mostram essenciais à preservação da integridade dos colaboradores da empresa, principalmente se forem adotadas medidas de prevenção. A internet e a intranet (redes internas) facilitam o acesso às informações de qualquer funcionário, e cabe ao gestor dar permissão, ou não, a determinados acessos. O que também pode ser feito é o controle a respeito de quem pode inserir ou modificar dados — o que se pode fazer colocando o arquivo só para leitura, por exemplo. Veja, a seguir, as quatro regras para manter os dados seguros segundo Dessler (2014).
Verificar os antecedentes sobre quem vai ter acesso às informações pessoais. Se alguém com acesso a informações pessoais está doente ou em licença, não se deve contratar um trabalhador temporário para substitui-lo. Em vez disso, pode-se trazer um trabalhador de confiança de outro departamento. Verificar informações e dados pessoais periodicamente. Só porque alguém passou na verificação há cinco anos não significa que a situação é a mesma. Limitar o acesso a informações como CPF, dados de saúde e outros importantes aos gestores de RH, que precisam deles para fazer seu trabalho.
É de consenso geral que sistemas podem ser invadidos ou mesmo cor- rompidos. Sabendo disso, as empresas devem responsabilizar-se pelo zelo das informações de seus funcionários, pois cabe a elas essa guarda. Assim, as precauções aqui disponibilizadas podem minimizar as possibilidades do uso inadequado de tais dados.
BITENCOURT, C. Gestão contemporânea de pessoas: novas práticas, conceitos tradicionais.