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O quadro da Virgem. travido por Pedro Palacios. é à Procissão dos Iomens 12 quilômetros de Vitória está o Convento da Penha, a 154 metros de altura, um dos mais belos e importantes monumentos religioso do Brasil, testemunho de fé em milagres. que ocorrem, segundo a história, desde sua fundação n'o século XVI. Ele é visitado diariamente por centenas de pessoas que peregrinam por sua tortuosa subida para pagamento de promessas. Sua beleza colonial, pureza mística e « aura de espiri' ualida- de fazem do Convento da Penha o mais importante ponto de roteiro turístico do Espírito Santo. Todos os anos, na seguda-feira, apos o Domingo de Páscc.». é realizada a “Festa da Penha. que reúne milhares de fiéis en. procissão, missas e romarias. Eles aem após a missa da meia-noite na catedral de Vitória e seguem a pé até o Convento: Primeiro. vai a procissão das crianças. das mulheres e depois a dos homens. carregando a imagem de Nossa Senhora da Penha. A CONSTRUÇÃO Exatamente 5k anos após Pedro Alvares Cabral ter aportado em Porto Seguro. desembarcou no porto de “Via Velha, ao pé do morro. frei Pedro Palácios. o fundadcr do Convento da Penha. Já em sua viagem. a mando de Lisboa, numa esquadra por- tuguesa, a História registra um milagre. que 'é conhecido como O Manteu Milagroso. Relata que o navio que O trouxe enfrentou no meio da viagem uma tempestade de chuva e ventos fortes que ameaçava afundá-lo. “Nos úl- timos apertos”, os navegantes foram, procurar frei Pedro Palácios. que se encontrava enroladoem manto, de joelhos. a rezar. Ele deu o manto aos ja desesperançados viajantes, que. enraivecidos. o atiraram ao mar. As águas logo se acalmaram. baixaram suas ondas e cessaram os ventos contrários. soprando outros favoráveis. que levaram a embarcação em segura viagem Vila Velha, Capitania do Espírito Santo. Nascido em Salamanca, na Espanha. Pedro Palacios trazia sempre consigo unia imagen de Nossa Senhora, sua padroeira. Sua primeira habitação foi uma gruta, que até hoje pode ser visi- tada, no pé do convento. Seu objetivo quando veio para cá era realmente construir um convento para sua santa de devoção. No mesmo ano que chegou — 1558 — ele iniciou a construção do convento, em local que, segundo a História, “foi deter- minado por sinais divinos”. 'Guardada próximo ao local em que dormia na gruta, frei Pedro Palácios viu desaparecer. mis teriosamente, a imagem de Nossa Senhora para ser encontrada depois, entre duas palmeiras. no alto do morro, ondeele começou a construção do convento, ajudado por escravose índios. IMAGENS E MILAGRES A imagem de Nossa Senhora da Penha, que ainda hoje permanece no santuário do convento, foi encomendada por frei Pedro Palácios a um amigo de Lisboa e aqui chegou em fins de 1569, participando, a 30 de abril de 1570, da primeira festa da Penha. A imagem tem 76 centimetros de altura.. porte de nobreza. graça e naturalidade inimitáveis. A expressão é de doce melancolia. “Em qualquer ponto da capela- mor em que o espectador se colo- que. parece atrai-lo o terno olhar da santa”, escreve Guilherme Santos Neves em seu livro His tória Popular do Convento da Penha. Entre centenas de milagres incorporados à história do convento, o mais comentado é o chamado “milagre da chuva”. O escritor conta que em 1769 os raios solares incendiavam os campos e os cultivados, secavam as fontes e os ribeiros e eram assim causa do desespero dos criadores e dos lavradores. Os habitantes da Capital foram obrigados a ir buscar água para beber nos grandes rios da Vila. A carestia dos gênero» alimentícios pesava sobre os consumidores e os pobres já sentiam fome. Entre tanta calamidade, recorrera-se em vão às preces, pois cont a seca Observando se que o fogo ro nas vao mon da Penha convi vue emu CAE ção era efeito da presença da Santa e daí ocorreu o pensamento de valer-se de sua milagrosa influência a fim de fazer os mora- dores da Vila da Vitória par- ticipantes da mesma graça. Imediatamente os mais devotos trataram de preparar uma sumaca para lá ir buscar a Senhora da Penha. No dia fixado para a partida, esta embarcação, Pintada de novo. com um dossel de damasco e cortina de seda bordados a ouro, toda emban- deirada e adornada de flores:na turais e artificiais. festões e fitas de todos os matizes, com 0 cortejo de muitas lanchas. canoas e escaleres ornados pela mesma forma e carregados de povo. na vazante, deslizava-se serena e resplandecente pelo meio do canal, como um rico andor de pomposa procissão. Tendo este barco chegado à enseada do Espirito Santo, os de- votos. guiados pelo guardião de São Francisco, sem demora dirigiram-se à igreja da Penha. Então. o mesmo prelado. tomando a imagem em seus bra- ços em procissão, desceu ate o cais. Quando lá chegou, ja ali se achavam os oficiais da Câmara e pessoas respeitáveis de Vila Velha para embargarem a viagem, alegando que a imagem era da Vila e que esta lhes pertencia de foro. Portanto, não. consentiram que lhes rapiassem a “pa droeira”. Aquiesceram. porém. à promessa do guardião de que ele próprio a reconduziria com igual pompa”. E continua o escritor: “Logo que do forte de São João foi avistada a flotilha, uma salva deu sinal da aproximação. As autori- dades eclesiásticas. civis e habi- tantes da Vila esperavam nocais a: tão desejada salvadora. Defrontandoo navio com o dito forte rompeu de novo a salva. Na Vila, os sons festivos dos sinos tonvidando o povo a assistir ao desembarque, em todas as partes. No cais, a Santa Virgem toi rece- bida debaixo do palio, o qual passou para um andor luxuosumente órnamentado. E mo seguin a procissão para a ade Sao Francisco. Por todas some o prostato tanto, attbaddo ate tuves é tur asd vão tora é folhas odoriferas. Nas janelas e balcões dossobrados sobressaíam ricas colchas de seda e damasco de diferentes cores com franjas de ouro. O acompanhamento dos habi- tantes da Vila, da cercania e dos sertões foi tão numeroso que a maior parte ficou na ladeira e no adro da igreja de São Francisco. Imediatamente que o trono da Senhora penetrou neste templo. a negrura das nuvens fez do dia noite e dai a poucos instantes a chuva caía em cataratas, parecendo querer, de uma só vez. fartar os viventes. as plantas e a terra”. OS AGRADECIMENTOS Durante seus quatro séculos de existência, o Convento da Penha destinou uma sala especial, chamada Sala dos Milagres. para guardar os agradecimentos dos que tinham conseguido graças. Então, o visitante pode fotogra- far, inclusive, uma grande exposi- ção de quadros. mechas de ca- belos. muletas, trabalhos em ma- deira e cera, com dedicatórias a Nossa Senhora da Penha. Em quase todos estão contados o drama de cada um e sempre afirmando, que conseguiram vencer apósrecorrer à santa. Não é raro ver expostos fotos ou recortes de jogadores de futebol pelo campeonato alcançado. A cura de moléstias, a voz recupera- da, após nascer mudo, ou mesmo problemas da vida cotidiana resolvidos também são encontra- dos na exposição, muitos com da- tas do século passado. Além dos agradecimentos à santa na Sala dos Milagres, as pessoas acendem velas numa imensa pia que fica ao lado da escada que dá acesso ao san- tuário, Ás visitas ao Convento da Penha podem ser feitas todos os dias. das 6 às 18 horas, quando ele é fechado pelos freis trancis- canos. Nunca é permitida a entra da de ônibus ou caminhões. Do convento avista-se toda a cidade de Vila Velha, à Praia da Custa, Haparica, o porto de Tubarão e grande parte da cilade de Vi tora quincipalmente an állias ado Morento E rante A programação da festa | da Penha A Festa da Penha come- ça, como em outros anos, com a procissão dos Homens que será realizada da noite de sá- bado para domingo (dias 12 e 13 de abril). Para ponto de partidada: omaria supgerem-se a Catedral de Vitória, Matriz de Jardim América, Campo Grânde,. Santo Antônio, Paul,. Cobilândia, IBES e Santuário do Espirito Santo. A partida da Catedral de Vitória será às 21 horas. As 23 horas terá lugar a Celebração Penitencial e Eucarística no próprio Convento da Penha. E à 1 hora de domingo aproxima- damente ocorrerá a Celebra- ção da Eucaristia e da Pala- vra de Jesus. No alto da Penha haverá oportunidade de confissão individual. No domingo, às 16 horas, celebração vespertina no Campinho. e na segunda-- feira, celebrações a partir de 1 hora da madrugada às 6 horas. Depois se dará a bênção de Nossa Senhora da Penha. No campinho, a seguir, haverá celebração da eucaristia às 7,9, Il e 13 horas, a cargo de algum vigário com apresentação das respectivas comunidades: 7 h. município de Vila Velha; 9h, Cariacica e Viana; 11 h. Serra e Vitória, 13 h. Franciscanos. A festa se encerra no dia 14, às 16 horas;com a cele- bração da Eucaristia com os bispos e sacerdotes presentes, depois do que vem o ato final, com a Bênção de Nossa Senhora da Penha. 
