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Este texto apresenta uma análise do parnasianismo na poesia brasileira, um movimento literário que representou o retorno à orientação clássica, buscando o belo na arte, o equilíbrio e a perfeição formal. Os autores alberto de oliveira, raimundo correia e olavo bilac são discutidos, destacando-se suas obras e suas ideias sobre a poesia. O texto também aborda a influência clássica na poesia parnasiana, a ampla divulgação dos realistas e a abolição do abolicionismo, república e vasos gregos.
O que você vai aprender
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac
Profissão de fé (Olavo Bilac)
Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me, Sobre o papel A pena, como em prata firme Corre o cinzel.
Corre; desenha, enfeita a imagem, A idéia veste: Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste.
Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito: E que o lavor do verso, acaso, Por tão subtil, Possa o lavor lembrar de um vaso De Becerril. E horas sem conto passo, mudo, O olhar atento, A trabalhar, longe de tudo O pensamento. Porque o escrever - tanta perícia, Tanta requer, Que oficio tal... nem há notícia De outro qualquer. Assim procedo. Minha pena Segue esta norma, Por te servir, Deusa serena, Serena Forma!
NEL MEZZO DEL CAMIN
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E a alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha.
Hoje, segues de novo...Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo.
Dante Alighieri: “Nel mezzo Del camin de nostra vida / mi ritrovai numa selva oscura”, que fala dos trinta e cinco anos do poeta italiano, da metade do caminho da vida.
E aos mornos beijos, às carícias ternas Da luz, cerrando levemente os cílios Satânia os lábios úmidos encurva, E da boca na púrpura sangrenta Abre um curto sorriso de volúpia. (...)
Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E á tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um céleres voam, Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais...
O parnasianismo no Brasil foi um movimento essencialmente poético tornando-se sinônimo de “academicismo” durante cerca de quarenta anos.
Sepultura d'um Poeta Maldito
Se, em noite horrorosa, escura, Um cristão, por piedade, te conceder sepultura Nas ruínas d'alguma herdade,
As aranhas hão-de armar No teu coval suas teias, E nele irão procriar Víboras e centopeias.
E sobre a tua cabeça, A impedi-la que adormeça.
Hás-de ouvir lobos uivar, Das bruxas o praguejar, E os conluios dos ladrões.
Auto Retrato, Auguste Renoir (1875)