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Eficácia do Agulhamento a Seco em Pontos Gatilho Miofasciais na Redução da Dor, Notas de estudo de Sistemática

Uma revisão sistemática de estudos publicados entre 1990 e 2017 sobre o uso do agulhamento a seco em pontos gatilho miofasciais para redução da dor. Os estudos incluídos mostram que a técnica é eficaz em diferentes regiões anatômicas do corpo, comparada a nenhuma intervenção ou a agulhamento a seco simulado, no curto prazo.

O que você vai aprender

  • Quais são os benefícios da técnica de agulhamento a seco em pontos gatilho miofasciais?
  • Quais são as principais contraindicações para a aplicação do agulhamento a seco em pontos gatilho miofasciais?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Jorginho86
Jorginho86 🇧🇷

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Agulhamento a seco em pontos gatilho miofasciais: uma revisão sistemática
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Revista Conexão Ciência I Vol. 14 I Nº 4 I 2019
Agulhamento a seco em pontos gatilho miofasciais: uma
revisão sistemática.
Dry needling in myofascial trigger points: a systematic review.
Matheus Hissa Lourenço Ferreira1, Paula Ribeiro Terra1, Guilherme Augusto Santos
Araújo2, George Schayer Sabino4
1Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
²Facsete Faculdade de Sete Lagoas, Sete Lagoas, Minas Gerais, Brasil.
³ Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
1Mestre em Enfermagem. Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Programa de Pós-graduação
em Enfermagem, Minas Gerais (MG), Brasil.
Resumo
Introdução: A dor musculoesquelética é a principal causa de quadros álgicos em toda sociedade. Uma
importante causa dessas dores são os pontos gatilho miofasciais, nódulos palpáveis na musculatura
esquelética, hipersensíveis, dolorosos, formados em uma banda tensa, e a presença destes caracteriza
a Síndrome Dolorosa Miofascial. Inúmeros tratamentos são utilizados para essa síndrome, incluindo
o agulhamento a seco, que envolve a introdução de uma agulha no tecido a ser tratado com objetivo
de reduzir a dor. Objetivo: Avaliar o efeito da técnica de agulhamento a seco para redução da dor
causada por pontos gatilho miofasciais mediante uma revisão sistemática. Metodologia: Foram
realizadas buscas nas bases de dados PubMed, Medline, Lilacs, PEDro e SciELO, no período de
1990 até maio de 2017, com os descritores em inglês “trigger points”, “myofascial pain syndromes”
e “needles” em associação, além da utilização do termo livre “dry needling”. Foram incluídos apenas
ensaios clínicos aleatórios. Resultados: Dos 515 artigos encontrados nas bases de dados
mencionadas, 11 atenderam aos critérios de inclusão. Somando as amostras de todos os estudos,
participaram desta revisão sistemática 442 indivíduos, destes, 130 são homens, 253 são mulheres e
59 não tiveram o sexo especificado. Conclusão: A maior parte dos estudos incluídos nesta revisão
sistemática mostram que o agulhamento a seco é uma técnica efetiva para redução da dor causada
por pontos gatilho miofasciais em diferentes regiões anatômicas do corpo a curto prazo, quando
comparadas a nenhuma intervenção ou com agulhamento a seco simulado.
Palavras-chave: Myofascial pain syndromes; Trigger points; Needles; Dry needling.
Autor correspondente:
Matheus Hissa Lourenço Ferreira
Endereço: Rua Célio de Castro, 791, apto 107 - Floresta
CEP 39100-000. Belo Horizonte (MG), Brasil.
Telefone: (31) 98803 8001
Recebido em: 02/04/2018
Revisado em: 26/04/2019
Aceito em: 29/11/2019
Publicado em: 13/12/2019
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Agulhamento a seco em pontos gatilho miofasciais: uma

revisão sistemática.

Dry needling in myofascial trigger points: a systematic review.

Matheus Hissa Lourenço Ferreira^1 , Paula Ribeiro Terra^1 , Guilherme Augusto Santos

Araújo^2 , George Schayer Sabino^4

1 Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

²Facsete – Faculdade de Sete Lagoas, Sete Lagoas, Minas Gerais, Brasil.

³ Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

1 Mestre em Enfermagem. Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Programa de Pós-graduação

em Enfermagem, Minas Gerais (MG), Brasil.

Resumo

Introdução: A dor musculoesquelética é a principal causa de quadros álgicos em toda sociedade. Uma

importante causa dessas dores são os pontos gatilho miofasciais, nódulos palpáveis na musculatura

esquelética, hipersensíveis, dolorosos, formados em uma banda tensa, e a presença destes caracteriza

a Síndrome Dolorosa Miofascial. Inúmeros tratamentos são utilizados para essa síndrome, incluindo

o agulhamento a seco, que envolve a introdução de uma agulha no tecido a ser tratado com objetivo

de reduzir a dor. Objetivo: Avaliar o efeito da técnica de agulhamento a seco para redução da dor

causada por pontos gatilho miofasciais mediante uma revisão sistemática. Metodologia: Foram

realizadas buscas nas bases de dados PubMed, Medline, Lilacs, PEDro e SciELO, no período de

1990 até maio de 2017, com os descritores em inglês “trigger points”, “myofascial pain syndromes”

e “needles” em associação, além da utilização do termo livre “dry needling”. Foram incluídos apenas

ensaios clínicos aleatórios. Resultados: Dos 515 artigos encontrados nas bases de dados

mencionadas, 11 atenderam aos critérios de inclusão. Somando as amostras de todos os estudos,

participaram desta revisão sistemática 442 indivíduos, destes, 130 são homens, 253 são mulheres e

59 não tiveram o sexo especificado. Conclusão: A maior parte dos estudos incluídos nesta revisão

sistemática mostram que o agulhamento a seco é uma técnica efetiva para redução da dor causada

por pontos gatilho miofasciais em diferentes regiões anatômicas do corpo a curto prazo, quando

comparadas a nenhuma intervenção ou com agulhamento a seco simulado.

Palavras-chave : Myofascial pain syndromes; Trigger points; Needles; Dry needling.

Autor correspondente: Matheus Hissa Lourenço Ferreira Endereço: Rua Célio de Castro, 791, apto 107 - Floresta CEP 39100-000. Belo Horizonte (MG), Brasil. Telefone: (31) 98803 8001 Recebido em: 02/04/ Revisado em: 26/04/ Aceito em: 29/11/ Publicado em: 13/12/

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Introdução Segundo Silva, a dor é uma “experiência psicossomática afetada por fatores culturais, históricos, ambientais e sociais”^1. Ela pode ser classificada como aguda, quando possui duração de até seis meses, ou crônica, quando possui duração igual ou superior a seis meses^2. Existem alguns tipos de dores, de origem nervosa, vascular, neuropática, somática e musculoesquelética^3. A dor musculoesquelética é a principal causa de quadros álgicos em toda sociedade, além de ser considerada um problema de saúde pública mundial^4. Ela pode surgir em ligamentos, tendões, ossos, articulações, fáscias e músculos^5. Esse tipo de dor geralmente é aguda ou superficial, diminui à noite ou com interrupção da atividade, pode ser contínua ou intermitente e é agravada pelo estresse mecânico^3. Uma importante causa de dores musculoesqueléticas são os pontos gatilho miofasciais (PGMs), que são nódulos palpáveis na musculatura esquelética, hipersensíveis, dolorosos, formados em uma banda tensa. São classificados em ativos, quando estes produzem dor sem compressão digital, e latentes, quando causam dor apenas à palpação. Podem surgir em qualquer musculoesquelético do corpo devido à sobrecarga por uso repetitivo, traumas, imobilizações, alteração da estrutura óssea, estresse postural, déficits de vitaminas e minerais, desordens metabólicas, fatores psicológicos, entre outros. Os PGMs também podem causar dor referida, quando esta é sentida à distância e raramente coincidem com a distribuição de um nervo periférico ou segmento dermatômico^6. A presença desses nódulos caracteriza a Síndrome dolorosa miofascial (SDM)^7. Para uma abordagem efetiva da SDM causada por PGMs, é necessário identificar as causas que os ocasionaram e corrigi-las. O tratamento consiste na utilização de analgésicos suaves^8 , injeções locais de anestésicos^9 , injeção de corticosteroides, liberação miofascial^6 , além de técnicas como compressão isquêmica ou liberação por pressão^10 , reparo de desequilíbrio biomecânico, organização da relação capacidade e demanda^11 e agulhamento a seco^12. A técnica de agulhamento a seco consiste na introdução de agulhas estéreis de monofilamento fino pela pele até o tecido a ser tratado^13 , com objetivo de estimular fibras alfa-delta, ativar interneurônios encefalinérgicos do corno dorsal da medula e causar supressão da dor por mediação ofioidea. Promove também a dispersão dos Abstract

Introduction : The musculoskeletal pain is the main cause of disorders in all the societies. An

important cause of these pains is the myofascial trigger points, palpable lump in the skeletal

musculature, hiper sensibles, painful, formed in a tout band, and the presence of the same

characterizes Myofascial Pain Syndromes. Countless treatments are utilized for this syndrome,

including the dry needling, which involves the introduction of a needle on the tissue to be treated

with the goal of reducing the pain. Objetives : To evaluate the effect of the dry needling technic and

the reduction of the pain caused by myofascial trigger points through a systematic review.

Metodology: Researches made on PubMed, Medline, Lilacs, PEDro and SciELO databases, between

1990 and may of 2017, with the association of the following descriptors “trigger points”,

“myofascial pain syndromes” and “needles” and with the utilization of the free term “dry needling”.

It was included only random clinical trials. Results: From the 515 articles found on the data bases

mentioned, 11 attended to the inclusion criteria. Summing the samples of all studies, participated of

this systematic review 442 individuals, among them 130 men, 253 women and 59 didn’t have their

sex specified. Conclusion: Most part of the studies included on this systematic review showed that

the dry needling is an effective technic for the reducing of the pain caused by myofascial trigger points

in diferente anatomical regions of the body, for short period time, when compared to any other

intervention or to simulated dry needling.

Keywords: Myofascial pain syndromes; Trigger points; Needles; Dry needling.

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FIGURA 1 – Fluxograma da estratégia de pesquisa e resultado. A TABELA 1 fornece informações referentes aos critérios de inclusão e exclusão dos onze estudos selecionados para revisão sistemática.

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TABELA 1 – Critérios de inclusão e exclusão dos estudos selecionados para revisão.

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Discussão Todos os onze estudos selecionados para esta revisão sistemática tinham como critério de inclusão o local da dor referida dos pacientes e/ou o local da presença dos PGMs. Um incluiu pacientes com dor referida nos isquiotibiais e PGMs nos glúteos^20 , três com dor no ombro e PGMs nos músculos infraespinhosos bilateralmente^21 , trapézio descendente^24 e infraespinhoso^29 , dois na região da face com PGMs no músculo masseter^22 , região temporal e mandibular^25 , dois na região do pescoço com PGMs no músculo trapézio descendente^28 e trapézio ascendente30, um na fascia plantar com PGMs nos músculos da perna e pé^27. Um estudo incluiu pacientes com PGMs nos músculos supraespinhoso, infraespinhoso e glúteo médio do lado direito^23 e outro com PGMs na região posterior do tórax^26. Alguns autores incluíram apenas a presença de PGMs ativos no grupo experimental21,23,26,28,29. Segundo Greve, os principais locais acometidos por pontos gatilho miofasciais são os músculos posturais do pescoço, da cintura escapular e da cintura pélvica, condizendo com os locais da maioria dos estudos incluídos nesta revisão^31. Em relação aos critérios de exclusão, os mais comuns encontrados nos estudos foram fobia de agulha20,22,28,30, uso de medicação anticoagulante20,24,28,29, gravidez de risco21,24^ e gravidez^26 , cirurgias prévias nas regiões a serem tratadas21,24,25,28,29,30, experiência prévia com agulhamento a seco ou acupuntura20,22,24,27, tratamento fisioterapêutico prévio22,28^ ou terapia prévia27,30, infecção local21,24, miopatia ou neuropatia23,29, comprometimentos neurológicos em geral20,22,24, déficits cognitivos24,29,30^ e distúrbios psiquiátricos25,28. Os demais critérios variaram de acordo com cada estudo e região anatômica tratada. Os critérios de exclusão adotados pela maioria dos estudos são, em sua maioria, as contraindicações do agulhamento a seco, que são subdivididas em absolutas e relativas. As contraindicações absolutas são pacientes com fobia de agulha, pacientes relutantes, áreas com linfedema, histórico de reações anormais a injeções ou agulhas, uso de medicamentos anticoagulantes, pacientes que não podem ou não querem dar a permissão e em casos de emergência médica. Já as contraindicações relativas são gravidez, epilepsia, alergia a metais, pacientes com sistema imunológico comprometido e com alterações psicológicas^32. O ano de publicação dos estudos incluídos variou, mesmo com a grande delimitação temporal utilizada como estratégia de busca, de 1990 até maio de

  1. O primeiro estudo incluído foi de 2004^20 , um de 200721 , três de 201022,23,24, dois de 201225,26, dois de 2014 27,28^ e um de 2015^29. Com a estratégia de busca utilizada anteriormente ao ano de 2004, não foram encontrados artigos que atendessem aos critérios de inclusão do presente estudo. A principal justificativa para o primeiro artigo incluído no presente estudo ser de 2004 é que, a partir de 2000, houve grande crescimento e interesse mundial sobre o tema devido à mudança de jurisdições para utilização da técnica, a fácil utilização e ensinamento do procedimento, ao avanço dos estudos dos pontos gatilho e a importância dada a eles, ao estudo aprofundado de alguns autores sobre o tema e ao sucesso do tratamento com a utilização da técnica^19. Dos onze artigos incluídos nesta revisão, oito utilizaram a técnica de Hong como intervenção no grupo experimental20,21,22,24,27,28,29,30. Descrita na literatura em 1994 por Hong como a técnica mais eficaz para alívio imediato e completo da dor, esta consiste em penetrar a agulha no local dos PGMs e realizar movimentos rápidos em forma de pistão, para obter o Local Twitch Response (LTR), uma contração involuntária, localizada e temporária em uma parte da faixa tensa durante a inserção da agulha no ponto^33. Um estudo utilizou a inserção da agulha perpendicular ao PGMs^26 , um o agulhamento a seco profundo^25 , e em um a profundidade de inserção da agulha variou conforme o participante^23. Dois estudos utilizaram apenas um instrumento para analisar a eficácia da técnica antes e após o procedimento. Um utilizou a Escala Visual Analógica (EVA)^20 e outro utilizou o Algômetro de pressão^23. Outros autores associaram dois instrumentos de análise. Dois utilizaram a associação da EVA e Algômetro de pressão21,25, quatro utilizaram a associação da Escala de

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Estimativa Numérica (EEN) com o Algômetro de pressão22,24,28,29, um utilizou a EVA e o questionário de qualidade de vida Short Form – 36 (SF-36)^26 e um estudo utilizou o Questionário de Estado de Saúde do Pé (FHSQ) associado com a EVA^27. Apenas um estudo utilizou três instrumentos de análise, a EVA, o algômetro de pressão e o Questionário de dor no pescoço (NPQ)^30. Apesar da avaliação da dor por escalas ser subjetiva e influenciada por alguns fatores, elas são validadas e demonstram ser confiáveis34, assim como o FHSQ e NPQ, que mostrou boa capacidade de resposta e confiabilidade35,36, e o SF- 36, validado para língua utilizada no estudo em questão^37. O Algômetro de pressão, técnica semiquantitativa, mostrou alta confiabilidade intra e interexaminador38,39. Alguns autores sugerem que uma a três sessões é o suficiente para casos subagudos, mas podem ocorrer variações por fatores geneticamente determinados, e pode haver a necessidade três ou mais sessões em casos crônicos, até no máximo seis sessões16,40. Alguns estudos da presente revisão utilizaram apenas uma aplicação da técnica20,21,23,24,28,29,30, e os demais22,25,26,27^ utilizaram duas sessões com sete dias de intervalo^22 , três sessões com sete dias de intervalo entre cada uma^25 , seis sessões em quatro semanas. As primeiras quatro sessões realizadas nas duas primeiras semanas e as duas últimas, uma vez por semana^26 , e um tratamento por semana, durante seis semanas^27. Três autores utilizaram medidas após aplicação da técnica apenas de imediato21,24,25. Quatro autores também utilizaram medidas imediatamente após a técnica, porém, utilizam um follow-up maior em medidas posteriores, como vinte e quatro e setenta e duas horas após^20 , quatro semanas após^26 , uma semana após^29 , uma semana e um mês após^30. Três autores não avaliaram imediatamente após a técnica, mas cinco minutos depois^22 , um, três, cinco, dez e quinze minutos após^23 e dez minutos e sete dias posterior a intervenção^28. Apenas dois estudos26,30^ avaliaram se a redução da dor se mantinha em um prazo maior que quatro semanas, assim, a maioria dos estudos avaliou apenas resultados da efetividade da técnica a curto prazo. Alguns estudos avaliaram os resultados da técnica no local realizado e nas zonas de dor referida. Um estudo^21 realizou a técnica no músculo infraespinhoso e avaliou o limiar de dor à pressão no deltoide anterior e extensor radial longo do carpo, que são zonas de referência para PGMs no músculo infraespinhoso^6 , e concluiu que tanto o músculo tratado quanto os locais de dor referida mostraram redução significativa da dor. Outro estudo^24 realizou a técnica em um PGM latente no extensor radial longo do carpo para avaliar os efeitos em um PGM ativo no trapézio descendente e concluiu que o agulhamento a seco em um PGM distal pode fornecer um efeito remoto para reduzir a irritabilidade de um PGM proximal. Com o mesmo objetivo, um estudo^20 tratou o músculo glúteo e avaliou, além do local tratado, os músculos isquiotibiais, por também ser zona de referência de PGMs no glúteo^6 , mas não encontrou redução significativa da dor, quando comparou o grupo experimental e controle. Ainda com o objetivo de avaliar os efeitos da técnica em um local distante da região tratada, para observar uma possível ligação neurológica, um estudo^23 tratou pacientes um PGM ativo no músculo supraespinhoso, e avaliou o músculo infraespinhoso, que estariam ligados neurologicamente pelo segmento C5 e C6, e glúteo médio, que não estariam conectados neurologicamente, por ter correspondência medular em L4, L5 e S1^23. Concluiu que a estimulação de um ponto específico pode reduzir dor em pontos afastados por meio de mecanismos medulares de controle da dor^14. Um único estudo que utilizou a técnica de Hong^32 não encontrou alterações significativas para redução da dor no glúteo em ambos os grupos^20. Esse resultado pode ter sido encontrado pelo fato de que no grupo controle, foi aplicada uma pressão de dez segundos até um minuto em cada PGM, com movimentos da agulha, sem penetrar a pele, com objetivo de simular o agulhamento a seco real. A pressão exercida suficientemente para simular o agulhamento a seco real pode feito com que, de forma indireta, a técnica de compressão isquêmica tenha sido realizada, descrita na literatura como efetiva para o tratamento desses pontos, incluindo a diminuição do

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6 - SIMONS, D. G.; TRAVELL, J. G.; SIMONS, L. S.

Dor e Disfunção Miofascial: Manual dos pontos-gatilho. Tradução 2. ed. Porto Alegre - RS: Artmed, 2005. 7 - YENG, L. T.; KAZIYAMA, H. H. S.; TEIXEIRA, M. J. Síndrome Dolorosa Miofascial. Jornal Brasileiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial, Curitiba, v.3, n.9, p. 27 - 43, 2003. Disponível em < http://www.dtscience.com/sindrome-dolorosa- miofascial>. Acesso em: 19 jun. 2017. 8 - BENNETT, J.; PLUM, F. Tratado de medicina interna. Tradução 20. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9 - ALVES, O. N.; COSTA, C. M. C.; SIQUEIRA, J. T. T.; TEIXEIRA. M. J. Dor Princípios e práticas. Tradução

  1. ed. Porto Alegre - RS: Artmed, 2009 10 - DE BOM, Renan. Análise eletromiográfica de superfície na musculatura do trapézio nos servidores da Unesc: um estudo comparativo da aplicação da técnica de digito pressão. Monografia, Pós-graduação em Fisioterapia Traumato Ortopédica, Universidade do extremo sul catarinense – UNIESC, Criciúma - SC, jun.
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13 - AMERICAN PHYSICAL THERAPY

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