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A história de duas figuras importantes da arquitetura e urbanismo brasileiros: affonso eduardo reidy e carmen portinho. A partir de sua primeira parceria na construção de uma escola no rio de janeiro em 1933, os dois se consagraram como líderes na área, influenciados pela formação intelectual e pelas transformações políticas, sociais e econômicas do brasil na década de 1920. Reidy, com influências nórdicas e mediterrâneas, e carmen, com sua ligação à arquitetura moderna, desenvolveram projetos que priorizavam o bem-estar social. A documento também relata suas interações com figuras importantes do campo da arquitetura, como le corbusier, e a importância de suas obras na história da arquitetura moderna brasileira.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Programa de Pós-Graduação em Arquitetura - PROARQ
Cynthia Caroline E. S. Cavalcante
2008
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Programa de Pós-Graduação em Arquitetura - PROARQ
Cynthia Caroline E. S. Cavalcante
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro Agosto de 2008
Cavalcante, Cynthia Caroline Espírito Santo, Affonso Eduardo Reidy: reciprocidades / Cynthia Caroline Espírito Santo Cavalcante. – Rio de Janeiro: UFRJ / FAU, 2008. x, 122f. : il., 30 cm. Orientadora: Elizabete Rodrigues de Campos Martins. Dissertação (Mestrado) – UFRJ / PROARQ / Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, 2008. Referências bibliográficas: p. 99-122.
Cynthia Caroline E.S Cavalcante
Elizabete Rodrigues de Campos Martins Orientadora
Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em História da Arquitetura.
Propomos reconstruir e resgatar historicamente o ofício do arquiteto, Affonso Eduardo Reidy discutindo seu diferencial entre outros arquitetos sob as influências de Le Corbusier (como, por exemplo, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer). Curiosamente, ao contrário de seus jovens companheiros que juntos traçaram a rota da arquitetura moderna brasileira, o nosso autor se destacou adotando às causas sociais como principal objeto de sua criação. Nossas questões se encontram estampadas nas páginas dos mais importantes jornais brasileiros e internacionais, bem como em outras publicações e entrevistas pertinentes ao tema, na construção e desenvolvimento do Brasil moderno. Destacamos o recorte cronológico no período de transição entre os séculos XIX e XX – espaço de tempo que revela as fortes influências sofridas em sua carreira e engloba os acontecimentos relacionados à arquitetura moderna no desenvolvimento
Cynthia Caroline E.S Cavalcante
Elizabete Rodrigues de Campos Martins Orientadora
Abstract da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em História da Arquitetura.
This work proposes a historical reconstruction of the architectonic activity of Affonso Eduardo Reidy, discussing the distinctive features between him and the other architects influenced by Le Corbusier (such as Lucio Costa and Oscar Niemeyer). Curiously, unlike their young fellows who set up together the route of the Brazilian modern architecture, he is noticeable for adopting the social causes as the main object of his creation. The research covered the events related to the development of modern architecture, during the transition from the nineteenth to the twentieth century, and its effects upon Reidy’s academic and professional life. The Brazilian 1930s decade, marked by the cultural, political and intellectual movements in the construction of modern Brazil is examined by using the material found in the most important Brazilian and international newspapers, as well as other publications and interviews, revealing the roots of Reidy’s social architecture. The study points out the important role of his
family, specially the influence of his grandfather, the Italian engineer Tommaso Gaudencio Bezzi and his partner, the engineer and urbanist Carmen Portinho, recognizing and characterizing the origins that allowed him to become a legitimate representative of the Brazilian social architecture of international renown.
Keywords: Affonso Eduardo Reidy, architecture, modernism, history and press.
Rio de Janeiro Agosto de 2008
Agradecimentos
À querida Elizabete Martins, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Documentação da FAU/UFRJ, pelo importante papel que vem exercendo neste Núcleo, que num ambiente motivado pela descoberta incessante conseguiu a difícil tarefa de despertar num só tempo, o interesse de graduandos das mais diversas áreas: história, pintura, arquitetura e física. Agradeço em nome de todos os seus meninos- estagiários que passaram pelo NPD e complementaram seus conhecimentos em meio aos traços de nanquim e aquarela, pequenos mundos descobertos naquelas tardes maravilhosas. E foi em meio a este vasto acervo que engloba coleções de diversos períodos da história de nossa arquitetura, que tive a oportunidade de pesquisar e auxiliar na organização da coleção do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, objeto principal desta pesquisa.
[Introdução] Influências
Analisar a trajetória do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, deixa evidente a impossibilidade de traçar o percurso de seu ofício, somente por suas ações individuais. É evidente que as boas intenções e o domínio da técnica são condições necessárias, mas não suficientes, para que uma arquitetura venha atender às reais necessidades de uma sociedade. Por isso, não abordamos as qualidades arquitetônicas e urbanísticas de suas obras, mas, as questões pessoais, as relações de amizade e parentesco, a ação política, a preocupação social e os valores éticos. A abundância documental produzida sobre o arquiteto desperta a curiosidade de suas origens, já que, não raras foram às vezes em que artigos de importantes revistas e jornais da época, como O Estado de São Paulo 2 e o Correio da Manhã 3 , dentre outros, manifestaram tais característica antes de se pronunciarem sobre a obra do arquiteto. Sua genealogia de origens nórdicas e latinas revelou um círculo composto de distintas gerações de engenheiros que em diferentes épocas participaram ativamente do desenvolvimento social e político do país. Neste particular, seu avô, o italiano Tommaso Gaudencio Bezzi, que trabalhou para a Corte Imperial no final do século XIX, obteve grande destaque difundido pela imprensa da época em artigos publicados nos mais importantes jornais, como Jornal do Commercio 4 , Diário Popular 5 , Correio Paulistano^6 e o Mercantil. 7 A partir do reconhecimento desta origem, exposta ao público pela imprensa, torna-se possível definir seu caráter firme e sua personalidade marcante, características muitas vezes apontadas para retratar a atuação de Reidy em seus projetos, “o que indica claramente que Reidy tanto no sangue como pela educação reúne e concilia
(^2) FERRAZ, Geraldo. Affonso Eduardo Reidy. O Estado de São Paulo , São Paulo, 14 jul. 1962. (^3) MAURÍCIO, Jayme. Itinerário das artes plásticas. Bloc relembra Reidy. Jornal do Brasil , Rio de Janeiro, 18 abr. 1965. (^4) Viagem de Suas Altezas. Jornal do Commecio , Rio de Janeiro, 26 nov. 1884. (^5) Monumento do Ypiranga. Diário Popular , São Paulo, 29 out. 1885. (^6) Monumento do ypiranga. Correio Paulistano , São Paulo, 30 abr. 1890. (^7) Exposição Continental. O Mercantil , São Paulo, 19 out.1890.
influências nórdicas e mediterrâneas” 8 , origem que esclarece diversas escolhas e atitudes do arquiteto, muitas vezes distintas dos outros companheiros de sua geração. 9 Apesar da importância de seus antecedentes familiares em sua formação intelectual foi a atuação direta de sua companheira a engenheira e urbanista Carmen Portinho, que se revelou fundamental no desenvolvimento não só do seu ofício, mas também da arquitetura moderna brasileira e do desenvolvimento social e político do país.^10 A largada profissional entre o arquiteto e a engenheira foi alcançada de maneira mútua, já que a primeira parceria do casal se deu com a construção de uma escola no subúrbio do Rio de Janeiro em 1933, com elevado grau de importância por representar o segundo projeto de Reidy que fora construído, e a primeira experiência de Carmen como responsável por uma construção. Apesar de ter sido sua primeira atuação como engenheira chefe numa obra, Carmen já vinha estampando sua atuação política a pelo menos dez anos nas principais revistas e jornais do país, como a Revista Para Todos, Careta, Revista da Semana, O Globo^11 , O Jornal 12 , O Paiz 13 , Diário Carioca 14 e o Diário da Noite. 15 Sua influência no desenvolvimento da arquitetura moderna brasileira se deu primeiramente com a criação da Revista da Diretoria de Engenharia da Prefeitura do Distrito Federal no início da década de 30. Primeira publicação oficial a divulgar a produção de engenheiros e arquitetos do país. Logo nos primeiros números lançados em 1932, foram publicados dentre vários outros, o primeiro projeto de autoria de Reidy, o Albergue da Boa Vontade, além de projetos de Lúcio Costa e
(^8) TALABOT, Gerald Gassiot. O estilo e a obra de Affonso Eduardo Reidy. Arquitetura e Urbanismo , São Paulo, n. 30, dez. 1964. p. 16. (^9) Ibid., p. 17. (^10) COSTA, Vera Rita. Carmen Portinho: As lutas de uma pioneira. Ciência Hoje : revista de divulgação científica da SBPC. Rio de Janeiro, v. 20, n. 115, nov. 1995. Mulheres Cientistas, edição especial. p.48. (^11) Os passos do feminismo. O Globo , Rio de Janeiro, 1926. (^12) Uma fase de propaganda feminina. O Jornal , Rio de janeiro, 13 mai. 1928. (^13) Mulheres engenheiras. O Paiz , Rio de Janeiro, 11 mar. 1929. (^14) O feminismo realizador. Diário Carioca , Rio de Janeiro, 21 jun. 1931. (^15) A ojeriza do Capitão Chevalier pelas mulheres com pretensões a ser homem. Diário da Noite , Rio de Janeiro, 1931.
internacionais que freqüentemente vinham ao país a fim de entender e conferir de perto este novo rumo que a arquitetura moderna brasileira tomava. 22 Após este reconhecimento Reidy passou a ser alvo das principais revistas especializadas fazendo com que seu prestígio internacional fosse difundido e aclamado por importantes figuras como Le Corbusier, Max Bill e Sigfried Giedion 23 , ente outros. Se antes a abundância documental proveniente de artigos de jornais e revistas publicados pela imprensa nacional manifestou as atuações do legado familiar de Reidy, desta vez o foco metodológico se volta para a imprensa internacional, especialmente a americana e européia que com freqüência publicaram projetos brasileiros em revistas especializadas como a francesa Architecture Aujourd’hui, a britânica Architectural Review e a italiana Casabella. 24 Esta nova abordagem além de transpor a segunda fase da carreira de Reidy expõe um momento de reciprocidade, do qual o arquiteto exibe sua influência profissional pela imprensa internacional em contraponto com a síntese resultante de sua genealogia nórdica e latina absorvida ao longo de sua trajetória, tantas vezes observada pela imprensa nacional ao tratar de seus projetos de cunho exclusivamente social, “disposição certamente derivada de uma consciência aguda do contexto sócio-econômico local”. 25 Apesar desse novo olhar estrangeiro filtrar o que lhe é conveniente, “ora ressaltando um aspecto, ora diminuindo outro muitas vezes desviando e, distorcendo a realidade 26 , o mais importante é observar que o real sentido da arquitetura, em particular a produzida por Reidy, resistiu ao tempo e ainda hoje manifesta interesse e admiração nacional e internacional. 27
(^22) Ibid. (^23) BONDUKI, Nabil Georges. Affonso Eduardo Reidy. São Paulo: Ed. Blau; Lisboa: Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, 1999. (^24) TINEM, Nelci. Arquitetura Moderna Brasileira: a imagem como texto. Arquitextos , São Paulo, v. 72, mai. 2003. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/resenhas/textos/ resenha066.asp>. Acesso em 15 mar. 2007. (^25) KAMITA, João Massao. O Rigor do Método. Arquitetura e Urbanismo , São Paulo, ano 9, n. 47, abr./mai. 1993. p. 74. (^26) LARA, Fernando. Espelho de fora: arquitetura brasileira vista do exterior. Arquitextos , São Paulo, n. 4, set. 2000. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/ arq000/esp012.asp>. Acesso em 13 jun. 2007. (^27) FREIRE, Américo (org.); OLIVEIRA, Lúcia Lippi (org.). Capítulos da memória do urbanismo carioca : depoimentos ao CPDOC/FGV. op. cit. p.21.
[Capítulo I] Os reflexos nórdicos
A Influência Européia
“O homem define seu estilo por seus fundamentos atávicos, por sua educação familiar, por sua formação profissional, pelos mestres que elegeu pelo clima arquitetônico em que realizou a sua obra, por ação e por reação”.^28
O momento histórico de transformações políticas, sociais e econômicas que o Brasil transpunha no final da década de 1920 favoreceu a concretização dos projetos traçados por Reidy, embora sua formação intelectual e seu olhar visionário certamente também estivessem intimamente ligados ao riquíssimo e, porque não dizer misturado, histórico familiar do arquiteto, reiterando a idéia de Talabot na epígrafe deste. Oriundos de reflexos anglo-saxônicos, com fortes impulsos latinos e, principalmente da marcante influência de sua companheira, a engenheira e urbanista Carmen Portinho, em seus mais importantes projetos realizados. O oficio de urbanista e a admiração pela engenharia antecede as barreiras da academia e recai sobre seus antecessores familiares. Tanto o avô do lado materno, quanto seu pai foram engenheiros que exerceram seu oficio na participação do processo de desenvolvimento do país. A análise de seus antecedentes é interessante para que possamos entender o diferente caminho traçado por este arquiteto precursor do movimento moderno, de renome mundial e saudoso por todos que o conheceram. Como os personagens renomados do campo da arquitetura, por exemplo, Le Corbusier que ao aludir à arquitetura brasileira se referia a Reidy, ou Sigfried Giedion e Klaus Frank que em co-autoria escreveram um importante livro sobre ele 29 , ainda pouco conhecido no Brasil, demonstrando grande admiração por este arquiteto.^30 Mas qual foi o diferencial desse arquiteto que tanto conquistou grandes admiradores? Por que, ao contrário de seus jovens amigos que juntos traçaram a
(^28) TALABOT, Gerald Gassiot. O estilo e a obra de Affonso Eduardo Reidy. loc. cit. (^29) GIEDION, S; FRANCK, Klaus. Affonso Eduardo Reidy : Bauten und Projekte. Stuttgart: Gerd Hatje, 1960. (^30) FERRAZ, Geraldo. Affonso Eduardo Reidy. op. cit.
elaboração do primeiro Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro, “tendo passado posteriormente a seu principal assistente, funções estas que ocupou até a extinção do Escritório do Plano” 34 adquirindo importante experiência. 35 Esta participação rendeu a Reidy um passo a frente de seus companheiros da academia, num momento de rupturas com o passado, proposto pelo Plano Diretor, a fim de modernizar a capital federal, cujos primeiros ensaios foram traçados por seu avô, o engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi 36 , com a construção do Clube Naval 37 , construído entre 1905 e 1910, na Avenida Central (fig1), 38 , inaugurada em 1905, transformando “(...) a paisagem daquela que foi, em três tempos, a capital luso-brasileira, imperial e republicana deste país (...)”. 39
Fig.1 Avenida Central, c.1910. Fonte: Retratos de Cidades. 1994. p. 176
As forças armadas foram representadas pelo Club Militar e pelo Club Naval, -cuja fachada escolhida foi projetada por Tommaso Gaudenzio Bezzi, avô materno de
(^34) TALABOT, Gerald Gassiot. O estilo e a obra de Affonso Eduardo Reidy. op. cit. p. 19. (^35) KAMITA, João Massao. O Rigor do Método. Arquitetura e Urbanismo , São Paulo, ano 09, n. 47, abr./mai. 1993. p. 75. (^36) Bezzi nasceu em Turim, Itália em 1844. Foi membro do Instituto dos Engenheiros em Londres; tenente-coronel e delegado da”Croce Rossa Italiana in Brasile”; comendador da “Corona d’Itália”; oficial da”Ordine dei SS. Maurizio e Lazzaro”; e oficial da legião de Honra Francesa. Após participar da campanha de unificação de sua terra natal foi rumo á Europa e América do Sul, especificamente Uruguai e Argentina partiu posteriormente para o Brasil, onde permaneceu até sua morte em 1915. (^37) FERREZ, Gilberto. Álbum da Avenida Central : um documento fotográfico da construção da avenida. Rio Branco: 1903-1906. [São Paulo]: Ed. Ex Libris, 1982. p. 182. (^38) A Avenida passou a se chamar Avenida Rio Branco após a morte do Barão do Rio Branco em 10 de fevereiro de 1912. (^39) PEREIRA, Renata de Faria. Avenida Central: marco do crescimento. Arquitetura e Urbanismo , São Paulo, n. 23, abr./mai. 1989. p. 96.
Reidy- que representou muito bem a instituição diante de seu histórico de condecorações militares. Até 1910 a Avenida compunha-se de 83 prédios, hoje restam apenas 10, dentre eles o Clube Naval.^40 Além do Clube Naval, (fig 2), Bezzi projetou o antigo Banco do Comércio localizado na Rua 1° de Março (1882), foi o responsável pela reforma do edifício Itamarati, sede do Ministério das Relações exteriores cuja ala esquerda construiu inteiramente 41.
Figura 2. Projeto de Tommaso Gaudenzio Bezzi para o Clube Naval, Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 1905. Acervo Museu paulista/USP (Coleção Bezzi). Fonte: WITTER, J.S.; BARBUY, H. (Org.). Museu Paulista, um monumento no Ipiranga: história de um edifício centenário e de sua recuperação. São Paulo: FIESP, 1997
Para São Paulo Tommaso projetou em 1886 o primeiro velódromo da cidade de São Paulo que fora construído por Giuseppe Valori em 1892, no local onde hoje se encontra a Rua Nestor Pestana. Antes de sua chegada ao Brasil, o engenheiro Bezzi havia participado do processo de modernização da Argentina, onde desenvolveu o projeto para um Boulevard entre 1871 e 1873, (Anexo A), projetos para residências, (Anexos B e C), prédios e estabelecimentos para linhas telegráficas na região Platina e em Buenos Aires. Rumo à Itália, Bezzi passou pelo Brasil e ficou hospedado na residência do Visconde do Rio Branco 42 onde se encantou pela cidade e estabeleceu fortes
(^40) Ibid. (^41) DEBENEDETTI, Emma; SALMONI, Anita. Arquitetura Italiana em São Paulo. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1981. p. 40. (^42) Em maio de 1876, o deputado José Maria da Silva Paranhos Júnior tornou-se cônsul do Brasil em Liverpool, Inglaterra. Após a Proclamação da República, ele assumiu o cargo de superintendente