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Administração Fin.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Uma das possíveis maneiras de se caracterizar a função financeira de uma empresa é categorizar as áreas que exigem tomada de decisões pelos executivos responsáveis. Isso não nos diz o que esses executivos fazem especificamente (trataremos desse aspecto na próxima secção deste capítulo), mas define o tipo de problema com o qual estão envolvidos.
Costuma-se classificar esses problemas de duas maneiras:
a) segundo áreas de decisões de investimento, financiamento e utilização do lucro líquido; b)segundo tarefas de obtenção de recursos financeiros e análise da utilização desses recursos pela empresa.
Inicialmente, discutiremos o problema segundo o enfoque sugerido na primeira subdivisão. A segunda alternativa, porém, será usada nas duas próximas secções deste capítulo, ao tratarmos das atribuições do administrador financeiro e apresentarmos a organização típica da função financeira numa empresa. As principais áreas de decisões na administração financeira de uma empresa são as seguintes:
a) Investimento: neste caso, a preocupação primordial diz respeito à avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos nas atividades normais da empresa.
Consiste ainda num conjunto de decisões visando dar à empresa a estrutura ideal em termos de ativos — fixos e correntes — para que os objetivos da empresa como um todo sejam atingidos.
Nesta área, o enfoque básico é a obtenção do maior resultado (retorno) possível, dado o risco que os proprietários da empresa estão dispostos a correr. Os instrumentos necessários para a tomada de decisões de investimento serão apresentados mais adiante, que tratam de técnicas de avaliação de investimentos em ativos fixos, e no que se refere a ativos correntes. b) Financiamento: nesta segunda área, o que se deseja fazer é definir e alcançar uma estrutura ideal em termos de fontes de recursos, dada a composição dos investimentos.
É preciso compreender, desde já, que a função financeira, cuja finalidade é assessorar a empresa como um todo proporcionando-lhe os recursos monetários exigidos, não determina, por isso mesmo, quais as aplicações a serem feitas pela empresa. Isso decorre dos objetivos e das decisões da administração e/ou dos proprietários da empresa em um nível mais alto — o nível estratégico. Por sua vez, tais decisões determinam em que setor a empresa irá atuar e isso condiciona a estrutura do ativo, dada a tecnologia existente no setor escolhido. A administração financeira resta conseguir os recursos necessários para financiar essa estrutura de investimento ao mais baixo custo possível. Tal é o escopo das atividades nesta segunda área fundamental de decisões financeiras.
Para esclarecer um pouco melhor basta dizer que é preciso determinar os custos e as outras condições de cada fonte disponível de recursos (prazos, datas de pagamento, garantias exigidas, e assim por diante), conceber métodos para ter acesso a essas fontes, e procurar montar a melhor estrutura possível de fontes. A melhor estrutura financeira possível pode ser caracterizada como aquela em que o custo médio ponderado das fontes utilizadas é o mais baixo possível, embora o custo possa não ser o único fator determinante da composição da estrutura de fontes de recursos financeiros de uma empresa.
Por sinal, assim como a estrutura de investimento de uma em 0 0 1 F presa, que reflete as decisões da primeira área, está corporificada na composição do ativo em seu balanço geral, as decisões desta segunda área refletem-se no lado do passivo do balanço: que fontes de recursos vêm sendo usadas pela empresa até o momento ou serão empregadas para sustentar atividades futuras, caso se esteja falando de uma projeção do balanço.
c) Utilização (destinação) do lucro líquido: por fim, há uma área de decisões, também comumente conhecida pelo nome de política de dividendos, que se preocupa com a destinação dada aos recursos financeiros que a própria empresa gera em suas atividades operacionais e extra- operacionais.
É ao discutirmos os principais problemas desta área que surgem as indicações mais claras do inter-relacionamento das áreas de investimento, financiamento e utilização do lucro liquido.
O inter-relacionamento deve-se ao fato indiscutível de que o lucro retido pela empresa (ou
seus compromissos ex0 0 1 F ternos de pagamento e fornecendo os recursos para sustentar o nível previsto de operações.
Se a liquidez (capacidade de pagar dividas no vencimento e no valor correspondente) for excessiva, tal como indicada pelas necessidades previstas numa projeção do movimento de fundos, saber-se-á por quanto tempo os fundos excedentes poderão ser aplicados, e em que volume. Nesse sentido, o objetivo é evitar que esses recursos monetários se desvalorizem (por inflação e/ou não aproveitamento de oportunidades de rendimento) ao permanecerem ociosos.
Alternativamente, a projeção pode indicar que nas condições presumidas de atuação a liquidez será insuficiente, levando a empresa a um risco muito alto de insolvência. Essa constatação serve de aviso para medidas conducentes à obtenção de recursos adicionais, nas condições de prazo e montante exigidas e apontadas como necessárias por essa projeção.
Por fim, a projeção pode indicar que a liquidez ou disponibilidade de fundos em conseqüência das atividades programadas é satisfatória. Nada haverá a fazer neste caso, pois estará sendo reconhecido, ao mesmo tempo, que as atividades poderão ser desenvolvidas normal 0 0 1 F mente, com os recursos disponíveis, e que o risco de insolvência assumido será aceitável.
Essa projeção é representada por um orçamento de caixa que reflete as entradas e saídas previstas para um dado período em conseqüência das atividades empresariais programadas. Trata- se, como orça 0 0 1 F mento, de uma peça do planejamento orçamentário global de um exercício (período). Além dele, as empresas podem fazer uso de projeções de fluxo de caixa, o que ocorre com freqüência. Trata-se de projeções mais limitadas, no tempo, das entradas e saídas já definidas por vendas a prazo efetuadas, empréstimos e financiamentos já contratados, e compromissos de pagamento assumidos e conhecidos.
c) Aplicação de fundos excedentes , com o maior rendimento possível e com velocidade de resgate suficientemente grande para recuperar o dinheiro, caso surja necessidade. E a política que decorre da situação de liquidez excessiva, conforme o exposto acima sobre a atribuição (b).
d) Fornecimento à alta administração de informações sobre as perspectivas financeiras futuras da empresa. Estas informações ajudam a toma0 0 1 F da de decisões de compra, comercialização de produtos ou serviços, fixação de preços, etc., que não são tomadas diretamente pelo administrador financeiro, mas possuem aspectos financeiros ou são suficientemente amplas e importantes para exigir coordenação entre diversas áreas funcionais, como produção, marketing, pessoal, e finanças.
e) Elaboração de planos para fontes e usos de fundos, a curto e a longo prazos , levando- se em conta os custos das fontes e os lucros possibilitados pelas aplicações. Neste caso, a principal diretriz de raciocínio é o conjunto dos objetivos gerais da empresa, fixados pela alta administração.
Como se pode notar, as atribuições (a), (b) e (c) são especificas à administração financeira, e nessas atividades podemos encontrar o tipo de trabalho no qual o administrador financeiro caracteriza-se mais por relações de linha com os componentes dos departamentos da própria área financeira, organizados para executar essas tarefas. Nos outros casos, porém, observamos mais uma tarefa de assessoramento à alta administração e a outros setores da empresa.
1.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL TÍPICA DA FUNÇÃO FINANCEIRA
A Figura 1.1 é uma visão esquemática da maneira pela qual as diversas atividades próprias da administração financeira de uma empresa podem ser normalmente estruturadas.
Figura 1.1. Estrutura típica da função financeira de uma empresa.
Não se pretende afirmar, evidentemente, que seja necessário a toda e qualquer empresa adotar esse tipo de estrutura para ter uma boa administração financeira. Ao contrário, são as circunstancia reveladoras de boa ou má administração que tendem a conduzir a mudanças de estrutura.
E possível haver casos em que uma só pessoa é, ao mesmo tempo, diretor financeiro, tesoureiro e controlador. Basta que seja responsável pela supervisão de todas as subáreas indicadas na Figura 1.1. Em outros casos, um diretor administrativo, por exemplo, pode exercer todas essas outras três funções, além de cuidar de problemas de pessoal, salários, etc.
O importante, no caso presente, é verificar como essa forma de estruturar a função financeira diferencia as atividades com dois enfoques distintos (contribuindo para maior especialização e eficiência).
A área do tesoureiro está mais voltada para atividades que compreendem o uso de dinheiro, a sua manipulação e a posse real de fundos, enquanto a do controlador preocupa-se com os controles e os fluxos de informações dentro da em 0 0 1 F presa. A primeira área tem contato com o público e a segunda possui tarefas quase exclusivamente voltadas para dentro da empresa.
Por fim, podemos ainda dizer que a área de tesouraria está mais preocupada com os aspectos de obtenção de fundos, enquanto a de controladoria dedica-se primordialmente à análise da eficiência relativa com que os recursos obtidos são aplicados pela empresa.
Encerrando esta seção, cumpre acrescentar que o diretor financeiro deve preocupar-se com a coordenação das áreas em que se subdivide a administração financeira. Cabe-lhe, como membro da diretoria da empresa, participar da formulação de políticas para toda a organização e, em sua área, supervisionar a execução das atividades necessárias à execução dessas políticas.
Como veremos mais adiante, uma empresa pode ter um conflito interno entre liquidez e rentabilidade refletido em opiniões antagônicas sobre o modo pelo qual os fundos devem ser utilizados. Alcançar a formulação de políticas conducentes à combinação ótima de tais objetivos é tarefa do diretor financeiro que, além disso, representa esta área funcional na diretoria executiva da empresa.
1.4 DEFINIÇÃO E OBJETIVOS DA FUNÇÃO FINANCEIRA 1.4.1 Definição Em vista do que foi exposto até esta altura, a definição da função de administração financeira não deve estar muito longe. Resta apenas considerar os objetivos para os quais está voltada, o que será feito ainda nesta secção.
Segundo ARCHE R e D’AMBROSIO, C.A. Administração financeira. São Paulo, Editora Atlas e Editora da Universidade de São Paulo 1969, p. 367 “ a função financeira compreende os esforços dispendidos objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização dos retornos dos proprietários das ações ordinárias da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de um certo grau de liquidez”.
1 .4.2 Objetivos da função financeira A definição anterior deixa bem claro que o objetivo básico implícito nas decisões de administração financeira é a maior rentabilidade possível sobre o investimento efetuado por indivíduos
Como se observa, ao fim de três anos o rendimento total — isto é, a soma dos dividendos totais — terá sido o mesmo. As três ações, porém, têm valores diversos. Qual das três ações possui valor mais alto?
Sem dúvida, a ação da empresa C, pois recebe-se o mesmo dividendo total mais rapidamente, oferecendo ao investidor a possibilidade de, tendo o dinheiro em mãos, reaplicá-lo para conseguir um retorno adicional ou comprar bens de consumo que satisfaçam alguma necessidade corrente. Essa é a noção básica subjacente a comparações de alternativas com base no conceito de valor atual, que voltará a ser discutido mais detalhadamente nos Capítulos 2, 3 e 4.
No caso acima, o valor atual da riqueza do investidor seria maximizado se ele escolhesse tornar-se acionista da empresa C.
certo que, tomando-se uma empresa isolada, pode-se discutir se a retenção de lucros agora não levará a dividendos futuros mais do que compensadores, mesmo em termos de valor de agora, isto é, valor atual.
A Figura 1 .2 é uma representação esquemática da movimentação de dinheiro dentro de uma empresa. Ela possui uma particularidade que merece explicação. Trata-se dos contatos da empresa com o ambiente externo, através das entradas e sai’das de dinheiro. A atividade da empresa está representada pelo retângulo central que abrange toda a movimentação interna de dinheiro. A esquerda e à direita do retângulo central encontramos o “mercado de fundos”, representando o setor da economia em que atuam as forças de oferta e procura (e determina o preço) dos recursos que a administração financeira deve obter para sustentar as atividades da empresa. Nota-se assim que as entradas de capital podem provir: de terceiros (em 0 0 1 F préstimos e financiamentos), da venda de produtos ou serviços (contas a receber), da liquidação de ativos imobilizados ou ativos financeiros, e dos proprietários (recursos próprios, aumentos de capital).
Na outra extremidade temos os pagamentos efetuados para remunerar (1) terceiros (principal e encargos de empréstimos e financiamentos), (2) proprietários (dividendos), (3) fornecedores de serviços e bens à empresa (fornecedores, funcionários, arrendadores), e para o pagamento de impostos. Figura 1.2 Representação esquemática da movimentação do dinheiro
Nesta análise, muitos dos fatos importantes são incertos; assim, o primeiro problema é reduzir a área de incerteza antes de a decisão ser tomada. O segundo problema é assegurar-se de que todos os fatos conhecidos estão corretamente determinados e quantificados. Tanto os fatos conhecidos como os incertos são estimados em termos de caixa, e os métodos de estimativa de investimento de capital centram-se nos fluxos de caixa. A seleção dos projetos de investimento é sempre uma questão de descobrir qual dentre as alternativas que se apresentam é melhor segundo o ponto de vista da firma. Pela quantificação das entradas e saídas de caixa, que envolvem as diversas alternativas, pode ser selecionada aquela alternativa que é a preferida pela firma. Exemplo: Foi oferecida à Cia. SP Ltda. a oportunidade de selecionar entre dois investimentos. Cada um deles trará um retomo anual de $ 500.000. O investimento "A" requer um total de investimento de caixa de $ 5.000.000. Assim, promete um nível de retorno de 10%. O investimento "B" requer um total de investimento de caixa de $ 50.000.000 e oferece um nível de'retorno de 1% ao ano apenas. A firma preferirá o investimento "A". Entretanto, se a firma possui um nível mínimo de retorno aceitável de 15%, nenhum dos projetos será aceitável. Pode-se concluir, todavia, que existem três fatores principais que afeiam as decisões de investimento de capital:
5.4 RELEVÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA Antes de começar a examinar os métodos, para selecionar os projetos de investimento, será feita breve definição do significado dos termos que deverão ser empregados.
Desembolsos Líquidos do Investimento Consistem não somente no investimento inicial de caixa, necessário para que o projeto seja implantado, como também nos futuros investimentos que, certamente, serão necessários ao longo da implantação do projeto; são diferentes das saídas de caixa operacionais. Dessa forma, os desembolsos do investimento inicial englobam gastos com equipamentos, custos de instalação, treinamento dos recursos humanos, capital circulante etc. Subseqüentemente, em um segundo estágio, os desembolsos, podem incluir desenvolvimentos, ampliações da planta etc. A análise dos projetos de capital é feita em termos de qual será o custo líquido de caixa para a empresa. Assim, quando são conseguidas isenções de impostos, esses créditos devem ser deduzidos do custo total, para que se chegue ao desembolso relevante.
Entradas Líquidas de Caixa Os fluxos de caixa operacionais são associados com o investimento durante o período de vida útil, e são calculados depois de serem deduzidos das saídas operacionais de caixa e dos impostos. Como pode haver uma variação de um ano para outro nos lucros desses fluxos de caixa líquidos e como o padrão periódico é largamente subJetivo, são os fluxos de caixa mais difíceis de se quantificar. Todos os cálculos dos fluxos de caixa são feitos na base da estimativa da vida útil do investimento que pode ser definida como o intervalo de tempo entre o início do projeto de
Professor SOARES
investimento até o dia em que as forças combinadas da obsolescência e deterioração Justifiquem a retirada do ativo ou do projeto. A vida útil de um investimento pode ser encurtada por mudanças de mercado, que poderão diminuir os ganhos de tal forma que não justifique mais a continuação do investimento.
5.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTODE CAPITAL Os métodos mais comumente usados para avaliar propostas de investimento de capital são:
5.5.1 Período de Payback Esse método projeta o tempo necessário para que os fluxos de caixa esperados paguem os desembolsos do investimento. O período de payback é calculado da seguinte forma:
Período de payback (anos) = Desembolsos Líquidos Entradas Líquidas de Caixa
Exemplo: A Cia. SP Ltda. está considerando a aquisição de uma máquina que reduzirá, consideravelmente, seus custos de mão-de-obra. Os fatos relevantes para esse investimento são os seguintes:
Desembolso Líquido de Caixa $ 200. Estimativa Anual de Economia de Caixa $ 60. Estimativa de Vida Útil 5. Valor da Remuneração 0
O período de payback é o seguinte:
$ 200.000 = 3 1/3 anos $ 60.
O método de payback tem a vantagem da simplicidade. Esse método objetiva a seleção dos projetos baseando-se somente no tempo em que os desembolsos de caixa serão cobertos e recomenda a aceitação somente dos projetos seguros. É um método que enfatiza a liquidez em vez da lucratividade. Suas limitações são as seguintes:
Número do Projeto 1 2 3 4 $ $ $ $
Professor SOARES
Investimentos $ 200. Líquidos
Anos Figura 5.
Também ignora as diferenças que podem correr, através do tempo, nos níveis dos retornos líquidos de caixa. Nestes dois sentidos, este método possui as mesmas limitações do método de payback.
5.5.3 Fluxo de Caixa Descontado Os métodos de avaliação de investimento que foram examinados muitas vezes produzem resultados enganosos. O método do fluxo de caixa descontado possui grande aceitação, porque reconhece que o valor do dinheiro está sujeito a uma preferência no tempo. Isto é, $ 1,00 hoje é preferível a $ 1,00 em um tempo futuro, a não ser que a demora do recebimento seja compensada com certa quantia de juros. O fator juros é expresso como uma taxa de desconto. Em termos simples, o método do fluxo de caixa descontado tenta avaliar uma proposta de investimento pela comparação dos fluxos líquidos de caixa que serão ganhos durante a vida do investimento em seus valores presentes, em conformidade com os valores dos fundos que precisam ser investidos. Dessa forma, pela comparação de uma coisa com a outra, é possível calcular a taxa de retorno sobre o investimento de maneira realística.
Para achar o valor presente equivalente a $ 1,00 recebido em um ano, aplica-se a taxa de juros para trazer este $ 1,00 a seu valor presente. Isto é a mesma coisa que perguntar: Qual é a soma de dinheiro, que investida hoje a certa taxa de juros, alcançará o valor de $ 1,00 daqui a um ano? Exemplo: Dada uma taxa de juros de 10% ao ano, os seguintes cálculos podem ser feitos: $ 1,00 investido hoje, a uma taxa de juros de 10% ao ano, será $ 1,10 daqui a um ano. Por conseguinte, o valor de $ 1,10 recebido daqui a um ano será hoje $ 1,00 a uma taxa de juros de 10% ao ano. Usando esse princípio, podem ser construídas tabelas de desconto para o valor de $ 1, sobre vários períodos de tempo, pela aplicação da taxa de juros através do tempo, isto é, $ 1, investido por um ano a uma taxa de 10% será $1,10 daqui a um ano; $ 1,10 reinvestido por mais um ano à taxa de 10% será $1,10 + $ 0,11 x $ 1,21 ao final do segundo ano.
Exemplo: O valor de $ 1,00 ao fim de 1 ano a 10% é 1 x (1 + 0,10) 1 = $ 1, O valor de $ 1,00 ao fim de 2 anos a 10% é 1 x (1 + 0,10) 2 = $ 1, O valor de $ 1,00 ao fim de 3 anos a 10% é 1 x (1 + 0,10) 3 = $ 1, O valor de $ 1,00 ao fim de 4 anos a 10% é 1 x (1 + 0,10) 4 = $ 1, O valor de $ 1,00 ao fim de 5 anos a 10% é 1 x (1 + 0,10) 5 = $ 1,
Reciprocamente, o valor presente de $ 1,00 recebido em uma data futura é: Professor SOARES
$ 1,00 recebido ao final de 1 ano é $ 1,00 : 1,1 = $ 0, $ 1,00 recebido ao final de 2 anos é $ 1,00 : 1,21 = $ 0, $ 1,00 recebido ao final de 3 anos é $ 1,00 : 1,331 = 0, $ 1,00 recebido ao final de 4 anos é $ 1,00 : 1,464 = 0, $ 1,00 recebido ao final de 5 anos é $ 1,00 : 1,611 = $ 0,
O valor do dinheiro é, portanto, diretamente afetado pelo tempo, e a taxa de juros é o método usado para expressar o valor do dinheiro no tempo. Existem tabelas de juros compostos, a diferentes taxas e períodos, que auxiliam o cálculo do valor presente. No entanto, o avanço das planilhas eletrônicas, utilizadas em microcomputadores, e o crescente uso de calculadoras financeiras simplificaram enormemente esses cálculos.
5.5.4 Valor Presente Líquido
Este método está baseado em uma taxa mínima de retorno assumida. Idealmente, esta taxa deveria ser a taxa média do custo do capital para a firma. Esta seria a taxa usada para descontar os fluxos de caixa líquidos a seu valor presente. Os desembolsos líquidos são subtraídos do valor presente dos fluxos líquidos de entradas de caixa, oferecendo assim um número residual, que é o valor presente.
Uma decisão é feita a favor de um projeto se o valor presente líquido é um número positivo. Esse método também pode ser aplicado na comparação de vários projetos quando são considerados investimentos mutuamente exclusivos.
Uma regra pode ser estabelecida da seguinte forma:
Aceitar o projeto se:
a1 + a2 +...+ An >A (1 + i) (1 + i) 2 (1 + i)n
Onde:
A = Custo Inicial do Projeto a = Fluxos Líquidos de Caixa por Ano / = Custo do Capital n = Tempo de Vida Esperado para o Projeto
Exemplo: A Cia. SP Ltda. está estudando um projeto que tem duração de cinco anos e produzirá uma entrada líquida de caixa de $ 1.000,00. Os desembolsos do investimento inicial são de $ 3.000,00 e a taxa de retorno desejada é de 10%.
Anos Entradas Taxa de Desconto 10%
Valor Presente Entradas
V. Presente Líquido das Entradas $ 3.790, Custo Inicial do Investimento $ 3.000,
Professor SOARES
Mas a vantagem do método do valor presente líquido é a simplicidade com que estes resultados são alcançados. O exemplo mostra que, com o método do valor presente líquido, o resultado esperado é expresso em termos de unidades monetárias, o que reflete diretamente o aumento da riqueza. A Taxa Interna de Retorno, por outro lado, produz resultado em termos de porcentagem, e este resultado tem que ser comparado com a taxa mínima de retorno requerida pela empresa, antes de tomar a decisão por este ou outro projeto.
Exemplo: A Cia. SP Ltda. está estudando dois projetos, cada um requer um investimento líquido de capital de $ 3.000. Ambos possuem uma vida útil de cinco anos. O lucro estimado e os fluxos líquidos de entrada de caixa são os seguintes:
Final do ano Projeto "A" Projeto “B” $ $ 1 500 2. 2 1.000 1. 3 1.500 1. 4 2.000 2. 5 2.000 500 7.000 6.
A taxa de retorno desejada é de 10%. Análise do Método do Valor Presente Líquido O valor presente dos dois projetos pode ser calculado pelo uso da taxa de retorno desejada como fator de desconto.
Anos Taxa de Desconto 10%
Projeto “A” Valor Presente Entradas
Projeto “B” Valor Presente Entradas $ $ $ $ $ 1 0,9091 500 454,60 2.000 1.818,
V. P. Líquido das Entradas 4.961,80 5.124, (-) Custo Investimento 3.000,00 3.000, V. Presente do Projeto 1.961,80 2.124,
Ambos os projetos podem ser aceitos pela firma e, se uma escolha precisa ser feita entre eles, o Projeto "B" deve ser o selecionado, pois produz o maior valor presente. O tempo das entradas líquidas de caixa é um fator de influência na determinação do resultado, pois as entradas de caixa totais, antes do desconto, eram maior no projeto "A". O fluxo de caixa associado com o projeto "B" está concentrado nos primeiros anos, mas, quando descontado, tem um valor presente mais alto que o do projeto "A",
Análise da Taxa Interna de Retorno Tomando as entradas líquidas de caixa, estimadas para o projeto "A", a taxa de desconto que será usada nessas entradas de $ 3.000,00 é encontrada novamente por tentativa e erro. 1
Professor SOARES
Usando as tabelas de desconto, conclui-se que a taxa de retorno situa-se entre 28% e 29%
Entradas Fator de Desconto 29%
Valor Presente Entradas
Fator de Desconto 28%
Valor Presente Entradas $ $ $ $ 500 0,7752 387,70 0,7813 390, 1.000 0,6009 600,90 0,6104 610, 1.500 0,4658 698,70 0,4768 715, 2.000 0,3611 722,20 0,3725 745, 2.000 0,2799 559,80 0,2910 582, 2.969,30 3.043, Investimento 3.000,00 3.000, Custo Inicial do Investimento - 30,70 + 43,
Usando a mesma abordagem da Taxa Interna de Retorno para o Projeto "B", pode-se calcular uma taxa de 29%. O teste principal para aceitação final de um projeto depende da comparação favorável da taxa interna de retorno com o índice de retorno desejado, de 20%, o que qualifica ambos os projetos.
Em problemas de investimento mais complicados, por exemplo, aqueles que requerem que os excedentes de caixa sejam economizados para que façam frente a obrigações que surgirão no final da vida do projeto, ambos os métodos assumem que esses excedentes de caixa serão reinvestidos a uma taxa de retorno apropriada. Dessa maneira, uma aplicação pode ser resgatada para financiar o projeto. O método da Taxa Interna de Retorno projeta que os excedentes de caixa serão reinvestidos a uma taxa de desconto igual à taxa interna de retorno. Por sua vez, o método do Valor Presente Líquido prevê que eles serão reinvestidos a uma taxa mínima aceitável de retorno usada neste método. Assim, a vantagem do método do Valor Presente Líquido é que ele assume premissas mais realísticas a respeito das oportunidades de reinvestimento. Um problema mais completo surge quando aplicamos o método da Taxa Interna de Retorno a projetos de investimento, que não têm um padrão simples de fluxos de caixa, como os dos exemplos anteriores.
Impostos e Outros Fatores Para que o cálculo dos Fluxos de Caixa Descontados apure resultados correios, é importante que sejam considerados todos os fatores que afetam o cálculo desses fluxos.
Professor SOARES
O custo médio do capital assim calculado pode, no caso dessa empresa, representar a taxa de retorno mínima aceitável.
5.6.1 Composição e Custo do Capital A distribuição da estrutura de capital próprio de uma empresa entre ações ordinárias e ações preferenciais e debêntures forma a composição do mesmo. Portanto, uma firma que possua, em sua composição de capital próprio, um índice de participação de ações preferenciais e debêntures maior do que de ações ordinárias pode alterar o seu custo médio do capital mudando essa composição.
Exemplo: A firma mencionada no exemplo anterior altera sua estrutura de capital, aumentando a proporção do capital de terceiros sobre o capital próprio de 20 para 40%. Dessa forma, seu custo médio de capital reduziu-se para 9,2%:
Fontes Proporção de Participação %
Custo do Capital %
Resultado
al Próprio 60 10 600
al de Terceiros 40 8 320
100 920
O custo médio ponderado do capital é: 920 =9,2% 100
O planejamento financeiro requer que a empresa faça sérias considerações sobre sua estrutura de capital e sua composição de capital próprio. O planejamento de uma estrutura de capital adequada envolve muitos problemas complexos. Em algumas circunstâncias, pode ser vantajoso aumentar a participação de capital de terceiros, já que os juros são dedutíveis para efeitos de taxação e representam alto risco aos interesses dos demais investidores.
5.7 AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS E INFLAÇÃO Como um fluxo de caixa, associado com um projeto particular, pode estender-se por um período de tempo considerável, é evidente que o nível de inflação durante esse período de tempo afetará significativamente a rentabilidade do projeto. Na estimativa de eventos futuros, deve-se levar em conta a inflação. É necessário que seja estabelecida a distinção entre os conceitos de nível geral de preços e variação específica de preços. Existe a necessidade de ajustar as estimativas de fluxo de caixa ás variações específicas de preços que podem afetar o empreendimento e comprometer a sua capacidade operacional. Dessa forma, o custo inflacionado dos itens específicos é que deve ser levado em conta, na avaliação dos investimentos. Os custos dos itens específicos terão diferentes taxas de mudanças, assim como o preço dos produtos que agregam esses itens de custo. Com efeito, a existência de um descompasso entre os aumentos dos itens de custos e os aumentos de preços pode reduzir consideravelmente a rentabilidade de um projeto, em condições inflacionárias. À medida que aumenta a taxa de inflação, este problema se torna mais grave. Por essa razão, os contratos com preços fixos, que cobrem longo período de tempo, devem possuir cláusulas de reescalonamento de custos para minimizar os efeitos da inflação. O método mais apropriado para incorporar os efeitos inflacionários no cálculo do Fluxo de Caixa Descontado é ajustar as estimativas do fluxo de caixa às variações específicas de preços. Este fluxo de caixa ajustado é, então, descontado pelo custo monetário do capital.
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Exemplo: A Cia. SP Ltda. teve um fluxo de caixa líquido anual de $ 1.000 por um período de cinco anos; a taxa de desconto usada foi de 10%. Pode-se assumir agora que o fluxo de caixa líquido anual foi derivado como segue: Em $ da de Caixa ndas 5. s de Caixa térias-primas 3. o-de-obra 1.000 4. xo de Caixa Líquido Anual 1.
Freqüentemente, a expressão capital de giro líquido é associada à tomada de decisões financeiras a curto prazo. O capital de giro líquido é a diferença entre ativo circulante e passivo circulante. Usualmente, a administração financeira a curto prazo é denominada administração do capital de giro líquido. As duas expressões têm o mesmo significado. Não há definição universalmente aceita de finanças a curto prazo. A diferença mais importante entre finanças a curto prazo e finanças a longo prazo é a distribuição de fluxo de caixa no tempo. As decisões financeiras a curto prazo tipicamente envolvem entradas e saídas de caixa que ocorrem no prazo de um ano, ou menos. Por exemplo, decisões financeiras a curto prazo envolvem encomendas de matéria-prima, pagamentos a vista ou descontos na venda de produtos acabados. Por outro lado, a compra de determinada máquina para reduzir os custos operacionais, digamos, pelos próximos cinco anos, é uma decisão financeira a longo prazo. Que tipos de questões situam-se na categoria geral de administração financeira a curto prazo? Para citar alguns poucos casos:
Este capítulo apresenta os elementos básicos das decisões financeiras a curto prazo. Em primeiro lugar, discutimos as atividades operacionais da empresa a curto prazo. A seguir, identificamos algumas políticas financeiras alternativas a curto prazo. Finalmente, delineamos os elementos básicos de um plano financeiro a curto prazo e descrevemos instrumentos de financiamento a curto prazo. EVOLUÇÃO DO CAIXA E DO CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO Nesta seção, examinamos os componentes do saldo de caixa e do capital de giro líquido e suas variações de um ano para outro. Nossa meta é descrever as atividades operacionais da empresa e seu impacto sobre o saldo de caixa e o capital de giro. Para começar, lembre-se de que os ativos circulantes são compostos por caixa e outros ativos que, espera-se sejam convertidos em caixa no prazo de um ano. Os ativos circulantes são apresentados no balanço em ordem decrescente de liquidez contábil – a facilidade com a qual podem ser convertidos em caixa e o prazo necessário para que isso ocorra. Quatro itens mais importantes encontrados no ativo circulante de um balanço são caixa e contas correntes, aplicações financeiras, contas a receber e estoques. Tal como ocorre com seu investimentos em ativos circulantes as empresas usam diversas formas de dívidas a curto prazo, chamadas de passivos circulantes. Passivos circulantes são obrigações que, conforme se prevê, exigirão o pagamento dentro do prazo de um ano. Os três Professor SOARES