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pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado. Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca.
Tipologia: Notas de aula
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Leia o texto
LITERARIEDADE PACTO COM O LEITOR ▪ Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. ▪ Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte. ▪ Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela. ▪ Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava à moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.
▪ E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo. Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear. Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela. A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu. Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.
Literariedade Dimensão estética, plurissignificativa e de intenso dinamismo, que possibilita a criação de novas relações de sentido. Conjunto de características específicas (linguísticas, semióticas, sociológicas) que permitem considerar um texto como literário. É um trabalho com a palavra, uma forma de a literatura colocar a linguagem em primeiro plano, criando certo estranhamento. Recria ficcionalmente a realidade, tem a finalidade de entreter, provocando sentimentos, reflexões, prazer. Linguagem que chama atenção sobre si mesma.
LÍNGUA PORTUGUESA, 1º Ano do Ensino Médio Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, PARTICULARIDADES DE UM TEXTO LITERÁRIO homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. Imagem: Fotothek df ps 0000370 003 Kinder ^ Kinderbeschäftigungen ^ lesend / Richard Peter / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Germany
LÍNGUA PORTUGUESA, 1º Ano do Ensino Médio PARTICULARIDADES DE UM TEXTO LITERÁRIO "A cana-de-açúcar" (Vesentini, J.W. Brasil, sociedade e espaço. São Paulo, Ática, 1992, p.106) “A CANA – DE- AÇÚCAR” Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A região que, durante séculos, foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos de massapé, além da maior distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.
▪ Relações antitéticas: vida amarga e dura x açúcar branco e puro. ▪ Comparações: confronto de ideias por meio de conectivos, de palavras que explicitam o que está sendo comparado. "Vejo-o [o açúcar] puro e afável como beijo de moça; (como) água na pele ; (como) flor que se dissolve na boca. ▪ Reflexão sobre o real: mas do que informar sobre o real, a expressão literária é um meio de refletir e recriar a realidade, reordenando-a. Isso dá um caráter ficcional, ou seja, o texto literário interpreta aspectos da realidade efetiva, de maneira indireta, recriando o real num plano imaginário. ▪ Recriação da linguagem (desautomatização): a expressão literária desconstrói hábitos de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de novas formas de dizer. Exemplo: uso da palavra “noite” nos poemas.
O QUE É LINGUAGEM DENOTATIVA E CONOTATIVA? QUAL DELAS TEM FUNÇÃO MAIS UTILITÁRIA? QUAL DELAS PRENOMINA NOS GÊNEROS TEXTUAIS LITERÁRIOS?
▪ A linguagem denotativa (ou literal ): significado “básico”, apreendido sem ajuda do contexto. Função utilitária (textos informativos, receitas, manuais, etc.). ▪ A arte literária consiste em saber usar o potencial significativo e sonoro da palavra. Por esse motivo, nos textos literários, predomina o sentido conotativo (ou figurado ): quando as palavras e expressões adquirem novos significados. ▪ O leitor/ouvinte tem um papel ativo na construção dos sentidos dos textos literários, pois precisa reconhecer o significado das palavras e reconstruir os mundos ficcionais que elas descrevem.
Amor é fogo que arde sem se ver de Luís de Camões: Amor é fogo que arde sem se ver, É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. (In: Massaud Moisés, org. L’rica. São Paulo: Cultrix,
▪ Por meio das comparações , os escritores promovem aproximações e semelhanças capazes de traduzir emoções, modos de ver e sentir. ▪ A metáfora , outro importante recurso da literatura, é um processo de substituição: aproximam-se dois elementos que, em um contexto específico, guardam alguma relação de semelhança, transferindo-se, para um deles, característica do outro. ▪ Diferença entre metáfora e comparação : Josefa é uma flor. Josefa é como uma flor. Metáfora não possui o elemento de conexão: como, assim como, tanto quanto, bem como, etc.