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Um estudo sobre a análise de melhorias em instalações prediais de esgoto em edificações, com ênfase na comparação de normas obsoletas e atuais. O objetivo é estudar métodos viáveis de reutilização de antigos edifícios na região central de goiânia. O documento discute a importância da comparação entre normas, a realização de projetos hidro-sanitários de esgoto e a importância de materiais e declividades adequados.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Começo agradecendo ao autor do projeto de rearquitetura, o aluno do curso de Arquitetura e Urbanismo Paulo Perini, que foi de suma importância para esse trabalho acontecer. Outra pessoa que influenciou o desenvolvimento desse trabalho foi o professor José Artur D’ Aló Frota se foi um elo entre a Escola de Engenharia Civil e a Faculdade De Arquitetura além de sua participação na banca de TCC 1, e ao professor Saulo Bruno que também compôs a banca, ambos deram sugestões para o trabalho final que foram importantes para o desenvolvimento do mesmo. Por fim, gostaria de agradecer novamente ao meu orientador, o professor Marcus Campos que tanto me ajudou e se preocupou com o meu desenvolvimento contribuindo diretamente para efetivar o meu trabalho.
A região central de Goiânia apresenta uma elevada quantidade de edificações mais antigas em estado de deterioração ou completo abandono, isso leva a um deslocamento desse centro urbano para outras regiões da cidade. Esse cenário enquadra-se perfeitamente na prática da rearquitetura. Dessa forma, o trabalho tem como ideia a análise de uma edificação, que se enquadra nesse contexto, e a partir dessa análise realizou-se um comparativo de melhorias antes e depois da intervenção da reabilitação, esta que será feita nas instalações de esgoto predial. Para tanto, foi pensado na união de ideias entre a arquitetura e o projeto de esgoto, aliados a técnicas construtivas, materiais e soluções que melhor atende o usuário. Assim, foram feitas diretrizes para que sejam desenvolvidos futuros trabalhos para a população.
Esse estudo constitui como uma ferramenta de análise de adaptações de sistemas prediais de esgoto para edificações destinadas a prática da rearquitetura, a ideia é estudar antigos edifícios da região central da cidade de Goiânia e assim buscar métodos viáveis de reutilização dos mesmos. É notório que essas intervenções estão se tornando mais frequentes no Brasil e no mundo, uma vez que os programas a serem atendidos dentro de um projeto de restauro estão cada vez mais exigentes. O conceito de rearquitetura ainda é bastante prematuro, termos como “reciclagem” ou “requalificação” são utilizados por estudiosos da área, D’Aló Frota (2002) ainda amplia dizendo que a rearquitetura atua como reflexão sobre a construção da cidade moderna enquanto enfrentamento contemporâneo consciente das suas pré-existências. Mas vale a pena ressaltar o papel social e econômico que essa prática leva a população. Edificações que até então estariam fora de centros urbanos agora são inseridos novamente nos mesmos, isso leva movimentação econômica e geração de novos empregos que consequentemente gera uma melhoria na qualidade de vida da população. Dentro dessa análise de reabilitação percebemos que os edifícios de Goiânia não são tão antigos devido ao fato da cidade ser relativamente nova, muitos são das décadas de 50 e 60 e pertencem ao acevo mundial de arquitetura Decó. Mesmo a cidade tendo pouca idade, muitas de suas edificações (principalmente as localizadas na região central) se enquadram na intervenção da rearquitetura, uma vez a sua proposta não é apenas no âmbito cultural, mas também no social econômico. A realidade hoje do centro de Goiânia é de certo abandono, a infra estrutura da região é precária e , por consequência, seus edifícios também, alguns estão completamente abandonados, caso do edifício da rua 02 – Figura 01, outros estão em estado de deterioração.
Figura 02 – Residência histórica sendo demolida
Fonte: O Popular (2013).
Essa realidade que estamos presenciando na cidade exige ações imediatas de recuperação dessa região. Cada edifício com problemas de abandono ou desgaste deve ser reabilitado para que volte a população com plenas condições de uso e desempenho. Além das edificações, toda região do centro deve sofrer requalificação da sua infraestrutura, ideias como a construção de ciclovias, novas vias de transporte público e calçadões de pedestres são itens importantes a serem pensados. A reabilitação de um edifício exige que sejam analisados todos os seus componentes desde a sua fundação até os seus acabamentos. Tendo isso como base, percebemos a grande necessidade que as edificações possuem de melhoramento ou até mesmo substituição das suas instalações de esgoto, grandes patologias são vistas, como por exemplo mau cheiro proveniente dos dejetos das tubulações e quebra de materiais. Mas para se realizar esse processo é necessário entender toda a sequencia de projeto e construção desses edifícios. Assim, a proposta não é só um projeto de reparação da rede de esgoto predial, mas sim uma comparação normativa entre o que foi realizado e o que é restaurado, dessa forma, analisamos todo o processo de melhora da normas brasileiras. A ideia principal do trabalho é exatamente essa comparação, tendo como plano de fundo a requalificação de um edifício, conseguindo, dessa forma, verificar as melhorias normativas a partir da realização de dois projetos, o original, ou seja, sem a intervenção da rearquitetura e com o projeto de instalações hidro sanitárias de esgoto realizado a partir de normas vigentes da época, o outro já é o projeto com a proposta de modificação e com o projeto de instalações determinado a partir das normas atuais.
Figura 03 – Comparativo de Normas
Sendo assim, entende-se que essa comparação entre normas obsoletas x atuais é extremamente importante para a verificação de melhorias de execução dos projetos, além das mesmas acompanhar o desenvolvimento dos materiais, ou seja, essa comparação seria algo análogo a uma linha evolutiva, que vemos como possibilidade de geração de diretrizes para trabalhos futuros. Isso tudo sem esquecer que o projeto de reabilitação de esgoto em um edifício onde se instalou a prática da rearquitetura compõe parte desse esqueleto de reconstrução do antigo centro urbano a partir de cada edificação que o integra. Assim, essa região deve ser encarada como um reflexo da cidade que ela pertence, abrigando diversas classes sociais, valorizando a identidade da população através da cultura preservando os seus edifícios históricos.
As mudanças na região central do Brasil, no início do século XX, são importantes e são exemplos de como essa expansão foi pensada para atender aos interesses da capital e do Estado no processo de anexação do sertão (SOARES, 2006). A concepção de Goiânia, ocorrida nesse contexto de mudanças (sociais, políticas e econômicas) vivenciadas no país a partir da década de 1930, foi utilizada para caracterizar a ruptura do processo político de oligarquias levando a população a entender que o país necessitava de modernidade (GUIMARÃES, 1999). A construção de Goiânia veio em um cenário brasileiro de urbanização crescente e intensas movimentações políticas como a Revolução Paulista em 1924 e a Revolta Dezoito Forte em 1922 (Vieira, 2011). Em 1930, com o Golpe de Estado, ocorreu uma transformação política no Estado de Goiás onde a prioridade era o seu desenvolvimento. A mudança da capital (antes na cidade de Goiás) se enquadrava no conceito de “revolução” dos anos 1930 onde, segundo Vieira “seria implantada uma capital moderna em pleno sertão do Brasil Central” (Vieira, 2011). Com esse ideal se constrói Goiânia, o que simbolizava o rompimento dos ideais passados dando início a um novo progresso (Mota, 2004). O conceito de desenvolvimento estava tão consolidado que o interventor contratou Attílio Corrêa Lima para a realização dos projetos dos principais edifícios da cidade, representando a modernidade proposta pelas movimentações políticas citadas anteriormente e objetivando que a nova capital de Goiás virasse um símbolo de crescimento mostrando que a economia goiana poderia andar com as “próprias pernas” , rompendo, segundo Rocha “com o um marasmo rural” (ROCHA, 2012). Sua proposta foi de um plano composto por duas tendências (ARRAIS, 2010), uma de valorizar a região do centro da cidade e a outra a adaptação das vias na região leste valorizando a estética da topografia, que era relativamente plana. Sempre valorizando o paisagismo, a natureza presente nas cidades, Attlílio estabeleceu um sistema articulado de áreas verdes (MOTA, 2004) além de criar perspectivas elevando e dando referência aos principais edifícios públicos através da topografia. A Figura 04 apresenta a distribuição das ruas e a Avenida Goiás em 1942. Percebe- se já uma cidade bastante diferente.
Figura 04 - Avenida Goiás em 1942
Fonte: O Popular (2002).
Cabe salientar que o imaginário de cidade planejada se restringiu aos anos 30 e 40, em 1950 Goiânia já sofria da grande movimentação da urbanização. Muitos migrantes saíram em busca de melhores condições de vida no interior do país, o que teve um grande impulso pela construção de Brasília em 1956, de grande importância no desenvolvimento da capital goiana. A lógica agora não era de ocupação de áreas da cidade por interesses só políticos, os interesses agora eram muito mais econômicos (MERCATOR, 2007). Com o crescimento da cidade veio automaticamente o aumento de edificações que se concentravam, em sua grande maioria, nas regiões central e oeste da cidade. No contexto nacional a década de 1950 foi marcada pelo grande interesse do Estado nas indústrias, principalmente multinacionais, com previsões esperançosas para acelerar o crescimento econômico através da indústria. O Plano de Metas, criado no governo JK, visava desenvolver a indústria de base, construir estradas e hidrelétricas, ampliar a extração de petróleo e entre outras iniciativas fazer do Brasil um país desenvolvido e industrializado (MOSAICO, 2009). Diante disso, o fluxo migratório para as áreas interioranas do país acelerou fazendo com que a cidade de Goiânia tivesse um grande salto no crescimento populacional. A Figura 05 mostra Goiânia em 1952 em vasto desenvolvimento.
substituição do comércio mais sofisticado pelo popular (de rua), a transformação dos canteiros da avenida em um vasto calçadão. A figura especial de Goiânia, definida por suas referências urbanísticas iniciais (Arte Decó), sofreu rápida alteração que conforme afirmou a Revista Mosaico “espelhando-se em São Paulo que, por sua vez, repetia a congestão de Manhattan” (MOSAICO, 2009). A Figura 06 retrata bem essa verticalização do centro da cidade.
Figura 06 – Goiânia em 1972
Fonte: Skyscrapercity (2013).
Com o crescimento da cidade de Goiânia, o expansão de suas fronteiras e o surgimento dos novos “sub-centros” financiados pelo advento do automóvel que possibilitou o aumento das distâncias percorridas, as necessidades da população se alteraram e ao mesmo tempo em que a forma de uso, os costumes e apropriação dos equipamentos urbanos se transformaram, já que a “sociedade é dinâmica, sofre modificações, mutações, é um órgão vivo” (Mota, 2004). Para acompanhar essas transformações de necessidades, de hábitos, as regiões devem ir se renovando, se modernizando. O Setor Bueno conseguiu grandes passos nesse processo, onde a Avenida T-63 esse torna eixo de comércio e serviços, já com o crescimento no número de salas comerciais a partir do plano de 1979. Suas ruas estreitas e seus lotes, pensados para a ocupação de habitações unifamiliares, foram transformados, agora deveriam abrigar uma região de comércios (Mota, 2004). Casas foram demolidas para dar lugar a edifícios habitacionais. Se a elite se deslocou em direção às regiões sul, sudoeste e oeste da cidade, o centro urbano
fez-se o mesmo. Os edifícios foram ganhando tempo e perdendo valor no mercado sucateando o centro da cidade. O processo degradação da região central é uma etapa natural dentro da evolução urbana como afirma Barrientos (2003), citando que “a evolução histórica das cidades mundiais apresenta certos aspectos semelhantes, onde centros urbanos mais jovens começam a passar pelas mesmas dificuldades enfrentadas pelas grandes metrópoles mundiais a alguns anos atrás” (NETO, 2006). A mobilização social em busca de edificações mais modernas e que atendam as novas exigências de mercado teve como consequência a grande quantidade de imóveis vagos e degradados na região do centro da cidade iniciando o processo de decadência dessa região. As razões da perda de competitividade imobiliária do centro são inúmeras, a começar pela dificuldade de acesso a estacionamentos de veículos, deficiência de segurança, deterioração ambiental e paisagística, a grande quantidade de pessoas de baixo poder aquisitivo que frequentava o setor, por consequência, o deslocamento do comércio e serviços sofisticados para os locais de moradia de classes altas. A capital de Goiás chega ao século XXI com aproximadamente 400 bairros, distribuídos em área de 277,05 km² (MOSAICO, 2009). Mesmo com sua pouca idade, Goiânia já está saturada de vazios. Como o edifício estudado nesse trabalho é do tipo comercial, o tipo de intervenção proposta surge como uma alternativa para acelerar o processo de reabilitação da própria região, provocando movimentação de pessoas e serviços.
Cidades do mundo inteiro têm despertado para a nova ideia do desenvolvimento sustentável, onde as regiões se estreitaram, ou seja, a concentração de investimentos e esforços para a ocupação dos vazios, a reutilização do que já está instalado, a requalificação e conceitos atuais nos espaços antigos. Reciclagem, requalificação, rearquitetura são expressões que apontam para um fim: a continuação de uma estrutura arquitetônica em desuso funcional e construtivo, mantendo a essência dessa estrutura e recuperando seu estado ou estimação anterior (CAMPOLINA, 2005). Em geral, práticas de revitalização são adotadas em lugares onde há certo funcionamento de serviços, comércio e circulação de pessoas. Como a sociedade é dinâmica e o mercado segue o seu fluxo, os antigos centros comerciais perderam seu valor