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AbordAgem de pequenos ferimentos nA Atenção primáriA, Notas de estudo de Crescimento

Os ferimentos superficiais abertos podem ser classificados quanto à profundidade, ... ferimento inciso: linear, com bordos regulares e pouco traumatizados, ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Cunha10
Cunha10 🇧🇷

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SAÚDE DA
FAMÍLIA
Caso complexo
Vila Santo Antônio
Fundamentação teórica
Abordagem de pequenos ferimentos
na Atenção Primária
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SAÚDE DA

FAMÍLIA

Caso complexo

Vila Santo Antônio

Fundamentação teórica

Abordagem de pequenos ferimentos

na Atenção Primária

Caso complexo Vila Santo Antônio

Abordagem de pequenos ferimentos

na Atenção Primária

SAÚDE DA

FAMÍLIA

AbordAgem de pequenos ferimentos nA Atenção primáriA Katsumi Osiro

urgências e emergências Lesões corto-contusas e mordeduras por animais são situações que levam a população a ser encaminhada ou a procurar por conta própria os serviços de saúde para atendimento imediato de uma ocorrência que consideram de urgência. A área de urgências e emergências é um importante componente da assistência à saúde. Há uma demanda crescente por serviços nessa área nos últimos anos, e a assistência se dá, ainda hoje, predominantemente nos serviços que funcionam exclusivamente para esse fim: os tradicionais prontos-socorros. Por essa porta do sistema entram casos de emergência e urgência propriamente dita. Mas também entram casos que poderiam ser atendidos na Atenção Primária, em unidades de menor complexidade do que a de prontos-socorros ou hospitais. Para atender a essa demanda, estão sendo construídas unidades de pronto-atendimento, as chamadas UPAs- 24 horas. São instituições que oferecem assistência em situações de urgência durante 24 horas por dia, todos os dias da semana. Funcionam como unidades intermediárias entre as Unidades Básicas de Saúde e os hospitais, ajudando a desafogar esses serviços, e têm capacidade de resolver 97% dos casos. Essa ação faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) e do Programa Saúde Toda Hora, que está reorganizando a rede de atenção às urgências do SUS. A criação dessa rede de pronto-atendimento não isenta a Saúde da Família de atender casos de pacientes da sua área de atuação. Há necessidade de conciliar os atendimentos agendados e os eventuais, encaminhando aos serviços de nível secundário casos que ultrapassam a capacidade de solução no nível primário.

traumatismos superficiais – ferimentos Do ponto de vista orgânico, entende-se por traumatismo as lesões sofridas por qualquer tecido dentro da sua integridade anatômica. Pode ser superficial ou profundo. O traumatismo é superficial quando o agente causador atinge a pele, o tecido celular subcutâneo ou mesmo as aponeuroses e músculos. Caso contrário, havendo comprometimento de estruturas nobres ou profundas (nervos, tendões, vasos, ossos ou vísceras), o traumatismo é considerado profundo.

A) Classificação dos traumatismos superficiais Os traumatismos superficiais podem ser fechados ou abertos. Traumatismos fechados são as contusões leves causando edemas traumáticos, como as equimoses, os hematomas superficiais. Os traumatismos abertos são os ferimentos. Os ferimentos superficiais abertos podem ser classificados quanto à profundidade, à complexidade, à contaminação e à natureza do agente que causou. Contaminação é o aspecto mais importante, mas cada uma das classificações tem importância prática no tratamento.

1. quanto à natureza do agente - ferimento inciso : linear, com bordos regulares e pouco traumatizados, produzido por instrumento cortante com fio muito aguçado (ex.: gilete). - ferimento contuso : bordos irregulares e macerados, sem sangramento vivo, forma estrelada. Produzido por instrumento rombo capaz de romper a integridade da pele (ex.: pedra). - ferimento corto-contuso : bordos irregulares e contundidos, fundo irregular, não tem forma estrelada. Produzido por instrumento cortante não muito afiado (ex.: facão). - ferimento lácero-contuso : ferimento contuso que criou retalhos. - ferimento perfurante : superfície circular com bordos regulares ou não. Apresenta orifício de entrada, um trajeto e às vezes orifício de saída. Produzido por objeto pontiagudo e fino capaz de atravessar a pele e tecidos subjacentes. São tipos de ferimentos perfurantes o punctório (prego), o penetrante (penetra cavidade natural do organismo) e o transfixiante (atravessa determinado órgão ou segmento). - ferimento pérfuro-contuso : orifício de entrada com forma oval ou circular, com bordos triturados ou equimóticos. - ferimento pérfuro-cortante : lesão mista. (ex.: punhal). 2. quanto à complexidade - simples : sem perda tecidual, contaminação grosseira ou presença de corpo estranho.

Caso complexo Vila Santo Antônio

Abordagem de pequenos ferimentos

na Atenção Primária

SAÚDE DA

FAMÍLIA

O tétano é causado pela ação de exotoxinas produzidas pelo Clostridium tetani normalmente encontrado na natureza sob a forma de esporos na pele, fezes, terra, galhos, arbustos, poeira das ruas, trato intestinal de animais, especialmente do cavalo e do homem. Pela ampla distribuição dos esporos na natureza, qualquer ferimento que entre em contato com o esporo deve ser considerado de risco. Alguns ferimentos abertos representam um terreno mais propício para germinação dos esporos porque, em condições favoráveis de anaerobiose, transformam-se na forma vegetativa e iniciam a produção da toxina. Atenção especial deve ser dada ao ferimento profundo, com presença de corpos estranhos e grande quantidade de tecidos desvitalizados que vieram tardiamente para tratamento. Em caso de ferimento aberto, deve ser aplicado o protocolo de conduta referente a ferimentos suspeitos, avaliando a necessidade de soro e/ou vacina segundo história de vacinação prévia e características da lesão.

mordedura canina No Brasil, a raiva é endêmica e apresenta dois ciclos de transmissão: urbana e rural. Didaticamente, pode-se dividir o ciclo urbano e rural em quatro ciclos epidemiológicos:

  • urbano: cães e gatos;
  • rural: animais de produção;
  • aéreo: morcegos;
  • silvestre: animais selvagens (saguis, cachorros-do mato, raposas, guaxinim etc.).

No período de 1990 a 2009, foram registrados no Brasil 574 casos de raiva humana nos quais, até 2003, a principal espécie agressora foi o cão. A partir de 2004, o morcego passou a ser o principal transmissor no país. O número de casos humanos em que o cão é fonte de infecção diminuiu significativamente de 50 em 1990 para zero em 2008 e dois casos no Maranhão em 2009. No Brasil, no período de 2000 a 2009, uma média de 425.400 pessoas procurou atendimento médico por ter sido exposta ou se julgar exposta ao vírus da raiva. Destas pessoas, mais de 64% receberam esquema de profilaxia de pós-exposição. De 1998 a 2009, foram notificados 218 casos de raiva humana. Destes, 66% não receberam nenhum tipo de esquema profilático, por desconhecer a necessidade de profilaxia ou pela falta de acesso ao serviço. Vinte e três pacientes (10,5%) que tiveram acesso à profilaxia foram a óbito por terem sido inadequadamente vacinados e/ou porque abandonaram o esquema profilático. Mordeduras por cães nem sempre chegam ao conhecimento das autoridades sanitárias porque, na maioria das vezes, as próprias vítimas, proprietárias ou não dos animais agressores, desconhecendo a gravidade, não procuram atendimento médico nem orientação com médicos veterinários. Os cães de uma comunidade podem ser classificados segundo sua origem em: cães de proprietários, de família, de vizinhança e cães errantes ou ferais ( Guidelines for Dog Population Management , OMS, 1992).

medida imediata em caso de mordedura por cão Limpar o ferimento com água corrente abundante, sabão ou outro detergente. Repetir esse procedimento na Unidade de Saúde se o paciente já o tiver feito, independentemente do tempo decorrido entre a agressão e o comparecimento à Unidade. A limpeza deve ser feita com cuidado para eliminar as sujidades sem agravar o ferimento. Depois utilizar antissépticos que inativem o vírus da raiva, como polivinilpirrolidona-iodo (ex.: povidine, digluconato de clorexidina, álcool-iodado). Esses produtos devem ser aplicados uma única vez. Nos atendimentos posteriores, o ferimento deve ser lavado com solução fisiológica. Sutura do ferimento não é indicada. Quando necessário, o soro, se estiver indicado, deve ser infiltrado no ferimento uma hora antes da sutura. Contatos com objetos ou utensílios contaminados com secreções de animais suspeitos ou lambeduras na pele íntegra não são considerados acidentes de risco e não exigem profilaxia da raiva. Recomenda-se apenas lavar bem o local com água corrente e sabão.

Caso complexo Vila Santo Antônio

Abordagem de pequenos ferimentos

na Atenção Primária

SAÚDE DA

FAMÍLIA

Após a limpeza, avaliar as condições do ferimento e aplicar as medidas preconizadas para tratamento antirrábico, considerando a gravidade do ferimento e o estado do animal agressor, incluindo também as medidas para profilaxia do tétano.

Classificação dos ferimentos

- Leves º ferimentos superficiais pouco extensos, geralmente únicos em tronco e membros (exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés); º lambedura de pele com lesões superficiais. - graves º ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpa digital, planta do pé; º ferimentos profundos, múltiplos ou extensos em qualquer região do corpo; º lambeduras de mucosas; º lambedura de pele onde já existe lesão grave. - Condições do animal agressor º Cão e gato ƒ estado de saúde no momento da agressão; ƒ possibilidade de observação por dez dias; ƒ procedência do animal: se é da área de raiva controlada ou não; ƒ hábitos da vida do animal: domiciliado ou não. º Animais silvestres ƒ Devem ser classificados como animais de risco mesmo que sejam domiciliados ou domesticados. Todo acidente com morcego deve ser classificado como grave independente da espécie e da gravidade do ferimento.

º Animais domésticos de interesse econômico ou de produção ƒ Também são de risco. Deve-se conhecer o tipo, a frequência e o grau de exposição dos tratadores e outros profissionais com esses animais, a incidência da raiva na região para avaliar a necessidade de indicação de esquema de pré-exposição ou pós-exposição. º Animais de baixo risco ƒ Não há necessidade de indicar o esquema profilático em caso de acidentes com os animais abaixo, considerados de baixo risco: ¤ ratazana de esgoto; ¤ rato de telhado; ¤ camundongo; ¤ cobaia ou porquinho-da-índia; ¤ hamster; ¤ coelho.

observação válida para todos os animais de risco Sempre que possível, coletar amostra de cérebro e enviar ao laboratório de referência. Se o resultado for negativo, não há necessidade do esquema profilático que pode ser suspenso caso tenha sido iniciado.

notificação e investigação

  • notificar o caso utilizando a ficha de Notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN);
  • preencher a Ficha de Atendimento Antirrábico Humano;
  • seguir as orientações para preenchimento;