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Abordagem das Políticas Públicas na Área da Família: Conceitos, Funções e Ciclo de Vida, Notas de aula de Enfermagem

Este documento aborda a temática das políticas públicas na área da família, explorando sua história, configurações, conceito, funções e os estágios do ciclo de vida familiar. O texto destaca a importância da rede de proteção social, a influência da mídia na construção de modelos familiares, a diminuição da força norteadora das religiões e a centralização da família na estratégia de saúde da família no brasil. Além disso, o documento apresenta ferramentas de abordagem familiar como o genograma, o ciclo de vida, o ecomapa, o apgar familiar, o firo e a conferência familiar, que auxiliam na compreensão do funcionamento familiar e na elaboração de planos de cuidado.

Tipologia: Notas de aula

2024

À venda por 03/11/2024

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FAMÍLIA
*A família se define em um conjunto de
normas, práticas e valores que têm seu
lugar, seu tempo e uma história. É
uma construção social, que vivenciamos.
*Abordagem das políticas públicas na
área, seguindo-se a história,
configurações, conceito, funções e os
estágios no ciclo de vida da família.
*rede de proteção social
As pesquisas do IBGE do período de
1997-2009
demonstram os dados seguintes
1. Diminuição do número de nascimentos,
especialmente
das gestantes (entre 15-24 anos);
2. Aumento da expectativa de vida;
3. Mais liberdade sexual da mulher (uso
de
anticoncepcional oral);
4. Aumento nível educacional e
econômico da mulher;
5. Decréscimo proporcional de
casamentos oficiais de
solteiros;
6. Aumento da taxa de divórcio desde a
aprovação da
lei específica de 1977;
7.Aumento proporcional dos
recasamentos;
8. Aumento das mulheres (21,8%) e
homens (9,8%) que
chefiam sozinhos a família;
9. Aumento de casais sem filhos - 16%
(IBGE, 2008).
10. Aumento das adoções.
11. Elevado de pessoas morando
sozinhas– 11,1%
12. Mudança no Código Civil brasileiro,
em que o “pátrio
poder” foi modificado para “poder familiar”.
Araujo, MRN, et al.,2011
13. Fim da diferença legal entre filho
legítimo e
ilegítimo.
14. Possibilidade de gravidez
independente de relação
sexual, pelas tecnologias reprodutivas
controladas
(inseminações artificiais e fertilizações in
vitro), desde
a década de 80
15. Determinação da paternidade por
teste de DNA−
década de 90
16. Aprovação do ECA, que estabelece a
convivência
familiar como direito básico e, também, a
proteção
contra abusos familiares, entre outras
regulações
inerentes às famílias.
17. Geração de imagens sociais da
família, pelos meios
de comunicação, que determinam
modelos− estruturas
familiares veiculadas pela mídia,
comportamentos de
artistas, valores associados à família,
padrões de
consumo ou de felicidade familiar, entre
outros.
18. Diminuição da força norteadora das
religiões como
fator de manutenção da família.
INFLUÊNCIA DO ESTADO NA FAMÍLIA
as normas e ações que se definem no
âmbito do
Estado
as relações de produção
as formas de remuneração e controle do
trabalho
o âmbito da sexualidade e afetos
as representações dos papéis sociais de
mulheres e
homens, da infância e das relações entre
adultos e
crianças
discursos e normas jurídicas, incidem
sobre as
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FAMÍLIA

*A família se define em um conjunto de normas, práticas e valores que têm seu lugar, seu tempo e uma história. É uma construção social, que vivenciamos. *Abordagem das políticas públicas na área, seguindo-se a história, configurações, conceito, funções e os estágios no ciclo de vida da família. *rede de proteção social As pesquisas do IBGE do período de 1997- demonstram os dados seguintes

  1. Diminuição do número de nascimentos, especialmente das gestantes (entre 15-24 anos);
  2. Aumento da expectativa de vida;
  3. Mais liberdade sexual da mulher (uso de anticoncepcional oral);
  4. Aumento nível educacional e econômico da mulher;
  5. Decréscimo proporcional de casamentos oficiais de solteiros;
  6. Aumento da taxa de divórcio desde a aprovação da lei específica de 1977; 7.Aumento proporcional dos recasamentos;
  7. Aumento das mulheres (21,8%) e homens (9,8%) que chefiam sozinhos a família;
  8. Aumento de casais sem filhos - 16% (IBGE, 2008).
  9. Aumento das adoções.
  10. Elevado nº de pessoas morando sozinhas– 11,1%
  11. Mudança no Código Civil brasileiro, em que o “pátrio poder” foi modificado para “poder familiar”. Araujo, MRN, et al.,
  12. Fim da diferença legal entre filho legítimo e ilegítimo.
    1. Possibilidade de gravidez independente de relação sexual, pelas tecnologias reprodutivas controladas (inseminações artificiais e fertilizações in vitro), desde a década de 80
    2. Determinação da paternidade por teste de DNA− década de 90
    3. Aprovação do ECA, que estabelece a convivência familiar como direito básico e, também, a proteção contra abusos familiares, entre outras regulações inerentes às famílias.
    4. Geração de imagens sociais da família, pelos meios de comunicação, que determinam modelos− estruturas familiares veiculadas pela mídia, comportamentos de artistas, valores associados à família, padrões de consumo ou de felicidade familiar, entre outros.
    5. Diminuição da força norteadora das religiões como fator de manutenção da família. INFLUÊNCIA DO ESTADO NA FAMÍLIA
    • as normas e ações que se definem no âmbito do Estado
    • as relações de produção
    • as formas de remuneração e controle do trabalho
    • o âmbito da sexualidade e afetos
    • as representações dos papéis sociais de mulheres e homens, da infância e das relações entre adultos e crianças
    • discursos e normas jurídicas, incidem sobre as

relações na vida doméstica e dão forma ao que reconhecemos como família. FAMÍLIA E RELAÇÕES DE GÊNERO

  • Gênero como a construção social do significado de ser mulher e de ser homem, atribuindo características, habilidades e funções aos indivíduos segundo o seu sexo. ABORDAGEM CENTRADA DA FAMÍLIA Tem sido usado para descrever a natureza de certas formas de prestação de serviços e de apoios às famílias com crianças, desde, pelo menos, os anos 50. a) a pressão exercida pelos pais, em relação às práticas dos profissionais que contemplavam apenas a criança, sendo a família, na maioria das vezes, considerada, entre outros aspectos, fonte de problemas e/ou irrelevante no processo de apoio; b) as críticas ao modelo médico, pelo seu enfoque no profissional, pela sua focalização na patologia ou nos défices; c) o movimento de desinstitucionalização, que defendia a importância dos contextos familiares e comunitários na prestação de apoio; c) a elaboração da teoria sistêmica e a sua aplicação às práticas dos profissionais, salientando a importância da criação e da manutenção de redes de apoio, tendo por base as comunidades; d) Apropriação das políticas para a família. BASE DAS POLITICAS PÚBLICAS = FAMILIA TIPOS DE FAMÍLIA
    1. Nuclear : Formada por pais e filhos (até o casamento e constituição de nova família) ou novos casais.
    2. Extensiva : Formada por mais de uma geração, podendo ter vínculos colaterais
    3. Unitária : Pessoa que vive sozinha e não tem laços familiares.
    4. Monoparental : Constituída por um dos pais biológicos e os filhos (independente dos vínculos externos ao núcleo)
    5. Homoafetiva : Família nuclear composta por casal homoafetivo.
    6. Reconstituída : Família que passou a ter nova configuração após ruptura anterior, como em caso de segundo casamento.
    7. Instituição : Instituto que possui a função de criar e desenvolver afetivamente a criança/adolescente ou ser o lar do idoso.
    8. Famílias com constituição funcional: Pessoas que moram juntas e desempenham funções parentais em relação à criança ou adolescente. FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR ● Para trabalharmos com as famílias temos que conhecê-las e a partir daí traçar um plano de cuidados. ● Para facilitar este processo utilizamos ao longo do tempo uma série de estratégias, como a coleta de um bom histórico familiar. ● Mas além da história, podemos utilizar uma série de ferramentas específicas para como o genograma, o ciclo de vida, o ecomapa, o APGAR familiar, o practice, o firo e a conferência familiar.

*Quando a família sofre mudanças importantes, ou ritos de passagem, tais como descritos no Ciclo de Vida e faz-se necessário criar novos padrões de inclusão, controle e intimidade. *Quando a inclusão, o controle e a intimidade constituem uma sequência inerente ao desenvolvimento para o manejo de mudanças da família. *As 3 dimensões constituem uma sequência lógica de prioridades para o tratamento, ou seja, primeiro a inclusão, depois o controle e em seguida intimidade PRATICE *O modelo PRACTICE facilita o desenvolvimento da avaliação familiar, fornecendo as informações sobre que intervenções podem ser utilizadas para planejar aquele caso específico. *Este modelo pode ser usado para itens da ordem médica, comportamental e de relacionamentos *Deve ser aplicada sob a forma de momentos de entrevista familiar e a abordagem pode ocorrer em diversas aproximações.

GENOGRAMA

✓ Representação gráfica utilizada para evidenciar diferentes arranjos familiares. ✓ Pessoa índice ✓ Arranjo familiar é um “grupamento de pessoas que convivem em uma unidade domiciliar, mesmo em relação de parentesco” ✓ Durante a sua construção há a visualização da dinâmica familiar e as relações entre seus membros, através de símbolos e códigos padronizados, em pelo menos 3 gerações. ✓ São retratos gráficos da história e do padrão familiar, que identificam a estrutura básica, o funcionamento e os relacionamentos da família e, assim, evidenciam estressores, constituindo um mapa relacional do paciente e sua família *Facilita a visualização do contexto familiar e de suas principais características, reunindo maiores possibilidades de detecção dos aspectos psicossociais. *Nele são registrados dados de importância para o indivíduo, tais como separações, doenças, mortes,

acidentes, cirurgias e internações Componentes : ✓ Quadrados e círculos interligados: pessoas. ✓ Linhas: relacionamentos Quando iniciar: ✓ No início mas desde sempre, inclusive em visita domiciliar. Quem entrevistar: ✓ 01 membro familiar ✓ Conferência familiar Pacientes selecionados = maior eficácia. ✓ Três ou mais gerações. ✓ Nomes de todos os membros. ✓ Idade ou ano de nascimento. ✓ Mortes, incluindo idade ou data em que ocorreu e a causa. ✓ Doenças ou problemas significativos. ✓ Indicação dos membros que vivem juntos na mesma casa. ✓ Datas de casamentos e divórcios. ✓ Lista de primeiros nascimentos da cada família à esquerda, com irmãos relacionados sequencialmente à direita. ✓ Um código explicando todos os símbolos utilizados. ✓ Símbolos selecionados por sua simplicidade e visibilidade máxima. ✓ Relações familiares.

APGAR

  • Avaliação familiar rápida
  • Facilita a coleta de informações
  • Reflexão sobre o clima emocional da família
  • Auxilia em outras escalas Satisfação individual a:
  • A - Adaptation (Adaptação)
  • P - Partnership (Companheirismo, conexões)
  • G - Growth (Crescimento)
  • A,- Affection (Afeto)
  • R - Resources (Recursos) ECOMAPA ✓Diagrama das relações entre a família e a comunidade que ajuda a avaliar as redes e apoios sociais disponíveis e sua utilização pela família. ✓Contém os contatos das famílias com pessoas, instituições ou grupos. ✓Representa ausência ou presença de recursos sociais, culturais e econômicos, de um determinado momento do ciclo vital da família. ✓Uma família que tem poucas conexões com a

IMPORTANTE: Não existe V (vulnerabilidade zero) Existe vulnerabilidade de risco habitual ETAPAS DE INTERVENÇÃO NO TRABALHO COM FAMÍLIAS Passo 1: Associação (ou vinculação) *O profissional precisa interagir com a família, respeitando suas crenças e seus saberes. *O profissional precisa ficar atento ao fato de que está conhecendo outra realidade, não a julgá-la segundo os conceitos que ele traz a respeito de como deve ser uma família.

  • Ele precisa aprender a construir com os membros da família e não apenas oferecer soluções prontas retiradas exclusivamente do seu saber. Passo 2: Avaliação *O próximo passo é analisar a família, como ela funciona, quais são suas crenças, como ela entende a doença ou o problema, como ela lida com eles ou com os fatores que possam gerar estresse. *Para isto, você deve aplicar as ferramentas que vamos conhecer mais a frente na disciplina = ferramentas de abordagem familiar. Passo 3: Educação em saúde *Educar em saúde implica aproveitar sempre as oportunidades para incentivar a família à adoção de hábitos saudáveis, a partir da troca de saberes sobre o processo saúde-doença, incentivando o autocuidado. Passo 4: Facilitação *Deve ser trabalhado no grupamento familiar, a facilitação da comunicação entre seus membros. *Para que isto seja possível, você precisa conhecer a hierarquia familiar e como se dá a comunicação entre seus membros. Passo 5: Sistema de referência *Questão da referência e contra referência com entendimento do usuário ou da família e discussão dos resultados esperados. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE APS é o primeiro nível de atenção dentro do sistema (acesso de primeiro contato), caracterizando-se, principalmente, pela longitudinalidade e integralidade da atenção e a coordenação da assistência dentro do próprio sistema de saúde. Funções da APS ❖ Resolubilidade ❖ Centro de comunicação das Redes de Atenção à Saúde ❖ Responsabilização pela saúde das populações adscritas ACESSO X ACESSIBILIDADE *A acessibilidade refere-se às características da oferta que possibilitam que as pessoas cheguem aos serviços (capacidade do usuário obter cuidados de saúde sempre que necessitar e de maneira fácil e conveniente; diz

respeito à oferta de serviços, à capacidade de produzir serviços e responder às necessidades de saúde de uma determinada população), *enquanto o acesso é a forma como as pessoas percebem a acessibilidade *Acessibilidade pode ser conceituada então como a capacidade do usuário obter cuidados de saúde sempre que necessitar e de maneira fácil e conveniente. PRIMEIRO CONTATO O primeiro contato pode ser definido como porta de entrada dos serviços de saúde, ou seja, quando a população e a equipe identifica aquele serviço como o primeiro recurso a ser buscado quando há uma necessidade ou problema de saúde. EXEMPLOS DE ACESSO ✓ Localização adequada do posto no território; ✓ Rampas para cadeirantes; ✓ Consultas “do dia” (acolhimento); ✓ Horários reservados para programas estratégicos (puericultura, pré-natal) ✓ Disponibilizar contato telefônico ou outra forma de comunicação para usuários. LONGITUDINALIDADE *a existência de uma fonte continuada de atenção, assim como sua utilização ao longo do tempo. Além disso, a ligação entre a população e sua fonte de atenção deve refletir-se em fortes laços interpessoais que expressem a identificação mútua entre os pacientes e os profissionais de saúde” Exemplos de Longitudinalidade ✓ Prontuários de família; ✓ Prontuários “bem preenchidos”: Lista de Problemas, Medicamentos em Uso, Fluxograma para exames complementares, realização de tto odontológico, uso de próteses dentárias, etc; ✓ Reagendamento de consultas médicas, de enfermagem e odontológicas; ✓ Busca ativa de faltosos. INTEGRALIDADE a atenção primária tem em se organizar para que o paciente tenha todos os serviços de saúde necessários, identificando e proporcionando os serviços preventivos necessários, bem como serviços que possibilitem o diagnóstico e tratamento das doenças, estabelecendo a forma adequada para resolução de problemas, sejam orgânicos, funcionais ou sociais. Exemplos de Integralidade ✓ Infraestrutura adequada: presença de sala para pequenos procedimentos; material para cirurgia ambulatorial; ✓ Disponibilização de serviços: lista dos serviços prestados pela unidade de saúde em local de fácil acesso aos usuários; ✓ Não fragmentação do cuidado, discussão rotineira e multidisciplinar do processo de trabalho em equipe e da gestão dos casos; ✓ Capacitação profissional. COORDENAÇÃO DO CUIDADO