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A valorização da função social da leitura e da escrita nas turmas de alfabetização, Notas de estudo de Contabilidade

Artigo sobre Educação

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 18/01/2013

leonardo-barcelos-vieira-12
leonardo-barcelos-vieira-12 🇧🇷

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A VALORIZAÇÃO DA FUNÇÃO SOCIAL DA LEITURA E DA ESCRITA NAS
TURMAS DE ALFABETIZAÇÃO.
Juplin Jones Moreira Rodrigues
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Professora Cleounice
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INTRODUÇÃO
Qual a importância da leitura e da escrita para que leve em consideração a
realidade sociocultural das crianças que fazem parte do processo de ensino
aprendizagem relacionadas à alfabetização? Em que os métodos e as práticas
pedagógicas referentes à alfabetização desenvolvida no contexto escolar
contribuem para a formação dos alunos enquanto sujeitos participativos? Qual
é o peso” social que a leitura e a escrita trazem na atualidade para os/as
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estudantes em fase de alfabetização?
Este artigo é um convite e incentivo para refletir sobre a construção de práticas
pedagógicas nas salas de alfabetização que respeite a criação/produção
cultural dos/as alunos/as, que segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais
de Língua Portuguesa - PCN (2000 p. 29): “são os sujeitos da ação de
aprender, aqueles que agem sobre o objeto de conhecimento”. Além disso, o
presente artigo fará uma reflexão crítica das funções sociais do uso da leitura e
da escrita e sobre como os professores em suas práticas pedagógicas tratam
isto em sala de aula levando em consideração que: “Atualmente exigem-se
níveis de leitura e de escrita diferentes e muito superiores aos que satisfazem
as demandas sociais até bem pouco tempo atrás” (PCN, 2000, p.30).
Durante a pesquisa, foi usado como mecanismo de observação o “Diário de
bordo” que trouxe questões a serem analisadas. As observações, os registros e
as entrevistas foram realizados durante o dia 12 e 13 de novembro de 2012 em
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Não usarei o português genérico por acreditar que a gramatica reflete práticas excludentes existentes
na sociedade.
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A VALORIZAÇÃO DA FUNÇÃO SOCIAL DA LEITURA E DA ESCRITA NAS

TURMAS DE ALFABETIZAÇÃO.

Juplin Jones Moreira Rodrigues^1 Professora Cleounice^2

INTRODUÇÃO

Qual a importância da leitura e da escrita para que leve em consideração a realidade sociocultural das crianças que fazem parte do processo de ensino aprendizagem relacionadas à alfabetização? Em que os métodos e as práticas pedagógicas referentes à alfabetização desenvolvida no contexto escolar contribuem para a formação dos alunos enquanto sujeitos participativos? Qual é o “peso” social que a leitura e a escrita trazem na atualidade para os/as^3 estudantes em fase de alfabetização?

Este artigo é um convite e incentivo para refletir sobre a construção de práticas pedagógicas nas salas de alfabetização que respeite a criação/produção cultural dos/as alunos/as, que segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa - PCN (2000 p. 29): “são os sujeitos da ação de aprender, aqueles que agem sobre o objeto de conhecimento”. Além disso, o presente artigo fará uma reflexão crítica das funções sociais do uso da leitura e da escrita e sobre como os professores em suas práticas pedagógicas tratam isto em sala de aula levando em consideração que: “Atualmente exigem-se níveis de leitura e de escrita diferentes e muito superiores aos que satisfazem as demandas sociais até bem pouco tempo atrás” (PCN, 2000, p.30).

Durante a pesquisa, foi usado como mecanismo de observação o “Diário de bordo” que trouxe questões a serem analisadas. As observações, os registros e as entrevistas foram realizados durante o dia 12 e 13 de novembro de 2012 em

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(^3) Não usarei o português genérico por acreditar que a gramatica reflete práticas excludentes existentes na sociedade.

uma turma do 3° ano do ensino fundamental. Em uma escola que faz parte da Rede Municipal de Ensino de Cariacica.

As discussões que compõem esse artigo são resultantes do diálogo entre os registros, as teorias dos métodos de alfabetização e os desafios de alfabetizar para a cidadania. Considera-se a indissociabilidade^4 entre a alfabetização e o letramento, que nessa perspectiva seria: “Ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita” (HAMZE, 2012).

A FUNÇÃO SOCIAL DA LEITURA - O QUE ESTÁ SENDO LIDO NAS

TURMAS DE ALFABETIZAÇÃO? QUAIS SÃO AS FINALIDADES DESSAS

LEITURAS?

“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer” (RAMOS, 1945)

Durante as observações, percebeu-se uma prática rotineira da professora: no primeiro momento os/as alunos/as entram na sala de aula e tem dez minutos para conversarem (combinado existente entre eles/as e a educadora) após esse momento a professora começa a leitura de uma história, que faz parte de um livro que reúne vários contos. Posteriormente, começa a aula propriamente dita, sem nenhuma reflexão sobre o que fora lido, a analise do texto traria a “oportunidade do aluno se posicionar frente ao conhecimento com uma postura investigativa” (LIMA, 2012, p.34)

Nesse sentido, considera-se que nos momentos de leitura, o leitor pode se identificar com o que lê e reconstruir o sentido do que fora lido, ao entrar em contato de forma que possa interagir com o texto, o autor e contexto em que se encontra (BOURDIEU & CHARTIER, 2001), nas analises é perceptível à interação do leitor com o texto apenas em atividades de interpretação textual que trazem respostas predefinidas pela professora ou livro didático (Qual é o

(^4) In + dissociabilidade = qualidade de indissociável, ou seja, aquilo que não se pode dissociar, que não é separável em partes. < http://www.dicionarioinformal.com.br/indissociabilidade> Acesso em 02/12/

modelo imutável de leitura, voltada somente à escrita dos livros, a escrita literária”.

A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCRITA- A VALORIZAÇÃO DOS DIVERSOS

GÊNEROS TEXTUAIS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Considera-se que ao professor/a “cabe à responsabilidade de mostrar e de verdadeiramente ensinar o importante papel da escrita em um mundo cada vez mais complexo” (BOZZA, 1996). Essa complexidade se dá ao fato da escrita ser uma dos principais meios informativo, comunicativo e de entretenimento na atualidade devida à grande difusão da internet.

A partir desse pressuposto de complexidade o/a professor/a sendo o “mediador do processo de ensino aprendizagem” deve trabalhar diferentes tipos de texto (informativo, lúdico, literário, entre outros) com as crianças que participam do processo de alfabetização. Além de trabalhar com esses diversos gêneros textuais com o alunado, o/a educador/a deve encaminhar a produção textual dentro de alguns parâmetros em que a escrita é utilizada na sociedade, são eles: “Organização (rótulos, crachás, placas...), comunicação (jornais, cartas...), registros (agendas, receitas...) e lazer (literatura, gibis...)” (BOZZA, 1996).

Assim, trabalha-se com a leitura e produção textual dos mais variados gêneros objetivando “formar escritores^5 competentes capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes” (PCN 2000, p.65), consideram-se escritores competentes aqueles que produzem discursos conhecendo possibilidades que lhe são postas culturalmente, sabem selecionar o gênero, planejam o seu discurso dentro do gênero selecionado e ao analisarem o seu texto sabem se o mesmo está confuso, ambíguo, e são capaz de revisá-los. (PCN, 2000)

(^5) O termo escritor utilizado aqui se remete não a escritores profissionais, mas sim a sujeitos que fazem o uso da escrita em suas práticas sócias.

As atividades propostas pela professora da turma observada exigem dos/as educandos/as a formulação de “frases soltas” sem um contexto. Na grande parte dos exercícios que compõem o caderno do alunado, a professora apenas coloca figuras ou palavras e pede para que eles/as criem duas, três ou mais frases com as figuras e/ou palavras propostas (ANEXO 1). O ensino da língua em nosso país tem sido marcado por essa sequenciação de conteúdos ensinam-se primeiro as letras, depois as palavras, depois as frases e por último começa o trabalho com o texto propriamente dito. (PCN, 2000)

Em uma conversa com um aluno da turma “descobri” que eles/as haviam produzido uma história coletiva, a qual foi intitulada “O elefante xadrez” (ANEXO 2). Essa atividade proposta pela professora é de suma importância, pois se verifica que ela: “Permite que as dificuldades inerentes à exigência de coordenar muitos aspectos ao mesmo tempo sejam divididas entre os alunos.” (PCN, 2000 p. 69). Ao indaga-lo sobre como foi feita a atividade de produção disse-me que primeiro escolheram o tema e depois cada um falava um pedaço que queria colocar na história professora fazia a seleção e escrevia no quadro. Todos tiveram que copiar a produção no caderno. No dia seguinte ela trouxe copias digitadas do texto para cada um, colar em seu caderno.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Que nos comprometamos com os futuros leitores para que a utopia democrática pareça menos inalcançável. (FERREIRO, 2002)

Ao fazer as analises dos registros realizados no “Diário de Bordo”, bem como as observações na classe de alfabetização e as bases teóricas utilizadas nessa pesquisa, constata-se a necessidade em se fazer uma revisão a respeito das concepções que fundamentam e organizam as práticas pedagógicas referentes ao processo de alfabetização. Para isso se torna fundamental reavaliar os nossos olhares em relação à leitura, à escrita e aos sujeitos que fazem parte do processo de ensino-aprendizagem da alfabetização. É preciso nos perguntar: Quais são as experiências que tem sido proporcionada aos alunos/as nessa etapa de ensino? Qual a lógica que fundamenta a organização do trabalho

BOURDIEU, Pierre & CHARTIER, Roger. A leitura uma pratica cultural. IN: CHARTIER, R. (org .). Práticas de leitura. 2ª ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2001.

HENZE, Amélia. Alfabetização ou letramento? http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/alfabetizacao.htm. Acesso em: 15/10/

LIMA, Elvira Souza. Como o cérebro aprende a ler. Presença pedagógica, Belo Horizonte, v.18, n°103, p.30- 35, 2012.

MELLO, Suely Amaral (2007). “Não fazer das palavras um atalho para o conhecimento”. In: FARIA Ana Lucia Goulart de & MELLO, Suely Amaral (orgs.). Territórios da infância: linguagens, tempos, e relações para uma pedagogia para as crianças pequenas. Araraquara, Junqueira & Marin, p- 169 - 178.

RAMOS, Graciliano. Entrevista s/d. Recife, 1945.

SANDRA BOZZA. Trabalhando com a palavra viva. Curitiba: Renascer, 1996. < https://sites.google.com/site/ensinandoaescrever/o-que-significa-trabalhar-a- escrita-com-funcao-social > Acesso em 27/11/2012.

SARAIVA, Juracy Assmann. Literatura e alfabetização: do plano de choro ao plano da ação. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

WEISZ, Telma. O dialogo entre o ensino e a aprendizagem. 2ª Ed. São Paulo: Ática, 2009.