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Este artigo analisa a obra de carlos drummond de andrade, explorando a recorrência da imagem dos prédios urbanos como símbolos da modernidade esvaziadora, que desintegra o ser humano. O autor explora a relação do poeta com a cidade, contrastando a memória do mundo rural com a experiência citadina, e como os prédios encarnam as dores e alegrias do habitante urbano. O artigo destaca a visão de drummond sobre a cidade como um espaço de solidão, angústia e desintegração, onde os edifícios representam a perda da substância humana e a fragilidade da modernidade.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Espírito de Minas, me visita, E sobre a confusão desta cidade, Onde voz e buzina se confundem, Lança teu claro raio ordenador. Conserva em mim ao menos a metade do que fui de nascença e a vida esgarça: não quero ser um móvel num imóvel (ANDRADE, 1969, p. 230)
Uma cidade toda paredão Paredão em volta das casas Em volta, paredão, das almas. O paredão dos precipícios. O paredão familial. Ruas feitas de paredão O paredão é a própria rua Onde passar ou não passar É a mesma forma de prisão. Paredão de umidade e sombra, Sem uma fresta para a vida. A canivete perfurá-lo, A unha, a dente, a bofetão? Se do outro lado existe apenas Outro, mais outro, paredão? (ANDRADE,1979, p. 83)
Auxiliados por este instrumento, não reencontraremos em nós mesmos, sonhan- do em nossa simples casa, os reconfortos da caverna? E a torre da nossa alma foi arrancada para sempre? Somos nós para todo o sempre, segundo o hemistíquio famo- so, seres da “torre abolida”? Não somente nossas lembranças, mas nossos esquecimen- tos também estão alojados. Nosso inconsciente está alojado. Nossa alma é uma mora- da. (BACHELARD, 1996, p. 20.)
Na areia da praia Oscar risca o projeto. Salta o edifício Da areia da praia. No cimento, nem traço Da pena dos homens. As famílias se fecham Em células estanques O elevador sem ternura Expele, absorve
Num ranger monótono Substância humana. Entretanto há muito Se acabaram os homens Ficaram apenas tristes moradores. (...) “- Que século, meu Deus! diziam os ratos. E começavam a roer o edifício. (ANDRADE, 1969, p. 64)
l e ! s muletas desabando nem gritar dava tempo soterrados novos desabamentos insistiam sobre peitos em pó desabadesabadesabadavam as ruínas formaram outra cidade em ordem definitiva. (ANDRADE, 1979, p. 459.)
No térreo se arrastam possuidores de coisas recoisificadas No 1 o^ andar vivem depositários de pequenas convicções, mirando-as, remirando-as Com lentes de contato. No 2 o^ andar vivem negadores de pequenas convicções, pequeninos eles mesmos. No 3 o^ andar – tlás tlás- a noite cria morcegos. No 4 o, no 7 o, vivem amorosos sem amor, desamorando. (...)
No 28o^ saem boatos de revolução e cruzam com outros de contra- revolução. Impróprio a qualquer outro uso que não seja o prazer, o 29 o^ foi declarado inabitável. No 43o^ , no 44o, no... (continua indefinidamente) (ANDRADE, 1979: 424.)