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Piaget discute a importância dos jogos e brincadeiras na alfabetização e desenvolvimento de crianças. Ele argumenta que essas atividades, quando utilizadas corretamente, facilitam a aprendizagem, desenvolvimento pessoal, social e cultural, e exploram a criatividade e construção de conhecimento. O autor destaca que o professor deve intervir nas interações com os alunos para elaborar formas de pensar e se comunicar.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Delmara Silva Lara
Belo Horizonte
Delmara Silva Lara
Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Aprendizagem e Ensino da Educação Básica, pelo Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Docência na Educação Básica, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.
Orientador(a): Maria Alice Moreira Lima
Belo Horizonte
Agradeço primeiramente à Deus pela saúde, paciência e determinação a mim concedida para obter mais essa vitória em minha vida.
Agradeço também ao meu filho, Célio Júnior, pelas broncas que ele me dava quando eu tirava nota baixa e quando chorava por não conseguir resolver algum exercício, isso me fez mais forte e me motivava a buscar ainda mais a excelência naquilo que tinha proposto.
Este plano de ação objetiva avaliar a influência das brincadeiras e dos jogos na alfabetização, demonstrando que, esses recursos quando utilizados de forma correta e com objetivos bem determinados, se mostram como uma grande ferramenta para a alfabetização de crianças. A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa socialização, comunicação, expressão e auto-estima e explora muito mais sua criatividade e construção do conhecimento. Na vivência escolar pude perceber que cada vez mais os alunos de turmas de níveis mais altos apresentam mais dificuldade com a ortografia da língua portuguesa. Sabendo disso foi feito com alunos do 5º ano um estudo de como atividades de caráter lúdico pode contribuir para a superação de dificuldades ortográficas. Percebe-se que houve uma diminuição de aproximadamente 54% dos erros cometidos pelos alunos após a aplicação de diversos jogos lúdicos. Conclui-se então que as atividades lúdicas fazem com que a criança aprenda com prazer, alegria, sendo relevante ressaltar que a educação lúdica está distante da concepção única de passatempo e de diversão e é uma excelente atividade para auxiliar no ensino da língua portuguesa.
Palavras-chaves: Lúdico, Brincadeiras, Alfabetização, Língua Portuguesa.
aprendizagem e o desenvolvimento é fundamental para o desenvolvimento mental e cognitivo da criança. Sendo assim, o educador deve estar sempre atento para auxiliar a criança na utilização dos brinquedos. A verbalização deve iniciar na valorização de suas características e possíveis estratégias de exploração, além de oferecer informações sobre o seu manuseio.
Utilizar as brincadeiras não é difícil, é apenas uma questão de tempo e de organização dos diferentes materiais propostos. O fundamental está na clareza do projeto educativo e humano que temos para nossa existência social. Pensando nisto, este artigo propõe uma análise do lúdico na construção da aprendizagem pelo aluno, e como este pode auxiliar o mesmo em seu processo de alfabetização.
A ideia desse trabalho surgiu da necessidade. Atualmente, trabalho a disciplina Língua Portuguesa com turmas de 5º ano, antiga 4ª série, e já na primeira semana notei que a grande maioria possuía diversos déficits ortográficos. Matérias que já deveriam estar sendo dominada pelos alunos, já que constam como currículo de anos anteriores do ciclo, ainda não estavam aprendidas.
Além disso, como profissional, sempre acreditei na força da aprendizagem através do Lúdico. Aliando então esses dois fatores, percebi que poderia trabalhar com meus alunos utilizando essa ferramenta e observar o quanto poderia ser determinante na vida deles a aprendizagem através de jogos e brincadeiras. Esse trabalho se faz importante também por poder dar um direcionamento para professores de Língua Portuguesa que enfrentam a mesma dificuldade.
2.1 Objetivo Geral
Avaliar a influência de atividades de caráter lúdico na superação de dificuldades ortográficas por alunos do 5º ano do ensino fundamental da E.M. Joaquim dos Santos.
2.2 Objetivos Específicos
Verificar quais são os tipos de erros ortográficos mais cometidos. Utilizar jogos de português como forma de recurso para sanar dúvidas sobre regras ortográficas.
que a imaginação é uma faculdade que se desenvolve em um contínuo processo, ao longo de toda nossa vida. Mas também é verdade que a imaginação na infância tem uma sensibilidade especial, que as crianças tendem a se entregar mais livremente a fantasia. É importante estimular a criança a brincar. Oferecer-lhes brinquedos e espaços adequados.
A brincadeira faz com que a criança experimente situações, descobertas, criatividade sendo, portanto, um espaço social. Através delas a criança, arrisca situações e comportamentos.
Os jogos imitativos ou o faz de conta, promovem o desenvolvimento cognitivo e afetivo-social da criança. Quando uma criança esta brincando de faz-de- conta, os papéis são desempenhados com clareza, não deixando dúvidas quanto ao significado que os objetos assumem dentro de um contexto.
No texto de Kishimoto (1999); ele enfatiza a importância do brincar, do faz-de-conta e da organização dos brinquedos quando ela descreve que é bastante comum nas escolas brasileiras o uso de uma caixa com diversos brinquedos, no meio da sala, para brincadeiras livres. Deve haver uma ponderação entre atividades dirigidas e atividades livres. Na atividade livre a criança faz a sua escolha sem a intervenção do professor. Na atividade dirigida o professor escolhe o brinquedo de acordo com o que ele quer ministrar.
A função lúdica e educativa sugere critérios para adequação e escolha de brinquedos de uso escolar de modo a garantir a essência do jogo para a aprendizagem. A criança, ou seja, o aluno deve explorar e manipular os brinquedos e objetos diversos para construir sua personalidade. A mesma deve propiciar a diversão, o prazer e até o desprazer quando escolhido involuntariamente ou como imposição educativa. Se for imposição o jogo não ensina e não contribui para o crescimento e conhecimento cognitivo, já que a imposição a algo desestimula a imaginação da criança.
3.2 A criança e o espaço social
O processo de socialização da criança, isto é, a progressiva capacidade de conhecer e conviver com o espaço social que a cerca, suas regras e padrões de comportamento, inicia-se no momento em que a criança nasce. Depois do terceiro ano de vida, o desenvolvimento da capacidade simbólica do pensamento fornece à criança condições para o progresso rápido desse processo: o desenvolvimento da linguagem, a capacidade de brincar de interagir com outras crianças e a possibilidade de conviver com outros grupos além do familiar, como é o caso da pré- escola, que dá a ela novos instrumentos para lidar com o mundo.
Para as crianças, as brincadeiras são as melhores maneiras de se comunicarem e um meio para perguntar e explicar, um instrumento que ela tem sobre o mundo que a cerca e têm a oportunidade de procurar a melhor forma de se integrar a esse mundo que já encontram pronto ao nascer.
Nas brincadeiras, a criança encontra um espaço fértil para lidar, através da representação dramática, não apenas com a realidade social, mas também, e principalmente, com as suas individualidades físicas, intelectuais e emocionais em desenvolvimento. (TFUONI, 1995, p.104). Quando as crianças brincam, elas ficam entretidas a ponto de acreditarem que realmente são esta ou aquela coisa, embora não percam inteiramente o sentido de realidade, transportam-se para um mundo povoado por objetos inanimados, cheios de intenções, um mundo onde tudo é possível. Nesse mundo, elas podem relacionar os dois aspectos da vida – o funcionamento do seu corpo e a vivência das suas idéias.
Segundo as teorias de Piaget, podemos ter igualmente certeza, se a criança teve medo de um casarão, de que as coisas se arranjarão num jogo simbólico, quando os cães deixarão de ser maus ou as crianças se tornarão corajosas. De modo geral, o jogo simbólico pode servir, ainda para a liquidação de conflitos, mas também para a compensação de necessidades não satisfeitas, para a inversão de papéis (obediência e autoridade), para a liberação e extensão do seu eu. (Deheinzelin,1995,p. 82). A oportunidade de interagir com outras crianças seja em casa com irmão, seja em brincadeiras no grupo comunitário ou durante atividades em espaço de aprendizagem (pré-escolas, escolas de arte, esportes etc.), dá uma contribuição inestimável ao processo de construção de identidade.
biologicamente ao meio, também nos adaptamos intelectualmente. O mundo que nos cerca é organizado e estruturado através da assimilação. A organização e construção. A organização é interna e pode ou não guardar uma nítida semelhança com o que chamamos de realidade. (2003, p. 161).
Sendo assim, entende-se que o contexto social da criança deve ser levado em consideração e valorizado por todos educadores. Pois, o mesmo já é um sujeito ativo na sociedade. E suas ações perante aos objetos que fazem parte do seu contexto podem ser físicas ou mentais.
Elas podem ser físicas (como manipulação dos objetos) ou mentais ( como pensar sobre algo). As ações apresentam duas fases. A primeira envolve a exploração de um objeto ou de uma idéia. Se a exploração do objeto ou da idéia provocar desequilíbrio, a exploração continua, porém atenta em atribuir sentido (assimilação) ao que produziu o desequilíbrio. Isto é construção de conhecimento (WADWORTH 2003,P.169). Através desse desequilíbrio o indivíduo acaba formando a sua personalidade, construindo a partir de sua organização infantil das regras e valores construídos de forma autônoma. A personalidade reflete os esforços individuais para se adaptar ao mundo social do adulto. A interação social é também necessária para o avanço no desenvolvimento cognitivo. As pessoas são as únicas fontes possíveis do material necessário para a construção do conhecimento social.
Piaget (1998) acreditava que o jogo era essencial na vida da criança. De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. Em torno dos 2/3 e 4/5 anos nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem a necessidade da criança de não somente relembrar o imaginário e o acontecido, mas de executar a representação. Em período posterior surgem os jogos de regras, que são transmitidos socialmente de criança para criança e por conseqüência vão aumentando de importância de acordo com o progresso de seu desenvolvimento social. O jogo constitui-se em expressão e condições para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade.
Vygotsky diferente de Piaget, considerava que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. ele não estabelece fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo , é interativo. A criança
usa as interações sociais como forma privilegiada de acesso a informações, aprende a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não com o resultado de um engajamento individual na solução de problemas. (OLIVEIRA, 2000, p 35).
Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reações, que elas pareçam agradáveis ou não. Enquanto Vygotsky fala de faz-de-conta Piaget fala do jogo simbólico e pode se dizer, que são correspondentes. O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança. Afirma que a aquisição do conhecimento se dá através das zonas de desenvolvimento: real e proximal. A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento adquirido, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, só é atingida, de inicio, com o auxilio de outras pessoas mais “capazes”, que já tenham adquirido esse conhecimento. “As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade (VYGOTSKY, 1989, p.98)”. E Piaget dizia que a atividade lúdica é o berço obrigatório para o crescimento intelectual da criança, sendo, por isso, indispensável à pratica educativa. Na visão sócio-histórica de Vygotsky, a brincadeira, o jogo, é uma atividade especifica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social com contexto cultural e social. Ainda VYGOTSKY (1989), afirma que:
É enorme a influencia do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva , ao invés de agir em uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas , e não por incentivos fornecidos por objetos externos (1989, p. 58). A noção de “Zona proximal de desenvolvimento” interliga – se, portanto, de maneira muito forte , à sensibilidade do professor em relação às necessidades e capacidades da criança e à sua aptidão para utilizar as contingências do meio a fim de dar-lhe a possibilidade de passar do que sabe fazer para o que não sabe.
Na sociedade de mudanças aceleradas em que vivemos, somos sempre levados a adquirir competências novas, pois é o indivíduo a unidade básicas de mudança. A utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios que lhe surgirem. Trata - se do exercício de habilidades necessárias ao domínio e ao bom uso da
fosse maior do que na realidade. O brinquedo fornece ampla estrutura básica para mudança das necessidades e da consciência. A ação na esfera imaginativa, numa situação imaginária, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e motivações volitivas, tudo aparece no brinquedo, que se constitui, assim, o mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar. A criança desenvolve-se, essencialmente, através do brinquedo. Somente nesse sentido pode ser considerado uma atividade condutora que determina o desenvolvimento da criança. (VYGOTSKY, 1984, p. 117). Ainda segundo Vygotsky (1984), a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra. Essas características estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, sejam elas tradicionais, de faz-de-conta, de regras, e podem aparecer, também, no desenho como atividade lúdica. É no brincar que aparecem as premissas necessárias para o desenvolvimento da memória voluntária e onde ela desenvolve sua motricidade, pois essas situações exigem um controle consciente dos movimentos. A brincadeira permite à criança criar, imaginar e representar a realidade e as experiências por ela adquiridas. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), que serve como guia para as creches e escolas de educação infantil, apresentando objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os profissionais que atuam diretamente com crianças de zero a seis anos, contempla a importância da ludicidade para a construção do conhecimento.
Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca.Por exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características. Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientas, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. A fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas encontram-se ainda, fragmentados. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações (BRASIL, 1998, p. 27). A educação traz muitos desafios aos que nela trabalham e aos que se dedicam a sua causa. Muito já foi pesquisado, escrito e discutido sobre educação e continua sendo um tema pertinente, pois o ser humano é seu principal foco. Pensar em educação é pensar no ser humano em sua totalidade, em seu ambiente, nas suas preferências, prazeres, enfim, em suas relações vivenciadas.
Alunos com vontade de estarem na escola, querendo mais aprendizagem, alunos felizes querendo voltar no dia seguinte porque lá é um lugar bom de passar o dia: essa é uma realidade desejada por muitos educadores. Mas, o que será que os educadores estão fazendo para garantir esse prazer de aprender nos alunos? A escola está proporcionando um espaço que possa concretizar essa idéia?
Não queremos uma escola cuja aprendizagem esteja centrada nos homens de talentos, nem nos gênios, já rotulados. Precisamos de uma escola que forme homens, que possam usar seu conhecimento para o enriquecimento pessoal, atendendo os anseios de uma sociedade em busca de igualdade de oportunidade para todos (RESENDE, 1999, p. 42- 43). Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho. É ajudar a criança a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que ela possa escolher, entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, com sua visão de mundo e com circunstâncias adversas que cada uma encontrará.
No atual contexto, já não há mais espaço para o professor informador e para o aluno ouvinte. O professor deve ser o agilizador do processo ensino- aprendizagem, e o aluno, um verdadeiro pesquisador. O professor é aquele que media as estratégias sociolingüísticas e cognitivas num contexto educativo, fornecendo subsídios para a construção do conhecimento, servindo-se do brincar.
3.4 Metodologia
A pesquisa foi feita com 3 turmas de 5º ano do ensino fundamental da E.M. Joaquim dos Santos, um total de 92 alunos e a metodologia foi dividida em 3 fases: