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DESCRIÇÃO TEMATIZADA DO FILME SEMENTES DE VIOLÊNCIA. Richard Dadier chega à escola e, na entrada, alunos dançam rock ao som de Bill Halley.
Tipologia: Slides
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Não perca as partes importantes!
Aprovação em:______________
Presidente: Profa. Cleide Rita Silvério de Almeida, Dra. – Orientadora, UNINOVE
Membro: Profa. Maria Leila Alves, Dra. – UMESP
Membro: Profa. Elaine Terezinha Dal Mas Dias, Dra. – UNINOVE
Membro: Profa. Izabel Cristina Petraglia, Dra. (suplente) – UNINOVE
Diretor do Programa: Prof. José Eustáquio Romão Dr.- UNINOVE
Profa. Marcia de Mattos Sanches – Mestranda, UNINOVE
São Paulo, 27 de junho de 2012.
Dedico este trabalho
ao meu pai João Pachon (in memorian), símbolo de garra e de luta pela vida. a Ottilia, mais que mãe: uma amiga, cujos laços de carinho e de compreensão se fortificaram desde a minha infância até hoje, mas, apesar de ter se ausentado do mundo da razão e mergulhado em seu mundo simbólico e imaginário, continua a ser a minha mestra. aos meus filhos Edson e Rafael, que dão sentido à vida e alegram a minha caminhada.
Um dos paradoxos dolorosos do nosso tempo reside no fato de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto os que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e indecisões”.
“A experiência não permite nunca atingir a certeza absoluta. Não devemos procurar obter mais que uma probabilidade”.
“A vida virtuosa é uma vida inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento.
Bertrand Russel
Esta dissertação estuda , em sete filmes , a atuação de educadores em sala de aula para ver se há, na ação pedagógica dos protagonistas, um ensino educativo que contribua para a ampliação do processo de ensinar e de aprender. Um dos critérios de escolha desses textos fílmicos foi o fato de os professores terem escrito livros sobre as suas experiências no ambiente escolar, ou criado fundações voltadas tanto ao ensino da música quanto a desenvolver nos alunos a escrita e a leitura. A motivação deste estudo partiu das inquietações sobre a qualidade do ensino, ainda pautada na fragmentação do saber, praticado nas nossas escolas e pela observação de ações educativas que despertavam os alunos para o saber, em oposição àquelas que provocavam distanciamento e aversão aos estudos. Com um conjunto de 91 aulas descritas, que serviu como base documental, e de fontes bibliográficas teve-se por objetivo apresentar os filmes como propiciadores de investigações e de conhecimentos. Além disso, ao apreender a dinâmica das atuações pedagógicas nos filmes, levantou-se os temas mais recorrentes, o que possibilitou verificar se há neles um ensino que informe e religue os saberes, ao mesmo tempo, para a compreensão da condição humana. Esta pesquisa ancora-se nos estudos da complexidade, de Edgar Morin cujo núcleo teórico está pautado nas obras: A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento e Os sete saberes necessários à educação do futuro , por entender que essa teoria situa a importância do ensino na totalidade dos desafios e das incertezas de nossa era.
Palavras-chave: Ensino Educativo; Filmes; Formação de Professores; Pensamento Complexo.
estendem para além dos muros da escola e vice-versa, e desejam encontrar receitas prontas para enfrentar os conflitos em seu cotidiano, como se isso fosse possível na dinâmica escolar. É necessário entender tal ação como uma jornada repleta de desafios que impulsiona o educador a refletir sobre as variadas possibilidades de ampliar as suas práticas e conhecimentos específicos adquiridos na sua formação. Cabe ressaltar a compreensão de que muitos desses educadores se formaram em bancos escolares que privilegiaram um ensino compartimentado, fragmentado dos diversos saberes e, ainda, têm dificuldades de reunir o que foi desligado e separado, para compreender o todo e que neste, também, inserem-se as partes. Há que se reconhecer, como afirma Esteve (in: Nóvoa,1999, p. 95), que praticamente as crises nas sociedades tanto políticas quanto econômicas, desde a década de 1970, modificaram “a situação actual dos professores, situando-a num processo histórico em que as mudanças sociais transformaram profundamente o seu trabalho, a sua imagem e o valor que a sociedade atribui à própria educação”. Dessa forma, esta pesquisa nasceu de indagações quanto ao ensino aplicado nas escolas, sem deixar de assinalar que ensinar hoje é diferente do que era há mais de vinte anos e nem se pretende aqui ter atitudes saudosistas de que naquele tempo o “ensino era melhor”. Tudo isso se identifica com o caminhante do poeta que ao andar, faz o seu próprio caminho “e ao olhar-se para trás/ vê-se a senda que jamais há de voltar a pisar”, mas deixou “sulcos no mar”. Pretende-se suscitar no professor o encanto por outras possibilidades de atuar na sala de aula, apesar do pessimismo de muitos que se sentem incapazes de se adequar às iminentes evoluções sociais, tornando-se céticos e resistentes a novos olhares. É uma tentativa de apresentar outros instrumentos capazes de orientar os envolvidos na educação a encontrarem o conhecimento que valorize a ação educativa daqueles que obtiveram êxito em suas atuações, não obstante as várias intempéries existentes durante as suas ações, sem a menor pretensão de desmerecer os que fracassaram, mas a de acrescentar novos olhares às ações cotidianas.
Nessa mesma trilha, ao ver filmes – cujas figuras de professor e de alunos agindo em escolas foram objetos de interesse de alguns diretores de cinema –, constatei que os protagonistas deixavam pistas que poderiam contribuir para a reflexão sobre as minhas práticas pedagógicas e quem sabe compartilhá-las. A proposta deste estudo é buscar nos filmes, que tratam de realidades escolares, as atuações de professores em sala de aula, para observar a existência de um ensino educativo que, segundo Morin (2010, p.11), tem a “missão” de “transmitir não o mero saber, mas uma cultura que permita compreender nossa condição e propiciar um modo de pensar aberto e livre”. Por assim dizer, a prática de ver nas telas, situações idênticas às vivenciadas cotidianamente, pode despertar o interesse de encontrar outras possibilidades que contribuam para a formação docente. Penso que a busca por respostas prontas e imediatistas impede a abertura de brechas para o enfrentamento das intricadas situações escolares. E os filmes podem ser fontes catalisadoras, por meio das quais o educador percebe que não está sozinho, pois os temas mais recorrentes nos filmes identificam-se tanto às cenas protagonizadas em cada um deles quanto à realidade do professor nas nossas escolas. Ao pesquisar os filmes, em vários momentos, lembrei-me de situações escolares desde a infância até o momento em que me tornei uma educadora. Esses momentos me fizeram refletir sobre situações educativas tensas, em que alguns professores conseguiam enfrentá-las com equilíbrio e empatia; enquanto outros se perdiam em punições e imposições sem obter resultados positivos com os alunos. Passei então a questionar sobre os motivos que levavam alguns a terem êxito em sua atuação na escola e outros não. A mais agradável das lembranças foi a de quando ingressei na escola pública em que as professoras das quatro primeiras séries se dedicavam ao ato de ensinar. Pareciam compreender as nossas dificuldades na aprendizagem, e não mediam esforços em apresentar atividades dinâmicas como o incentivo a leituras e escritas em diários sobre o que líamos, ou vivenciávamos no cotidiano. Essa inquietação seguiu-me por muito tempo, pois sempre desejei ser professora e as atuações de alguns educadores inspiravam-me a seguir essa
Foram as mais variadas experiências entre a escola pública e a particular que demandariam muitas páginas desta dissertação, mas o enfoque não é esse, e sim apresentar-me inicialmente para depois delinear os objetivos desta pesquisa. Em 2001, concluí a especialização em Língua Portuguesa na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foi uma época de oportunidades que me possibilitaram apresentações de trabalhos acadêmicos em universidades e em congressos. Tudo isso contribuiu para que mudasse, novamente, os rumos de minha carreira na área da educação. Mais tarde, em 2003, integrei-me a um projeto do estado de São Paulo, chamado Teia do saber, o que me permitiu ser contratada por duas universidades particulares para lecionar língua portuguesa nos cursos de Letras e de Direito, permanecendo neste último até hoje. No Direito, o cinema também foi fonte de inspiração para que desenvolvesse em 2004 um projeto chamado A sétima arte no direito , que consistia em apresentar filmes com temáticas jurídicas como Doze homens e uma sentença; Filadélfia e Amistad, para que os alunos debatessem sobre o uso da argumentação dos protagonistas em situações de defesa e de acusação nos julgamentos dos casos.
Novos trajetos
As experiências, em sala de aula, permitem-me afirmar que nos tornamos e não nascemos professores, porque construir conhecimentos mais elaborados significa avançar além dos saberes especializados para perceber que as relações humanas não se constroem somente por meio de tensões e de conflitos, mas também de desafios e de predisposições que abrem brechas sucessivas para novos olhares e enfrentamentos. Recuperando o poema de Antonio Machado, percebi que era necessário seguir a caminhada sempre projetando novos questionamentos. No entanto, sem a resignação mutiladora de aceitar passivamente um ensino baseado em práticas tradicionais, compreendendo a sua inserção na educação, mas consciente de que este impede um pensar “aberto e livre”, pois a vida pulsa
nas incertezas intramuros da escola. Mesmo inserida nesse contexto, questionava as minhas próprias aulas, observando as relações existentes entre os professores e os alunos, pois meus conhecimentos em linguística, gramática, sintaxe e os conteúdos teóricos da graduação em Pedagogia precisavam ser ampliados. Ao assistir, pela primeira vez, Ao mestre, com carinho, vi que nesse filme havia situações escolares idênticas àquelas vivenciadas por mim e muitos outros professores brasileiros. O interesse por outros filmes dessa temática cresceu gradativamente à medida que neles havia situações idênticas às da realidade escolar em qualquer nível de ensino e, dessa maneira, tais experiências poderiam ser compartilhadas com aqueles que estivessem preocupados com tais questões. Assistir a filmes não seria suficiente para atender às minhas necessidades de compreender o processo de aprender e de ensinar, posto que sem um aporte teórico a produção de conhecimento se esvaziaria, ingressei em 2010 no Programa de Pós-Graduação em Educação, na Universidade Nove de Julho, na linha de pesquisa Teorias em Educação. No mestrado, o encontro com o pensamento complexo foi importante, na medida em que essas inquietações se aproximavam bastante dessa teoria. Dessa forma, passou a ser o eixo norteador, principalmente, sob a ótica do conceito de ensino educativo nos livros: A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento e Os sete saberes necessários à educação do futuro, de Edgar Morin, que o define como aquele que prepara o estudante não só para o cognitivo, mas também para o enfrentamento de sua realidade e a compreensão da condição humana. Cabe esclarecer que o pensamento complexo neste estudo não se limita ao termo simplificador de “complicado”, mas amplia a sua gênese ao que Petraglia (2001, p.23) esclarece como “aquele que abrange muitos elementos ou várias partes, ‘o que foi tecido junto’, do latim complexus” [grifo do autor]. Isso significa que tudo está enredado a tudo em tramas de redes complexas. Considera todas as possibilidades de apreensão da realidade, convivendo com as incertezas e contradições, a partir da solidariedade e sem a pretensão de ser a solução dos problemas, mas a de ser mais uma via de enfrentamento das adversidades conjunturais da sociedade.
c.) as práticas pedagógicas apresentadas podem auxiliar a reflexão sobre a realidade da sala de aula em nossas escolas.
Interessante observar que nos filmes estudados há temáticas que se repetem independentemente da origem de gravação, da época dirigida e se articulam com os questionamentos até agora apresentados. As mais recorrentes são: a indisciplina , as diferenças culturais e o desenvolvimento da consciência crítica; tais itens serão ainda objeto de estudo em outro capítulo_._ Como o caminhante não vai estrada a fora o tempo todo sozinho, é preciso dialogar com outros estudos que também se preocuparam em observar nos filmes situações envolvendo o espaço escolar, os professores, os alunos e ações humanas para além dos muros da escola.
Uma pausa para as justificativas e os caminhos trilhados por outras pesquisas
Ainda que pese o reduzido número de pesquisas envolvendo o cinema e a educação como objetos de estudo, Duarte (2009, p. 85) afirma que
[...] a riqueza e a polissemia da linguagem cinematográfica conquista cada vez mais pesquisadores que, reconhecendo os filmes como fonte de investigação de problemas de grande interesse para os meios educacionais, passaram a considerar o cinema como campos de estudos.
Para Duarte (2005, p. 69), o “cinema e a escola vêm se relacionando um com o outro há muitas décadas, embora ainda não se reconheçam como parceiros na formação geral das pessoas”. Nessa trajetória, a revisão da literatura foi um constante aprendizado, em meio à gama de trabalhos e de sites que se referem ao cinema e aos filmes como objetos de pesquisas, apesar de Duarte (2005, p. 85) constatar que ainda há muito que se estudar nesse campo.
Na maioria dos trabalhos levantados, há muitos que privilegiam a aplicabilidade do cinema na sala como uma ferramenta pedagógica e de inserção do raciocínio crítico nos estudantes, acerca das coisas do mundo e de si próprios. No entanto, por não ser o foco desta pesquisa, foi necessária a escolha de alguns estudos que tivessem como base a formação do professor e a utilização de recursos fílmicos como estratégias didáticas e epistemológicas. A apresentação dessas investigações será organizada, a princípio, pelos estudos de mestrado e de doutorado que têm por escopo os filmes vistos como recursos didáticos na sala de aula, que servem para dinamizar e relacionar os conteúdos programáticos com outras linguagens. Nessa mesma travessia houve o encontro com dissertações e teses que estudaram a importância dos filmes na escola, para desenvolver a consciência crítica nos educandos. A seguir, outros estudos acadêmicos que mais se aproximaram do objeto desta pesquisa serão apresentados, pois têm por temática a representação de professores e de alunos nesse espaço escolar, em que este último também é estudado por um dos trabalhos relacionados. Posteriormente dois sites oficiais dos governos estadual e federal – comporão esta revisão literária –, baseados em interesses políticos de promover nos futuros educadores possibilidades de trabalhar o cinema nos ambientes escolares. Nogueira (2003), em sua dissertação de mestrado Ler o ver: uma dialogia necessária apresenta as relações entre a educação e o filme comercial, facilmente acessível pelo professor para dinamizar as suas aulas, não apenas como recurso fim e nem entretenimento, mas também por ser um meio de aprendizagem eficiente. A contribuição desse estudo deve-se ao fato de o autor ter constatado que não é preciso ser um expert em filmes para analisá-los, pois, na verdade, basta um olhar aguçado para perceber outras possibilidades de ensinar e criar aulas geradoras de sentidos nos alunos. Para Nogueira, a palavra “criar” representa a magia que consagra os conteúdos programáticos com o ato de ensinar. Além disso, o percurso histórico sobre o cinema nesse trabalho serviu como ponto de referência para a elaboração do primeiro capítulo desta pesquisa. Na dissertação Cinema na escola: uma proposição de leitura fílmica, Oliveira (2004) investiga o quanto a leitura crítica pode contribuir para a