


























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Este documento explora as opções e áreas em que a realidade aumentada (ar) pode impactar no meio comunicacional. O trabalho apresenta uma breve história da comunicação de massas e a evolução dos sistemas comunicativos, além de estudar as áreas de comunicação que já utilizam a ar, como publicidade, espetáculos de arte e cultura, ou cinema. O documento também discute as características básicas da ar, como o processamento em tempo real, a combinação de elementos virtuais com o ambiente real, e o uso de elementos virtuais concebidos em 3d.
Tipologia: Notas de estudo
1 / 98
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Orientador: Professor Doutor Rui Torres Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Mestre em Ciências da Comunicação - Novas Tecnologias da Comunicação.
Resumo: A evolução tecnológica dos tempos é assoberbante. Todos os dias surgem novos aparelhos hi-tech que nos assolam com as suas capacidades tecnológicas e que têm vindo a invadir todas as áreas, principalmente áreas que se encontram intrinsecamente relacionadas com a comunicação em massa. Este trabalho tem como principal objectivo explorar algumas das opções e áreas nas quais a “nova” tecnologia que tem vindo a ser cada vez mais utilizada, a Realidade Aumentada, pode vir a singrar no meio comunicacional. O marketing, a publicidade e agora o cinema, têm vindo a apostar neste meio de comunicação cada vez mais, dando a oportunidade ao utilizador ou público-alvo, dependendo da área em questão, a fazer parte da experiência que se encontram a publicitar ou a divulgar. É importante referir e não esquecer que estas novas tecnologias interagem e fazem parte do dia-a-dia quotidiano de todos nós cada vez mais; assim sendo, iremos ainda tratar de analisar e explicar em que medidas é que, a maneira e o tipo de visionamento de imagens/modelações de animação alteram o dia-a-dia de cada um de nós, quais as suas principais implicações. Em suma, interessa entender o que é a Realidade Aumentada, para que serve e até que ponto virá trazer mais do que uma interacção publicitária em que o objecto de divulgação somos nós e aquilo que trazemos connosco. Abstract: Through the years, technology development has been overwhelming. Each day, new hi-tech is given to us, spreading like a plague, with their technological capabilities and invading all areas, especially those that are intrinsically related to media and mass communication. This essay has its main purpose to explore some of the options and areas where Augmented Reality - this “new” technology that’s being used increasingly - could thrive in the midst of communication. Marketing, advertising and cinema have been focusing on this type of communication, giving the opportunity to the user or the audience to be part of the experience, which is being advertised or publicized. It is important to mention and to remember that these new technologies interact and are part of a day-to-day experience for all of us; therefore, I will try to analyze and explain in what measures the type of display of an image/animation modeling can
À minha família: Às “cabeçadas” que me fizeram dar na parede; às pressões constantes e diárias numa tentativa (in)frutívera de me ver terminar a tese; à minha mãe e ao meu pai, pela paciência. À minha irmã pelas perguntas e interjeições aleatórias. Ao meu sobrinho por me fazer querer ter sucesso, ter um futuro brilhante, para que se orgulhe de mim quando crescer. Ao meu cunhado por se juntar às palhaçadas. Às minhas primas que são minhas irmãs. À minha pessoa que está ao meu lado, todos os dias, que me dá amor e apoio - incondicional, seja no que for, seja para o que for. Sem vocês, mais de metade de tudo não faria sentido.
O meu maior agradecimento dirige-se ao orientador Professor Doutor Rui Torres, por todo o seu apoio, preocupação, dedicação, amizade, compreensão, profissionalismo e principalmente por toda a sua exigência. Obrigada por acreditar em mim, quando as nuvens mais negras passavam por cima da minha cabeça e me derrubavam o espírito e a motivação. Por todas estas razões, e por ter sido um apoio exímio, o professor é, sem dúvida, merecedor de todos os meus agradecimentos. Mais uma vez, à minha família, por me aturar nos dias menos maus, nos dias mais escuros. À Universidade Fernando Pessoa, pelos ensinamentos e pelas facilidades nos momentos de mais aperto.
O trabalho apresentado centra-se no estudo da Realidade Aumentada como meio de comunicação em massa, usando as novas tecnologias como principal ferramenta de propaganda. A escolha deste tema recaiu no facto de todos os dias nos serem apresentados - nós, sociedade - várias tecnologias que vêm de encontro ao que conhecemos como meio de comunicação tradicional, recorrendo no entanto a inovações de alta qualidade para produzir mensagens comunicativas e publicitárias. É importante escolher um tema de estudo no qual o autor se identifique, seja a nível académico como pessoal, de forma a que as suas necessidade de estudo sejam supridas. Como o autor, muitas outras pessoas de certo não saberão em concreto o que a Realidade Aumentada é, nem como funciona ou para que serve, até à leitura deste trabalho. Assim sendo, os objectivos desta tese passam por tentar entender o que é a Realidade Aumentada, em que sentido é que de facto vem substituir ou complementar outras tecnologias que têm vindo a simular espaços e actos reais (assim como a Realidade Virtual), o seu contributo para a comunicação e como deve chegar ao público. É importante, para suprir todos os objectivos acima mencionados, que exista um estado da arte bem estudado, principalmente explicando ainda nesta tese o que realmente é a Realidade Aumentada e do que se trata, assim como explicar como surgiu e porquê. É ainda necessário estudar e fazer um grande levantamento das áreas de comunicação que já apostam na Realidade Aumentada para potenciar o que se pretende comunicar, seja na publicidade, espectáculos de arte e cultura, ou no cinema. Este estudo dividir-se-á em dois capítulos que, consequentemente, terão subcapítulos que servirão para uma melhor percepção e explicação da questão tratada em cada um. O primeiro capítulo será dedicado à Comunicação e à Realidade Aumentada, sendo que ao longo do mesmo serão estudados a comunicação e a evolução dos sistemas comunicativos, assim como uma breve história pelas diversas eras da comunicação - desde os primórdios até aos dias de hoje. Ainda no primeiro capítulo tratar-se-á de explicar o que é a Realidade Aumentada, quais são os seus usos e funcionalidades e quais as suas particularidades cognitivas e em como influenciam a mente dos membros da sociedade, entre outros pontos relacionados com o tema. O segundo
A imagem está presente em todo o lado. Em todas as suas formas, hoje tal como ontem, a imagem é apreciada, cultivada, procurada, coleccionada e até adorada, mas, por outro lado, é também criticada, rejeitada e votada ao desprezo. (....) A imagem é também tema de ensino e de investigação, instrumento de expressão e de comunicação e veículo artístico: está presente nas escolas de arte, nas universidades, nas agências profissionais de publicidade e de comunicação, bem como de relações públicas e de design , e ainda nas empresas de produção audiovisual e cinematográfica. (GOLIOT-LETÉ et. Al. 2008, p.9)
A palavra “comunicação”, do latim communicatio e que deriva do feminino singular “comunicar” tem como significado, segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, informação, participação, transmissão, notícia, relações, entre outros. Na comunicação social é considerada como a “prática ou campo de estudo que se debruça sobre a informação, a sua transmissão, captação e impacto social” ( in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa). “Comunicar” significa partilhar, divulgar, transmitir. Transformar algo desconhecido e privado em algo público, divulgando uma mensagem, um produto, uma informação, que nas palavras de Poyares (1970), é a acção de tornar algo comum a muitos. É recorrente assistirmos a tipos de comunicação diferentes, invasivos, que se intrometem no nosso dia-a-dia mesmo que não estejamos à espera. Com a evolução inevitável dos tempos, os recursos tecnológicos tendem a tornar-se, de forma cada vez mais fulminante, em algo que podemos considerar, por vezes, uma extensão do nosso próprio corpo, como um novo membro associado intrinsecamente a nós. Estamos envolvidos em redes de comunicação que se espalham por tudo e todos. Em Uma Leitura da ‘Sociedade da Comunicação’ a partir de Teillard de Chardin de Paulo Serra investigador da Universidade da Beira Interior, é-nos apresentada a ideia de que: “uma rede de comunicação é, antes de mais, uma rede de máquinas de comunicação. Esta rede tem, em cada um dos seus pontos de origem e de destino, um ou mais seres humanos a quem cabe, mediante um «esforço quase nulo» – um pequeno gesto ou mesmo só um sinal – comandar o fluxo das imagens auditivas e visuais que “alimentam” todos e cada um deles.” (2006, p. 2) Comunicamos porque é essa a origem do ser humano e aquilo para o qual realmente foi feito. Quem não tem um telemóvel repleto de funcionalidades que na maioria das vezes nem sequer são utilizadas? A câmara fotográfica, o acesso à internet, os jogos em três dimensões que nos sugam o tempo e nos fazem dispersar da verdadeira funcionalidade e finalidade que o telemóvel tem: estabelecer a comunicação entre as
“A comunicação foi e continua a ser o elo mais importante da evolução humana, fez o grande diferencial entre o ontem e o hoje. Será a mola propulsora entre o hoje e o amanhã, e será uma grande força contributiva de um futuro bem próximo”. (BRAGANÇA, 2009, p. 1 ) A era da comunicação em massa é a era em que vivemos actualmente. Só não se informa quem não quer, só não comunica quem não quer. No entanto, com o evoluir das tecnologias, existe um paradigma de massificação que se tem vindo a desmistificar e a desconstruir aos poucos. É cada vez mais fácil personalizar os conteúdos a que cada pessoa tem acesso. Apesar de a comunicação em massa ser feita por todos e para todos, há necessidades que têm que se suprir e em que esta forma de comunicar em grupo não se aplica. Mas todos os tipos de comunicação são possíveis, onde quer que seja_._ Se há várias décadas apenas o telegrama era utilizado como meio de comunicação, hoje já nem o e-mail é suficiente. Fazendo uma breve contextualização histórica sobre os vários sistemas comunicativos que até hoje foram inventados, encontramos inúmeras técnicas que têm vindo a sofrer uma evolução demasiadamente abrupta e repentina. Esta história pode ser dividida em várias eras.
A Era da Fala marcou o início do progresso comunicativo e perceptível. Desde os primórdios, a comunicação é essencial. Nessa era os homens das cavernas comunicavam através de sons incompreensíveis aos ouvidos atuais e através de desenhos nas paredes, cravados e desenhados com as pontas das lanças utilizadas pelos mesmos para caçar. O poder de comunicar foi passando de geração em geração, os vocábulos evoluíram e a comunicação também. “A cultura oral passa de geração em geração através de uma atmosfera de interacção pessoal emotiva e sensorial” (BACELAR, 1999, p. 3) fazendo com que o poder de comunicar se torne algo de transcendente. O homem é o animal que fala. Aristóteles dizia que o ser humano era um animal político, um animal que falava. Contando com cerca de 40 mil anos, a fala deu ao
homem a possibilidade de dar um gigante salto no desenvolvimento da comunicação humana, fazendo com que se tornasse viável, através da fala, a transmissão de mensagens complexas e precisas. As pinturas rupestres foram algumas das primeiras tentativas de compreensão e armazenamento de informação, e a arte passou a fazer parte do dia-a-dia do homem como meio de comunicação. A Era da Escrita marcou o início da comunicação como hoje a conhecemos, assim como a fala. Estas duas eras protagonizaram a criação e o nascimento verdadeiramente comunicação como forma de partilha de informações estilizadas e homogeneizadas para toda a sociedade, em qualquer parte do mundo. O alfabeto, concebido para que a criação de palavras se tornasse possível, derivou do Alifato (primórdio do alfabeto árabe. A sua letra inicial, o alif, origina o seu nome). Dá-se usualmente a origem da criação do alfabeto aos Fenícios, mas recentes estudos vieram desmistificar essa ideia, afirmando que antes desse povo originário da Fenícia - planície costeira onde hoje é o Líbano e a Síria - já existiam “vestígios de um alfabeto anterior, chamado escrita proto-sinaítica, utilizado na península do Sinai” (GOMES, 2007 , p. 9). A alfabetização era inicialmente restrita a especialistas, sendo que cada sociedade criou uma forma particular de escrita. As primeiras palavras começaram a ser escritas em pedra, placas de argila e mais tarde, no papiro - algo que se tornou o mais próximo possível do actual papel. Antes de se tornarem meios comunicação e difusão viáveis e “práticos”, “as primeiras mensagens eram transmitidas por estafetas, que percorriam muitos quilómetros para levarem a informação ao seu destino” (BRAGANÇA, 2009, p. 2); só mais tarde com o surgimento do papel, com as mensagens escritas em suportes mais transportáveis, se tornou possível fazer chegar uma mensagem ao seu destinatário de forma mais instantânea, mesmo que demorasse alguns dias a chegar. A Era da Imprensa revolucionou a comunicação, quase tanto quanto o aparecimento da fala, já que a sua invenção foi o maior acontecimento da história, o início da revolução da evolução. É impossível falar em impressão ou escrita, sem falar de Gutenberg, o pai da imprensa e tipografia. Os créditos dos tipos móveis estão até hoje a cargo do ourives alemão, no entanto a invenção não partiu de si próprio, sendo que Gutenberg apenas aprimorou os objectos, dando-lhes mais mobilidade e mais
tendo gerado bastante controvérsia em relação à sua autenticidade. Numa leitura de A Comunicação na Sociedade da Informação , de Marcelo Mendonça Teixeira, deparamo-nos com a opinião de Pampanelli (2004) onde este comenta que “Graham Bell e Elisha Gray descobriram, simultaneamente, que tons sonoros poderiam ser emitidos de uma só vez utilizando o fio telegráfico, em 1875, e descobrem que estão trabalhando no mesmo projeto” (TEIXEIRA, 2011, p. 15). Ambos os cientistas procuravam explorar a nova invenção por lados diferentes, sendo que Bell se interessava pelo lado acústico e pelas possibilidades sonoras inerentes ao telefone, e Gray decidiu dedicar-se na aplicação da corrente eléctrica do mesmo. No entanto, e apesar de todas as controvérsias, a patente do telefone foi registada no nome de Graham Bell que após um ano do seu registo, fundou a primeira companhia telefónica nos Estados Unidos, a Bell Telephone Company. Na vanguarda das comunicações, a Motorola foi a primeira empresa a introduzir no mercado um telefone portátil com o sistema de radio-telefone, chamado DynaTAC (Dynamic Adaptive Total Area Coverage). Apesar de apenas se ter tornado disponível para o mercado comercial em 1984, foi um dos pontos altos da evolução comunicacional ao nível do telefone fixo e principalmente móvel, nomeadamente a passagem do analógico para o digital. “No início dos anos 90, a Motorola novamente é pioneira no quesito “inovação” com a divulgação do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM (Sistema Global para Comunicações Móveis) superando tecnologias da 1ª geração (analógica) e da 2ª geração. Os padrões de transmissão continuaram a evoluir com as tecnologias 2,5G, 3G, 3,5G e, atualmente, a 4G (com um tráfego de dados em alta velocidade baseado em IP (Protocolo de Internet), muito superior aos padrões anteriores).” (TEIXEIRA, 2011, p. 16) A primeira geração e a segunda geração passam de aliadas a maiores concorrentes, a partir do momento em que a segunda dá o impulso gigante de permitir que as comunicações passem a ser feitas através de internet, com a transmissão de voz e dados via web. São vários os programas e interfaces usados com intermédio da internet; o Voip é uma tecnologia com diversos usos, que pode ser aplicada tanto em redes operadoras de telecomunicações, como em estruturas e aplicações corporativas
online. Também usado como uma aplicação doméstica e corporativa é o Skype, um dos mais recentes e utilizados programas de partilha e de comunicação, que permite que o utilizador fale com qualquer pessoa, em qualquer lado do mundo, seja só com transmissão de voz ou também em videochamada, permitindo até chamadas para telefones móveis mediante o pagamento de um pequeno crédito. Em Voip – Voz sobre IP (ROSS, 2007) o autor defende que quando são utilizados programas que recorrem a internet para comunicar, “[onde a] voz passa por um processo de digitalização para que possa trafegar pela rede em forma de bits e, uma vez digitalizada, é transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentro de uma rede privada ou rede onde há garantia de serviço oferecido” (TEIXEIRA, 2011, p. 16; ROSS, 2007) O mundo das telecomunicações, bem como todos os restantes media que diariamente sofrem evoluções tecnológicas, é um dos mundos mais fortes para apostar no futuro. O melhor exemplo que temos disso está à vista de todos, quando os telemóveis não são apenas aparelhos de comunicação mas sim verdadeiras máquinas de divulgação e partilha de notícias e momentos. É impossível prever as breves ou futuras alterações e convergências tecnológicas do dito telefone, que já conta com quatro gerações no seu caminho. Não há dúvidas que esta área está em constante evolução e mudança e não duvidamos que mais melhorias serão feitas em breve, mas será que uma quinta geração ocupará os telemóveis dos viciados em gadgets? A Era da Comunicação de Massas é a era dedicada à comunicação para todos, sem excepção. Iniciando-se no século XIX com jornais (sucessor directo da imprensa), estendendo-se mais tarde à televisão, ao rádio e ao cinema, a comunicação de massas é destinada ao grande público, às maiorias, tendo criado uma indústria cultural com o nascimento dos media electrónicos, como o caso dos computadores ou dos já referidos, cinema e televisão. “Os meios de comunicação de massas foram reformulados e redefinidos, e as novas tecnologias de informação e comunicação passaram a ser utilizadas em todos os