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A PERSONA E A SOMBRA DA ORGANIZAÇÀO, Notas de estudo de Cultura

Os conceitos de Persona, Sombra, inconsciente, mecanismos de defesa e traços de caráter são aplicados ao entendimento da dinâmica organizacional e sua ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Tucano15
Tucano15 🇧🇷

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EDUARDO SANTOS LAFFITTE
A PERSONA E A SOMBRA DA ORGANIZAÇÃO: UMA ANÁLISE
DAS DEFENSIVIDADES ORGANIZACIONAIS
Dissertação apresentada como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre. Curso de Mestrado em
Administração. Setor de Ciências Sociais Aplicadas da
Universidade Federal do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Clóvis Luiz Machado-da-Silva
CURITIBA
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EDUARDO SANTOS LAFFITTE

A PERSONA E A SOMBRA DA ORGANIZA«√O: UMA AN¡LISE

DAS DEFENSIVIDADES ORGANIZACIONAIS

DissertaÁ„o apresentada como requisito parcial ‡ obtenÁ„o do grau de Mestre. Curso de Mestrado em AdministraÁ„o. Setor de CiÍncias Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paran·.

Orientador: Prof. Dr. ClÛvis Luiz Machado-da-Silva

CURITIBA

ii

TEMPO PARA TUDO

ì Tudo neste mundo tem seu tempo; Cada coisa tem sua ocasi„o.

H· tempo de nascer e tempo de morrer; Tempo de plantar e tempo de colher; Tempo de matar e tempo de curar; Tempo de derrubar e tempo de construir;

H· tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; Tempo de chorar e tempo de danÁar; Tempo de espalhar pedras e tempo de ajunt·-las; Tempo de abraÁar e tempo de afastar.

H· tempo de procurar e tempo de perder; Tempo de economizar e tempo de desperdiÁar; Tempo de rasgar e tempo de remendar; Tempo de ficar calado e tempo de falar.

H· tempo de amar e tempo de odiar; Tempo de guerra e tempo de paz.î

(Eclesiastes 3, 1-8, BÌblia)

iv

SUM¡RIO

LISTA DE FIGURAS............................................................................................ IX

LISTA DE QUADROS ......................................................................................... IX

RESUMO ........................................................................................................... XIV

ABSTRACT .........................................................................................................XV

1 INTRODU«√O ................................................................................................ 1

1.1 TEMA E FORMULA«√O DO PROBLEMA .............................................. 6 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ....................................................................... 7 1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 7 1.2.2 Objetivos especÌficos ................................................................................ 7 1.3 JUSTIFICATIVA T…ORICA E PR¡TICA ................................................. 8 2 FUNDAMENTA«√O TE”RICO-EMPÕRICA ............................................... 11

2.1 A ORGANIZA«√O E O INCONSCIENTE .............................................. 11 2.1.1 Conceitos de Inconsciente ...................................................................... 12 2.1.2 O Inconsciente Coletivo ......................................................................... 14 2.1.3 O Inconsciente na OrganizaÁ„o ............................................................. 17 2.1.4 ArquÈtipos, Mitos e o Inconsciente da OrganizaÁ„o ............................... 26 2.1.5 ConsciÍncia e ConsciÍncia Organizacional ........................................... 30 2.2 DEFENSIVIDADE E RESIST NCIA ....................................................... 34

v

2.6 ORGANIZA«√O, DEFENSIVIDADES, PERSONA, SOMBRA E SELF

 - 2.2.1 Mecanismos de Defesa PsÌquica - 2.2.2 Estrutura de Car·ter e a Din‚mica da Defensividade - 2.2.3 A An·lise do Car·ter e do Sistema Defensivo da OrganizaÁ„o 
  • Organizacionais 2.2.4 CouraÁa, ContenÁ„o da Energia PsÌquica e as ResistÍncias
    • 2.3 PERSONA ORGANIZACIONAL
      • 2.3.1 O Conceito de Persona
      • 2.3.2 A IdentificaÁ„o com a Persona
      • 2.3.3 A Persona na OrganizaÁ„o
      • 2.3.4 Persona e Identidade Organizacional
    • 2.4 SOMBRA ORGANIZACIONAL
      • 2.4.1 Conceito de Sombra
      • 2.4.2 A IntegraÁ„o da Sombra
      • 2.4.3 A Sombra na OrganizaÁ„o
      • 2.4.4 Sombra e Cultura Organizacional
      • 2.4.5 Sombra, ProjeÁ„o e Peste Emocional
    • 2.5 A ORGANIZA«√O E O SELF
      • 2.5.1 Conceito de Self
  • fechado 2.5.2 A manutenÁ„o obsessiva da ordem racional: a organizaÁ„o como sistema - 2.5.3 Auto-regulaÁ„o e Self: a organizaÁ„o como sistema aberto
  • 3 METODOLOGIA - 3.1 ESPECIFICA«√O DO PROBLEMA ....................................................... - 3.1.1 PERGUNTAS DE PESQUISA ............................................................. vi - 3.3 DEFINI«√O DE OUTROS TERMOS RELEVANTES ........................... - 3.4 DELIMITA«√O E DESIGN DA PESQUISA ........................................... - 3.5 POPULA«√O E AMOSTRAGEM ........................................................... - 3.6 FONTES DE DADOS ................................................................................. - 3.7 COLETA DE DADOS ................................................................................ - 3.7.1 Facilidades e dificuldades na coleta de dados ....................................... - 3.8 TRATAMENTO E AN¡LISE DOS DADOS ............................................ - 3.8.1 OrganizaÁ„o da An·lise ........................................................................ - 3.9 LIMITA«’ES DA PESQUISA .................................................................
  • 4 APRESENTA«√O DA AN¡LISE E INTERPRETA«√O DOS DADOS
    • E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA ñ IPPUC .............................................................. 4.1 CARACTERIZA«√O DA ORGANIZA«√O: O I NSTITUTO DE PE SQUISA - 4.1.1 HistÛrico da organizaÁ„o ...................................................................... - 4.1.2 Estrutura do IPPUC .............................................................................. - 4.1.3 Quadro Funcional do IPPUC ............................................................... - 4.1.4 Miss„o, objetivos estratÈgicos e funÁ„o do IPPUC hoje ........................ - 4.1.6 O IPPUC: algumas observaÁıes atualizadas sobre seu histÛrico ..........
      • 4.2 A PERSONA DO IPPUC ...........................................................................
        • 4.2.1 IntroduÁ„o ............................................................................................
        • 4.2.2 ConfiguraÁ„o da Persona do IPPUC ....................................................
        • 4.2.3 A Persona do IPPUC: conclus„o ..........................................................
      • 4.3 A SOMBRA DO IPPUC ............................................................................. - 4.3.1 IntroduÁ„o ............................................................................................ vii - 4.3.2 ConfiguraÁ„o da Sombra do IPPUC ..................................................... - 4.3.3 A Sombra do IPPUC: conclus„o ...........................................................
        • 4.4 AS DEFENSIVIDADES DO IPPUC ..........................................................
          • 4.4.1 IntroduÁ„o ............................................................................................
          • 4.4.2 O IPPUC e seus mecanismos de defesa .................................................
          • 4.4.3 O IPPUC e seus traÁos de car·ter .........................................................
          • 4.4.4 As defensividades do IPPUC: conclus„o ...............................................
    • CULTURA ORGANIZACIONAL DO IPPUC .................................................................... 4.5 PERSONA, SOMBRA, DEFENSIVIDADES E IDENTIDADE E
  • 5 CONCLUS’ES E RECOMENDA«’ES......................................................
  • REFER NCIAS BIBLIOGR¡FICAS
  • ANEXO I - ORGANOGRAMA DA INSTITUI«√O
  • ANEXO II - SOBRE A COLETA DE DADOS
  • ANEXO III - ROTEIRO DE ENTREVISTA - ANALISADOS ANEXO IV - EXCERTOS DE ENTREVISTAS E DOCUMENTOS
  • ANEXO V - QUESTION¡RIO DE PESQUISA

viii

ANEXO VI - RESULTADOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DO QUESTION¡RIO DE PESQUISA................................................................ 232

ANEXO VII - DOCUMENTOS ANALISADOS................................................. 261

ANEXO VIII - ROTEIRO DO WORKSHOP DE PESQUISA ............................ 262

ANEXO IX - RESULTADOS QUALITATIVOS DO WORKSHOP DE PESQUISA ...................................................................................................................... 264

ANEXO X - ROTEIRO, REGISTROS FOTOGR¡FICOS E RESULTADOS QUALITATIVOS ......................................................................................... 266

ANEXO XI - ROTEIRO OBSERVA«’ES SISTEM¡TICAS N√O PARTICIPATIVAS....................................................................................... 274

ANEXO XII - RESULTADOS QUALITATIVOS DAS OBSERVA«’ES SISTEM¡TICAS N√O PARTICIPANTES .................................................. 275

ANEXO XIII - EXCERTOS DOS DOCUMENTOS ANALISADOS.................. 281

x

QUADRO 5 ñ COMPARATIVO DAS ¡REAS DE FORMA«√O CONSIDERANDO SOMENTE PESSOAS COM 3 ∫ GRAU ............................................................................................................................................................. 233 QUADRO 6 ñ COMPARATIVO DE N⁄MEROS E PERCENTUAIS DE HOMENS E MULHERES ......................... 233 QUADRO 7 ñ COMPARATIVO DE M…DIA DE IDADE ENTRE HOMENS E MULHERES ................................... 233 QUADRO 9 ñ COMPARATIVO DE ANOS CITADOS COMO SENDO DE FUNDA«√O DO IPPUC E PERCENTUAIS DE RESPOSTAS................................................................................................................... 234 QUADRO 10 ñ COMPARATIVO DE PERCENTUAIS DE RESPOSTAS SOBRE O QUANTO OS FUNCION¡RIOS DO IPPUC ACREDITAM QUE AS PESSOAS DE FORA CONHECEM O INSTITUTO ................................. 234 QUADRO 11 ñ COMPARATIVO DE PERCENTUAIS DE RESPOSTAS SOBRE O QUANTO OS FUNCION¡RIOS DO IPPUC ACREDITAM CONHECER O INSTITUTO .................................................................................. 234 QUADRO 12 ñ COMPARATIVO DE PERCENTUAIS DE ESCOLHA DAS PALAVRAS QUE TEM A VER COM O IPPUC ............................................................................................................................................................. 235 QUADRO 13 ñ COMPARATIVO DE PERCENTUAIS DECRESCENTES DA OP«√O 1 : TUDO A VER COM O IPPUC ............................................................................................................................................................. 236 QUADRO 14 ñ COMPARATIVO DE PERCENTUAIS DECRESCENTES NA OP«√O 5 : NADA A VER COM O IPPUC ............................................................................................................................................................. 237 QUADRO 15 ñ COMPARATIVO DE CATAGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìMEU AMBIENTE DE TRABALHO …...î ................. 238 QUADRO 16 ñ COMPARATIVO DE CATAGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìO QUE EU MAIS GOSTO NO IPPUC …...î ............... 238 QUADRO 17 ñ COMPARATIVO DE CATEGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìPENSO QUE O IPPUC DEVERIA...î ........................ 239 QUADRO 18 ñ COMPARATIVO DE CATAGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìNO IPPUC O QUE ME D¡ MAIS MEDO …...î.......... 240

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QUADRO 19 ñ COMPARATIVO DE CATAGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìCONSIDERO QUE OS MAIORES PROBLEMAS AQUI S√O...î............................................................................................................................................................ 241 QUADRO 20 ñ COMPARATIVO DE CATAGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìO QUE EU MENOS GOSTO NO IPPUC …...î............ 242 QUADRO 21 ñ COMPARATIVO DE CATAGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìNO IPPUC EU ME SINTO...î .................................... 243 QUADRO 22 ñ COMPARATIVO DE CATEGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìMINHA MAIOR SUGEST√O PARA O IPPUC SERIA...î......................................................................................................................................................... 243 QUADRO 23 ñ COMPARATIVO DE CATAGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìIMAGINO QUE AS PESSOAS DE FORA VEJAM O IPPUC COMO...î............................................................................................................................................. 244 QUADRO 25 ñ COMPARATIVO DE CATEGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìO QUE AQUI SEMPRE EXISTIU …...î...................... 245 QUADRO 26 ñ COMPARATIVO DE CATEGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìAQUI … IMPORTANTE...î........................................ 246 QUADRO 27 ñ COMPARATIVO DE CATEGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìACHO QUE O QUE … TÕPICO DO IPPUC …î ........... 246 QUADRO 28 ñ COMPARATIVO DE CATEGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìANTES AQUI ERA...î............................................... 247 QUADRO 29 ñ COMPARATIVO DE CATEGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìNO IPPUC … FEIO OU MAL VISTO...î .................... 247 QUADRO 30 ñ COMPARATIVO DE CATAGORIAS DE AN¡LISE, RESPOSTAS TÕPICAS, FREQ‹ NCIA E PERCENTUAIS DO PREENCHIMENTO DA FRASE ìAQUI AS PESSOAS ACREDITAM QUE...î.............. 248

xiii

QUADRO 1 - REGISTROS FOTOGR¡FICOS FEITOS E UTILIZADOS PARA AN¡LISE, DATAS DOS REGISTROS ........................................................................................................................................................................ 266 QUADRO 2 ñ EXPLICATIVO DAS CATEGORIAS DE AN¡LISE , SIGNIFICADO E OBSERVA«’ES FEITAS .. 267 QUADRO 10: ETAPAS DE OBSERVA«√O (ET.) , DOS FOCOS DE OBSERVA«√O, DOS OBJETOS, PROCESSOS E MOVIMENTOS EM OBSERVA«√O E DO N⁄MERO DE VISITAS (N.V.) DE CADA ETAPA ................ 274 QUADRO 1 : FOCO DE OBSERVA«√O 1 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS ........................ 275 QUADRO 2 : FOCO DE OBSERVA«√O 2 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS ........................ 276 QUADRO 3 : FOCO DE OBSERVA«√O 4 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS ........................ 276 QUADRO 4 : FOCO DE OBSERVA«√O 3 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS ........................ 277 QUADRO 5 : FOCO DE OBSERVA«√O 5 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS ........................ 278 QUADRO 6 : FOCO DE OBSERVA«√O 6 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS ........................ 278 QUADRO 7 : FOCO DE OBSERVA«√O 7 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS ........................ 279 QUADRO 8 : FOCO DE OBSERVA«√O 8 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS ........................ 279 QUADRO 9 : FOCO DE OBSERVA«√O 9 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS ........................ 280 QUADRO 10 : FOCO DE OBSERVA«√O 10 E RESULTADOS QUALITATIVOS ENCONTRADOS .................... 280

xiv

RESUMO

Este trabalho objetiva verificar a configuraÁ„o dos aspectos person·ticos, sombrios e defensivos do Insituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba ñ IPPUC. Utiliza um referencial teÛrico transposto da psicologia clÌnica para os estudos organizacionais e administraÁ„o, com especial referÍncia ‡s teorias de Jung e Reich. Os conceitos de Persona, Sombra, inconsciente, mecanismos de defesa e traÁos de car·ter s„o aplicados ao entendimento da din‚mica organizacional e sua relaÁ„o com o ambiente. O trabalho tambÈm busca quais recomendaÁıes seriam necess·rias para a flexibilizaÁ„o do sistema organizacional dentro da configuraÁ„o encontrada de Persona, Sombra e Defensividades particular ao instituto. A pesquisa se caracteriza como estudo de caso, utilizando diversas fontes de evidÍncias para se realizar a an·lise da organizaÁ„o com respeito a seus aspectos de Persona, Sombra e defensividades. A validaÁ„o da pesquisa È vista em termos de transferibildade. A metodologia se caracteriza como descritivo-qualitativa, visando a verificar e analisar aspectos subjetivos, com um carater interpretativo, num enfoque antropolÛgico, para se observar e analisar as pr·ticas quotidianas, e num enfoque pcicolÛgico clÌnico coadunado com a perspectiva terÛrica adotada. As fontes prim·rias se caracterizam por 83 visitas sistem·ticas para a observaÁ„o n„o- participantes, 12 registros fotogr·ficos, 9 entrevistas semi-estruturadas com dirigentes e chefias, 123 question·rios validados e 1 workshop de pesquisa. As fontes secund·rias s„o documentos p˙blicos do IPPUC com depoimentos de ex-integrantes da organizaÁ„o, periÛdicos e informativos internos e p·gina de internet do instituto. Os dados prim·rios foram tratados por meio da an·lise de conte˙do e por an·lises quantitativas e descritivas, e os secund·rios foram tratados por meio de an·lise de conte˙do. A complexidade da coleta de dados possibilitou a triangulaÁ„o final, para permitir uma an·lise mais sistÍmica da problem·tica focada nos objetivos da pesquisa. Verificou-se que o IPPUC possui uma Persona que se configura em quatro facetas que remetem aos aspectos de ser um centro de excelÍncia tÈcnica, de criaÁ„o e liberdade de pensamento, de planejamento, e de poder polÌtico e decis„o. TambÈm foi verificado que o IPPUC possui uma Sombra que se configura pelos conte˙dos de ter problemas de recursos humanos, estar aprisionado na estrutura da Prefeitura Municipal de Curitiba, PR, apresentar problemas de planejamento interno, e estar esquecido politicamente. A disparidade entre a Persona e Sombra est· conectada as defensividades do IPPUC, verificadas como tendo fortes traÁos histÈricos, esquizÛides, masoquistas, orais e psicop·ticos, sendo que os mecanismos de defesa de racionalizaÁ„o, negaÁ„o, projeÁ„o, idealizaÁ„o, formaÁ„o reativa est„o presentes de forma contundente no sistema organizacional. H· uma identificaÁ„o com a Persona e um press„o reativa dos conte˙dos da Sombra, numa tens„o que È mantida coesa devida as defensividades encontradas, sendo que este aparente equilÌbrio est· ameaÁado atualmente devido ‡s pressıes e mudanÁas ambientais. A organizaÁ„o em an·lise necessita flexibilizar algumas de suas defesas para que haja uma conscientizaÁ„o de suas reais necessidades e possibilidades atuais, reconfigurando sua auto-imagem person·tica de acordo com a realidade do momento e assumindo suas falhas que ainda pertencem ‡ esfera sombria. Esse processo de conscientizaÁ„o poder· permitir a mudanÁa de aspectos defensivos verificados como enrigecidos e que impedem ‡ organziaÁ„o o olhar-se a si mesma de forma adequada ao contexto atual.

1 INTRODU«√O

Os estudos organizacionais tÍm buscado a compreens„o dos fenÙmenos organizacionais em diversas vertentes do conhecimento. H· v·rias maneiras de ver uma organizaÁ„o, sendo que cada maneira oferece perspectivas diferentes de compreens„o e intervenÁ„o naqueles fenÙmenos. O campo da teoria organizacional È vasto e permite a construÁ„o de novas formas de entendimento, as quais ser„o sempre urgentes em face de velocidade das mudanÁas ambientais de nosso tempo. Tais mudanÁas fazem com que n„o sÛ a vida organizacional se transforme como efeito, mas tambÈm seja causadora de novos c‚mbios na esfera social do ambiente fora da organizaÁ„o. Sabe-se que esse ambiente externo n„o existe como tal, j· que organizaÁ„o e ambiente fazem parte da esfera das relaÁıes sociais e s„o mutuamente re-construÌdos. Contudo, pode-se dizer que cada organizaÁ„o tem peculiaridades em sua forma de ser e em sua forma de agir no mundo, seja esse agir intra ou extra- muros. A an·lise da cultura organizacional e os estudos sobre cultura tÍm oferecido diversas perspectivas sobre a quest„o. A discuss„o recente sobre identidade organizacional tambÈm tem auxiliado nesse entendimento. Contudo, o entendimento do ìcomoî a organizaÁ„o funciona, de sua lÛgica e de suas contradiÁıes, de seu repertÛrio comportamental e de suas habilidades adaptativas ou transformadoras em relaÁ„o a seu ambiente, n„o deve ser considerado como alcanÁando seu ·pice nas discussıes e pesquisas sobre identidade e cultura. AlÈm disto, a prÛpria discuss„o sobre cultura, e tambÈm sobre identidade, est· longe de terminar, sendo que cada vez mais pesquisadores lanÁam novos olhares sobre ambos os temas, ainda que considerando a sofisticaÁ„o conceitual que eles j· grassaram no decorrer das duas ˙ltimas dÈcadas do sÈculo XX. O entendimento da lÛgica organizacional estar· sempre necessitando de

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olhares inovadores, que possam descobrir pontos cegos nas concepÁıes teÛricas anteriores e, assim, complementar olhares j· existentes. Sejam quais forem ‡s perspectivas utilizadas, o campo dos estudos organizacionais prima e depende da ousadia do pensamento e das capacidades de considerar conexıes n„o evidentes entre certos fenÙmenos organizacionais, atÈ que se gaste um tempo observando-as para que nelas se perceba algum padr„o. Nesse sentido, a vis„o racionalista mecanicista tradicional das organizaÁıes do sÈculo XX dificulta o desenvolvimento de novos conceitos e concepÁıes sobre o que ocorre numa organizaÁ„o, seu sentido e nexo. De fato, o pensamento iluminista racional tem derivado ‡s ciÍncias sociais perspectivas emprestadas das ciÍncias naturais e, se por um lado, viabilizam quantificaÁıes de fenÙmenos, por outro dificultam o entendimento sistÍmico dos mesmos em interaÁ„o. Essa forma de pensar o mundo, tÌpica do cidad„o do sÈculo XX e por conseg¸inte, do cientista contempor‚neo, permite buscar relaÁıes causais entre fenÙmenos, sem atentar para as possibilidades n„o lineares de suacompreens„o. Isto leva ‡ interpretaÁıes da realidade (e levantamentos estatÌsticos s„o igualmente interpretaÁıes), que n„o consideram a existÍncia de outras relaÁıes causais que n„o as experimentais. As perspectivas simbÛlicas e subjetivistas tÍm tido mais espaÁo nos estudos organizacionais, mas ainda buscam traduzir-se em quantificaÁıes para serem aceitas como ciÍncia. Note-se que n„o se trata aqui de fazer apologia de volta ‡s tradiÁıes das mancÌas, mas de elaborar um questionamento da forma com que se pensa que as organizaÁıes pensam. Em outras palavras, a forma de entender a mente organizacional. Entre as perspectivas teÛricas que buscam um resgate subjetivista do entendimento das organizaÁıes est„o as met·foras. Diversas met·foras podem ser feitas com respeito ao objeto de estudo. As organizaÁıes, por n„o terem corpo fÌsico

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maneira nem sempre, de fato raramente, È racional. Ora, se se desloca o conceito de Sombra em direÁ„o ‡ organizaÁ„o, vÍ-se que a pretensa racionalidade original dos sistemas organizacionais È imediatamente question·vel. Defensividades e irracionalidade se combinam para manter a mente organizacional em homeostase, livre de conflitos com sua auto-imagem e com sua identidade, e s„o o cimento, no mÌnimo, da sua cultura. Outro conceito de Jung (1999a, 1999b, 2000b), a Persona, se contrapıe ao de Sombra, ‡ medida que È relativo ao que o sistema, individual ou coletivo, pensa sobre si mesmo, considera como sua forma tÌpica de estar no mundo e utiliza para se relacionar com o ambiente. A Persona È uma construÁ„o de identidade, È um papel que o sistema desempenha no ambiente, e como todo papel implica limitaÁıes e pauta de aÁ„o. A Persona È o lado iluminado do sistema, vÌsivel, observ·vel, mas de aÁ„o inconsciente, de forma a ser autom·tico em sua aÁ„o. Persona e Sombra se configuram n„o como bem e mal, mas como observ·vel e oculto, aceito e recusado, expresso e reprimido. A evitaÁ„o fÛbica de conflitos internos que os humanos fazem se repete em suas relaÁıes sociais e como a organizaÁ„o È uma construÁ„o social, ela maximiza esse processo manÌaco da busca homeost·tica. PorÈm, o contexto mundial atual exige que haja renovaÁ„o, criatividade, espontaneidade, adequaÁ„o de respostas, inovaÁ„o atitudinal e mudanÁa de modos de pensar-se e pensar o mundo. A Sombra deve ser integrada, entendida e as defensividades e a irracionalidade cuidada. A consciÍncia do que se È e do que se parece ser, do que desejar-se-ia ser e do que se È aos olhos do outro, das potencialidades e dificuldades, È trabalho de an·lise que implica um processo de mudanÁa visando a integraÁ„o dos aspectos negados do ser, seja um ser humano ou um ser organizacional. Isto implica tambÈm na reconfiguraÁ„o e flexibilizaÁ„o da Persona, no estar no ambiente de outras maneiras

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que n„o as tipificadas ou enrijecidas. Essa pesquisa propıe o entendimento e a an·lise da Sombra da organizaÁ„o, seus processos de defensividades e suas manifestaÁıes de irracionalidade, e da Persona como contraponto ‡quela Sombra, buscando entender como a lÛgica organizacional da organizaÁ„o estudada mantÈm a integraÁ„o homeost·tica de evitaÁ„o de mudanÁa ou como a mesma pode apontar para caminhos de inovaÁ„o e flexibilizaÁ„o de suas estruturas defensivas. Utiliza um marco referencial da psicologia analÌtica da Carl Gustav Jung, com aportes da psicologia do corpo de Wilhelm Reich, e cruza esse marco com suportes teÛricos dos estudos organizacionais e da administraÁ„o. No estudo percebe-se o fenÙmeno organizacional como possÌvel de entendimento por transposiÁıes conceituais. A investigaÁ„o È realizada no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba ñ IPPUC, mediante uma metodologia de pesquisa que verifica a correlaÁ„o entre cultura, identidade, defensividades, manifestaÁıes da irracionalidade, Sombra e Persona, esse outro conceito junguiano com respeito a imagem e ‡ auto-imagem do ser (humano ou organizacional). A an·lise da Sombra e da Persona organizacionais e o desenvolvimento dos conceitos aplicados aos estudos organizacionais devem tambÈm ser considerados objetivos de pesquisa, pois a mesma, alÈm de buscar um entendimento sistÍmico de dados, tambÈm verifica a aplicabilidade dos conceitos de mente organizacional e seus aspectos conscientes e inconscientes. Todo o processo de pesquisa È interpretacionista, dependendo da construÁ„o e re-construÁ„o de conceitos teÛricos. Certamente, como diz Jung (1999b:10), ìdevemos definir o que estamos pensando ao enfrentar certos termos, ou ent„o cairemos numa linguagem ininteligÌvel, o que sempre resulta em desastre, especialmente em psicologiaî. J· que nesse trabalho de investigaÁ„o vÍ-se as possibilidades de transposiÁ„o de certos