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Um estudo que investiga indicadores para avaliar a eficácia da linguagem na área das ciências, utilizando estudantes do ensino fundamental e médio do colégio estadual euclides da cunha. O estudo utiliza um questionário objetivo para coletar dados sobre a compreensão da linguagem apresentada nos livros didáticos e da linguagem utilizada pelo professor. O objetivo é pontuar a compreensão dos alunos em relação à linguagem apresentada nos livros e à que é utilizada pelo professor.
Tipologia: Notas de aula
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Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista na Pós Graduação em Ensino de Ciências, Modalidade de Ensino a Distância da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR - Campus Medianeira. Orientadora: Profa. Me. Lenisse Isabel Buss
Dedico este trabalho à minha família e a todas as pessoas que, carinhosamente, rezam e torcem por mim.
Como dizia o Santo Pe. Piamarta, idealizador de escolas de formação técnica da Itália no século XIX,“a gratidão está presente nos lábios e no coração dos que sabem reconhecer as graças que são derramadas em sua vida”. Agradeço à Deus, que vive intimamente renovando minhas forças para sempre continuar, superando as dificuldades de cada dia e à minha família e amigos que me incentivam e apóiam meus projetos de estudo. Meu carinhoso obrigado à Prof. Me. Lenisse Isabel Buss, pela paciência e dedicação com que me orientou e à equipe de coordenação do curso, por estar junto nesse processo de formação. Obrigada à equipe pedagógica do Colégio Estadual Euclides da Cunha e aos estudantes das séries finais do 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio, por aceitarem participar da pesquisa, lembrando que sem a sua ajuda o estudo não seria possível. E a todos os que, direta ou indiretamente auxiliaram para a realização desta pesquisa, meu sincero agradecimento.
COLPANI, Juraci. A Linguagem Conceitual e a Compreensão das Disciplinas Curriculares. 2013. 50 folhas. Monografia de especialização em Ensino de Ciências da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus de Medianeira, 2013.
O sucesso na aprendizagem discente é com certeza uma preocupação da maioria dos professores, seja da área das ciências exatas como das humanas, sendo visto como instrumento investigador do agir pedagógico em sala de aula colocando face a face o ato de ensinar e aprender, de tal modo que o êxito de uma ação é o próprio reflexo da outra. Dentro desses aspectos interferentes na prática educativa destaca- se a linguagem, fator pelo qual a maior parte do processo é mediado e, dependendo de como é utilizado, pode ser um agente tanto facilitador como complicador, pois sua eficácia é um dos principais desafios a ser conquistado pelos profissionais da educação. Trabalhando essa habilidade intelectual o profissional do ensino pode estar auxiliando o educando a compreender melhor conceitos, organizar pensamentos e interagir na sociedade. Desse modo a presente pesquisa mostra-se pertinente, pois busca indicadores que possam demonstrar o quanto tem sido eficaz o uso da linguagem no processo de ensino de ciências, tendo como população de amostragem, os estudantes das séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Colégio Estadual Euclides da Cunha – Matelândia.
Palavras-chave: Ensino. Aprendizagem. Linguagem. Sociedade.
COLPANI, Juraci. The Language and Conceptual Understanding of Curriculum subjects. 2013. 50 folhas. Monografia de Especialização em Ensino de Ciências da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus de Medianeira, 2013.
The learning success of the students is a concern of most teachers, in both human and exact sciences, it’s seen as an investigational resource of the pedagogic acting in the classroom, where the act of teaching faces the act of learning in a way that the success of an action is the reflection of another. These interfering aspects in the educative process are mediated, and depending how they are used, it can be considered an enabler agent or not, because its efficiency is one of the main challenges of the educational professionals. When the professional works with this intellectual ability he may be helping the learner to understand the concepts better, organize his thoughts and interact with the society. In this way, the present research shows itself pertinent, because it searches ways to demonstrate how efficiently is the usage of language in the process of teaching Science. The research was realized with the students of the final grades of elementary and high school at Colégio Estadual Euclides da Cunha – Matelândia.
Key words: Teaching, Learning. Language, Society.
Gráfico 1 Resultado em porcentagem de Estudantes do 9º ano na questão
compreender a linguagem disciplinar, fator fundamental para que o processo atinja sucesso, assim sendo é relevante constatar com indicadores quantitativos como está se desenvolvendo esse trabalho de ensino aprendizagem, qual é o nível de compreensão dos estudantes, se eles conseguem entender o conteúdo disciplinar e se o professor está dando conta de tornar esse conteúdo acessível e significativo para os mesmos. Subentende-se então que essa habilidade de transmitir o conhecimento seja fundamental para o sucesso na aprendizagem dos educandos, pois capacitá-los a obter o máximo de domínio e desenvoltura nos diferentes modos de linguagem: coloquial, científica, comercial, empresarial; leva-os a compreender melhor conceitos, organizar pensamentos e interagir na sociedade com segurança. Assim sendo é de primordial importância que se compreenda cada vez mais como a lógica da linguagem evolui dentro de cada disciplina, de que forma os conteúdos científicos e suas significações se relacionam com o mundo e com a realidade dos educandos, como os sentidos interagem através dela e criam interface entre pensamento e palavras, enfim, como o professor transforma, pela “linguagem”, o ensino de ciências em um conteúdo rico em sentido e significado que pode ser compreendido e aplicado na vida dos estudantes. Desse modo a presente pesquisa mostra-se pertinente, pois busca indicadores que possam demonstrar o quanto tem sido eficaz o uso da linguagem no processo de ensino aprendizagem, tendo como população de amostragem, os estudantes das séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Colégio Estadual Euclides da Cunha – Matelândia. Com esses dados se espera levantar o percentual, desta população em pesquisa, que concluem os dois primeiros ciclos da Educação Formal com capacidade de realizar leitura eficaz dos livros didáticos e compreendem bem a linguagem utilizada pelos professores, estando aptos para identificarem os discursos da sociedade, relacionando o conceito com a realidade, a linguagem do conteúdo do ensino de ciências e sua aplicação na prática.
O surgimento da linguagem é tão antigo quanto a existência da vida na Terra, quando se fala em língua enquanto forma de comunicação deve-se lembrar que as demais espécies também fazem uso dela para se fazer entender aos demais, assim sendo é possível compreender que devido a uma necessidade básica os códigos lingüísticos, de modo especial na espécie humana, foram sendo elaborados e aperfeiçoados com o passar do tempo. Em seus estudos, Fischer (2009), declara que seria absurdo dizer que alguém em algum lugar emitiu pela primeira vez uma palavra e foi entendido pelo outro, segundo ele a linguagem em toda sua multiplicidade de formas evoluiu durante milhões de anos até se tornar estruturada como é conhecida hoje. Ela desempenha papel fundamental em todas as manifestações da vida do ser humano, através dela a experiência acumulada é transmitida e registrada na história da sociedade exercendo papel determinante para a evolução da espécie, mantendo-se bem no centro este princípio retórico e a tradição das artes da cultura, da ciência, resumidas no valor atribuído à palavra, assim sendo entender sua origem se tornou uma preocupação de pensadores de todos os tempos,pois desvendar as manifestações linguísticas e suas implicações educativas contribui para entender a própria história da evolução da humanidade.
2.1 A LINGUAGEM E EXPRESSÃO
Tentando expressar materialmente a linguagem o ser humano criou a escrita, que até chegar aos sistemas alfabéticos atualmente utilizados, passou por um longo processo de evolução, com inúmeras mudanças e transformações. Essa evolução foi marcada pelo surgimento do sistema de escrita ideográfica (cuneiforme, hieroglífico e chinês), nela a língua oral não encontrava uma relação direta, isto é, o signo não reproduzia um som, mas um objeto (jarro, lança...), ou fato (caçada, combates, festas; ÁTICA EDUCACIONAL, www.aticaeducacional.com.br ) Gradualmente o processo de construção da escrita foi conduzido para o fonetismo, sistema onde as palavras passaram a ser decompostas em unidades sonoras, aproximando, portanto, a escrita de sua função natural que é a de interpretar a língua oral, considerada como som, assim o sinal se liberta do objeto e a linguagem readquire a sua verdadeira natureza que é oral.
para o entretenimento, onde cada forma de uso se define, mais ou menos acentuada, a retórica ou a gramática, sendo essencial tanto para a formação de conceitos como para o discurso que acontecem concomitantemente com a evolução social, cultural e científica. Chaui (2006) confirma esse pensamento quando pondera sobre a pesquisa de estudiosos da área de línguas, de educação e psicologia também buscaram entender a influencia da linguagem, que além de realizar a função da comunicação, também é utilizado para elaborar idéias, formular conceitos e registrar descobertas, concluindo que as línguas são uma convenção que surgem das condições sócio culturais de uma comunidade e uma vez instituída adquire fundamentos próprios e independentes dos indivíduos que as falam. Desse modo se entende que no processo de elaboração da linguagem, na forma de comunicação verbal, ela não aparece apenas como a base de toda interação social, mas também é o veículo de pensamentos sofisticados, pois permite a interação de conceitos que estão na base do pensamento humano e do raciocínio que se abre para o desenvolvimento cognitivo. Entra na história o processo de ensino aprendizagem, que tem como uma de suas competências básicas a habilidade de fazer-se compreender e de compreender os outros, assim, o professor se torna um facilitador para o estudante, oportunizando a ele entrar em contato com as diversas formas de linguagem social, que tenham, ou despertem, o “significado prático” para ele, sendo, portanto, as mais importantes. Na mesma dimensão implica que o educando deva compreender o professor, numa relação de empatia que seja orientada segundo os objetivos de aprendizagem (SANTOS, 2008). Assim, a dialética (processo de diálogo) é essencial para a interação sócio- cultural; onde a relação educador/educando se torna uma prática transformadora, valorizadora da linguagem e da cultura, como também propiciadora para produção de cultura, mas para que o profissional da educação tome consciência desses detalhes desafiadores da aprendizagem é necessário que ele compreenda as relações diretas e indiretas que inserem a aprendizagem num contexto contemporâneo de incertezas e constantes mudanças. Segundo SANTOS, 2008: ... faz-se necessário um diálogo entre professor e aluno para uma compreensão de situação de ensino-aprendizagem. Entendo que essa concepção de prática educativa possa ser mais frutífera do que o tradicional
diagnóstico de aprendizagem, uma vez que isto abre novos horizontes e permite a entrada de novos sujeitos e fatores. O que, bem provavelmente, possa trazer condições mais favoráveis de desenvolvimento tanto para o aluno como para o próprio professor (SANTOS, 2008).
2.3 VYGOTSKY LINGUAGEM, PENSAMENTO E CONHECIMENTO
Vygotsky, psicólogo, educador e historiador, se dedicou intensamente em pesquisar como acontece o processo de aquisição e construção da linguagem. Com seus estudos desenvolveu inúmeros conceitos fundamentais para compreender a origem das concepções humanas e a forma como são expressas, pois se preocupava em entender a relação entre as idéias que as pessoas desenvolvem e o que dizem ou escrevem, como ele mesmo pondera: “A estrutura da língua que uma pessoa fala influencia a maneira com que esta pessoa percebe o universo.” Conforme escreve Rabello, Vygotsky pretendia uma abordagem que buscasse a síntese do homem como ser biológico, histórico e social, portanto o mesmo acreditava em uma interação entre desenvolvimento e aprendizagem socializado, ocorrendo em um contexto cultural, com aparato biológico básico que possibilite o relacionamento, para ele o indivíduo se desenvolve movido por mecanismos de aprendizagem provocados por mediadores (RABELLO, 2010). Assim Vygotsky enfatizava o processo histórico-social e o papel da linguagem no desenvolvimento do indivíduo, onde a questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio. Para ele, o sujeito é interativo, pois adquire conhecimentos a partir de relações intra e interpessoais e de troca com o meio a partir da mediação essencialmente humana, que tem como principal instrumento a linguagem, ação social cuja função inicial é a comunicação, expressão e compreensão (RABELLO, 2010). Essa ação comunicativa está estreitamente combinada com o pensamento, porque permite que através da interação social o indivíduo organize as idéias, em uma de suas conclusões Vigotsky afirma: “Uma palavra que não representa uma idéia é uma coisa morta, da mesma forma que uma idéia não incorporada em palavras não passa de uma sombra”. Segundo ele não se pode falar em “significado da palavra” se ela for considerada separadamente do pensamento, nem mesmo que a linguagem se funde em vínculos puramente associativos, mas requer uma relação essencialmente nova e efetivamente significativa, característica dos processos intelectuais superiores
apropriar ao final do ciclo fundamental e médio, sendo esse o conhecimento que lhe dará base para a continuidade de seus estudos. Vygotsky (1962:55) afirmava: “... um problema deve surgir, que não possa ser solucionado a não ser que pela formação de um novo conceito ...”, entende-se então que, para ele, os conceitos não surgem aleatoriamente, mas sim são o produto de um processo investigatório desencadeado por um problema que foi estudado, dialogado e resignificado por pessoas de uma determinada comunidade. Moreira (2003) relaciona essa postura teórica de Vygotsky à “aprendizagem significativa”, ela envolve os conceitos de significado, interação e conhecimento – e por traz deles a linguagem. O significado está nas pessoas, não nas coisas ou eventos. É para as pessoas que sinais, gestos, ícones e, sobretudo, palavras (e outros símbolos) significam algo. A interação é o momento social onde se desencadeia a estrutura cognitiva da aprendizagem aprimorando o grau de clareza e estabilidade dos conceitos. Enfim o conhecimento é linguagem, isto é, a chave da compreensão de uma ciência, de um conteúdo, ou mesmo de uma disciplina, é conhecer a linguagem utilizada ao organizar e socializar esse conhecimento. Para Vygotsky a verbalização é a capacidade humana de unir a linguagem ao pensamento para organizar a realidade, o pensamento deixa de ser biológico, como o dos primatas, para se tornar histórico-social, diferenciando o homem dos outros animais. Sua principal marca é a construção dos significados das palavras. Os significados, por sua vez, são interiorizados ao longo de seu processo de desenvolvimento, culminando com o aparecimento do pensamento verbal. Assim, o pensamento verbal - síntese entre a atividade prática e a fala - é uma forma de comportamento que se circunscreve num processo histórico-cultural e suas características e propriedades não podem ser vislumbradas nas formas naturais da fala e do pensamento. Segundo a perspectiva vigotskiana linguagem não é apenas uma expressão do conhecimento adquirido, mas uma inter-relação fundamental entre pensamento e linguagem, um proporcionando recursos ao outro, sendo essencial na formação do pensamento e do caráter do indivíduo, assim a linguagem, seja verbal ou não, tem papel fundamental no desenvolvimento e transmissão de significados compartilhados. Entende-se então que um claro entendimento das relações entre pensamento e língua é necessário para compreender o processo de desenvolvimento intelectual,
pressupondo que a generalização e a abstração só se dão pela linguagem e com base nelas melhor se organizam os conceitos (MARTINS, 1997). Segundo Martins (1997) a organização do trabalho docente nesta perspectiva se difere a partir do momento em que é assumida a possibilidade de construir relações em sala de aula que se tornem referencia; em uma dinâmica onde o estudante’ é alguém com quem o professor pode e deve contar, resgatando a sua auto-estima e capacidade de aprender. Outro aspecto são os valores e desejos que estão na interface das relações entre as pessoas; ao conseguir marcá-las sem preconceitos abre-se um campo de possibilidade entre o aluno e todo o grupo que o rodeia, facilitando o processo de aprendizagem. Estas relações estabelecidas dentro do ambiente escolar também passam pelos aspectos emocionais, intelectuais e sociais da pessoa, encontrando na escola um local propício de interações e vivências interpessoais, que deveriam garantir a reflexão sobre a realidade e abrir as vias da iniciação científica à sistematização do conhecimento socialmente construído. Dentro dessa dinâmica é importante perceber que o papel do professor e do educando são olhados como ações que se orientam com o objetivo de desencadear discussões e trocas, colaborando para que se alcancem as metas traçadas nos planejamentos de cada série ou curso. Entende-se então que Vygotsky tem como objeto de seus estudos o significado das palavras e a possibilidade de analisar as relações entre pensamento e linguagem, ou seja, é na circunstancia em que é expressado o pensamento que a linguagem atinge seu verdadeiro significado.Por exemplo, quando se estuda sobre a água contextualizando seu uso e preservação é que o conteúdo curricular ganha sentido, é assim que o conhecimento presente no “pensamento” do estudante se manifesta na sua “fala”, criando condições para o desenvolvimento do saber científico e da fala intelectual, abrindo consequentemente as portas para o sucesso do processo de ensino aprendizagem (MARTINS, 1997).