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A Inflamação e o Câncer: Riscos, Causas e Prevenção, Exercícios de Farmácia

Este documento discute as conexões entre a inflamação crônica e o câncer, incluindo seus riscos, causas e como identificá-las. Além disso, apresenta informações sobre como reduzir a inflamação crônica e minimizar os riscos de desenvolver câncer.

Tipologia: Exercícios

2021

Compartilhado em 13/05/2021

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A INFLAMAÇÃO E O CÂNCER
ALUNA: LOURDES MARIA DE LIMA E COSTA
FORTALEZA/CEARÁ
ABRIL DE 2021
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A INFLAMAÇÃO E O CÂNCER

ALUNA: LOURDES MARIA DE LIMA E COSTA

FORTALEZA/CEARÁ

ABRIL DE 2021

INTRODUÇÃO

A inflamação ocorre quando o sistema imunológico responde a uma infecção ou doença e normalmente dura apenas poucas horas ou dias. Porém em alguns casos a inflamação pode ser crônica e pode durar até semanas, meses ou anos, o que aumenta a chance de câncer. Estudos apontaram que inflamações crônicas aumentam os riscos de diversos tipos de câncer, incluindo fígado, pulmão e estômago. Fumar, ingerir bebidas alcoólicas e estar acima do peso pode causar inflamações crônicas. Outras causas de inflamações crônicas incluem infecções virais ou bacterianas, doenças autoimunes e exposição ao amianto. A verdade é que levou mais de 100 anos para serem exploradas as conexões do câncer com as inflamações do organismo. DESENVOLVIMENTO O que é a inflamação A inflamação é a reação do sistema imunológico a infecção, trauma ou objetos estranhos que invadem o organismo. O normal é que a inflamação livre-se destes invasores e leve à cura, estimulando as células a regeneração. Como a inflamação pode causar câncer Quando a inflamação permanece por um longo período de tempo, pode sim estimular o crescimento de células cancerígenas. A inflamação crônica inibe também a imunidade do organismo, impossibilitando de reconhecer um câncer como estranho no corpo e rejeitá-lo. O que causa uma inflamação crônica As vezes o sistema imunológico não consegue se livrar da bactéria, e esta infecção persiste e se torna crônica. Por exemplo, úlceras gástricas são causadas por infecções crônicas causadas por bactérias, e gastrites podem aumentar a chance de câncer no estômago.

processo capaz de causar lesão celular ou tecidual), e foi inicialmente caracterizada por Celsus nos seguintes marcadores cardinais: calor, rubor, dor e edema. Mais tarde foi acrescentado o termo impotência funcional. Existem dois estágios da inflamação: inflamação aguda e inflamação crónica. A inflamação aguda consiste na resposta inflamatória inicial, de curta duração e resulta da ativação da imunidade inata; se a inflamação persistir por um longo período de tempo instala-se a inflamação crónica. Embora a inflamação crônica esteja associada a várias patologias, nomeadamente doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, doenças pulmonares, doenças neurológicas, o presente artigo de revisão apenas se concentra no papel da inflamação na carcinogénese. Há mais de um século atrás já o patologista alemão Rudolph Virchow havia referido que a “inflamação crónica é uma condição promotora tumoral, através do estímulo à proliferação celular”. De fato, várias linhas de evidência, baseadas nos achados em estudos epidemiológicos em seres humanos ou de estudos moleculares realizados em ratos modificados geneticamente, sugerem que os tumores surgem frequentemente em locais de inflamação crónica e que células inflamatórias estão presentes em biópsias tumorais. Outras evidências da relação entre cancro e inflamação consistem na presença de células inflamatórias e mediadores inflamatórios (por exemplo, quimiocinas, citocinas e prostaglandinas) em tecidos tumorais, remodelação tecidual e angiogênese, semelhante à encontrada em respostas inflamatórias crónicas, e reparação. A progressiva sequência de mutações e alterações epigenéticas relacionadas com o cancro promovem a transformação de células progenitoras cancerígenas pela disrupção de processos chaves envolvidos no controlo celular e na homeostasia. Para além das alterações genéticas, células e mediadores inflamatórios desempenham um papel crucial na progressão e desenvolvimento tumoral. O estado inflamatório contribui para o desenvolvimento tumoral através de diferentes mecanismos, incluindo: indução de instabilidade genómica, alterações de agentes epigenéticos e, consequentemente, expressão inapropriada de genes, estimulação da proliferação e resistência à apoptose, indução de angiogênese tumoral e remodelação tumoral com consequente promoção da invasão e metastização (Mantovani et al., 2008). O vínculo entre a inflamação e a carcinogênese pode ser visto consistindo em duas vias: a via intrínseca e a via extrínseca. A via intrínseca é ativada por eventos genéticos. Estes eventos incluem a ativação de vários tipos de oncogenes por mutação, rearranjos cromossômicos ou

amplificação, e inactivação de genes supressores tumorais. As células resultantes produzem mediadores inflamatórios e geram um microambiente Página | 7 inflamatório. Em contraste, na via extrínseca, condições inflamatórias e infecciosas aumentam o risco de desenvolvimento de cancro em certos locais anatómicos. As duas vias convergem e resultam na ativação de fatores de transcrição, principalmente o factor nuclear kB (NF-kB), sinal transdutor e ativador de transcrição 3 (STAT-3) e fator induzido por hipóxia (HIF-1α), responsáveis pela indução de mediadores inflamatórios (citocinas, quimiocinas, prostaglandinas e monóxido de azoto - NO) CONCLUSÃO A inflamação está presente nas diferentes etapas da carcinogênese e da progressão da maioria das neoplasias malignas. A inflamação associada ao câncer assume mecanismos diversos dependendo do tipo e frequência de estímulos recebidos, assim como características genéticas de cada paciente. Brevemente, nas etapas iniciais do desenvolvimento tumoral, a inflamação pode combater e até eliminar células transformadas. Entretanto, a inflamação crônica, muitas vezes citotóxica, é um dos fatores de progressão importantes na história natural de uma série de tumores. Por outro lado, principalmente após formada uma massa tumoral com células que escaparam dos mecanismos de imunovigilância, observa-se que o microambiente tumoral, incluindo elementos do estroma modulam as respostas inflamatórias colaborando para a progressão tumoral. Nessa fase, pode-se observar um misto de respostas citotóxicas e supressoras no mesmo tumor. A melhor compreensão dos mecanismos carcinogênicos da inflamação e, ainda, da relação existente entre o tumor e os fatores inflamatórios componentes do microambiente tumoral, pode ter aplicabilidade clínica no estabelecimento de novas ferramentas preventivas e terapêuticas para o câncer. Disseminar e discutir esse tema é de grande relevância e necessidade na pesquisa em câncer.