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A infelicidade pela busca do prazer nos meios digitais: contribuições de Anna Lembke - Pro, Provas de Língua Portuguesa

O artigo aborda a problemática da busca incessante de prazer nos meios digitais, com base nas contribuições do pensamento da psiquiatra anna lembke, da universidade stanford. Ele explora como o excesso de dopamina gerado pelo hiperconsumo digital pode levar a uma dependência prejudicial, causando mais sofrimento do que felicidade. O texto analisa o funcionamento do cérebro e a naturalização do consumo de 'drogas digitais', refletindo sobre os riscos e caminhos para uma libertação digital saudável. A descrição detalhada busca fornecer uma compreensão abrangente da problemática, visando contribuir para a geração atual, cada vez mais imersa no mundo tecnológico.

Tipologia: Provas

2024

Compartilhado em 05/06/2024

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jose-dias-gomes 🇧🇷

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A infelicidade pela busca incansável do prazer nos meios digitais:
contribuições do pensamento de Anna Lembke para uma geração tecnológica. 1
José Lucas Dias Gomes2
Resumo: O seguinte artigo consiste em apontar o problema da busca do prazer nos meios digitais, com
contribuições do pensamento de Anna Lembke, psiquiatra e professora, da Escola de Medicina da
renomada Universidade Stanford, que consegue ter descobertas científicas que explicam do porque a
nossa sociedade está constantemente com mais dependência com passar do tempo, e por que o prazer
gera mais sofrimento do que felicidade. Estudiosa clínica, ela é autora de mais de cem publicações
revisadas por pares, testemunhou perante a Câmara dos Representantes e o Senado dos Estados
Unidos, atuou como testemunha especializada em litígios federais e estaduais de opiáceos e é uma
líder reconhecida internacionalmente no tratamento e educação em medicina de dependência.
Inicialmente descreve como funciona o nosso cérebro a fim de propor uma melhor compreensão do
assunto, e sobre tudo fazendo com que o leitor encontre uma contribuição para geração atual que está com
dependência pelo uso desordenado das “drogas digitais”, em fim, as telas. Sendo assim levando o ser
humano a encontrar um equilíbrio nesse mundo do avanço tecnológico onde a sociedade está
consequentemente mais vulnerável a ter dependência devido ao hiperconsumo de dopamina que o
capitalismo desenfreado oferece, trazendo reflexão da filosofia e a medicina que oferecem caminhos
para uma busca de libertação digital.
Palavras-chave: Lembke; dopamina; prazer; capitalismo; adição.
Abstract: The following article consists of pointing out the problem of seeking pleasure in digital
media, with contributions from the thoughts of Anna Lembke, psychiatrist and professor, from the
School of Medicine at the renowned Stanford University, who manages to have scientific discoveries
that explain why our society is constantly more dependent over time, and why pleasure generates
more suffering than happiness. A clinical scholar, she has authored more than one hundred peer-
reviewed publications, testified before the United States House of Representatives and Senate, served
as an expert witness in federal and state opioid litigation, and is an internationally recognized leader in
opioid treatment and education. addiction medicine. Initially, it describes how our brain works in order
to propose a better understanding of the subject, and above all, making the reader find a contribution
to the current generation that is addicted to the disordered use of “digital drugs”, in short, screens.
Therefore, leading human beings to find a balance in this world of technological advancement where
society is consequently more vulnerable to dependence due to the hyperconsumption of dopamine
that unbridled capitalism offers, bringing reflection on philosophy and medicine that offer paths to a
search for digital liberation.
Keys words: Lembke; dopamine; pleasure; capitalism; addiction.
1Artigo científico apresentado como trabalho de conclusão da disciplina produção de textos científicos Faculdade
Dehoniana, sob a orientação da professora Adriana Cintra de Carvalho Pinto
2 Graduando do curso de Filosofia (Bacharelado) da Faculdade Dehoniana, Taubaté, SP.
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A infelicidade pela busca incansável do prazer nos meios digitais:

contribuições do pensamento de Anna Lembke para uma geração tecnológica. 1

José Lucas Dias Gomes^2 Resumo: O seguinte artigo consiste em apontar o problema da busca do prazer nos meios digitais, com contribuições do pensamento de Anna Lembke, psiquiatra e professora, da Escola de Medicina da renomada Universidade Stanford, que consegue ter descobertas científicas que explicam do porque a nossa sociedade está constantemente com mais dependência com passar do tempo, e por que o prazer gera mais sofrimento do que felicidade. Estudiosa clínica, ela é autora de mais de cem publicações revisadas por pares, testemunhou perante a Câmara dos Representantes e o Senado dos Estados Unidos, atuou como testemunha especializada em litígios federais e estaduais de opiáceos e é uma líder reconhecida internacionalmente no tratamento e educação em medicina de dependência. Inicialmente descreve como funciona o nosso cérebro a fim de propor uma melhor compreensão do assunto, e sobre tudo fazendo com que o leitor encontre uma contribuição para geração atual que está com dependência pelo uso desordenado das “drogas digitais”, em fim, as telas. Sendo assim levando o ser humano a encontrar um equilíbrio nesse mundo do avanço tecnológico onde a sociedade está consequentemente mais vulnerável a ter dependência devido ao hiperconsumo de dopamina que o capitalismo desenfreado oferece, trazendo reflexão da filosofia e a medicina que oferecem caminhos para uma busca de libertação digital. Palavras-chave: Lembke; dopamina; prazer; capitalismo; adição. Abstract: The following article consists of pointing out the problem of seeking pleasure in digital media, with contributions from the thoughts of Anna Lembke, psychiatrist and professor, from the School of Medicine at the renowned Stanford University, who manages to have scientific discoveries that explain why our society is constantly more dependent over time, and why pleasure generates more suffering than happiness. A clinical scholar, she has authored more than one hundred peer- reviewed publications, testified before the United States House of Representatives and Senate, served as an expert witness in federal and state opioid litigation, and is an internationally recognized leader in opioid treatment and education. addiction medicine. Initially, it describes how our brain works in order to propose a better understanding of the subject, and above all, making the reader find a contribution to the current generation that is addicted to the disordered use of “digital drugs”, in short, screens. Therefore, leading human beings to find a balance in this world of technological advancement where society is consequently more vulnerable to dependence due to the hyperconsumption of dopamine that unbridled capitalism offers, bringing reflection on philosophy and medicine that offer paths to a search for digital liberation. Keys words: Lembke; dopamine; pleasure; capitalism; addiction. (^1) Artigo científico apresentado como trabalho de conclusão da disciplina produção de textos científicos Faculdade Dehoniana, sob a orientação da professora Adriana Cintra de Carvalho Pinto (^2) Graduando do curso de Filosofia (Bacharelado) da Faculdade Dehoniana, Taubaté, SP.

Introdução

O mundo com seu grande avanço tecnológico influencia o indivíduo a se adequar segundo o que o capital oferece e dando a ele fácil acesso as suas drogas modernas, tendo em vista que a geração atual que já nasce ao meio do mundo digital, está consequentemente mais adaptada a ter algum tipo de dependência devido as “drogas digitais”, e as taxas de adicção estão crescendo drasticamente em todo o planeta. Com a problematização a seguir neste artigo, que se trata da busca incansável do prazer no meio digital, tendo como uma sociedade dependente, vivendo em mundo do prazer desenfreando pelo uso compulsivo das coisas, e para fugir de algum sofrimento, ou até mesmo os pais que temendo a violência da sociedade recorrem a ajuda das telas, dando a seus filhos uma verdadeira droga que começam a ter uma vida de dependência e vivem uma busca de algo que não dará a eles uma vida saudável, mas sim uma vida infeliz pelo excesso de dopamina. O seguinte artigo consiste em apontar a problematização da busca incansável do prazer nos meios digitais e seus principais pontos negativos que essa aporia traz para sociedade contemporânea, tal qual a medicina ajuda a compreender o porquê. Com devido tema, quem se abre a discutir tal tema, deve responder ou pelo menos dialogar sobre algumas perguntas. Como por exemplo: O que faz o homem buscar as coisas? Por que a busca do prazer nos meios digitais está nos deixando com adicção? E o que podemos fazer enquanto sociedade que vive em meio do avanço tecnológico? A neurociência como toda área da ciência, ajuda a compreender o homem em sua totalidade, a doutora Anna Lembke traduzindo a complexidade da neurociência para as metáforas fáceis de entender, ela mostra que o caminho para manter a dopamina sob controle é encontrar contentamento nas pequenas coisas, pois vivemos em uma sociedade de excesso: Trabalho, redes socias, compras, jogos enfim, a lista não acaba por aqui. E isso tudo pode até ter uma aparência como algo natural, mas será que não está acontecendo uma naturalização de consumo de drogas adictivas que pode-nos chegar a ter problemas sérios, no mesmo nível de um indivíduo dependente de cocaína por exemplo, e estar hipnotizados por um mundo de tela, e de um capitalismo desenfreado? Este artigo apresenta uma reflexão e um alerta para os dias de hoje, onde o celular que carregamos em

mensolímbico ,^5 esse caminho é o que faz com que o cérebro queira mais a recompensa imediata, que é coincidente a produção e absorção da dopamina. Então a finalidade da dopamina no cérebro é fazer com que o ser humano cace, ou seja, esse neurotransmissor não é propriamente do prazer, e sim da caça. Tendo isso em vista, o que faz com que uma pessoa busque vídeos curtos no reels do instagram é o neurotransmissor dopaminérgico. Então a dopamina tem um circuito de recompensa que está no cérebro. Lembke ajuda a entender em forma de metáfora: Os neurotransmissores são como futebol. O artilheiro é o neurônio pré-sináptica. O goleiro é o neurônio pós-sináptico. O goleiro é o neurônio pós-sináptico. O espaço entre o artilheiro e o goleiro é a fenda sináptica. Assim como conectam a bola e jogada entre os neurônios: mensageiros químicos regulando sinais elétricos nos cérebros. 6 Ele tem, porém, cinco caminhos diferentes, mas o que interessa aqui, são apenas dois, que é o caminho de circuito mesencéfalo e mesolímbico que vai para o núcleo ácumbens causando então esse prazer, essa busca pela recompensa. Foi descoberto através de várias experiencias, como também pela própria Lembke, que quanto mais descarregamos dopamina nesse circuito, mais perdemos a capacidade de sentir esse prazer. Na sinapse dos neurônios, o neurotransmissor, da dopamina, é jogado, e quando o outro neurônio recebe, ele tem um neuroreceptor e este é uma proteína que, com excesso de dopamina, faz com que pare de funcionar fechando os neuroreceptores e com isso, o excesso de busca nos meios digitas fazendo ter o efeito que vai causar menos prazer, fazendo a com que o indivíduo, precise de mais, e mais para ficar no estado normal, é comparável uma pessoa que é dependente de droga.^7 Então não é de espantar que muitos jovens, crianças e adultos estão frenéticos e estão cada vez mais facilmente mal morados, entediados e infelizes. É uma experiencia mais ou menos comum que a pessoas depois de duas horas de vídeos no instagram, depois que sai daquele mundinho, sente uma sensação de como estivessem sugado a sua felicidade, seu sentido de viver acaba naquele momento, pois se sentem como escravos. Anna Lembke, psiquiatra e professora da Escola de Medicina da Universidade Stanford, explora as novas descobertas científicas que explicam por que a busca incansável do prazer gera mais sofrimento do que felicidade e está nos deixando frenéticos e escravos pelo excesso de notícias, jogos, compras, e principalmente nos meios digitais. Segundo a doutora: em diversas patologias neuropsiquiátricas (^5) O sistema mesolímbico está relacionado ao mecanismo de condicionamento ao uso da substância, bem como à fissura, à memória e às emoções ligadas ao uso. (^6) Cf. Ibidem , p. 51. (^7) Cf. Ibidem. Op. Cit, p. 53.

Os números crescentes, a grande variedade e o imenso potencial de estímulos altamente compensatórios são atordoantes. O smartphone é a agulha hipodérmica dos tempos modernos, fornecendo incansavelmente dopamina digital para uma geração plugada. Se você ainda não descobriu sua droga preferida, ela logo estará em um site perto de você.^8 Além da descoberta da dopamina, uma das constatações neurocientíficas que foi considerada um sucesso para o campo da medicina, que foi alcançada no século passado é que o cérebro processa não apenas o prazer, mas também o sofrimento no mesmo lugar, ou seja, o prazer e o sofrimento funcionam como dois lados de uma balança, quando pesa um lado, o outro sobe o seu nível. Sendo assim levando o ser humano a encontrar um equilíbrio.^9

1.2 O mundo é uma caixa de Skinner

O experimento de Burruhs Frederic Skinner (1904-1990) nos ajuda na compreensão daquilo que está nos deixando frenéticos, um mecanismo de recompensa futura. A famosa experiência que Frederic realizou na década de 1950, foi colocar um pombo numa caixa, em que havia um botão, e com isso fez com que o animal aprende-se que, tocando numa das teclas, receberia uma recompensa, no caso um petisco. O pombo, depois de um certo tempo percebeu que ao acionar o botão. O cientista após um tempo mudou o mecanismo: a comida só cairia se o pombo acionasse o botão por três vezes. Mas tarde Skinner percebe que a ave ficou frenética, repetindo o movimento diversas vezes. Iniciou-se então uma terceira fase da experiência: o número de acionamentos que o pombo obtivesse a liberação da comida se alterou aleatoriamente, resultado: o pombo ficou ainda mais frenético por causa da recompensa^10 .Pode-se comparar esse cenário ao mundo atual, que se revela como uma “caixa de Skinner” havendo botões espalhados em toda parte, em quartos de hotéis, por exemplo: a cama, a televisão, ou um notebook. Nada para fazer, senão apertar o botão para receber a “droga”. Como aponta Lembke em seu livro: Um dos maiores fatores de risco para se tornar dependentes de qualquer tipo de droga é o fácil acesso a ela. Quando a abstenção da droga é mais fácil, nossa probabilidade de experimentá-la aumenta. Depois de experimentá-la, ficamos mais propensos a nos tornarmos dependentes dela.^11 O mundo de hoje oferece uma variedade de drogas digitais que antes não existiam, ou, se existiram, agora em plataformas que temos um fácil e rápido acesso a ela. Isto inclui (^8) Ibidem. Op. Cit, p. 9. (^9) Cf. Ibidem, p. 10. (^10) Cf. Ibidem , SKINNER, F. B. Sobre o Behaviorismo. p. 245. (^11) Cf. Ibidem, p. 25.

psicológica da geração atual, que consequentemente ficam adeptos a entrar nessa caverna e se tornarem escravos de uma tela. A metáfora ou alegoria da caverna de Platão nos ajuda a fazer uma relação com a sociedade moderna que têm passado a vida numa caverna com uma abertura para a luz. Resumidamente Platão diz que os homens em sua metáfora, tem suas pernas e seu pescoço acorrentados para que não possam se mover e só conseguem olhar para frente, para os fundos da caverna^15. Atualmente observa-se que hoje, a nossa caverna, é o celular, o computador, a internet. As redes sociais nos revelam apenas uma sombra da realidade que nos entretém, nos hipnotiza e que termina por nos afastar da realidade mesma. Ainda sobre a metáfora da caverna diz Platão que acima e atrás deles faz arder uma fogueira e, entre os ambos, há um caminho ascendente ao longo do qual corre um muro baixo. Passa pessoas junto ao muro carregando estátuas de todo tipo e a fogueira devido sua luz projeta as sombras, e por isso supõem que elas sejam os próprios objetos. Sé um prisioneiro é libertado das correntes e se vira para luz, padece grandes, mas, pouco depois, começa a ver as estátuas. 16 O prisioneiro é então arrastado para fora da caverna, onde a luz é tão brilhante que, de início, ele só consegue olhar para as sombras. Depois, no entanto, olha para os objetos reais. Pouco depois, ergue os olhos para o sol e compreende que o sol e a causa de tudo que vê ao redor, causa da luz, da visão e dos objetos da visão, do movimento. Então ao ver o mundo real, o homem que fica deslumbrado, e volta para contar as novidades aos amigos, ansioso por levá-los também à contemplação da luz. Os companheiros, já há tanto tempo habituados com a falsidade das sombras, tomam como por louco e terminam o matando. E cabe aqui deixar uma fala de Platão sobre o prazer e a dor: “que cálculo maravilhoso! E como é enorme a distância que separa o justo do injusto com relação a prazer e dor!”.^17 Observamos que um dos prisioneiros acorrentados na caverna consegue arrebenta as cadeias e fugir da caverna. Percebe-se que as cavernas de hoje são os celulares a nova tecnologia em geral, em fim as telas que estão em nosso meio. Em nossa vida nos meios tecnológicos, também temos bastante dificuldade em acreditar em mundo, que não seja digital, que seja além das telas. Pois olhar para o mundo real gera esforço, gera mudança incomoda. Entretanto, assim como os prisioneiros da caverna só tinham aquela vida para sair da escuridão e conhecer a verdade, precisamos, como o liberto da história, tomar a decisão de largar o mundo das aparências, das ilusões virtuais e nos voltar para a luz da realidade. Todavia, essa virada de vida exige um ato de vontade. Mas como realizá-lo? Para (^15) Cf. Ibidem, p. 177. (^16) Cf. Ibidem, p. 177. (^17) Cf. Ibidem, p.180.

se livrar da escravidão digital, portanto, é preciso esse ato de inteligência, essa contemplação da verdade, ir em busca da verdade.^18 No livro o mundo de Platão de Neel Burton, logo após ao examinar a legoria da caverna, é citado um trecho que Sócrates fala sobre os tiranos que estão continuamente dominados por desejos indisciplinados que os levam a cometer todo tipo de ato hediondo. Assim também é muito discutido sobre a aporia que é um pai deixar seu filho em casa sozinho com um aparelho celular, que ao passar dos dias fica dominados por seus desejos descontrolados, e levarem a criança cometer uma grande indignação moral.^19 Anna Lembke em sua obra, conta alguns relatos de seus pacientes, e acontecimentos para ajudar o leitor a compreender e levar a sério esse problema que é esses desejos compulsivos buscando esses prazeres incansavelmente. Ela relata então um acontecimento trágico que envolvia um menino de 6 anos que sodomizava o irmão mais novo, de 4 anos. No entanto quando a polícia foi acionada, os policias achava pois que avia algum adulto, com quem a criança tem contato, estão abusando sexualmente dela, e então a criança reconstitui isto com outra criança, como seu irmãozinho. Mas as autoridades gerais fizeram a investigação geral e não havia evidência de que o irmão mais velho estivesse sofrendo abusos. Seus pais eram divorciados e trabalhavam o dia inteiro, então as crianças ficavam praticamente o dia inteiro sozinhas.^20 O que acabou vindo à tona neste caso foi que, o irmão mais velho, estava tão viciado na internet que acabou deparando com desenhos animados e animes japoneses mostrando pois todo tipos de atos sexuais. A criança tinha seu próprio ipad, é ninguém vigiava o que o menino andava navegando no meio digital. Depois de assistir tanto os desenhos, ele decidiu tentar aquilo que via no irmão mais novo.^21 A internet estimula um consumo compulsivo desenfreado, não apenas fornecendo maior acesso a drogas velhas e novas, mas também comportamento que, de outro modo, poderiam nunca nos ter ocorrido. Os seres humanos são sociais. Mas quando vemos outras pessoas comportando-se de certa maneira online , esses comportamentos parecem “normais” porque pertencem a outras pessoas. O problema não está nas redes sociais, não precisa condenar a internet, pode usa-las. Mas devemos ter um certo equilíbrio, e se perguntar: qual será a finalidade deste uso?^22 O prisioneiro de Platão foi ao encontro da verdade, ouve ali um ato de vontade de querer sair da caverna, mesmo se esse movimento o leva-se a sentir dor por causa da luz forte do sol, e ali ele viu que o tempo que passou na caverna foi um local de tempo perdido 18 (^19) Cf. Ibidem, p. 179 (^20) Cf. Ibidem , p. 32, 33. (^21) Cf. Ibidem , p. 33. (^22) Cf. Ibidem , p. 33.

uma transformação e vontade, a parar de fugir do que quer que esteja querendo escapar e, e encarar seja lá o que for e mergulhar a funda a vida que lhe foi dada. Mas deve-se tem em vista que o excesso de dor, ou uma dor potente demais, pode aumentar o risco de se tornar dependente da dor causando assim outro problema.

2. O capitalismo desenfreado

A nossa geração já nasceu em meio ao mundo tecnológico digital, e temos um maior acesso a substâncias adctivas e um uso compulsivo desenfreado. Nossa, economia de dopamina está conduzindo uma mudança auxiliada pelo grande avanço da tecnologia transformadora que aumenta drasticamente a variedade e a potência das drogas digitais.^25 Lembke faz uma visão crítica do lado sombrio do capitalismo sobre as máquinas de enrolar cigarros, escreve ela: A máquina de enrolar cigarros, por exemplo, foi inventada em 1880, tornou possível passar de quatro cigarros enrolados minuto para o impressionante número de 20 mil. Atualmente, são vendidos no mundo 6,5 trilhões de cigarros por ano, traduzidos para aproximadamente 18 bilhões de cigarros consumidos por dia, responsáveis por um número estimado 6 milhões de mortes no mundo.^26 O hiperconsumo compulsivo já citado, é um risco não apenas os seres humanos com dependências, mas à vida do planeta. Os recursos naturais estão diminuindo rapidamente. Economistas estimam que, em 2040, o capital natural do mundo (terras, florestas, vida aquática e combustíveis) estará 21% menor em países de alta renda e 17% menor em países mais pobres do que hoje. Enquanto isso, como diz Anna Lembke depois dessa releitura: “estamos nos devorando”.^27 Vivemos em uma sociedade em que nunca está safista com o que tem, mas sim, com o novo sempre querendo uma recompensa futura. Esse lado sombrio do capital pode parecer inofensivo, mas vemos que o problema que gera é muito maior do que um simples consumo. Podemos encontrar resposta a partir de uma encíclica do Papa Francisco publicada em maio de 2015. Ela trata do cuidado com o meio ambiente e com todas as pessoas, bem como de questões mais amplas da relação entre Deus, os seres humanos e a Terra. O subtítulo da encíclica, “Sobre o Cuidado da Casa Comum” Vendo-se com um olhar religioso está questão, a até mesmo o cristianismo, nos mostra que o desenvolvimento das atividades econômicas e o crescimento da grande produção, está destinado a servir as necessidades (^25) Cf. Ibidem, p. 27. (^26) Cf. Ibidem, p. 27. (^27) Cf. Ibidem , p. 36.

da população local, isso no catecismo da igreja católica. “destinados a servir as necessidades” se isso acontecesse, hoje não teríamos um mundo onde as crianças estão crescendo com a naturalização de que o importante e sempre o novo, e deve-se sempre ter o novo celular do momento. A vida econômica visa somente multiplicar os bens produzidos e aumentar o lucro ou o poder; antes de tudo, ela está ordenada ao serviço das pessoas, o homem em sua totalidade e de toda a comunidade humana. 28 Pois bem, o capitalismo e olhado de maneira cautelosa na Igreja Católica, ela tem rejeitado as ideologias totalitárias e ateias associadas, nos tempos modernos, com o capitalismo, ela recusou o individualismo e a lei do mercado do trabalho humano, tendo em vista as regulamentações da economia, destacando principalmente por meio do planejamento centrado na base, dos vínculos socias. Sua regulamentação vai pela lei do mercado indo contra a justiça social, pois existe variedades de realidade humana, que não podem ficar na margem pelo mercado, por não serem atendidas.^29 A igreja ainda fala que “É preciso favorecer a regulamentação racional do mercado e das iniciativas econômicas, de acordo com a justa hierarquia de valores e em vista do bem comum”. Absurdamente percebe-se que a nossa geração digital corre um risco de estarem frenéticos, querendo mais e mais, como o pombo de Skinner, ou como, os prisioneiros de Platão presos na caverna sem ver a verdadeira realidade. A doutora Lembke mostra algo assustar que pode nos fazer refletir: Dados recentes mostram que até os antidepressivos, previamente considerados como não sendo “formadores de hábito”, podem levar à tolerância e dependência, e possivelmente até piorar a depressão a longo prazo, fenômeno chamado disforia tardia_._ Além do problema da dependência, e da questão sobre se essas drogas aludam ou não, tenho me atormentado com uma questão mais profunda: E se o fato de tomar medicamentos psicotrópicos estiver nos levando a perder algum aspecto essencial da nossa humanidade?^30 Como visto no trecho extraído do livro Nação dopamina , o uso descontrolado de drogas, mesmo sendo necessário para nossa saúde, deve-se ter cautela ao começar pelo uso de medicamentos que nos faça de alguma forma desenvolver adicção. No entanto e de extrema importância tratar devido assunto, pois presenciamos hoje uma “sociedade do cansaço” um cansaço que nos incapacita de fazer qualquer coiso, como se estivéssemos presos acorrentados em uma caverna. No livro, o sul-coreano Byung-Chul Han, professor de filosofia e estudos culturais da Universidade de Berlim, em sua obra sociedade do cansaço faz uma crítica ao capitalismo, onde numa época de velocidade e esgotamento faz com que as pessoas entrem em depressão.^31 (^28) CAT n. 2426 (^29) CAT n. 2425 (^30) Cf. Ibidem , p. 125 (^31) Cf. ELTON Corbanez; HAM, Byung-Chul_. Sociedade do cansaço_ , p. 128

Pombo de laboratório, frenético e com adicção, aonde não tem mais ali um sentido de viver o mundo fora da sua caixa, por já tem tudo em poucos segundos.

Conclusão

A neurociência ajuda-nos através de suas descobertas, principalmente pelo mecanismo de recompensa em nosso cérebro, com uma questão sobre um neurotransmissor chamado dopamina, que faz com que a humanidade busque as coisas, considerando-se um problema em que as pessoas confundem, achando que essa molécula é a molécula do prazer. Mas com determinada situação, o campo da medicina com essa descoberta recente dessa molécula chamada dopamina, faz com que a compreensão a respeito dessa inquietação, de sempre querer buscar o prazer ajuda a entender qual é devidamente o problema que é expresso nas sessões seguintes. Em vista da problemática questão da adicção que a geração atual está lindando com a situação do mundo das telas, a quantidade de dopamina que é lançada no mecanismo de recompensa imediata, está fazendo com que o indivíduo fique frenético, com um descontrole, como acontece com um endividou dependente de cocaína ou outro tipo de droga, ficando assim dependente e trazendo problemas psíquicos, como depressão e ansiedade, até mesmo o suicídio. Como já citado no artigo, o experimento de Burruhs Frederic Skinner, ajuda a perceber que o mundo virou um caixa aonde temos alavancas, que existe várias escolher variedades de prazeres que o mundo capitalista nos oferece, por consequente acionar um gatilho onde o nosso cérebro não consegue mais frear e como consequência virar um pombinho frenético, com uma dependência por uma “droga digital”. A dopamina em excesso, onde a sociedade contemporânea possui com muita facilidade, tira a capacidade de apreciar o agora, o viciado em descargas dopaminérgicas sempre está, mentalmente, em outro lugar, no futuro, não tendo capacidade em vivencia a realidade, do agora. Como o rells no Instagram, onde hoje principalmente os jovens, estão passando horas, em frente de uma tela vendo aqueles famosos “memes” onde não são apenas virais mais também uma droga, e no piscar dos olhos passaram, uma, duas horas em frente de um smartfone e não aproveitaram bem o tempo, vindo então a angústia, tristeza, e infelicidade, vindo à tona a perca do sentido da vida, chegando à depressão. Dessa forma esse aspecto curioso que se tem na questão da dependência digital, é que a realidade em que deveria ser apreciada de forma natural, está se tornado algo de geração passada, hoje a realidade está nas telas, e quando o individuou que ficou aprisionado nesse mundo digital, sai para encarar o mundo da verdadeira realidade, não consegue encarar a luz

forte, pois passou muito tempo na escuridão em sua caverna. Assim alegoria da caverna de Platão ajuda a compreender do porquê está difícil de sai dessa dependência de um mundo de aparências e não da realidade, pois o escravo do mundo digital tem dificuldade em acreditar em existe um mundo além das telas. Pois olhar para fora das telas, requer mudanças radicas, e muitas vezes dolorosas, e aquele que convida o outro a olhar para fora da caverna digital será sempre visto como estranho, como o personagem de Platão, aonde os companheiros, já há tanto tempo habituados com a falsidade das sombras, tomam como por louco e terminam o matando. Sendo assim nosso tempo atua, passa por uma transformação de mudanças pelos os avanços tecnológicos, sendo eles perigosos não apenas para nos seres humanos pelo fato das pessoas estrem com dependência devido as drogas digitais, mas também por envolver a vida do planeta, pelo hiperconsumo compulsivo desenfreando prejudicando os recursos naturais rapidamente. Diante disso apesar desses fatores de riscos, o maior acesso a drogas adictivas, pode ser o problema de risco importante as pessoas que já nascem em meio ao âmbito digital. Desse modo, conclui-se que atualmente estamos vivendo uma era da naturalização das telas, que evidentemente não percebe o grande problema que a geração moderna irá enfrentar pela dependência digital e o grande avanço tecnológico que o capital oferece, com a aporia que essa adicção causara na questão psíquica do ser humano. A medicina e a filosofia apresentam caminhos para uma libertação dessa escravidão digital, que se deve então encarar o mundo, mergulhar-se com todos os problemas mesmo se isso causar mudança. Uma solução que a própria medicina nos dá para o bem-estar é sairmos do sofá e movimentarmos nossos corpos reais, não virtuais. Pois a vida segundo Gilberto Heleno doutor em filosofia, pela PUC/SP em seu livro Ortega y Gasset descreve uma reflexão sobre a vida dizendo que, o ponto de partida da filosofia da vida é bastante concreto, pois a vida é intransferível. Pois não se pode trocar sua vida real, por um mundo de telas.

Referências

LEMBKE Ana, Nação dopamina: por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar. São Paulo: Vestígio, 2021. BURTON Neel, o mundo de Platão: a vida e obra de um dos maiores filósofos de todos os tempos. São Paulo: Cultrix, 2013