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Neste documento, o presidente da união de universidades de américa latina e o caribe e o reitor da universidade nacional da colômbia discutem a importância de adaptar nossa forma de vida em face da pandemia de covid-19. Eles enfatizam a necessidade de cooperação, empatia e solidariedade para construir um futuro colaborativo, sustentável e respeitoso dos outros habitantes do planeta. As universidades são vistas como líderes neste projeto, promovendo mudanças culturais que fortalecerão a comunicação e a criatividade dentro da comunidade acadêmica.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Científicos ao redor do mundo concordaram que a ameaça do vírus que enfrentamos na atualidade se alimenta, é claro, da nossa forma de vida. A depredação ambiental tem provocado uma redução importante do hábitat dos animais selvagens e, portanto, que o vírus se tenha propagado em saltos zoonóticos que vão dos animais até os huma- nos devido à inevitável proximidade entre espécies. Apesar da vacinação e a pesquisa dos medicamentos para superar a crise de saúde, é provável que nunca derrotemos por completo a COVID -19, vai ser preciso aprender a conviver com esse vírus em particu- lar e os próximos que apareçam.
O coronavírus nos apresenta mais uma razão para refletir e testar nossa forma de vida. É preciso ajustar nossa atual conceição do mundo e mudar a forma em que nos relacionamos com os outros e o planeta. Nós somente somos mais uma das nove mi- lhões de espécies de seres vivos que convivem na Terra: não podemos continuar a ser vizinhos tão ruins.
Moramos no meio de uma compulsão pelo aumento e a acumulação ambiciosa, sem medida e sem fim. Nossa forma de vida estabelece uma relação problemática e até pa- tológica com o mundo. O infinito crescimento económico que aspiramos não é racio- nal se consideramos os limites do planeta e os limites de nossas próprias vidas. Essa compulsão nos levou às diversas crises globais que hoje acentuam a pandemia: a crise económica, a crise da democracia, a crise ecológica, a crise na saúde física e mental das pessoas e, em definitiva, a uma profunda crise social.
A pandemia tem colocado perante nossos rostos o que antes já não era ocultável, a grande inequidade, desigualdade, exclusão, discriminação e marginalização que atra- vessa o mundo inteiro e que em nossa região da América Latina se tem convertido, para a maioria, em destino trágico de mera sobrevivência sob os mínimos vitais, so- ciais e dignidades como pessoas.
Na América Latina e o Caribe, a COVID -19, particularmente, tem atuado como ca- talizadora da desigualdade que é estendida em nossas nações. Hoje, apesar da recru- descência da pandemia na Colômbia, por exemplo, a população sai às ruas obrigada pela crise de falta de solidariedade, de falta de oportunidades, e de violência que o Estado não tem atendido adequadamente por várias décadas, por não tiver planejado e construído um cenário do futuro da nação como um projeto para todos com inclusão, equidade e paz.
A responsabilidade com nós, com as próximas gerações e os outros habitantes do planeta, tem a ver com a procura e a implementação de soluções proativas, criativas, cooperativas e éticas para construir um futuro desejável.
Precisamos, então, de questionar muitas certezas e de nos situar no espaço incó- modo, mas frutífero, da incerteza que vai nos permitir crescer, já não na acumulação, senão como melhores seres humanos e melhores vizinhos de um planeta com limites, onde a gente possa crescer em liberdade, criatividade e solidariedade para ser felizes em comunidade.
Todos meus anos de trabalho na ciência me tem permitido saber que a incerteza é a nossa maior oportunidade, pois a geração e gestão do conhecimento frutificam graças
às situações de não certeza: a criatividade é mais forte e as possibilidades da realidade mais diversas quando a incerteza nos leva a inovar.
Estou certa de que a liderança coletiva que se executa na gestão do conhecimento é a oportunidade para mudar nossa forma de ver o mundo e de nos relacionar com os outros e a natureza. É a partir do ensino de qualidade, da procura e gestão de conheci- mento e da cooperação, desde onde precisamos estabelecer uma nova conversa como seres humanos que tentam superar as crises juntos.
As universidades precisam liderar o projeto da nova conceição do mundo, onde a incerteza inspira a cooperação, a empatia e a solidariedade para lograr um bem cola- borativo. Um bem que inclui a riqueza nossas vidas como cidadãos que participam na construção da comunidade, e fomentam uma forma de vida sustentável e respeitosa com os outros habitantes do planeta.
A missão de nossas universidades precisa se fundamentar em uma visão do futuro traçada pela procura de harmonia entre cada um de nós, como cidadãos responsáveis, comprometidos com a transformação ética de nossa realidade. Também é preciso atin- gir essa harmonia entre todos e o planeta para que, como espécie, sejamos capazes de morar em ambientes com plenitude de sensibilidade, conexão criativa e comunidade.
A universidade, promotora da unidade nacional a partir da sua diversidade, precisa gerenciar as convergências necessárias para construir uma sociedade melhor. Ante os desafios do mundo contemporâneo, o que é preciso mudar para seguir cumprindo?
É preciso impulsar, através do ensino e a gestão do conhecimento, as mudanças culturais que potenciam as capacidades de liderança coletiva e transformadora das pessoas. As mudanças culturais passam por ações e processos de ordem interno e ex- terno em nossas instituições, já que são orientadas a melhorar os fluxos de comunica- ção e criação dentro da comunidade universitária, e a fortalecer nossa capacidade de nos relacionar com o entorno. Alguns aspectos centrais das mudanças culturais são:
Modelo intersedes da universidade como tentativa para a equidade e a excelência. Cada uma das sedes universitárias, no partilhar e somar as experiências, é uma via pela qual pode andar a fortaleza do conhecimento integral, em todas as áreas, para con- tribuir à união de cada região com o Brasil a partir do reconhecimento da riqueza da diversidade biológica e cultural que caracteriza os territórios.
Liderança acadêmica nacional em um entorno global. Precisa permitir à universidade manter e fortalecer sua incidência na transformação social de cada país. Através duma liderança coletiva e transformadora, precisamos seguir contribuindo nos sistemas na- cionais de ensino, ciência, tecnologia, inovação e competitividade, em esforço conjun- to com as outras instituições de Ensino Superior.
Estou certa de que a contribuição em nossa região, com a consolidação de progra- mas e planos de cooperação e troca de conhecimento, é central para a construção de uma identidade da América Latina e o Caribe, que poderá nos permitir formar uma nova visão do mundo e superar os desafios comuns das nossas nações. Devido a isso é preciso manter nosso compromisso com a construção e consolidação da União de Universidades de América Latina e o Caribe – UDUAL –.
A mudança digital institucional. É constituída por um processo de mudança cultu- ral onde a tecnologia é só uma ferramenta para começar inovações pedagógicas e de pesquisa, e também mudanças fundamentais na forma em que a universidade se rela- ciona com os territórios do seu país e o mundo. A transformação digital nos permite consolidar formas de organização mais descentralizadas, flexíveis e ligeiras; levar a cabo a toma de decisões de maneira mais horizontal e democrática, e aceder a formas de trabalho por processos mais eficientes e efetivos.