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Através de uma brincadeira de criança, podemos compreender ... Período pré-operacional (2 a 7 anos): aqui o desenvolvimento ocorre a.
Tipologia: Notas de estudo
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Trabalho apresentado como requisito para conclusão da Habilitação Educação Infantil à comissão de professores responsáveis pelo Curso: Profas. Dras. Maria Angela Barbato Carneiro, Marisa Del Cioppo Elias, Neide de Aquino Noffs e Neide Barbosa Saisi, sob a orientação da Profa. Dra. Maria Angela Barbato Carneiro.
À Deus, por iluminar meu caminho e me dar forças para seguir sempre em frente.
À vida, por ter me dado a oportunidade de vencer mais uma etapa.
À todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para que este trabalho chegasse ao fim.
"Através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo o que ela gostaria que ele fosse, quais suas preocupações e que problemas a estão assediando. Pela brincadeira, ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos".
Bruno Bettelheim
O brincar provoca benefícios no processo de desenvolvimento da criança. Resgatar o lúdico, nas escolas passou a ser de importância vital para as crianças que de certo modo não brincam mais como antigamente, ou por falta de espaço, por falta de tempo e até mesmo de companheiros ou ainda pelo perigo de se brincar na rua. Com isso a criança foi perdendo o estímulo pelo brincar livre e deixando para trás a riqueza e a variedade de jogos e brincadeiras que poderia aprender com seus pares ou com seus familiares. Hoje se vê no brincar uma forma de proporcionar a construção do conhecimento, desenvolver várias habilidades, autonomia, auto-estima, a sociabilidade, criatividade, tornando, portanto, muito importante o seu resgate. Através de uma pesquisa teórica e levantamento dos conteúdos, fiz uma seleção reflexiva dos pontos relevantes tirados de livros, revistas e Internet. No primeiro e segundo capítulo, usei Piaget e Vygotsky para explicar sobre o brincar, mostrando o que cada pensador acredita sobre os jogos e brincadeiras. Em seguida, foi feito um paralelo entre os dois estudiosos Piaget e Vygotsky , apontando semelhanças e diferenças dos mesmos em relação à brincadeira e ao jogo. Por fim, mostrei o papel do professor de educação infantil frente às brincadeiras e os jogos. Mostrei a necessidade de conhecê-lo melhor para ajudar a criança a se desenvolver, pois, apesar de o jogo e da brincadeira ser uma atividade espontânea da criança, o professor necessita entendê-lo melhor para poder observar suas crianças e permitir que descubram o mundo que as cerca e aprendam.
desenvolvendo na criança o interesse pelas brincadeiras e conscientizando-a de que aquela ação brincar , desenvolve seus conhecimentos. O brincar possui grandes benefícios para a formação da criança, como: socializar-se, desenvolver habilidades, movimentar-se, ter noção de tempo e espaço, melhorar a coordenação motora fina, respeitar regras, criar e recriar, desenvolver a motricidade, entre outros. O resgate das brincadeiras tanto através dos nossos pais e avós, como também dos educadores é importante para que as crianças se enriqueçam e se constituam em seres humanos dignos, responsáveis, colaboradores, autônomos e criativos.
Diante das necessidades apresentadas anteriormente se constituem em objetivos desse trabalho:
Entender melhor o quanto o brincar é essencial para o bom desenvolvimento da criança.
Conhecer de que modo ele proporciona a construção do conhecimento.
Até que ponto proporciona a socialização; e cria e desenvolve a autonomia da criança.
Piaget usava o termo jogo para conceituar a ação de brincar. Para Piaget, o jogo era visto como próprio da infância e do universo da criança, independente até mesmo do funcionamento da inteligência. Segundo o autor considera, as etapas de desenvolvimento das crianças são muito importantes para o entendimento da atividade lúdica e seus efeitos na infância. Desta forma, divide as etapas de desenvolvimento em:
membros superiores passam a se transformar em uma nova etapa dos jogos de exercício, a construção. Assim, o jogo com exercício, é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. O importante é a possibilidade de repetição e é dessa maneira que se formam os hábitos. Após este período, aproximadamente entre 2 a 4 anos, surgem os jogos simbólicos, que é a representação corporal do imaginário. São exercícios onde a criança utiliza sua imaginação, primeiramente de forma individual, para representar papéis, situações, comportamentos, realizações, utilizar objetos substitutos. Ou seja, nesta fase, os jogos satisfazem a necessidade da criança de não somente relembrar o mentalmente acontecido, mas de executar a representação. Suas características são: a liberdade de regras (menos as criadas pela criança); ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança; assimilação da realidade do eu ; desenvolvimento da imaginação e da fantasia; e lógica própria com a realidade. A fase do faz-de-conta é extremamente importante, pois permite o desenvolvimento do simbolismo, fundamental para a aprendizagem da leitura e da escrita. Isso só é possível porque a criança já é capaz de perceber, observar, discriminar e analisar. Por fim o último tipo de jogo é o jogo com regras (a partir de 5 anos). Aqui as crianças passam do individual para o social. Os jogos possuem regras básicas, necessitam de interação entre as crianças e permitem a aprendizagem de regras de comportamento. Permitem ainda, respeito às idéias e argumentar bem como favorecem a construção de relacionamentos afetivos. Assim, os jogos com regras, são transmitidos socialmente de criança para criança ou através dos adultos e por conseqüência vão aumentando de importância de acordo com o progresso de seu desenvolvimento social. Através dos jogos com regras, segundo Piaget (1978), as atividades lúdicas atingem um caráter educativo, tanto na formação psico-motora, como também na formação da personalidade das crianças. Assim, se formam os valores morais como honestidade, fidelidade, perseverança, hombridade, respeito ao social e tantos outros.
Vygotsky usava o termo brinquedo para conceituar a ação de brincar. No brincar, para Vygotsky, a criança cria uma situação imaginária onde existe, sempre, regras nas brincadeiras, pelo simples fato de que a partir do momento em que existe uma situação imaginária esta tem regras de comportamento que são representadas na brincadeira. Para Vygotsky (1989), há dois elementos importantes na atividade lúdica das crianças no que se refere aos jogos de regras: o jogo com regra explícita e o jogo com regras implícitas. O primeiro destes fatores são as regras pré- estabelecidas pelas crianças e que sua não realização é considerada uma falta grave. O outro segmento são as regras que estão propriamente ditadas, mas entende-se que são necessárias para o seguimento do jogo, portanto, as regras implícitas oferecem a criança uma noção de entendimento às regras ocultas, mas necessárias. Vygotsky (1998), considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o desenvolvimento e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é interativo uma vez que está continuamente se relacionando com o meio e com os outros. Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso às informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como resultado de um engajamento individual na solução de problemas. Assim, aprende a regular seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não. Para Vygotsky a aquisição do conhecimento se dá através das zonas de desenvolvimento: a real e a proximal. A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, só é atingida, de início, com o auxílio de outras pessoas mais capazes , que já tenham adquirido esse conhecimento.
A brincadeira, o jogo, é uma atividade específica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto social e cultural. É uma atividade humana criadora, na
qual fantasia, imaginação e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.
Vygotsky, apud por Lins (1999), classifica o brincar em algumas fases: durante a primeira fase a criança começa a se distanciar de seu primeiro meio social, representado pela mãe, começa a falar, andar e movimentar-se em volta das coisas. Nesta fase, alcança o ambiente por meio do adulto e pode-se dizer que a fase estende-se até em torno dos sete anos. A segunda fase é caracterizada pela imitação, a criança copia os modelos dos adultos. A terceira fase é marcada pelas convenções que surgem de regras e convenções a elas associadas.
Vygotsky (1989: 109), afirma que: é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos externos.
Para Vygotsky a relação entre o jogo e a aprendizagem é muito importante, desta forma, o desenvolvimento cognitivo e a Zona de Desenvolvimento Proximal tem um papel fundamental para seu entendimento. O desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contato regulares. Já a Zona de Desenvolvimento Proximal, é diferença entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com auxílio, o que leva à conseqüência de que as crianças podem fazer mais do que conseguiam fazer por si sós.
"No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de primeira importância. Põem em evidência as qualidades especificamente humanas do cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. A criança fará amanhã sozinha aquilo que hoje é capaz de fazer em cooperação. Por conseguinte, o único tipo correto de pedagogia é aquele que segue em avanço relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por objetivo não as funções maduras, mas as funções em vias de maturação" (Vygotsky, 1979:138).
Para que o jogo se torne uma atividade importante para o desenvolvimento da criança, é importante o exercício no plano da imitação da
O brincar ou o jogar, segundo Piaget e Vygotsky é uma atividade extremamente importante para a criança, pois estabelece e reforça os vínculos afetivos dela com seus pares e com os adultos. Tanto em Vygotsky como em Piaget se fala numa transformação do real por exigência das necessidades da criança, mas enquanto para Piaget a criança transforma a realidade a partir das suas necessidades e expectativas, para Vygotsky a criança cria a partir do que conhece, das oportunidades do meio e em função das suas necessidades e preferências. Para Piaget (1975) no jogo predomina a assimilação, ou seja, a criança assimila no jogo o que percebe da realidade, proporcionando alterações das estruturas mentais. O processo de conhecimento para Piaget se dá através da percepção de que o sujeito tem do seu mundo e isso ocorre através de vários estágios, onde cada um deles ocorre apenas quando há o equilíbrio que é fruto da assimilação e acomodação feita no estágio anterior. O conhecimento surge a partir da ação do sujeito sobre a realidade. Já para Vygotsky, o sujeito é interativo porque constitui conhecimento a partir das relações intra e interpessoais. O conhecimento é proveniente das relações. Porém, ambos reconhecem o papel ativo da criança na construção do conhecimento durante a atividade lúdica. A aprendizagem, para Piaget, está ligada ao desenvolvimento de estruturas cognitivas o que, geralmente, determina as aplicações pedagógicas e didáticas. O conhecimento dos estágios pelos quais a criança passa contribui para o levantamento de objetivos, escolha de atividades de ensino que podem favorecer o desenvolvimento cognitivo. Para Vygotsky, existem relações recíprocas entre desenvolvimento e aprendizagem, pois a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento, e este, por sua vez, cria novos patamares para a aprendizagem. Com isso, o desenvolvimento se expande através das interações sociais, nas quais, por meio da internalização, o indivíduo se apropria do conhecimento, ocorrendo, assim, a aprendizagem. Esse processo evidencia a importância das trocas e aquisições do meio social.
Piaget tinha como principal interesse estudar o desenvolvimento das estruturas lógicas, enquanto Vygotsky pretendia entender a relação do pensamento com a linguagem e suas implicações no processo de desenvolvimento intelectual. Na visão de Piaget, a aprendizagem depende do estágio de desenvolvimento atingido pelo sujeito, para Vygotsky, a aprendizagem favorece o desenvolvimento das funções mentais. Embora Vygotsky concorde que a aprendizagem ocorre muito antes da chegada da criança à escola, ele também atribui um valor significativo à aprendizagem escolar, que no seu dizer "produz algo fundamentalmente novo no desenvolvimento da criança". Para Vygotsky a linguagem tem um papel definitivo na organização do raciocínio, pois age decisivamente sobre este, reestruturando diversas funções psicológicas, como a atenção, a memória, a formação de conceitos. Ambos enfatizam a necessidade de compreensão da gênese dos processos cognitivos. Além disso, Piaget e Vygotsky, não consideram os processos psicológicos como resultados estáticos que se expressam em medidas quantitativas, pois ambos valorizam a interação do indivíduo com o ambiente e vêem o indivíduo como sujeito que atua no processo de seu próprio desenvolvimento.