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Este estudo identificou a influência do estágio supervisionado na formação do cirurgião-dentista, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais, pela percepção de alunos do quarto semestre de odontologia da UNIARA. Os resultados indicaram que o estágio contribui para a formação de conceitos de atenção à saúde, humanização, autonomia e aprendizagem no trabalho. A formação em saúde deve visar a transformação das práticas e da organização do trabalho, a partir da problematização do processo de trabalho e sua capacidade de acolher e cuidar das necessidades de saúde individuais e coletivas. Há consenso de que a inversão do modelo assistencial, com ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, deve estar acompanhada de mudança na formação profissional.
Tipologia: Teses (TCC)
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Patricia Aleixo dos Santos Domingos^1 , Camila Nakao Nonato^1 , Cristina Magnani Felício^1 1 Universidade de Araraquara, Araraquara, SP, Brasil AUTOR CORRESPONDENTE: patricmat572@gmail.com.br
Este estudo buscou identificar a influência exercida pelo Estágio Supervisionado na formação do Cirurgião- Dentista, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, por meio da percepção de uma turma de alunos do quarto semestre do curso de Odontologia da Universidade de Araraquara - UNIARA. A metodologia consistiu em atividades extramurais em instituições de idosos, onde foram realizadas práticas visando melhorar a saúde bucal e instruir os idosos sobre medidas preventivas necessárias. Os resultados indicaram que o Estágio Supervisionado contribui de forma importante na formação de conceitos de atenção à saúde, humanização, autonomia e aprendizagem no trabalho.
Docente-Assistencial. http://dx.doi.org/10.19177/jrd.v7e2201918- 23 INTRODUÇÃO Historicamente, o Brasil é um país que despertou tardiamente para as ações coletivas em Saúde Pública, principalmente de cunho odontológico.^1 A formação para a área da saúde deveria ter como objetivos a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho, e estruturar-se a partir da problematização do processo de trabalho e sua capacidade de dar acolhimento e cuidado às várias dimensões e necessidades de saúde das pessoas, dos coletivos e das populações.^2 No entanto, no panorama que se observa na área da saúde, perpetuam modelos conservadores e parecem distanciados de um modelo lógico, que seria o “usuário-centrado”, e adequado às necessidades da população. Esse tipo de modelo – tecnicista e curativista - tornou-se deficiente, pois não possibilita uma abordagem social e, portanto, integral da saúde.3, Embora avanços importantes tenham ocorrido nas últimas décadas, o ensino odontológico ainda é baseado no modelo tecnicista e curativo, predominante na maioria dos cursos de graduação do país.3,4^ As instituições formadoras têm perpetuado modelos essencialmente conservadores, centrados em aparelhos e sistemas orgânicos e tecnologias altamente especializadas, dependentes de procedimentos e equipamentos de apoio diagnóstico e terapêutico.5,6^ O reflexo desse modelo nos cursos de Odontologia se dá pelas seguintes características: teoria antecedendo a prática, ciclo básico antecedendo o clínico, direcionamento das práticas para a doença (curativismo) e docentes altamente especializados em micro disciplinas.^7 Atualmente, há o consenso de que a inversão do modelo assistencial, contemplando a integralidade das ações
voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, no aspecto individual e coletivo, deve estar acompanhada de mudança de enfoque na formação profissional. Tal mudança deve ocorrer pela maior integração da Universidade em diferentes cenários de práticas, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, o que requer das Instituições de Ensino Superior (IES) uma postura diferenciada na condução dos cursos de graduação.^8 Diante desse quadro, é possível observar a importância da aplicação de atividades de extensão no processo de conscientização e adaptação dos alunos quanto à realidade de serviços no mercado profissional, principalmente os da área pública, capacitando-os adequadamente para este campo de trabalho, além de desenvolver um senso crítico apurado em relação à própria atividade.^9 Deste modo, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Curso de Graduação em Odontologia, aprovadas em 6 de novembro de 2001, apontaram novas orientações que devem ser necessariamente adotadas por todas as instituições do ensino superior do país.^10 As DCNs tiveram o objetivo de orientar a formação de um Cirurgião- Dentista cujo perfil acadêmico e profissional apresente habilidades relacionadas à atuação qualificada e resolutiva no SUS.^11 Uma das maneiras das Faculdades incorporarem essas novas ações é o Estágio Supervisionado (ES). Os objetivos do estágio são fomentar a relação ensino-serviços, ampliar as relações da Universidade com a sociedade e colocar o futuro profissional em contato com as diversas realidades.^12 As atividades de extensão universitária e extramurais não podem ser entendidas apenas como ações marginais ou isoladas do restante da Instituição de Ensino Superior, uma vez que devem ser assumidas pelo conjunto da instituição, e resgatar a integridade da extensão odontológica, acabando com a antipedagógica compartimentalização do conhecimento, bem como com a fragmentação das dimensões educação- promoção, prevenção e tratamento.^13 Essas atividades conseguem sensibilizar os alunos frente à realidade social na qual atuam e, com isso, contribuir para sua formação profissional. Além do mais, o trabalho em comunidades proporciona mais do que a compreensão da realidade, mas também o crescimento profissional e o comprometimento com as mudanças sociais necessárias, permitindo enxergar os fatores relevantes que influenciam o complexo processo saúde-doença.^14 Além disso, a parceria entre Universidade/Comunidade favorece a capacitação de recursos humanos para um maior número de atendimentos a pacientes gestantes, idosos e crianças, contribuindo para o desenvolvimento de conceitos e práticas voltadas à promoção de saúde bucal, além da divulgação da Faculdade que se insere no contexto municipal, exercendo seu papel como agente social modificador dentro do seu âmbito de atuação.^15 Nesse contexto, os alunos de Odontologia devem ser capacitados a planejar e executar ações de saúde de acordo com as necessidades inerentes à prevenção, promoção e reabilitação da saúde bucal da população.16, Assim sendo, o estágio é o instrumento de integração e conhecimento do estudante com a realidade social e econômica de sua região e do trabalho de sua área; também, deve ser entendido como o atendimento integral ao usuário que o estudante de Odontologia presta à comunidade, intra e extramuros; deve fomentar a relação ensino-serviços e ampliar as relações da Universidade com a Sociedade.^18 RESULTADO E RELATO DE EXPERIÊNCIA O presente estudo teve como metodologia a realização de atividades em instituições de idosos com o intuito de instruir e melhorar a saúde bucal da população presente. Para isso, 25 acadêmicos do quarto semestre de Odontologia da Universidade de Araraquara - UNIARA, durante o Estágio Supervisionado ll, foram divididos em dois grupos e realizaram visitas nos condomínios de Idosos “Lar do Idoso Recanto Feliz” e “Vila Dignidade”, durante o período de março de 2018 a novembro de 2018. A primeira visita realizada para ambos os grupos foi para o reconhecimento das instituições, sendo que, nos dois locais, os alunos puderam perceber a presença de idosos humildes, com renda igual ou inferior a um salário mínimo e muitas vezes abandonados pela própria família. Cada idoso possui sua própria casa, algumas já mobiliadas e os locais também possuem salão de festas e um espaço ao ar livre para a realização de atividades. O objetivo desses condomínios é acolher esses idosos, oferecendo proteção, cuidados e atenção. Para a seleção dos idosos são seguidos alguns critérios avaliados pela Assistência Social Municipal, tais como: receber renda de até um salário mínimo, ser independente, ter acima de 60 anos e ter autonomia para realizar as atividades diárias básicas. Essas instituições contam com apoio municipal e doações populares, além de colaboração de
Resolução CNE/CES nº 03 de 1 9/02/2002.^25 ,onde inicia-se um processo de reforma curricular nos cursos de graduação em Odontologia e surge a necessidade da formação de um profissional ideologicamente integrado à nova prática de saúde^26 , deslocando o eixo da formação centrada na assistência individual, para um processo de formação contextualizado, que considere as dimensões sociais, econômicas e culturais da população.^27 Além disso, essas estratégias têm apresentando avanços consideráveis para o campo da Odontologia, tais como: melhoria da articulação entre o sistema de ensino e os serviços de saúde; melhoria da qualidade da atenção à saúde e da formação profissional, inclusive na visão dos alunos^25 , integração da profissão com outras áreas da saúde e o rompimento da dicotomia preventivo-curativa e público-privada.^28 Para atender às DCN, as instituições têm desenvolvido atividades extramurais como parte integrante de seus projetos pedagógicos^25 e vários mecanismos têm sido propostos para a integração dos acadêmicos, tais como estágios extramuros, visitas domiciliares e atendimentos do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde).^29 Aposta-se no potencial dos estágios extramuros por estimular o senso crítico, o desvelamento da realidade social, apontar oportunidades positivas de trabalho e despertar o interesse dos alunos para atuar no setor público, esperando-se que contribua para a formação de um profissional com maiores possibilidades de ampliar sua clínica, sendo mais resolutivo, mais efetivo e competente do ponto de vista epidemiológico e social.^30 Neste contexto, salienta-se aqui o exemplo da experiência do PET-Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), implantado em 2009, que apontou um processo de intenso aprendizado na realização de ações interdisciplinares no âmbito da atenção básica, com o objetivo de contemplar o tênue equilíbrio entre as demandas de saúde da população e as possibilidades do atendimento, e também a experiência do curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) no Programa PET-Saúde, implantado em 2010, no qual através do processo de reorientação do ensino, foi observado que os acadêmicos que vivenciaram atividades extramuros estão mais bem preparados para atuar na comunidade, sobretudo em serviços de saúde, por terem tido a oportunidade do convívio em diferentes realidades econômicas e culturais da população.^25 Este contato com o cotidiano durante a formação é fundamental para que os estudantes percebam que não são os usuários que individualmente determinam sua condição de saúde bucal, mas a soma desses vários fatores que promovem saúde ou geram doenças.^31 O confronto do acadêmico com realidades socioeconômicas e culturais distintas das encontradas em seu grupo social assume grande importância nos quesitos humanistas, críticos e reflexivos, e vão ao encontro das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Odontologia^32 ,além de muitos alunos acreditarem que os estágios são importantes por representarem oportunidade de vivência e familiarização com a rotina de trabalho no SUS.^33 Os participantes da experiência relatada nesse trabalho acreditam que, no decorrer da disciplina, o Estágio Supervisionado e as atividades extramurais realizadas com os idosos introduziram o estudante em situações reais do cotidiano do SUS, além de desenvolver a interdisciplinaridade, o cuidado integral à saúde dos idosos, o desenvolvimento do trabalho em equipe e a melhoria da qualidade de vida da população. Em oposição à ideia de que os graduandos em Odontologia possuem um conhecimento impreciso e restrito sobre os objetivos da Odontologia Social, a experiência relatada aponta a preocupação e compreensão dos alunos sobre a importância das atividades extramurais realizadas, em relação as ações de atendimento integral e humanizado. Sendo assim, a partir desse relato de experiência fica clara a importância do Estágio Supervisionado no cenário de prática na atenção básica, despertando nos alunos uma reflexão crítica do serviço e auxiliando na formação de futuros profissionais. Nessa experiência, conseguiu-se atingir os objetivos propostos pela integração ensino-serviço durante as atividades extramurais realizadas, sendo capaz de formar profissionais com perfil adequado às demandas da população, contribuindo para a promoção de saúde mais integral. CONCLUSÃO Pelos resultados deste estudo, pode-se perceber que:
considere como objetivo central as necessidades dos usuários, tendo em vista modificações das práticas profissionais e da própria organização do trabalho.