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A importancia do administrador rural: fazenda no Rio Jordão (PR), Notas de estudo de Administração Empresarial

ESTUDO SOBRE A IMPORTANCIA DO ADMINISTRADOR DE PEQUENAS PROPRIEDADES AGRICOLAS

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 05/06/2013

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DIÁLOGO E INTERAÇÃO
volume 7 (2013) - ISSN 2175-3687
http://www.faccrei.edu.br/dialogoeinteracao/
ESTUDO SOBRE A IMPORTANCIA DO ADMINISTRADOR RURAL UM
ESTUDO DE CASO NA FAZENDA RIO JORDÃO, NO MUNICIPIO DE
SERTANEJA - PR
Ronaldo de Oliveira Marchi (FACED)
Carlos Roberto Vacella
Inês Cardin Bressan
RESUMO: O presente trabalho trata de analisar a importância do administrador para o
sucesso da fazenda Rio Jordão. Motivou o seu desenvolvimento, o fato dessa atividade
administrativa ser de vital importância para uma propriedade rural que deseja obter sucesso
e se destacar dentre outros em um marcado cada vez mais competitivo. Foi demonstrada
por meio dessa análise, que o agronegócio é uma atividade predominante na região e que os
proprietários necessitam entender o grau de importância de uma boa administração rural.
Como contribuição científica, esta pesquisa além de enriquecer o intelecto do pesquisador,
apresentou a real situação dos processos administrativos, orientou os proprietários alguns
pontos deficientes na gestão, através de um estudo de caso realizado em uma propriedade
rural no município de Sertaneja-PR.
PALAVRAS-CHAVE: Administração, Agronegócio, Administrador rural.
ABSTRACT: The present research is to analyze the importance of the administrator for the
success of the Rio Jordão Farm. It motivated its development by the fact that the
management activity is very important to a rural property in which you want to succeed
and stand out among the others in an increasingly competitive marked. It was
demonstrated through this analysis that the agribusiness is a major activity in the region and
that the owners need to understand the standard of the importance of good agricultural
management. As scientific contribution, this research besides enriching the intellect of the
researcher, it also presented the actual situation administrative procedures, it guided the
owners in some deficient points in management, through the case study conducted in a rural
area of Sertaneja-PR.
Keywords: Administration, Agribusiness, Agricultural Administrator
1. INTRODUÇÃO
A presente pesquisa trata da importância do administrador rural para o sucesso da
Fazenda Rio Jordão. Este profissional é fundamental para o desenvolvimento e a
sustentabilidade da propriedade estudada, quando aproveitado de maneira eficiente e
coerente.
A pesquisa surgiu da necessidade de se entender como o administrador rural, faz
diferença nesta nova fase da agricultura, que o empirismo é substituído pelo conhecimento
técnico. necessidade de identificar os pontos falhos na administração, que leva a
propriedade a não obter um resultado satisfatório, com isso proporcionar ao administrador e
demais colaboradores, melhor compreensão da situação que a propriedade enfrenta, dando
condições para que o administrador faça uma análise de como está sendo conduzida a
organização. Desse modo, é possível organizar-se de tal forma que diminuam as falhas que
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volume 7 (2013) - ISSN 2175- http://www.faccrei.edu.br/dialogoeinteracao/

ESTUDO SOBRE A IMPORTANCIA DO ADMINISTRADOR RURAL – UM

ESTUDO DE CASO NA FAZENDA RIO JORDÃO, NO MUNICIPIO DE

SERTANEJA - PR

Ronaldo de Oliveira Marchi (FACED) Carlos Roberto Vacella Inês Cardin Bressan

RESUMO : O presente trabalho trata de analisar a importância do administrador para o sucesso da fazenda Rio Jordão. Motivou o seu desenvolvimento, o fato dessa atividade administrativa ser de vital importância para uma propriedade rural que deseja obter sucesso e se destacar dentre outros em um marcado cada vez mais competitivo. Foi demonstrada por meio dessa análise, que o agronegócio é uma atividade predominante na região e que os proprietários necessitam entender o grau de importância de uma boa administração rural. Como contribuição científica, esta pesquisa além de enriquecer o intelecto do pesquisador, apresentou a real situação dos processos administrativos, orientou os proprietários alguns pontos deficientes na gestão, através de um estudo de caso realizado em uma propriedade rural no município de Sertaneja-PR. PALAVRAS-CHAVE: Administração, Agronegócio, Administrador rural.

ABSTRACT: The present research is to analyze the importance of the administrator for the success of the Rio Jordão Farm. It motivated its development by the fact that the management activity is very important to a rural property in which you want to succeed and stand out among the others in an increasingly competitive marked. It was demonstrated through this analysis that the agribusiness is a major activity in the region and that the owners need to understand the standard of the importance of good agricultural management. As scientific contribution, this research besides enriching the intellect of the researcher, it also presented the actual situation administrative procedures, it guided the owners in some deficient points in management, through the case study conducted in a rural area of Sertaneja-PR. Keywords: Administration, Agribusiness, Agricultural Administrator

  1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa trata da importância do administrador rural para o sucesso da Fazenda Rio Jordão. Este profissional é fundamental para o desenvolvimento e a sustentabilidade da propriedade estudada, quando aproveitado de maneira eficiente e coerente. A pesquisa surgiu da necessidade de se entender como o administrador rural, faz diferença nesta nova fase da agricultura, que o empirismo é substituído pelo conhecimento técnico. Há necessidade de identificar os pontos falhos na administração, que leva a propriedade a não obter um resultado satisfatório, com isso proporcionar ao administrador e demais colaboradores, melhor compreensão da situação que a propriedade enfrenta, dando condições para que o administrador faça uma análise de como está sendo conduzida a organização. Desse modo, é possível organizar-se de tal forma que diminuam as falhas que

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impedem a empresa de se desenvolver com sucesso. A ausência de uma boa gestão fundamentada em conhecimento técnico tem levado a propriedade a ter vários problemas que envolvem o ciclo de produção, os custos aumentaram ainda mais e, consequentemente, diminuiu a lucratividade. A produção é basicamente da cultura da soja, milho e laranja, para uso da indústria, com exceção da laranja que 30% da produção é comercializada como “laranja para mesa” para o CEASA (Centro Econômico de Abastecimento Sociedade Anônima), e a venda in natura dentro do próprio município onde é localizado a propriedade. A fazenda possui infraestrutura adequada e todos os implementos necessários para o manejo adequado da terra, dentre os principais, como colhedoras, tratores, caminhões, atomizadores e pulverizadores do tipo colúmbia para o manejo adequado de agrotóxicos. Todos estes equipamentos são utilizados entre cinco colaboradores responsáveis pela produção da propriedade. Portanto, essa pesquisa partiu da seguinte situação problema: qual a importância do administrador rural para o sucesso da Fazenda Rio Jordão? O objetivo geral deste trabalho é compreender qual a importância do administrador rural para o sucesso da Fazenda Rio Jordão. O método de pesquisa adotado é o dedutivo, que parte do geral para o específico, por ser mais abrangente e adequado para os propósitos deste trabalho académico. O tipo de pesquisa utilizado é o estudo de caso. Serão utilizados como fundamentação teórica os estudos de Drucker, Ferreira, Hoffmann e Brandt entre outros.

2. ADMINISTRAÇÃO: PRINCÍPIOS GERAIS

2.1 Administração Rural

Para Davis (1957), a administração rural como todas as atividades ligadas direta ou indiretamente à produção, à transformação, à distribuição e o consumo de produtos de procedência vegetal e animal. Por vários anos, o quê vem se tornando cada vez mais o cerne das atenções entre instituições acadêmicas, governamental e empresarial. O fato de este tipo de segmento ocupar qualquer grupo social especialmente pelo fator alimento chamou atenção destas instituições que buscam oportunidades aplicando tecnologia na busca de reconhecimento econômico. De acordo com o site www.administradores.com.br, a administração rural surgiu no começo do século XX junto às universidades de ciências agrária, na Inglaterra e Estados Unidos nos chamados " land grant " com a preocupação de, sobretudo, analisar a credibilidade econômica e técnicas agrícolas. Administração Rural é o conjunto de atividades que facilitam aos produtores rurais a tomada de decisões ao nível de sua empresa agrícola, com o fim de obter melhor resultado econômico, mantendo a produtividade da terra. Para Hoffmann (1987), a Administração Rural é o estudo que considera a organização e operação agrícola, visando ao uso mais eficiente dos recursos para obter resultados compensadores contínuos. É tomada como função produtiva, consiste fundamentalmente em atos de decisão e, problematicamente, em distribuição de recurso, de modo a responder: o que produzir, como, quanto e com quais recursos, sendo estes considerados fatores e agentes de produção. Além disso, visam responder também à questão para quem produzir

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interno e externo. O administrador rural deve conservar sua tão nobre profissão, sem parar de construir seus projetos ousados, mas sem esquecer da humildade e o espírito de liderança, pões desta forma obterão sucesso em seu empreendimento.

2.3 AGRONEGÓCIO

Segundo Araújo (2010), o agronegócio no Brasil tem grande importância, praticamente o país vive a favor do agronegócio, já que, sozinho é responsável por 36% das exportações brasileiras, sendo o majoritário na contribuição da economia brasileira, que torna grande responsável por evitar os déficits nacionais, também é responsável por empregar cerca de 36 milhões de pessoas, cerca de 52% da população brasileira economicamente ativa. Diferente dos outros segmentos, o agronegócio tem um custo muito baixo na geração de emprego, segundo dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O agronegócio também é responsável aproximadamente de 45% dos gastos da família brasileira, muito mais do que qualquer outro setor. Com o surgimento de novos conceitos administrativos, o desenvolvimento da empresa rural se da através de uma ideia de integração com os meios interno e externo, seja, com o administrador na propriedade, também nos eventos que acontecem fora dela, seja na maneira como o ciclo produtivo é realizado, o bom relacionamento entre fornecedores, cooperativas etc., a maneira como a produção chega até o consumidor final. Com o agronegócio cada vez mais forte, cabe aos administradores buscar mudanças, na busca de capacitação da mão-de-obra diante das novas tecnologias (máquinas, colheitadeiras), e também em conhecimentos bancários, cooperativos, com isso, abrir novos mercados, como forma de agregar mais valor aos produtos. Para Araújo (2010), além da necessidade de querer buscar mudanças, é necessário ter um conhecimento e uma visão sistêmica do agronegócio. É indispensável a compreensão do agronegócio de uma forma sistêmica que engloba os setores chamados: “antes da porteira”; ”dentro da porteira”; “depois da porteira” como cita Araújo (2010):

Os setores “antes da porteira” são compostos basicamente pelos fornecedores de insumos e serviços, como: máquinas, implementos, defensivos, fertilizantes, corretivos, sementes, tecnologia, financiamento. “Dentro da porteira” é o conjunto de atividades desenvolvidas dentro das unidades produtivas agropecuárias, ou produção agropecuária propriamente dita, que envolve preparo e manejo de solos, tratos culturais, irrigação, colheita. Criações e outras. “Após a porteira” refere-se ás atividades de armazenamento, beneficiamento, industrialização, embalagem, distribuição, consome de produtos alimentares, fibras e produtos energéticos provenientes da biomassa (ARAÚJO, 2010, p.10).

Segundo o autor, estas concepções foram desenvolvidas por John Davis e Ray Goldberg, na Universidade de Harvard, teve sua primeira publicação em 1957, e aprofundados em 1968 em um estudo de caso feito por Ray Goldberg, que apresentou tal necessidade de compreender o agronegócio com uma visão de Sistema Agroindustriais e com a intenção de introduzir o conceito de Commodity agrícolas.

2.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

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Segundo Ansoff (1977), as noções estratégicas tem sido um objeto valioso cada vez mais frequente entre os administradores que utilizam métodos estratégicos. Estes interesses geraram um reconhecimento dentre os gestores que a empresa deve ter um campo de atuação bem definido e uma orientação de crescimento, e que os objetivos por si só não atendem a essa necessidade, obedecendo a regras de decisão para que a empresa possa ter um crescimento e a obtenção de lucros. Estas regras de decisão e diretrizes foram definidas em termos amplos como estratégia, ou, algumas vezes, como o conceito do campo de atuação da empresa. Para Cobra (1992), uma organização precisa planejar o seu futuro, na busca da viabilidade do seu negócio com intuito de atender às necessidades de seus clientes ou consumidores, em busca de satisfação sempre a favor do crescimento quando possível sem perder o alvo, como é relatado por Cobra (1992) no seguinte trecho:

O planejamento estratégico é o processo administrativo de desenvolver e manter a viabilidade entre os objetivos organizacionais e os recursos e as oportunidades de mercado em constante mutação. O alvo do planejamento estratégico é configurar e reconfigurar o negócio da empresa e seus produtos de forma que eles combinem produção de lucros e crescimento (COBRA, 1992, p.51).

Para Cobra (1992), existem vários tipos de definições e teorias que envolvem o planejamento estratégico, embora cada autor tenha seu ponto de vista em colocar suas teorias, todos eles seguem o mesmo caminho, buscando o mesmo objetivo de manter a empresa no mercado perpetuamente. Para Cobra (1992), para estabelecer objetivos e prever os recursos indisponíveis, o administrador precisa ter um compromisso e uma linha de conduta para conseguir se manter no mercado. Este é apenas o início dentre várias etapas que o administrador utiliza de formas estratégicas em seu negócio, que são: Missão corporativa; Avaliação da competência; Analise de cenário; Avaliação dos recursos organizacionais; Fatores diferenciadores como fonte de vantagens competitivas; Natureza dos mercados e oportunidades estratégicas; Definição de produtos ou serviços e seus objetivos; Avaliação de portfólio de negócios; Projeto Plant Information Management System (PIMS); Formulação de estratégias; Planejamento estratégico de negócios. A utilização destes métodos o administrador rural assim como qualquer outro, conseguirá administrar de uma forma estratégica o seu negócio.

2.5 MERCADO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

Para Costa (2007), o agricultor ou agora com os avanços da tecnologia e a popularidade do segmento e conhecido como empresário rural, além de dispor de funcionários, com esta com a ajuda de colaboradores externos, que dão suporte técnico para a lavoura e o custeio da produção. São profissionais que trabalham em empresas ligadas diretamente ao produtor rural, como: engenheiros agrônomos das casas Agrícolas, funcionários de Cooperativas. Em uma agricultura avançada é importante utilizar estes meios para conseguir a excelência da propriedade. Ao tratar dos fornecedores de insumos, Costa (2007) afirmou que, os empresários

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possível utilizar a tecnologia para obter mais lucros sem ter que aumentar a quantidade de espaço ou produtos. Mas, a viabilidade desta tecnologia esta associada a diminuição dos custos totais, caso contrario, seria inviável a sua implantação. De acordo com Antunes (1999), os produtores que se instrumentalizaram em informática, que buscaram os princípios de qualidade total, que controlam custos de produção estão aptos a tomadas de decisões administrativas com possibilidades de efeitos reais no desempenho de sua empresa rural. Este tipo de produtor já possui subsídios, já possui embasamento de qualidade para levar seu negócio a melhores patamares de produtividade e, principalmente, de lucratividade.

2.6.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

De acordo com Araújo (2003), como todos os segmentos no ramo de administração, o agronegócio também possui em suas funcionalidades a tecnologia da informação. Com o avanço tecnológico do agronegócio, esta tecnologia ficou cada vez mais indispensável para o administrador rural, já que com a utilização destes métodos é possível obter melhor conhecimentos dos dados a nível operacional, tático e estratégico. No caso da empresa estudada, é possível o auxílio da análise, do planejamento, da operação e controle da propriedade. Segundo Araújo (2003), a maioria das propriedades agrícolas não se utiliza de técnicas de gestão, na maioria dos casos pela falta de capacitação ou conhecimento técnico dos colaboradores ou até mesmo do proprietário. O autor ainda relata que a partir da utilização destes métodos gerenciais, a empresa como um todo se obriga a se reorganizar e adotar um sistema de trabalho definido e organizado, com colaboradores capacitados para desenvolver determinadas funções, analise das informações coletadas. Com isso terá a capacidade de obter vantagens competitivas. Apesar da tecnologia da informática ser constantemente atualizada no agronegócio, não há um suporte adequado para o uso de softwares específicos para uso agrícola, quando encontra, o valor para implantação é muito alto para pequenos produtores rurais, pois ainda possui em alguns casos a falta de conhecimento para utilizar estes programas, devido à maioria dos produtores de baixo porte por ter idade avançada e muitos deles não terem pouca escolaridade. Estes fatores realmente dificultam a introdução da tecnologia da informação no agronegócio.

2.6.2 TECNOLOGIA EM IMPLEMENTOS E INSUMOS AGRÍCOLAS

Segundo Araújo (2010), a evolução tecnológica do agronegócio foi e está sendo muito rápida, que obrigou os gestores a buscarem novas tecnologias para o seu meio, em busca de se adaptar a nova realidade. Como todo investimento, a implantação desta tecnologia gera custos que, certamente terão reflexos na conta bancaria do produtor rural, e por consequência, uma fatia destes custos certamente acabará chegando ao consumidor final. Ainda na visão do autor, deve-se mudar a forma de pensamento e atitudes a serem tomadas. Ainda para Araújo (2010), há uma necessidade de adaptação de economia, análise de viabilidades e acompanhamento dos custos e resultados, pois cada região e propriedade tem sua particularidade, como cita o autor no seguinte trecho: Para cada região possui um

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tipo de tecnologia em particular, seja ela em qualquer atividade, por exemplo: “o desenvolvimento de uma raça animal ou de uma variedade vegetal com resultados ótimos para uma região subtropical pode resultar em péssimos resultados para uma região tropical” (ARAÚJO, 2010, p.65). Muitas destas tecnologias importadas nem chega a ter grande vantagem no mercado do agronegócio brasileiro, às vezes, por não se adaptar ás condições topográficas ou até mesmo culturais das regiões brasileira. No entanto, existem milhares de técnicos no Brasil responsáveis por espalhar estes produtos “importados” no mercado nacional, mas muitos deles não são preparados em administração rural, com isso estão, sem intenção implantando essas novas tecnologias nas propriedades, que na realidade estão servindo de experimento, pois estes produtos ainda estão fora dos padrões brasileiro, fatores que acarretam frustrações ao produtor rural. Com todos estes problemas da implantação da nova tecnologia de grandes indústrias internacionais, existe um lado promissor, que ajuda a desenvolver o setor agrícola. Segundo Costa (2007), um dos grandes responsáveis pelo salto na tecnologia do agronegócio brasileiro, são os grandes fabricantes de equipamentos e insumos agrícolas, que provém toda a tecnologia que ajuda a produção nacional ser cada vez maior, dando a oportunidade do agricultor utilizar um produto internacional, ou seja, o mesmo produto que se é consumido lá na Europa ou até mesmo nos Estados Unidos, também é possível adquirir aqui no Brasil. Mas, um dos grandes vilões são os preços dos tais produtos, pois são protegidos por patentes a nível mundial.

  1. ESTUDO DE CASO

3.1 Histórico da Fazenda Rio Jordão

De acordo com um dos proprietários, a Fazenda Rio Jordão foi adquirida em 2002, possuindo uma área total de 254,1 hectares paulistas. A propriedade está localizada na zona rural a dois quilômetros do distrito de Paranagi, e a vinte e cinco quilômetros do município de Sertaneja, no norte do estado do Paraná. E também está próxima às margens do rio Paranapanema e ao rio Tibagi. Devido a grandes frustrações de safra, causados por fatores climáticos e má conservação do solo, praga erva daninha, ocasionou uma dificuldade na capacidade de pagamento da então, propriedade recém-adquirida, e os custos de produção. Agravou ainda mais, o fato da inexperiência do gestor. No segundo ano, após o período de crise, e com boas condições climáticas, em 2009 conseguiram estabelecer uma nova média de produção, que atingiu um patamar de quase 50% de aumento, e assim conseguiram igualar às outras propriedades vizinhas. Hoje, a propriedade sofre com a falta de estruturação na gestão. Apesar deste ponto falho na administração, a fazenda passou por um processo de reestruturação de máquinas e implementos, e infraestrutura, com a aquisição de colhedeiras, tratores, pulverizadores, atomizadores, um caminhão, uma carreta tipo bazuca, além da construção do barracão pré-moldado, e o poço artesiano que abastece a sede, também construída recentemente. Após este período de crise enfrentados não só pelos proprietários da Fazenda Rio Jordão, o município de Sertaneja possui quatro instituições concorrentes de apenas uma cooperativa que atua na região, Cocamar, que recém assumiu as instalações da antiga Corol. Sertaneja conta com 5.617 habitantes, com uma área total de 444,493 Km ². A

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Segundo o proprietário, na propriedade são utilizados diversos tipos de tecnologia que vão desde o planejamento do plantio até a comercialização do produto final. Uma destas tecnologias pode ser encontrada nas máquinas utilizadas para o manejo, como: tratores e colhedeiras de alto desempenho, e implementos modernos. Dessa forma, pode-se ter um ganho em relação à qualidade e à duração do plantio, assim como na colheita, reduzindo as perdas com a queda do grão no momento da colheita, ou até mesmo com o desperdício de combustível, já que a colhedeira dispõe de equipamento de controle de queda dos grãos e GPS. Também são utilizados na fazenda, ferramentas de auxílio no controle da qualidade do solo, e da água. A partir destas ferramentas são feitas, análises de solo, para a identificação dos tipos de deficiência de nutriente que estão ocorrendo. Com isso, é possível corrigir o solo com produtos de alta tecnologia, desenvolvidos especificamente para cada tipo de deficiência, assim como a água que precisa ser verificada periodicamente por instrumento específicos chamado “phmetro”, para verificação do Potencial Hidrogeniônico (pH) da água. Outra tecnologia utilizada na propriedade, que talvez seja uma das mais importantes, envolve o processo de plantio, onde são utilizadas informações coletadas de centro meteorológicas, para prever quando será a época de chuva adequada,, também através de engenheiros agrônomos são feito o planejamento da época correta de plantar, para evitar a perda da produtividade, pois a semente possui um ciclo pré- definido que devem obedecer as datas da plantação para uma boa produtividade. Ainda antes do plantio, através de ajuda de engenheiros agrônomos é feito o custeio do plantio. Mas apesar do conhecimento destes valores, a propriedade não possui um controle correto dos custos, não possui contador, todo este processo é feito somente pelo administrador. No que se refere à Tecnologia da Informação, a fazenda tem uma deficiência muito elevada, ela não possui um sistema gerencial para o auxílio do administrador. Somente são utilizadas, planilhas eletrônicas e internet. No que refere à estrutura, a fazenda possui em sua sede, dois barracões, sendo um pré-moldado e o outro de estrutura de madeira, também possui um poço artesiano com capacidade de vazão de 15.000 litros hora, o poço que é utilizado tanto para uso doméstico, como para o abastecimento de pulverizadores. Em sua sede, também há três casas de alvenaria sendo a casa sede construída recentemente. A propriedade dispõe de uma boa estrutura de máquinas e implementos para o manejo correto da terra. Possui três tratores, sendo um Jhon Deere 6300, um Ford 610 com concha e guincho, e um Massei Ferguson 292 leve, equipado para pulverização; possui duas colhedeiras, sendo uma SLC John Deere 6200 e uma New Holland TC57, Possui um caminhão MB 1113 trucado; Possui uma variedade de implementos que são: um pulverizador de barra do tipo Colúmbia, um pulverizador do tipo atomizador, uma carreta tanque com a capacidade de cinco mil litros de agua, uma carreta bazuca, com a capacidade de 13 toneladas de grãos, uma carreta graneleira com a capacidade de cinco toneladas, além de alguns implementos que não são mais utilizados, como subsolador, grade, plaina, tombador. No que se refere à produtividade e receita da propriedade, foi levantado um histórico, que podem ser analisados todos os custos de produção e receita obtida por Hectare, tanto para o cultivo da soja quanto para o cultivo do milho, no período de 2005 a 2011, em formato de ano agrícola. Com base nos dados recolhidos podem ser analisado os seguintes anos agrícolas: O período do ano agrícola de 2005/2006, apesar de as condições da qualidade da terra neste período ainda estarem abaixo da media da região, obteve uma boa

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produtividade, considerado uma boa média para a época. Já no próximo ano apesar da queda dos lucros, devido o baixo custo de comercialização do produto final, obteve as mesmas condições da safra passada. Foi no ano 2007/2008, que baixou a média de produção, devida uma doença transmitida pela mosca branca, que na época não havia conhecimento para prevenção e tratamento deste tipo de doença. Em 2008/2009, foi implantado a tecnologia transgênica, proporcionou um considerável aumento na produção, e apesar dos custos da semente serem maiores, obteve um maior lucro liquido por hectare em relação aos anos anteriores que foi utilizado a tecnologia convencional. Em 2009/2010, obteve um aumento na produtividade e uma redução nos custos de produção, mas como foi comercializada a um preço inferior ao que se era esperada, a propriedade caiu na media de lucratividade que vinha subindo nos dois últimos anos. Mas em 2010/2011, a produtividade dobrou, devido às boas condições de cultivo e à tecnologia transgênica aplicada cem por cento na propriedade. Segundo dados analisados da produção de milho no ano agrícola de 2005/2006 não foi um ano de boas produções, devido o não controle de ferrugem e cigatoca negra, que resultou em uma baixa produtividade, apesar deste fato, não obteve prejuízo em relação aos custos de produção. Já no ano seguinte de 2006/2007, o clima e as condições foram favoráveis para um bom plantio, mas devido o alto investimento no processo do cultivo do milho, os resultados ficaram abaixo do ponto de equilíbrio desejável, que levou a ter um prejuízo ao invés de lucro. Em 2007/2008 devido às boas condições climáticas e qualidade do solo, obteve uma boa produtividade, considerado dentro da média dentre outros produtores. Em 2008/2009, assim como no ano anterior, foi feito um investimento maior no plantio, sem um conhecimento do mercado futuro, que resultou em uma baixa nos preço de comercialização, fato que trouxe para a propriedade mais um ano de perda de lucratividade, por má gestão dos recursos. Já no ano de 2010/2011, foi implantado 100% da tecnologia Bacillus thuringiensis (BT), ou seja, produto geneticamente modificado, com isso, apesar de, dobrar o valor gasto com a semente, trouxe uma economia nos outros custos, e um custo beneficio considerável em relação ao lucro liquido, pela alta produtividade, que este produto agregado de novas tecnologias possui. No que se refere à média de produção histórica da propriedade, foi levantado dados dos últimos seis anos, em períodos de ano agrícola, que começa a partir do segundo semestre do ano vigente e termina no primeiro semestre do ano seguinte. Por dificuldades de arquivamento, o proprietário não pode informar o histórico dos custos, produtividade e receita dos primeiros anos de atividades da fazenda. No que se refere a média de produção histórica no período de seis anos tanto para a soja quanto para o milho, pode ser visto um desequilíbrio, em uma variável na qual os custos estão cada vez maiores e que a produção apesar de acompanhar a evolução, às vezes não consegue acompanhar proporcionalmente aos custos. Um dos períodos mais críticos nesta temporada foi de 2006/2007 e 2009/2010, onde os custos foram mais alto do que a produção, trazendo para a propriedade um saldo negativo de produção, visto que, para qualquer empresa é um fato muito alarmante, pois nestas circunstancias além de não obter lucros com a produção a fazenda necessitou de pagar para se manter produzindo. Já em 2010/2011 com a implantação da tecnologia do milho geneticamente modificado, pode perceber a diferença de produtividade e custos em relação ao ano anterior, que por sinal tinha as mesmas condições favoráveis á um bom cultivo de milho. Já a produção da soja, na propriedade é considerada como a principal

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atualmente é um dos principais problemas enfrentados na propriedade, como pode ser analisado nas tabelas anteriormente. Conforme entrevista com o proprietário, foi comprovado o grau de empirismo do atual gestor da propriedade, fato muito alarmante, pois o administrador é a peça fundamental para o bom funcionamento de todos os processos da propriedade, pondo em pratica suas funções que segundo Callado (2008) é: planejar, controlar, decidir e avaliar resultados, sempre buscando o maior ganho de lucro possível, sem perder a motivação e o bem estar dos seus colaboradores. A fazenda Rio Jordão tem sim um alto potencial de inverter esta situação, pela sua excelente estrutura física, qualidade do solo, e equipamentos, tal hipótese também se confirmou, pois basta apenas capacitar o nível tático da propriedade, buscar ajuda com empresas que prestam serviços de consultoria e a contratação de um administrador rural, para fazer frente à demanda dos controles administrativos da empresa rural. Como contribuição científica esta pesquisa servirá como objeto de pesquisa para outros acadêmicos, que tenham interesse pelo assunto, e também para a instituição de ensino, pois apresenta um material amplo e que poderá ser estendido para estudos mais profundos, bem como irá auxiliar os proprietários para uma melhora na administração de sua propriedade rural, contribuindo para o desenvolvimento e crescimento de suas atividades agrícolas.

  1. REFERÊNCIAS

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HOFFMANN, Rodolfo, Serrano, Ondoliva. Administração da Empresa Agrícola. São Paulo, Pioneira, 1987. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário. 2009. Disponível em: http:/www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 agosto 2011. MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia Agricola: Principios Basicos e Aplicação. Curitiba: Scientia, 1989

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