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A IMPORTÂNCIA DA VALORIZAÇÃO DA ARTE E CULTURA POPULAR. POR MEIO DO ENSINO DE ARTES VISUAIS. Trabalho de conclusão do curso de Artes Plásticas,.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Barretos- SP 2017
Trabalho de conclusão do curso de Artes Plásticas, habilitação em Licenciatura, do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade de Brasília. Orientador: Professor (a) Carla Conceição Barreto
Barretos 2017
Dedicatória
Dedico este trabalho a Deus por ser essencial em minha vida, presente em todos os momentos de angústia e conquista. Aos meus pais José Carlos e Newta, os meus irmãos e meu querido sobrinho Henrique. Dedico aos que não estão mais aqui, tenho certeza que estariam felizes por minha vitória. Agradeço a minha orientadora pela paciência e grande ensinamentos.
Agradecimento
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me sustentado em seus braços enquanto não consegui andar sozinha. A meus avós in memoriam por ter dado vida aos meus pais. Aos meus pais José Carlos e Newta que me deram a vida. Aos meus irmãos, e em especial a minha irmã Grazieli por todo o apoio tecnológico e financeiro, afinal de contas alguém pagou pelo Wifi e manutenções do computador, foram vários vírus que vieram dos downloads de todos os sites visitados. Mas, não só por isso, é essencial tê-la ao meu lado, mesmo por chantagem emocional que eu fazia. A meu querido sobrinho Henrique que chegou como um anjo na minha família.
Esta pesquisa descreverá a xilogravura e os folhetos de cordel como instrumento de conhecimento e valorização da arte e cultura popular. A intenção é mostrar que a xilogravura e o cordel são artes especificas de uma região, a nordestina, mas que pode ser incluída em toda parte, considerando junto com a diversidade que existe no país, os encantamentos das obras do artista em destaque J.Borges (1935). Desta forma observando a importância do ensino desta arte, será um estímulo à imaginação e criatividade, que envolve á técnica e produção em xilogravura. Para entender a xilogravura e os folhetos de cordel, descrevo cada uma delas de forma individual, de como é o seu desenvolvimento, a maneiras que foram conhecidas e qual sua importância, incluindo o artista, J. Borges (1935), conhecido na criação dos folhetos, e suas matrizes. Assim, expondo a produção artística regional nordestina, no contexto de arte e cultura popular. Igualmente, pretendendo divulgar a arte da xilogravura, utilizando a sala de aula para expor esta arte conhecida também como gravura ou carimbo, suas matrizes são exemplares que se diferenciam na produção, com técnica de fio e de topo. A pesquisa surgiu após as aulas de atelier no segundo semestre do curso Artes Visuais, técnica árdua que proporcionou momentos de criatividade e atenção na peça executada. No decorrer da pesquisa foi constatado que a biblioteca local é pobre no assunto, mas o acervo digital que hoje está disponível é versificado e esclarecedor. Através de levantamento bibliográfico sobre o assunto, foram encontradas as etapas do processo de execução da matriz em xilogravura, que aliada aos folhetos são inspirações para os entalhes da madeira. Desta maneira a xilogravura com os folhetos de cordel traz de uma forma natural à arte e cultura popular para o contexto no ensino de artes visuais. Deste modo o ensino pode ser levado para vários segmentos, como a sala de aula, projetos comunitários, trabalhos sociais que envolvam atividades manuais integradas ao ensino da arte, valorizando a arte e cultura popular do país, destacando a nordestina. A pesquisa bibliográfica foi à escolha para realização deste trabalho, pois ao longo do curso foi o que se destacou no ensino e aprendizado da arte popular, o que traz familiaridade com o assunto. Destacando na análise o xilógrafo e cordelista: José Francisco Borges (1935). Problema de pesquisa: A Cultura popular é vasta e tem influência em vários aspectos da formação indenitária do nosso povo. Assim, como o ensino de Arte pode contribuir para o valor da Arte e da Cultura?
A manifestação artística tem em comum com o conhecimento científico, técnico ou filosófico seu caráter de criação e inovação. Essencialmente, o ato criador, em qualquer dessas formas de conhecimento, estrutura e organiza o mundo, respondendo aos desafios que dele emanam, num constante processo de transformação do homem e da realidade circundante. O produto da ação criadora, a inovação, é resultante do acréscimo de novos elementos estruturais ou da modificação de outros. Regido pela necessidade básica de ordenação, o espírito humano cria, continuamente, sua consciência de existir por meio de manifestações diversas.. (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998, p. 26).
Acreditando-se que as produções artísticas são baseadas na prática e não no talento de cada um, esta maneira de propor uma nova forma de ensino rompe barreiras de exclusão, importando a maneira que cada um cria. Estimulando os alunos a entalhar, e escrever poesias, versos em rima e prosa, trazendo uma experiência, e não de um campeonato. Uma proposta em arte que ocasione um público maior de interessados. Crianças e adolescentes se reconhecerão como integrantes do processo de evolução individual e em grupo. Uma prática com teoria educacional mais realista, mais critico social dos conteúdos, sem deixar de considerar as outras perspectivas pedagógicas. Essa pedagogia escolar procura propiciar aos estudantes o acesso, o contato com os conhecimentos culturais básicos que é necessário para exercício social vivo e transformador.
Entendendo o Ensino da Arte
No texto de Ana Mae Barbosa (2012), que apresenta extenso discernimento com o ensino da arte no Brasil, traz como assunto fundamental a ideia entre culturas existentes no país através das representações simbólicas, de uma linguagem que transmite significados, não podendo entender cultura sem entender arte, desenvolvendo assim percepção e imaginação. Neste sentido, a identificação cultural ao mesmo tempo é uma dificuldade para o mundo moderno. Lembrando que o estímulo cultural está lado a lado com o ensino da arte visual, e que no Brasil este ensino é precário. Compreendendo que a arte é uma cultura artística, que somos vistos através das inspirações, dos gestos, dos conceitos, constituindo articulações sobre aquilo que a história, a sociologia, a antropologia, não podem pronunciar, por que elas utilizam outro tipo de linguagem, a discursiva, a científica, que exclusivamente não são apropriadas para explicar uma sutileza cultural. E, toda e qualquer pesquisa em arte, educação, arte e cultura popular é de grande apego para todos, visto que é através destas conseguimos nos relacionar e ensinar
como professor, ou como mero espectador da vida, neste mundo de indivíduos famintos de um ambiente escolar de qualidade. Em outro trabalho de Ana Mae (2012) “A Proposta Triangular”, ela usa a expressão "o reencantamento" para dizer que a educação perdeu o atrativo, e que para Ana Mae, Arte/Educação é todo o trabalho consciente para aumentar a relação de públicos (crianças, comunidades, idosos, etc.) com a arte, e a cultura. Desta forma a arte na escola protege o conhecimento da vida emocional sem distinguir a arte de uma coletividade sendo possível a informação parcial de sua cultura.
O mundo atual caracteriza-se por uma utilização da visualidade em quantidades inigualáveis na história, criando um universo de exposição múltipla para os seres humanos, o que gera a necessidade de uma educação para saber perceber e distinguir sentimentos, sensações, ideias e qualidades. Por isso o estudo das visualidades pode ser integrado nos projetos educacionais. Tal aprendizagem pode favorecer compreensões mais amplas para que o aluno desenvolva sua sensibilidade, afetividade e seus conceitos e se posicione criticamente. (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998, p. 45).
A história da arte e da cultura popular devem ser interrelacionada com os conceitos estéticos das diferentes épocas e com o meio social em que está a expressão artística. Arte no ambiente escolar é uma disciplina abrangente tanto na visão estética das diferentes épocas como no desenvolvimento do próprio senso estético de cada aluno. A compreensão de que é um exercício artístico e multifacetado, tem sido de grande importância para que se vislumbre a arte-educação, traçando novos caminhos para a realidade sociocultural das diferentes comunidades, podendo ser considerados os elementos comuns, entre as tendências contemporâneas para o ensino da arte. Afirmando que o Brasil é rico em miscigenação, em formas e materiais para execução de todas as obras, e que a criatividade envolvida deve ser valorizada. Portanto esta análise traz pontos que aborda a técnica e a popularização da xilogravura, analisando assim, alguns aspectos da produção das gravuras em madeira, procurando estabelecer um estudo que apresente padrões existentes na cultura visual do artesão brasileiro. Entendendo que este modo de fazer arte, firmou como meio da expressão, que focaliza circunstâncias diárias como os botecos, cabarés, jogo do bicho e as brigas de galo, constatando que a xilogravuras e os folhetos de cordel são criados de maneira natural, e assim também precisa ser representado nas escolas.
O Brasil é rico em cultura popular, e através dela podemos prestar mais atenção nas desigualdades. A arte popular mediante ao ensino das artes visuais podem ser apreciadas e valorizadas, como parte complementar da vida social resgatando a identidade do povo nordestino. Hoje em dia o artista vive em Bezerros, cidade onde mantem seu atelier que é uma mistura de marcenaria, loja de cordéis, já perdeu a conta de quantas matrizes fez na vida, sempre abre seu espaço para conversar com repórteres e frisa que os mesmos sempre fazem as mesmas perguntas. Sua vida é marcada pela arte, e, a arte marcou a sua.
Xilogravura e os Folhetos de Cordel
Com o objetivo “A Importância da valorização da arte e cultura popular por meio do ensino de artes visuais” com ênfase na xilogravura e no cordel como ferramentas de expressão da arte popular, foi elucidado que a prática sobre a técnica da xilogravura com os folhetos de cordel são demonstrações das produções artísticas culturais nordestinas. Estas atividades que envolvem a xilogravura é uma forma criativa de desenvolver o intelecto do aluno, que precisa de estímulos, motivos para continuar estudar. Portanto, os versos e prosas, abrirão portas para o conhecimento de uma cultura que pouco é estudado dentro da sala de aula, mas de valor para o povo nordestino, este estado é abastado de cultura e arte popular, ligando as possibilidades do aprendizado no ensino de arte, especialmente no envolvimento da criatividade e curiosidade que enriquece o conhecendo sobre esta arte e cultura popular. Logo, o incentivo do aluno no esforço pela criação da imagem, e consequentemente as cópias, farão com que o processo dos folhetos de cordel também passe pelo processo da imaginação, abrindo os olhos dos alunos por outras culturas. Todas as obras do artista citado neste trabalho despertará a curiosidade do aluno, desde a maneira como foi planejada até o passo-a- passo da sua execução. Assim a criação da xilogravura será imaginada a partir dos interesses dos próprios alunos, não perdendo o encanto da arte e cultura, experimentando o “fazer” criar, entalhando madeira, assim sentirá o prazer de produzir uma xilogravura, uma imagem, sua própria arte, que com os folhetos de cordel, sendo um casamento perfeito, que sobrevive através do tempo, e ampliando a destreza dos alunos.
Além disso, é preciso considerar as técnicas, procedimentos, informações históricas, produtores, relações culturais e sociais envolvidas na experiência que darão suporte às suas representações (conceitos ou teorias) sobre arte. Tais representações transformam-se ao longo do desenvolvimento à medida que avança o processo de aprendizagem. (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998, p. 45).
Sugerindo o caminho de estudo, que possa conhecer a técnica por meios das imagens e pesquisa, o processo de criação em oficinas ou em laboratórios de arte utilizará a técnica de entalhar, e a sensibilidade dos cordéis como ferramenta para o aprendizado, da arte pela arte, do povo que sofre, chora, ri e faz arte. A xilogravura utiliza-se dos encantos do cordel, para dar sentido peculiar às peças entalhadas, na madeira ou material alternativo como o isopor, o incentivo poderá vir também dos artistas que o aluno pesquisará. A produção artística trará para dentro da sala de aula não só técnica, mas também a forma que será executada, desde a maneira que cativa o expectador, até o êxtase de conseguir elaborar uma peça, oferecendo um novo olhar para o ensino.
Xilogravura como manifestação da Arte e Cultura Popular
Jeová Franklin (2007) homenageia cem anos da xilogravura com a publicação do livro que levou mais de trinta anos para ser publicado. Destacando a xilogravura e os folhetos de cordel que são produzidos e comercializados em praças públicas, passando a ser influência de uma arte que deve ser conhecida e levada para a vida junto com o ensinamento da sua elaboração. O cotidiano, as lendas, as manifestações sociais e políticas passam a serem temas do que envolve essas duas artes, xilogravura e folhetos de cordel. Esta arte do povo, trazidas á foco, o cordel em versos e prosa passa ser ilustrados pelos xilógrafos com os entalhes da madeira.
Em toscos pedaços de madeira, o artista popular nordestino construiu a mais rica e instigante expressão plástica da cultura brasileira. De pouca leitura, o artista usou a técnica milenar da Xilogravura para retratar o seu mágico universo, onde anjos se misturam com demônios, beatos com cangaceiros, princesas com boiadeiros, todos envolvidos nas crenças, esperanças, lutas e desenganos da região mais pobre do país. (FRANKLIN, 2007, p.9)
Já Costella (1987) xilogravura é descrita como um carimbo. Em seu processo, a gravura é esculpida na madeira com ajuda de peça talhante, na técnica, utiliza-se um rolo de borracha empapada em tinta, que pinta apenas a partes em relevo. Uma das vantagens da
apresentando a cultura do povo em folhetos pendurados em varais e/ou publicados com temas que evolve desde a religião, fatos lendas e até a politica. O cordel seguiu uma linha de evolução da língua portuguesa e hoje em dia com grande importância nas Academias de Letras da Literatura de Cordel. 2 Assim, compreendendo a importância da Literatura de Cordel que valoriza e compõe as características da arte popular de cada região, lutando contra o analfabetismo e trazendo uma nova maneira de interpretar e adquirir conhecimento através do ensino da arte pela arte. Os pontos que aborda a técnica de entalhar e fazer folhetos e a popularização da arte da xilogravura e do cordel aponta uma linguagem de ensino, que estabelece uma importância que apresenta valores contidos no fazer artístico, entendendo que é uma união indissolúvel entre cordel e xilogravura, a cultura popular no ensino de arte pelo entalhar soma conteúdos, assim fazendo e disseminando conhecimento da arte da xilogravura e a cultura dos cordelistas. Uma das grandes obras da xilogravura é “Grande Onda de Kanagawa” (1830) Hokusai, sendo esta obra a mais apreciada deste artista, além de famosa, uma das imagens mais conhecidas no mundo. Tornando-se apreciada entre colecionadores na década de 1870. Algumas xilografias foram ironizadas, surgindo cenas de sexo de todos os tipos, ligando os mais diversos autores da sociedade japonesa, nesse momento, como membro da classe dos comerciantes samurais e os monges budistas e seres mitológicos houve oposições sobre essas obras, às proibições fizeram seus criadores não assinar seus trabalhos e o povo desenvolveu uma série de truques, como colocar apelidos nas imagens ou sinais fracos que eram facilmente identificáveis pelo público da época. Esta produção apenas ligada a xilogravura prevalece na Europa até o século XIX, mesmo período que as gravuras japonesas chegam à França. Essa nova possibilidade de gravação aproveitando cores vivas, imagens chapadas de contornos rígidos e temas contemporâneos, torna a gravura uma obra estética, entusiasmando de forma acentuada os impressionistas como, Degas, Manet, e Gauguin. Os portugueses já usavam a técnica que, quando veio para Brasil, expandiu-se na Literatura de Cordel. Com isso, algumas obras foram produzidas com o uso da xilogravura, aperfeiçoando distintos xilógrafos, especialmente na região do nordeste. No Brasil, o cordel é localizado com mais naturalidade no nordeste do
(^2) O analfabetismo de jovens e adultos vem sendo reduzido no Brasil — passou de 11,5% em 2004 para 8,7% em 2012, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Essa redução é ainda mais intensa no Norte e Nordeste, onde estão localizados os maiores índices de analfabetismo do país. Na faixa de 15 a 19 anos, a Pnad de 2012 registra taxa deanalfabetismo de 1,2%, muito inferior à média geral, o que demonstra a efetividade das políticas em curso para a educação básica. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34167. Acesso em 15/11/2017.
país, já foi um meio de comunicação principal, mas hoje em dia é comercializado de forma mais poética, mas continua utilizando o dia-a-dia para construir esta poesia. Portanto, a cultura popular é imensa e tem influência em vários aspectos da formação indenitária do povo. Sendo comum ver no cordel e a xilogravura fatos que interessam à população. Este período foi tão conhecido nos século XIV, XV e XVI que passou a ilustrar os romances de cavalaria, peças teatrais com temas religiosos e cômicos, que também entusiasmaram Ariano Suassuna autor do “Auto da Compadecida, 1955”. Ainda no texto de Jeová Franklin (2007) a técnica da xilogravura desembarcou no Brasil no período colonial sendo utilizada nas estamparias de tecidos e papéis e na produção de cartas de baralhos. Assim o ensino de arte visual traz os folhetos de cordel e a xilogravura neste tema de pesquisa, buscando a popularização, com valorização do conhecimento dos entalhes e com a poesia em verso e prosa, expondo padrões viventes na produção do artista popular brasileiro. Entendendo que esse processo histórico, será um alicerce para o aprendizado, fazendo assim um jeito novo de ensinar, uma característica peculiar em Artes Visuais. A literatura de cordel foi o mais extraordinário meio de comunicação impresso no Brasil, os primeiros folhetos de cordel eram publicados em tipografia. No inicio os folhetos eram encontrados em estações de trens, feiras e mercados públicos. (FRANKLIN, 2007, p, 20).
Folhetos de Cordel
Hoje em dia as formas de leitura são diversas, incluindo e-books, livros convencionais, revistas e jornal. Neste cenário os folhetos de cordel são poucos consumidos, apesar de sua riqueza cultural e histórica não é bem divulgada na sociedade brasileira e nas escolas. Antigamente eram até estigmatizadas, e o folheto como manifestações culturais regionais especifica das regiões do nordeste, leva a literatura como parte importante na luta contra o analfabetismo, é barata e estimulam as crianças nas regiões mais carentes. O cordel é um meio de comunicação e são entalhados e representados pela xilogravura.
Assim os folhetos de cordel como poesia, combinado com as imagens da xilogravura, motiva e desperta o interesse de cada aluno para o “fazer” artístico. O cordel com suas histórias de contos de fada, cangaço e uma narrativa da vida do povo, desperta no aluno um lado criativo e à medida que vão escutando os cordelistas também imaginam como será a gravura “xilogravura”. Levando este lado criador ligado à habilidade, a prática para a arte,
Conhecendo Arte e Cultura Popular
Muitas culturas acreditam que a arte está além do nível das coisas e que deve ser representadas simbolicamente. Com uma definição especial arte significa habilidade, encanto, sabedoria, fazer algo atingindo um resultado. Já a arte popular é rica em sabedoria e são exercidas pelos artesãos, obras que não são acompanhadas de assinaturas, normalmente trabalham dentro da própria família, cada membro com sua responsabilidade até o final da obra. Mas é apropriado definir que o artesanato não é determinado pela matéria que será utilizado, mas pelo individuo que faz uso dela, mas a matéria prima é fundamental para a execução da obra de arte.
O conceito de Cultura, pelo menos como utilizado atualmente, foi, portanto definido pela primeira vez por Tylor. Mas o que ele fez foi formalizar uma ideia que vinha crescendo na mente humana. A ideia de cultura, com efeito, estava ganhando consistência talvez mesmo antes de John Locke (1632-1704) que, em 1690, ao escrever Ensaio acerca do entendimento humano, procurou demonstrar que a mente humana não é mais do que uma caixa vazia por ocasião do nascimento, dotada apenas da capacidade ilimitada de obter conhecimento, através de um processo que hoje chamamos de enculturação^3 (LARAIA, 1986 , p. 1 4 e 1 5 ).
O Brasil é um país acolhedor por sua diversidade cultural, contudo este dizer não resiste a uma investigação mais meticulosa dentro do contexto cultural e questões especificas. Assim provêm os preconceitos históricos que ao invés de permitirem uma compreensão democrática do que venha a ser cultura brasileira, nos restringe e nos arrasta a sustentar uma hierarquia cultural baseada na pirâmide social. Não somente no contexto histórico para reconhecermos os nossos antepassados, mas também como forma de aumentar a capacidade de aceitação e compreender a vida do outro. A análise sobre arte e cultura popular nos leva há um mundo imaginável, estando presente em tudo que somos. Somos exatamente o que herdamos, por exemplo, a religião que nos é ensinada. A arte popular que apreciamos traz o conceito de identidade cultural. Por isso podemos pesquisar arte, dando seu devido valor para arte e cultura popular, proporcionando para cultura a importância que ela merece, mesmo que não seja uma cultura de classe, a
(^3) Processo constante de aprendizagem e de assimilação do conhecimento, em que o indivíduo aprende o modo de vida e a cultura da sociedade seguida por outros em que nasceu (valores, preceitos, crenças, saberes); tem início na infância, posteriormente na escola,grupos ou níveis sociais. Disponível em: https://www.dicio.com.br/endoculturacao/ Acesso em 02/10/2017.
conhecida e considerada erudita, a cultura popular nos leva ao povo, fazendo-o reconhecer sua própria identidade. Segundo José Luiz dos Santos (2006), sempre houve preocupação em estudar diversas culturas, estudos que firmaram através dos tempos e das manifestações entre povos, na intenção de compreender a sociedade em que cada um vive, mas toda esta compreensão não define o que é cultura, esse entendimento abrange aspectos particulares de cada individuo envolvido em cada parte de um costume, ou até mesmo em relação ao respeito oferecido para humanidade. Toda realidade cultural tem uma lógica, um sentido particular de quem o vive, este entendimento é uma conquista nos dias atuais, a cultura faz sentido para quem a tem, e todos temos uma cultura, um modo de viver, uma rotina, modo de vestir e até mesmo o que se costuma comer e isso traz uma curiosidade em nos relacionarmos e conhecermos as extensões culturais existentes. Segundo Arantes (1987) a cultura é ligada aos costumes do povo, o que temos como passado é interpretado nos dias atuais como curiosidade, desta maneira a cultura popular surge de um fragmento de desgaste. Desse ponto de vista, a arte popular surge como um aspecto como um conjunto de verdades, em aproximação de informações que são restos de acontecimentos que resistiram a um processo correspondente de degradação (ARANTES, 1987, p. 17-18). Agora, Laraia (1986) explica, por exemplo, como todo esse processo de classificação das culturas sofreu influências daquilo que antropologia denomina de etnocentrismo, fenômeno que nada mais é do que o julgamento da cultura do outro. A partir dos assuntos ligados, uma cultura hegemônica, tida como padrão, deve enfatizar a formação da sociedade colonial, pois dela advém toda uma fama de elementos que servem para excitar preconceitos e estereótipos que, apesar de antigos são constantemente revigorados pela sociedade de classes na atualidade. Os conceitos que individualizam a arte em popular da erudita devem ser utilizados de forma regrada, definição que vem do conjunto do campo sociocultural ou socioeconômico. Entretanto na historia que envolve tais conceitos, as vanguardas europeias^4 foram manifestações artísticas, fizeram ruptura importante para a época, oferecendo uma novidade na maneira de fazer arte.
(^4) As vanguardas europeias foram manifestações artístico-literárias surgidas na Europa, nas duas primeiras décadas do Século XX, e vieram provocar uma ruptura da https://www.infoescola.com/artes/vanguardas-europeias/ arte moderna com a tradição cultural do século anterior. Disponível em: Acesso em 15/11/2017.