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Guias e Dicas
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Turismo Cinematográfico no Brasil: Análise da Imagem Formada por Filmes Brasileiros, Notas de estudo de Turismo

Uma análise do turismo cinematográfico no brasil, verificando o impacto dessa indústria no país e identificando lugares que se tornaram referências de turismo cinematográfico. O texto aborda a definição do turismo cinematográfico, sua importância e os lugares que o compõem, além de analisar a potencialidade do brasil para a indústria audiovisual. O documento também discute o conceito de turismo induzido por filmes e sua importância na promoção turística.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Reginaldo85
Reginaldo85 🇧🇷

4.5

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Universidade de Brasília - UnB
Centro de Excelência em Turismo CET
Curso de Bacharelado em Turismo
RAFAELLA MAROCO PADUAN
TURISMO CINEMATOGRÁFICO: A IMAGEM DO BRASIL
ATRAVÉS DO CINEMA
Brasília DF
2017
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Baixe Turismo Cinematográfico no Brasil: Análise da Imagem Formada por Filmes Brasileiros e outras Notas de estudo em PDF para Turismo, somente na Docsity!

Universidade de Brasília - UnB Centro de Excelência em Turismo – CET Curso de Bacharelado em Turismo

RAFAELLA MAROCO PADUAN

TURISMO CINEMATOGRÁFICO: A IMAGEM DO BRASIL

ATRAVÉS DO CINEMA

Brasília – DF 2017

RAFAELLA MAROCO PADUAN

TURISMO CINEMATOGRÁFICO: A IMAGEM DO BRASIL

ATRAVÉS DO CINEMA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo no Centro de Excelência em Turismo na Universidade de Brasilia – UnB, como requisito para obtenção do grau de bacharel, sob a orientação da Profª Dra. Natália de Sousa Aldrigue.

Brasília – DF 2017

TURISMO CINEMATOGRÁFICO: A IMAGEM DO BRASIL

ATRAVÉS DO CINEMA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Brasília, para obtenção do grau de Bacharel em Turismo.

Aprovado em: //____

__________________________________

Prof.ª Dra. Natália de Sousa Aldrigue Orientadora

__________________________________

Prof. Dr. Luiz Carlos Spiller Pena Avaliador Interno

___________________________________

Prof.ª Mª. Lívia Cristina Barros da Silva Wiesinieski Avaliadora Interna

___________________________________

Prof. Dr. João Paulo Faria Tasso Suplente

Aos meus pais, a quem sou grata por toda a minha vida.

RESUMO

A imagem do Brasil estabelecida pelos filmes Cidade de Deus e Central do Brasil é o objeto de análise dessa pesquisa, para assim, verificar o impacto dessa no turismo e, por consequência, o potencial do país em relação ao Turismo Cinematográfico. Com isso, são objetivos do trabalho entender o que é turismo cinematográfico, identificar lugares que se tornaram referência para o segmento e analisar o potencial da indústria audiovisual brasileira. Trata-se de uma pesquisa qualitativa a partir de uma pesquisa bibliográfica onde levantamos a história e importância do cinema perante a atividade turística. Os seus resultados demonstram que a imagem retratada nessas produções cinematográficas corresponde a uma realidade brasileira negativa e pouco atrativa, consequente dos problemas sociais do Brasil. Contudo, acreditamos que através desta análise, possamos abrir os olhos para essa vertente de promoção, criando assim, obras que possam enaltecer e ajudar na prosperidade da atividade turística no nosso país.

Palavras-chave : Turismo Cinematográfico, Imagem, Brasil.

ABSTRACT

The image of Brazil established by the films Cidade de Deus and Central do Brasil is the object of analysis of this research, in order to verify the impact of this in tourism and, consequently, the potential of the country in relation to Cinematographic Tourism. Thereby, the objectives of the research are to understand what cinematographic tourism is, to identify places that have become reference for the segment and to analyze the potential of the Brazilian audiovisual industry. It is a qualitative research based on a bibliographical research where we approached the history and importance of the cinema towards the tourist activity. Their results demonstrate that the image portrayed in these cinematographic productions corresponds to a negative and unattractive Brazilian reality, a consequence of the social problems of Brazil. However, we believe that through this analysis, we can open our eyes to this aspect of promotion, thus creating movies that can enhance and help the prosperity of tourism in our country.

Keywords : Cinematographic Tourism, Image, Brazil.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Impactos do Turismo Cinematográfico.......................................................................... 40

SUMÁRIO

  • Figura 1 – Embratur, 1987 ...……………………...................................................................
  • Figura 2 – Embratur,
  • Figura 3 – Embratur,
  • Figura 4 - Embratur,
  • Figura 5 – Capa do Álbum Abbey Road, Beatles,
  • Figura 6 – Mount Sunday ………………………………………..………………………….
  • Figura 7 – Hobbiton
  • Figura 8 – Pelorus River
  • Figura 9 - Gandalf em Hobbiton …………………………………………………….……...
  • Figura 10 - Catedral de Durham, Durham, Inglaterra ………………………………..……...
  • Figura 11 - Plataforma 9¾ - King's Cross Station, Londres, Inglaterra …………...…...……
  • Figura 12 - St John's College, Cambridge, Cambridgeshire, Inglaterra …………….………
  • Figura 13 - Capa do filme Cidade de Deus em diferentes países ………………….………..
  • Figura 14 – Central do Brasil
  • Figura 15 – Cena do filme Cidade de Deus
  • Figura 16 – Cena do filme Cidade de Deus
  • Figura 17 – Cena do filme Cidade de Deus
  • Figura 18 – Estação Central do Brasil
  • Figura 19 – Estação Central do Brasil
  • Figura 20 – Prédio em que Dora mora
  • Figura 21 – Pessoas entrando pela janela
  • Figura 22 – Estrada no sertão
  • ……………………………………………………………………………………………….. Figura 23 - Cena da chegada de Dora e Josué em um dos destinos no sertão de Pernambuco
  • Figura 24 – Cena da Romaria em Bom Jesus do Norte
  • INTRODUÇÃO
    1. TURISMO
  • 1.1 O Desejo de Viajar Por Meio das Imagens
    1. CINEMA: PRODUTO CULTURAL PARA O LAZER E O TURISMO
  • 2.1 A Origem do Cinema e sua Evolução
  • 2.2 O Cinema no Brasil.........................................................................................................
    1. TURISMO CINEMATOGRÁFICO
    1. ANÁLISE DO OBJETO
  • 4.1 Metodologia
  • 4.2 Análise do Potencial Brasileiro para a Indústria Audiovisual
  • 4.3 Descrição do Filme 1: Cidade de Deus
  • 4.4 Descrição do Filme 2: Central do Brasil
  • 4.5 Análise do Filme 1: Cidade de Deus
  • 4.6 Análise do Filme 2: Central do Brasil
  • CONCLUSÃO
  • REFERÊNCIAS

Dentre as várias motivações do turismo, a busca pelas experiências e imagens idealizadas é uma das principais. Por isso, o cinema é uma das maiores ferramentas de propaganda para o turismo, pois instiga a vontade do público e o envolve a ponto de fazer pessoas se deslocarem em busca de realizar o desejo de estar nos mesmos lugares que elas viram nos filmes. Esse é o turismo cinematográfico, e apesar de não ser tão expressivo no Brasil, já movimenta milhares de pessoas mundo afora, e consequentemente as cidades que abrigam esses cenários conhecidos nas telas tiveram seu turismo fortemente impactado. Esses países em que o turismo cinematográfico já é bem consolidado tiveram sucesso nesse segmento pelo fato de investirem e criarem um suporte para receber grandes produções audiovisuais. Como o cinema é uma das melhores formas de divulgar destinos, por se perpetuar no tempo e nos formatos de reprodução, além de atingir um número maior de pessoas, o retorno foi muito grande. No Brasil, essa relação do cinema com o turismo ainda é muito pouco explorada, levando em consideração o seu grande potencial de destinos turísticos. Rio de Janeiro, Amazônia, Tocantins, o município de Cabeceiras na Paraíba, são exemplos de lugares que já obtiveram maior visibilidade por serem locações de obras audiovisuais e cinematográficas, mesmo que em proporções menores diante de outras produções e lugares do mundo. As novelas são outro meio de audiovisual que têm grande visibilidade e influência para os brasileiros. Essas também são exportadas, sendo que algumas obtêm grande sucesso lá fora, e da mesma forma revelam a imagem do nosso país, assim como também instigam os próprios brasileiros a quererem conhecer as paisagens que compõem suas tramas. O que falta é investimento e mobilização para tornar o país realmente competitivo nesse segmento do Turismo Cinematográfico. E é em virtude do seu potencial que se dá a importância de trabalhar o tema, pois essa pode ser uma alternativa de impulsionar o turismo no Brasil.

1. TURISMO

O ser humano desde o princípio da humanidade se deslocou e realizou viagens, conforme relata Daibert (2012). Com a evolução do tempo e o decorrer dos séculos, os homens foram adquirindo novos meios para se deslocarem, mais conhecimentos foram sendo adquiridos e motivações distintas impulsionaram esta atividade. As viagens que antigamente eram essencialmente realizadas por necessidades fisiológicas, econômicas, militares, religiosidade, saúde, etc., foram se tornando uma atividade também para curiosos, como o caso de viajantes que iam visitar as pirâmides do Egito e os vulcões Vesúvio e Etna (CASTELLI, 2001), e ao longo do tempo outros lugares. No entanto, a viagem turística, com a finalidade de lazer como conhecemos hoje, segundo Castelli (2001), começou a se desenvolver a partir do período industrial, que acarretou grande mudança econômica e social. Os novos trabalhadores urbanos, originários desse evento histórico que culminou no surgimento das fábricas, passaram a buscar lazer por meio de viagens nos tempos livres, o que foi facilitado pelas novas tecnologias, como o desenvolvimento do transporte ferroviário (MACHADO, 2013). De acordo com Castelli (2001), essa nova sociedade industrial que se concentrava cada vez mais nos centros urbanos almejava por um tempo distante desse ambiente saturado, sendo até mesmo uma questão de sobrevivência. Assim, a viagem turística passou a ser para o homem urbano uma necessidade. O século XX foi, portanto, o período em que o turismo realmente se consolidou. Machado (2013) considera que graças aos grandes avanços tecnológicos que desenvolveram os meios de transporte, de comunicação e a construção civil, combinados ao desejo de viajar, foi possível que mais pessoas viajassem, surgindo assim o turismo de massa, que é determinado pela alta demanda por um mesmo destino, e a segmentação do turismo, a qual define os tipos de turismos de acordo com a oferta. Moesch (2000 apud DAIBERT 2012) determinou o capitalismo como o impulsionador do turismo. A autora definiu que esse sistema econômico foi o responsável pelo seu surgimento e desenvolvimento. À medida que o capitalismo se desenvolvia, o turismo se desenvolvia concomitantemente. Uma atividade que tinha como desígnio o lazer tornou-se um fenômeno econômico (MOESCH, 2000 apud DAIBERT, 2012). A definição de turismo, portanto, é bem múltipla. De acordo com Barretto (2003), a primeira se deu em 1911 pelo economista austríaco Hermann von Schullern zu Schattenhofen, que escreveu que: ―turismo é o conceito que compreende todos os processos, especialmente os econômicos, que se manifestam na chegada, na permanência e na saída do turista de um

1.1 O Desejo de Viajar Por Meio das Imagens

A concepção de imagem existe há milhares de anos, desde a pintura rupestre feita por nossos antepassados pré-históricos. Ao longo do tempo, essa foi se desenvolvendo, se tornou arte, e hoje, através da fotografia e do vídeo, está presente em nosso cotidiano por toda a parte e em diversos setores (GASTAL, 2005). Dentro do cenário do turismo ela é fundamental, conforme comentamos anteriormente. Silva, Pereira, Moreira e Perinotto (2011, p. 373) afirmam que ―o turismo é uma das atividades que mais utiliza a imagem para se promover e atrair viajantes‖, pois ela é uma grande influenciadora na escolha de destinos turísticos, através da publicidade e do marketing. Uma pessoa antes de viajar, em algum momento, entrou em contato com a imagem visual do local escolhido, seja pela televisão, por algum filme, por fotos, por algum material publicitário, ou até mesmo pelo seu imaginário criado através de comentários que escutou ou leu (GASTAL, 2005). Antigamente, essa quantidade de veículos de informação não existia. Na época dos navegadores europeus do século XVI, por exemplo, o imaginário era construído pela criatividade, pois o destino era desconhecido. Gastal (2005) traz como exemplo as fabulações europeias, como a da Chapeuzinho Vermelho, em que ela não podia passar pela floresta por conta do lobo mau. Mais anteriormente, na Grécia Antiga, havia ainda mais crenças fantasiosas sobre o desconhecido, o que construiu a mitologia. E, através dela, podemos perceber como o imaginário da época, em que não se tinha contato com outros povos e outros lugares, era irreal e criativo, gerando sentimentos como o medo, porque acreditavam que encontrariam monstros nos mares e pelo mundo afora. Hoje, a realidade é bastante diferente. Como Gastal (2005) expressa, quase inexistem territórios intocados pelo homem, e diante da globalização e tecnologia, temos acesso a tudo e a qualquer tipo de imagem, o que estimula a vontade do ser humano de viajar e de estar no lugar que ele vê nas revistas, na televisão ou no cinema. Subjetivamente, imagem tem várias definições e, da mesma forma, é inseparável do turismo. Seu significado, então, associado à atividade turística, segundo Kotler, Heider e Rein (1994), é a soma das crenças, das ideias e das impressões que se tem de um lugar ou de algo, sendo assim, ela é uma concepção que pode ser diferente de pessoa para pessoa. E, por ser uma construção na mente de cada um, baseada em experiências anteriores, pode se transformar. Trindade comenta que:

A imagem que fazemos de uma pessoa que conhecemos na atualidade ou no passado de nossa existência, não corresponde ao que ela é para si, ou para outrem que também a tenha conhecido, pois sempre é uma imagem marcada pelos sentimentos e experiências que tivemos em relação a elas. (TRINDADE, 1997, p. 10)

Por isso que para o fomento do turismo é necessária uma boa administração desta. Conforme Gastal (2005), estudos apontam que ―cada vez mais o que é consumido não são produtos e serviços por si mesmos, mas a aura a eles agregada que se torna significado ou signo emancipado do produto em si‖ (GASTAL, 2005, p. 56), o que confirma ainda mais a importância da imagem. Diante de todo esse contexto, Gastal (2005) acrescenta a teoria de Debord, publicada em 1967, denominada sociedade do espetáculo^1. A autora elucida, com base na teoria, que na modernidade e contemporaneidade o parecer se sobressai ao ser e ao ter. Essa sociedade marcada pelo consumo advindo do capitalismo estima cada vez mais por um padrão estético de qualidade, tanto material quanto pessoal. Os vários meios de comunicação existentes hoje são os maiores influenciadores desses padrões. A declaração seguinte reforça esse entendimento:

Há de se ressaltar o fato de que, vivemos em uma sociedade que valoriza radicalmente as imagens, as produções audiovisuais acabam por se constituir no principal veículo de informação, ditando regras, valores, hábitos, modismos, enfim, toda uma estrutura comportamental (NASCIMENTO, 2009 apud SILVA; PEREIRA. MOREIRA; PERINOTTO 2011, p. 374).

Retomando a ideia de Gastal (2005), os produtos turísticos estão inclusos nessa exigência de valor estético, eles precisam ser atraentes e desejáveis para serem vendidos. As pessoas cada vez mais querem atender não apenas às suas necessidades, mas aos seus desejos produzidos por essas imagens, sejam eles de visitar um ―paraíso‖, buscar cultura ou até mesmo ―status‖ (GASTAL, 2005). Como já mencionado, atualmente, diante de toda a tecnologia, a imagem visual está em todo lugar: televisão, internet, outdoor , celular, cinema, livros, etc. A partir do contato com o conteúdo desses dispositivos, vínculos são criados e guardamos o que nos interessa em nossa memória. Assim, junto às nossas opiniões e valores formamos uma imagem. Paralelamente, existem os estereótipos, que são, segundo Kotler, Haider e Rein (1994, p. 152), ―uma imagem amplamente difundida que é bastante distorcida e simplista‖, podem, portanto, beneficiar ou prejudicar uma localidade quanto produto turístico. Hart (2000, apud

(^1) Livro publicado em 1967, pelo francês Guy Debord, cujo tema é uma teoria crítica sobre a sociedade moderna consumista.

Depois de percebido o erro dessas campanhas, a Embratur passou a investir na divulgação das belezas naturais e da cultura do país (ALFONSO, 2006 apud LOHMANN, 2012), tentando reverter esse estereótipo e mostrar que o país tem muito mais a oferecer. Como pode ser observado nas figuras 3 e 4.

Figura 3: Embratur, 1996.

Fonte: ALFONSO, 2006.

Figura 4: Embratur, 2002.

Fonte: ALFONSO, 2006.

Por ser um conjunto de ideias, portanto, a imagem mesmo que seja a mesma para pessoas diferentes, pode gerar posicionamentos distintos entre elas. É o caso de pessoas que gostam de calor e outras que não gostam. Cada grupo de pessoas poderá tomar uma decisão diferente com relação a um mesmo destino de clima quente (KOTLER; HAIDER; HEIN, 1994). Outro exemplo é a imagem do Brasil pautada pelo estereótipo de carnaval e mulher bonita. Por mais que seja uma imagem rasa e desfavorável diante de tantas qualidades que o

país possui, podem ser razões para atrair turistas interessados nesse objetivo, conforme nos coloca Lohmann: ―uma família europeia com filhos pequenos, que está buscando um lugar para descansar, dificilmente virá ao Brasil se for essa a imagem que ela tiver do país‖ (LOHMANN, 2012, p. 357). A imagem a que ele se refere é exatamente o estereótipo citado anteriormente. E como foi mencionado, pessoas diferentes podem ter imagens totalmente diferentes sobre um mesmo lugar (KOTLER; HAIDER; REIN, 1994). O autor traz como exemplo a cidade de Nova York que pode ser considerada ―como a cidade de infância, enquanto outras podem vê-la como um lugar movimentado, uma selva urbana ou um ótimo lugar para escapar no fim de semana‖ (KOTLER; HAIDER; REIN, 1994, p. 152). A imagem será determinada de acordo com o sentimento de cada um. Do mesmo modo que a imagem produz o imaginário, ela é também produzida por este (ALBERNAZ, 2009). O que explica o fato de ser possível a sua transformação. Antes de viajar para um lugar pela primeira vez, existe uma expectativa mediada pelo imaginário. Após a experiência e a comunicação direta com o local, a percepção será renovada. Mesmo que atenda às expectativas, sejam elas positivas ou negativas, o convívio como turista desencadeará uma série de novas sensações. Até porque, como Gastal (2005) esclarece, tratando-se da imagem através da fotografia, essa ―não é uma cópia fiel do mundo, (...), trata- se, antes, de uma leitura muito particular de alguém e de um recorte do mundo‖ (GASTAL, 2005, p. 35). Portanto, uma boa estratégia de marketing é outro meio de transformar a imagem de um determinado destino (LOHMANN, 2012), sendo que, para o autor, a qualidade do lugar é o detalhe realmente necessário, a fim de que a propaganda seja condizente com a realidade do lugar. Gândara (2008) também considera imagem como uma soma entre as ações comunicativas e a qualidade do produto. Um destino turístico que tem sua imagem muito superestimada pela propaganda levará os turistas a se desapontarem, por não encontrarem a mesma imagem divulgada e por não terem suas expectativas correspondidas. Assim, o turismo não será sustentável, devendo arrumar soluções para o problema. Em vista disso, no campo do marketing, Kotler, Haider e Rein (1994) expõem a necessidade de um entendimento profundo dos mercados-alvo para elaborar uma imagem e divulgar um destino turístico. Esse objetivo depende ―da imagem atual e dos verdadeiros atributos do local‖ (KOTLER; HAIDER; REIN, 1994, p. 38). Dessa forma, as imagens dos lugares, segundo o autor, podem ser: positiva, quando para maioria é considerado um bom lugar, não sendo necessária uma intervenção, mas sim uma maior divulgação; pobre, ou